Capítulo Dois
Dois dias antes do começo das aulas, Emma aproveitava uma tarde ensolarada e amena para dar uma volta por outros lugares do campus que ainda não havia conhecido e para também desanuviar a mente da pressão que se formava dentro de si a respeito de como seria o primeiro dia de aula. Durante este passeio, ela descobriu bons lugares por ali que serviriam como refúgio ou um bom cantinho para estudar após as aulas. Necessitava ter um plano traçado, senão surtaria naqueles anos de graduação em Economia.
Steph era uma boa pessoa de se conviver e até era legal, porém o estilo de vida que levava e os tipos de conversa que sempre abordava, não condizia com o caráter e educação de Emma. Ela não concordava com o jeito da colega de quarto viver e levar a vida, porém não contestava, pois gostava de um ambiente harmônico ao seu redor.
Caminhando pelo campus, perdida em seus pensamentos, Emma avista uma pequena multidão que deveria ter umas dez à quinze pessoas, que estavam atentas ao que um jovem usando óculos e carregando um violão, dizia. Se aproximando mais perto e se misturando entre aquelas pessoas, começa a prestar atenção no que aquele rapaz falava.
— Sei que um novo semestre está perto de começar, e acredito que muitos estão nervosos ou até preocupados, mas tem um versículo em especial na bíblia que fala diretamente à esse tipo de ansiedade que nós universitários temos. Diz assim: "Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês".
Muitos dos ouvintes aceitam aquela verdade e dizem "amém". Emma sorri consigo mesma, havia encontrado cristãos ali na universidade e já não se sentiria mais tão só. O jovem do violão deu um meio sorriso e começou a entoar em seu instrumento, uma música bem conhecida por ela, Oceans, do Hillsong. Todos os presentes receberam o louvor de bom grado e glorificavam ao Senhor, sentindo-se tocados em seus corações. Até que sem perceber, a moça olha para o outro lado e vê o cara que a ajudou na máquina de refrigerantes. Ele parecia sério, com a expressão tensa e parecendo estar incomodado com algo.
Quando o pequeno culto ao ar livre ia se encerrar, Emma é surpreendida ao ver o cara que a ajudou com a máquina a se manifestar e dizer algo contra aquela reunião.
— Se Deus é tão bom como está dizendo, por que existe sofrimento no mundo? —pergunta ele, dirigindo-se ao jovem do violão, que ficou surpreso e sem reação.
Um burburinho se ouve, todo mundo cochichava e esperava com que o jovem respondesse a pergunta. E o levantador daquela discussão permanecia calmo e quieto, até que não aguentando mais, incita a discórdia.
— Anda, responda! — debocha. — Não tem uma resposta? Por que será? Será que é porque não quer perder seus seguidores alienados daqui?
Emma fica perplexa com tudo aquilo, como alguém como ele poderia ser assim tão rude e tão questionador? A imagem que criou dele só por ter a ajudado naquele dia rapidamente se desfez, e tudo o que sentiu naquele momento foi vontade de ajudar ao jovem do violão.
— Eu posso responder a sua pergunta! — ela se manifesta corajosamente, e imediatamente aquela pequena multidão olha para ela.
Ethan não podia acreditar! Aquela moça linda e que lhe lembrava tanto a sua esposa resolvera respondê-lo? Pela forma com que ela o encarava, aquilo ali não seria a resposta que ele imaginava. Porém não iria sair por baixo, não importa o quão bonita e atraente ela fosse.
— Então responda! — ele cruza os braços, sarcástico.
— Uma vez eu li em um livro que quando sentimos frio, é por causa da ausência de calor. Quando nos deparamos com a escuridão, é porque também há uma ausência de luz. Eu comparo essa explicação com a sua pergunta. Você perguntou o porquê de existir o sofrimento no mundo, e eu sei o motivo. Se o sofrimento existe, não é culpa de Deus, é porque no coração das pessoas há a ausência da presença de Deus, o que dá lugar para a maldade e o sofrimento que há no mundo.
Sem que esperasse, todos os presentes aplaudem a resposta de Emma, que ficou tão vermelha que por pouco não queria virar avestruz com toda aquela atenção. Ethan estava fervendo de raiva por ter sido humilhado, e nenhum argumento lhe vinha em mente para rebater aquela resposta. Pouco a pouco a multidão foi se dispersando, restando ali apenas os dois e o jovem que conduziu aquele pequeno culto ao ar livre.
— Se acha muito esperta, não é? — ele bate palmas por ironia. — Como se chama a corajosa?
— Emma Collins.
— Brilhante a sua explicação, Emma. Porém você ainda é jovem, não ponha certas caraminholas em sua cabeça. Deus não existe. Ou melhor, Ele está morto.
Ela abre a boca totalmente embasbacada, porém antes que dissesse algo, ele foi embora sem olhar para trás.
— Parabéns por sua coragem, Emma. — o jovem do violão se aproxima dela, com um meio sorriso. — Sou o Dylan White. — ele estende à mão e ela a aperta.
— Não foi nada, apenas achei errado aquela forma dele de questionar.
— Eu faço parte de um grupo de jovens cristãos que fazem palestras, reuniões e pequenos cultos ao ar livre aqui na Foxy. Tudo para que o universitário cristão tenha apoio durante a jornada acadêmica. Se quiser, posso te apresentar ao resto do pessoal.
— Eu adoraria. — concorda, sorrindo.
Ele a leva até uma mesa de uma das lanchonetes que já havia reaberto, lá estava um pequeno grupo de jovens, lanchando e conversando. Emma é apresentada à eles, e não demoram muito para todos gostarem dela e se tornarem amigo da moça, que também virou o assunto comentado entre eles, sobre a maneira como respondeu à pergunta daquele homem.
O primeiro dia de aula chegou cheio de expectativas para a jovem universitária. Ela acordou cedo, tomou um banho, vestiu sua roupa favorita e orou mentalmente ao seu Deus, pedindo para que Ele a guardasse e lhe abrisse a mente para ganhar entendimento e sabedoria. Steph era de curso diferente, cursava jornalismo e gostava de escrever poesias, algumas até eram bonitas e ela até deixou com que Emma as lesse. As duas foram juntas até o prédio principal e se despediram em seguida, indo cada uma para seu lado.
As primeiras aulas foram fáceis para a moça, os professores foram gentis e cordiais com os calouros, deixando-os seguros e mais confortáveis com o ambiente universitário. Ela fizera até mais alguns amigos naquela manhã, conhecera Tom e Ellie, que faziam o mesmo curso que ela e também eram cristãos, a deixando mais feliz e contente por achar pessoas que professam a mesma fé.
— Aqui na Universidade Foxy, tem programas e grupos para o jovem cristão ter um apoio durante a jornada acadêmica. — explica Tom, no intervalo de uma das aulas. — E também semanalmente temos um grupo de debates no auditório, o reitor Gordon deixou com que usássemos o espaço. E o Dylan é quem geralmente organiza o culto ao ar livre.
— Que demais, é bom encontrar cristãos por aqui também. — Emma sorri, mais relaxada.—Não sabia que também conheciam o Dylan e toda a iniciativa dele.
— Conhecemos e apoiamos muito tudo o que ele faz pelos jovens da Foxy.
— Não se preocupe, enquanto estivermos aqui, ajudaremos nossos irmãos na fé nessa longa e puxada jornada acadêmica. — diz Ellie, uma moça de cabelos cacheados e pele negra, num sorriso simpático.
— Bem, vamos indo nessa. É nossa última aula. — anuncia Tom, olhando para o relógio.—Cálculo I, só o nome dessa matéria me deu medo.
Emma e os amigos entram na sala que seria ministrada a aula, ocupando alguns assentos vazios que restaram bem lá na frente. A classe toda conversava enquanto o professor ou professora não chegava, porém logo a conversa foi interrompida pela chegada do professor, que entrou cumprimentando a classe e indo até o quadro e escrevendo seu nome em letras grandes e bem vivas: ETHAN BANKS.
— Bem, como já viram, sou Ethan Banks e serei o professor de vocês neste semestre na matéria de Cálculo I. — ele encara toda a classe, e logo seu olhar para na figura conhecida que ele vê, a garota da máquina de refrigerante que ele ajudou e ainda anteontem o enfrentou. — Peguem seus cadernos para anotar como será a minha metodologia de aulas e avaliações.
Distraída e escrevendo algo em seu caderno, Emma não nota logo de cara quem era o professor, porém assim que resolve prestar atenção, ela fica pasma e engole em seco ao ver quem era. Os olhares dos dois se cruzam, e um frio percorre pelo corpo da moça, já sabendo que aquele semestre não seria nada fácil.
Eita que tivemos o primeiro embate entre nossos protagonistas, e agora Emma ficou sabendo que Ethan será seu ilustre professor de Cálculo I.... Aiaiai, minha gente! O que será do semestre de nossa mocinha? Só prevejo altas tretas!
Para o próximo capítulo, preparem o baldinho de pipoca e os óculos 3d, porque teremos muito babado, treta, altos barracos e muita torta de climão! A partir de agora cada capítulo será um eita atrás de eita...
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Fui-me! Abraços e beijinhos...
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