Epílogo
Um ano e meio depois...
O trabalho missionário em Tonga estava surtindo grandes efeitos. Muitos estavam aceitando a verdade do evangelho e se rendendo ao Senhor, trazendo também consigo parentes e amigos, que também demonstravam interesse e após alguns cultos na pequena congregação de Mu'a, aceitavam receber Jesus como o seu Salvador.
Ethan desempenhou um ótimo trabalho pastoral com os membros, tendo também um suporte do pastor Richard, que a cada quinze dias iam visitá-los no vilarejo. Eles moravam na casa pastoral da congregação, local que Emma aprendeu a chamar de lar e a amá-lo. Nada lhes faltou neste ano que estiveram por lá. As pessoas dali eram atenciosas e generosas, sempre mandavam alimentos de suas pescarias e colheitas para o casal, pois os admiravam e nutriam grande respeito por eles. O projeto pagava mensalmente um salário mínimo, que os ajudava em outras despesas.
Emma passou aquele ano dedicando-se de coração ao trabalho missionário junto as mulheres do vilarejo. Ela organizava visitas, cultos domésticos e reuniões, onde muitas delas traziam parentela e filhos, para aprenderem mais sobre o Senhor. Ethan se orgulhava cada dia mais da esposa, e aquilo só se confirmou ainda mais a certeza de que ela sempre foi a pessoa certa separada para ele.
Mesmo ali, longe de sua pátria, Emma sempre buscava ter notícias de sua família e amigos. Com o pouco sinal de celular que pegava por lá, ela buscava se inteirar do que acontecia, e graças ao Senhor, as novidades eram sempre ótimas. Seis meses depois de sua partida, Josh contou que seria pai, e que ele e Gwen esperavam por uma menininha, e a notícia da chegada do bebê alegrou muito os pais de Emma, pois eles sentiam muitas saudades dela, porém a chegada da netinha amenizaria o buraco que ficou com a sua ida para Tonga.
Seus amigos também tiveram grandes novidades e acontecimentos em sua vida. Depois de alguns meses, Tom e Ellie iniciaram um namoro, e não demorou muito para que Dylan também começasse a nutrir sentimentos por Steph e os dois se apaixonassem. Agora cada dupla virou um casal, e o quarteto também acabou virando uma banda. A novidade deixou Emma e Ethan totalmente surpresos, porém felizes em verem que os amigos seguiam firme no trabalho missionário. A pequena banda cristã de quatro integrantes chamada Eternal Life, tinha Steph e Ellie como cantoras, Dylan no violão ou guitarra, e Tom na bateria.
Numa noite, os dois tiveram a mesma ordenança do Senhor dizendo que o tempo deles ali em Mu'a havia acabado, e que era hora deles partirem para outros lugares que também necessitava de salvação. Então na manhã seguinte, Ethan conversou com o pastor Richard e ele imediatamente concordou com a mudança do casal para a capital de Tonga. Dentro de alguns dias uma outra equipe de missionários seriam enviados para lá, para que assim o povo dali não ficasse sem suporte espiritual até que fosse levantado um novo pastor.
A despedida deles do povo de Mu'a foi dolorida, pois muitos haviam se apegado ao casal e já os consideravam como família deles também. Emma sempre quis ir para a capital, e naquele momento nunca se sentiu tão triste por ter que deixar aquele vilarejo que aprendeu a amar.
Entrando os dois num barco que os levaria até o cais, eles se despedem com acenos e sorrisos do povo. Não demorou muito para já estarem distante e verem pouco a pouco tudo diminuindo e sumindo.
— Vou sentir saudades, tomara que um dia o Senhor permita nos voltar aqui. — diz Emma, enxugando o canto dos olhos.
— Também sentirei, mas estou curioso quanto ao que faremos na capital. Acredito eu que Deus quer que nós dois estejamos em cada canto desse país, propagando o seu amor.
— É, eu também penso isso. — ela sorri, mais calma.
Eles tomam um assento na popa do barco, observando o mar e a velocidade com que a embarcação ia.
— Não está enjoada? — ele pergunta.
— Acabou. — responde, sorrindo.
— Ótimo, porque eu tenho uma surpresa para nós dois antes de irmos para a capital.
— Ah é? E o que seria?
— Você vai ver! — ele a beija, abraçando-a em seguida.
Chegando no cais, Ethan paga ao pescador que os trouxe e logo ele e Emma vão em busca de uma balsa que tinha como destino, Ha'atafu. Os dois viajaram em silêncio e calmos, até que por fim chegassem ao local.
Hospedaram-se num resort muito bonito e lindo, e após terem se trocado para irem à praia, Emma pergunta.
— A surpresa era uns dias neste paraíso?
— Sim, amor. Depois de um ano inteiro trabalhando para o Senhor, merecemos um intervalo curto de descanso. Então resolvi te trazer para conhecer a praia mais linda que já visitei em Tonga na época que vim com a equipe missionária.
— Certo, agora fiquei curiosa, vamos lá! — ela termina de vestir a saída de praia e sai de mãos dadas com ele.
A praia não era longe do resort, caminharam no mínimo uns cinco minutos. Porém assim que Emma avistou a praia repleta de suas belezas como areia branca e água azul cristalina e brilhante, seus olhos se encheram de lágrimas e imediatamente teve uma sensação de Déjà Vu.
— O que foi, amor? — Ethan estranha a reação dela, que paralisou num lugar e apenas olhava para a praia, chorando.
— Ethan... Eu já estive aqui! — afirma com toda a certeza.
— Quando?
— Eu sonhei com essa praia! Tenho certeza, foi essa praia! — seus olhos se enchem de lágrimas de emoção. — A areia branca, a sensação de paz, o azul da água. É aqui!
— Emma, não estou entendendo.
Rapidamente ela lhe explica sobre os sonhos que teve envolvendo os dois e sempre aconteciam naquela praia.
— Então todos os seus sonhos sempre lhe diziam uma única coisa, Emma. Que você viria para cá, para Tonga.
— Sim, agora eu compreendo! Estava bem na minha frente a confirmação de tudo o tempo todo e eu nem percebi!
— Acontece. O que importa é que agora estamos juntos, e eu ter te trazido aqui não foi em vão. Foi para que tudo se cumprisse e mostrasse que desde sempre o Senhor escreveu nossa história.
Ela apenas concorda, ainda emocionada demais para falar muito. Sem muita demora, os dois resolveram entrar naquela água linda e azulzinha, para curtirem o belo dia de sol que fazia por ali.
Depois de terem nadado e aproveitado o belo mar dali, os dois sentaram-se sobre a areia, olhando o vaivém das ondas.
— Ha'atafu é mesmo o paraíso. — Ethan se estica para trás e pende a cabeça, deixando a água cair dos cabelos. — E o Senhor é maravilhoso, por ter criado tudo isso.
— É, os caminhos de Deus são inexplicáveis. — diz ela, sentindo um pouco de frio e apertando os cabelos, para tirar o excesso de água.
— Quem diria que há um tempo atrás, eu, um professor de faculdade, todo rude, ateu e grosso, estaria aqui com a aluna mais chata e insistente que tive e ainda me casaria com ela. — brinca ele, ganhando um sorriso de Emma. — Como que isso pode ser possível?
— Não sei, Deus é quem faz essas mudanças.
— Bem, acho que não temos e nem podemos como explicar Deus. — a abraçou de lado, para a aquecer com o calor de seu corpo.
— Ninguém explica Deus. — ela sorri, aconchegada e com a cabeça deitada perto peitoral do marido.
Quando já não aguentaram o frio, um sol ameno e quentinho se formou, então o casal resolveu caminhar pela praia e admirar aquela bela criação do Senhor. Enquanto andavam, Emma realmente compreendia que nada poderia explicar a grandeza e imensurável poder de Deus, que transformou um coração amargurado e incrédulo, num fiel e temente missionário. E ela, se sentindo tão pequena, viu que poderia ser grande e muito usada para a obra Dele.
O sol aqueceu aos dois, e no momento que passaram por algumas palmeiras, um vento suave soprou, e as folhas delas fizeram barulhinhos, como se os aplaudissem.
Tem um olho na minha lágrima, não, pera...
A foto da mídia é uma imagem real de Ha'atafu beach, uma das praias de Tonga e a praia que sempre aparecia nos sonhos de Emma.
Bem, agora sim posso dizer que é o fim. Mas não um adeus...
Obrigada por terem chegado até aqui e me acompanhado na jornada dessa aventura literária! Sou grata a todo mundo e todos vocês ganharam um espacinho no meu coração! Amo cada um!
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