Capítulo Seis
Este capítulo em específico farão vocês terem muita, mas muita raiva do Ethan. Aconselho que antes de começarem a leitura, bebam uma água gelada, preparem o psicológico e contem até mil... Se a paciência esgotar, podem usar os xingamentos bíblicos...
Emma passou noites e noites nos livros, queria que o trabalho sobre cálculo vetorial ficasse impecável, pois não queria ter que ouvir qualquer coisa malcriada vinda do professor Ethan. Tinham noites que ela praticamente dormia em cima dos livros e acordava só na hora de ir pra aula, exausta e num modo zumbi.
— Emma, você está bem? — Tom pergunta, estavam todos no almoço.
— Só me sinto cansada. Aquele trabalho sobre cálculo vetorial está me matando. — ela boceja, voltando a mexer na comida.
— Não se sacrifica tanto assim não, aquele tirano não merece seu esforço. — aconselha Ellie, num sorriso terno.
— Ele voltou a perturbar você com questionamentos infindáveis sobre a existência de Deus? — pergunta Dylan, que também os acompanhava no almoço.
— Graças a Deus que não. Ah, eu contei pra vocês que teve um dia que desejei a ele que tivesse um bom dia e ficasse com Deus?
Ela conta a história aos amigos, que gargalham muito com aquilo. Nesta hora, Ethan passava ali perto e até olhou pra mesa deles com um olhar fuzilador, querendo saber sobre o que tanto riam. Emma fica um pouco sem graça com a presença dele por ali, porém sente-se mais aliviada ao vê-lo indo embora.
— Falando nele. — diz Tom, apontando com o olhar.
— Pela vida dele, temos apenas que orar. — diz Dylan, aconselhando. — Ele é apenas alguém que sofreu um baque da vida e culpou Deus por tudo.
— Pois é, eu oro sempre por ele, mesmo depois de toda grosseria que eu ouço dele.—confessa Emma. — Peço ao Senhor todos os dias que abra os olhos dele para a verdade.
Steph passava por perto com uma bandeja de comida nas mãos e avista Emma de longe. Se aproximando dali, pergunta se pode sentar-se ali com ela e seus amigos.
— Claro, Steph. Fique à vontade. — Emma lhe oferece uma cadeira vazia e um espaço na mesa. — Pessoal, essa é minha colega de dormitório, Steph.
— Oi. — todos respondem, cumprimentando aquela figura peculiar de cabelo rosa, piercing no nariz e roupas rasgadas.
— Prazer conhecer vocês. — Steph responde, com um leve sorriso.
O almoço se tornou mais animado e descontraído, pois imediatamente os amigos de Emma começaram a conversar com Steph e viram que a garota era legal, mesmo que suas roupas e estilo lhe passassem um ar de pessoa sombria e rebelde. Dylan não perdeu tempo e a convidou para uma reunião dos jovens no auditório, e surpreendentemente, ela aceita ir.
Como a reunião seria hoje à noite, Emma e Steph se arrumaram e foram juntas para lá.
— Estou bem vestida para uma reunião cristã? — pergunta Steph, apontando para seu jeans que não era rasgado como os outros e o seu casaco preto dos Beatles.
— Você está ótima. — Emma sorri, a tranquilizando.
— Não quero que seus amigos pensem que sou uma esquisitona só por causa do meu jeito de me vestir e do meu cabelo.
— Eles não irão e nem muito menos pensarão isso. Você viu que no almoço eles te trataram super bem. — responde, enquanto caminham em direção ao local.
Steph se cala, provavelmente mais calma pelas respostas de Emma. Enquanto as duas iam até o auditório, Ethan saía da biblioteca e passou ali por elas, porém sem querer esbarrou nas duas e derrubou todo seu material de aula no chão, fazendo várias folhas e pastas se espalharem.
— Mil perdões, professor! — diz Emma, se prontificando a se abaixar e começar a recolher tudo.
Ethan não responde, ele sabia que fora o culpado do esbarrão e mesmo assim ela lhe pediu desculpas. A colega dela de cabelo rosa também recolheu algumas folhas e entregou à ele, que agradeceu apenas com um aceno de cabeça. Emma juntava alguns papéis no chão, e rapidamente sua mente imagina que aquela fora quase uma cena clichê de filmes de romance, em que geralmente é a mocinha que derruba tudo e o mocinho é quem recolhe. Ali era o contrário. Uma risadinha escapa dos lábios dela ao pensar no quanto aquilo era engraçado e ridículo.
— Qual a graça? — Ethan pergunta, carrancudo.
— Nada, nada. — ela morde os lábios, contendo mais uma risada. — Aqui está, tudo juntinho e organizado.
Ele pega os papéis das mãos dela de maneira brusca, guardando tudo em sua bolsa de qualquer jeito.
— Amanhã é o dia de entregar a pesquisa sobre Cálculo Vetorial, espero receber algo decente. Ou caso contrário, veremos se irá rir quando ficar de recuperação, senhorita Collins.
— Pode deixar que amanhã receberá o melhor trabalho de sua vida. — ela ignora as palavras duras, sorrindo de maneira confiante. — Bem, tenha uma boa noite e fique com Deus.
Steph explode em gargalhadas assim que ouve aquela última parte da frase, Ethan estreita os olhos e encara Emma com raiva, que olhava pra baixo e estava mais que envergonhada ao ter dito aquilo de novo, completamente sem querer.
— Desculpe. — ela murmura, quase baixinho.
Ethan a ignora e sai dali pisando duro e praticamente soltando fogo pelas narinas. Emma se volta para Steph, que estava apoiada numa parede, rindo tanto que a barriga doía.
A reunião foi edificante e tranquila naquela noite. Steph se sentiu à vontade entre os jovens e já queria vir mais vezes, o que deixou Emma com o coração alegre ao saber que a semente estava sendo regada e gerando frutos aos poucos.
O dia seguinte era decisivo para muitos estudantes e para Emma, pois sairiam os resultados das provas finais que foram feitas semana passada e também porque hoje muitos saberiam se estariam de férias ou não. O clima era alegre naquela manhã.
— Eu levei dias e noites fazendo isso,espero que aquele abençoado aceite isso e me aprove. — Emma fala sozinha, enquanto olha para a sua pesquisa sobre Cálculo Vetorial, que estava impecável e bem feita.
As primeiras aulas foram tranquilas e no clima de despedida, Emma e seus amigos haviam passado em praticamente todas as matérias, e agora no último horário, saberiam se passaram ou não na tão temível e famigerada disciplina de Cálculo I.
— Pessoal. — ela chama Tom e Ellie num cantinho, antes de entrarem na sala. — Podemos orar antes de entrarmos na aula?
— Misericórdia, Emma. Parece mais que vamos guerrear uma batalha espiritual. — diz Ellie, espantada.
— É quase isso. Estou nervosa e com medo de ser reprovada. Algo me diz para orar.
— Vai dar tudo certo. — Tom sorri de maneira afetuosa para ela. — Sei como se sente, e realmente acho uma boa ideia orarmos. Vamos?
Os três dão as mãos e fazem uma rápida e curta oração, e em seguida entram na sala de aula e sentam-se em seus lugares de sempre. O professor Ethan chega logo depois e rapidamente todos fazem silêncio, instaurando um clima tenso e pesado.
— Bom dia à todos. — ele cumprimenta bem sério toda a turma. — Hoje é o último dia de aula, e como ficou pré estabelecido, a pesquisa sobre Cálculo Vetorial substituiria a prova e daria a nota final. Por favor, deixem seus trabalhos em minha mesa agora.
Todos se levantam e entregam à ele suas pesquisas, Ethan recolhe todas e as organiza.
— Irei corrigir todas agora, se forem conversar, conversem em voz baixa. — ordena ele, sentando-se em sua mesa e começando as correções.
A classe conversava em sussurros, a demora em saber o resultado angustiava Emma.
— Olhem lá, aquele é o meu, ele está lendo. — diz ela aos amigos, roendo uma de suas unhas em seguida.
— Como sabe que é o seu? — pergunta Ellie.
— Eu imprimi ele todo em folhas de ofício amarela.
Ethan lê o trabalho de Emma, rabisca a nota dela na capa e depois parte para outro. Naquele momento ela só queria ter olhos de águia para enxergar de longe a sua nota.
Após meia hora angustiante de espera, Ethan por fim corrigiu todos e entregou a pesquisa de um a um corrigida e com a nota na capa.
— Aos que tiraram um A, meus parabéns, estão de férias e livres de mim. Podem sair se quiserem. — diz enquanto distribui o resto das pesquisas.
Conforme todos iam vendo suas notas, a sala ia esvaziando e ficando cada vez mais vazia. Tom e Ellie haviam tirado um A e portanto saíram, dizendo a Emma que a esperariam na lanchonete. Ela, por sua vez, foi a última a receber sua pesquisa. Não sabia se aquilo foi de propósito ou porque Ethan queria humilhá-la um pouco mais.
Diante de seus olhos e escrito em letra grande e vermelha, estava um terrível e horrendo F, que significava que ela fora reprovada. Seus olhos se enchem de lágrimas, e entre soluços e uma voz embargada, sai um questionamento.
— Mas... Por quê?
Ethan a olha sem se importar com seu sofrimento e apenas diz.
— Seu trabalho foi o melhor da turma, bem escrito, organizado, detalhado. Mas estragou tudo por conta de ter imprimido nesse papel amarelo e de péssima qualidade, odeio esse tipo de papel.
— Mas o senhor não disse nada sobre que tipo de papel queria.
— Não preciso dizer nada. Uma estudante universitária deve saber muito bem a forma que deve fazer a sua pesquisa. — sua voz sai num tom de deboche.
— Eu posso imprimir de novo, é só eu ir até meu dormitório e...
— Não tem segunda chance, você está de recuperação! — ele grita, com raiva na voz.—Agora trata de sair da minha sala e se recompor para passar o verão comigo. Eu avisei quando lhe disse que ia te atormentar tanto com essa matéria que nem vai querer ouvir falar dela quando estiver formada.
Emma cai no choro. Tantas noites em claro, tantas preocupações, tanta dedicação pra nada. Ele apenas queria a destruir, a humilhar até ao ponto de fazê-la chorar. Tudo por causa daqueles incidentes entre os dois sobre a existência de Deus. Suas lágrimas desciam aos montes e molhavam a pesquisa, ela queria sair dali, queria se levantar, porém seu corpo havia travado e nem suas pernas a obedeciam.
— Anda, garota, está esperando o quê pra sair? — ele volta a ordenar, com raiva. — Engole o choro, a vida não é um mar de rosas. Ou acha que por ser cristã e crer num ser que nem existe a fará sair ganhando em tudo?! — despeja seu veneno nas palavras.
Ela seca as lágrimas rapidamente e se levanta de seu lugar, o encarando.
— Por que está fazendo isso? — ela questiona, com a voz trêmula.
— Isso o quê?
— Por que me persegue sem motivo algum?!
— Não vou discutir com você em plena sala de aula! — ele dá as costas e pega suas coisas, pretendendo sair.
Porém Emma barra sua passagem e o encara de queixo erguido, fazendo-o parar.
— Anda, me responda!
— Sai da minha frente, garota!
— Acha que me reprovar o fará mais forte, Ethan? Pelo contrário, isso só mostra o quanto se sente intimidado por mim e prefere me atingir dessa forma, me reprovando!
— Ora, sai da minha frente ou eu a reprovo sem dó nessa matéria e será obrigada a ver minha cara ano que vem! — ele berra, com o rosto vermelho.
Ela o deixa passar, porém antes que ele cruzasse a porta, se arrisca em perguntar.
— Afinal, por que odeia tanto Deus?
Maratona do Fim de Semana 2/6 postado com sucesso!
É agora que a cobra vai fumar, que a porca vai torcer o rabo, que a onça vai sair pra beber água e que a chapa vai esquentar! Mermão, negócio vai esquentar viu....
Próximo capítulo será um divisor de águas no livro e talvez um momento que todos esperam...
Calma, respirem e puxem o ar bem devagar... Se recuperem primeiro deste capítulo e depois voltem para ler o outro, que estará IM-PER-DÍ-VEL!
Fui-me, volto em algumas horas com o próximo... Guentem aí!
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