ʿ008ꜝꜞ 𝑹𝒐𝒖𝒏𝒅 𝒂𝒏𝒅 𝒓𝒐𝒖𝒏𝒅 𝒍𝒊𝒌𝒆 𝒂 𝒄𝒂𝒓𝒐𝒖𝒔𝒆𝒍
SAIR DO QUARTO ERA uma maldita guerra interna que Ártemis estava travando. Enfrentar o mundo parecia tão sem sentido, agora que parte de sua alma havia sumido, evaporado da existência, mas ela tinha que tentar, certo? Athena ainda precisava dela, por mais que nesse tempo em que passou perdida em sua própria dor, a mais nova tivesse se portado como a adulta que ela não conseguia ser naquele momento. Sua mãe havia mesmo acertado no nome da integrante mais nova daquele família.
Tomando coragem, Ártemis se vestiu e saiu daquele quarto. A mais velha olha pela porta de entrada, tendo visão da irmã com o filho do xerife, as duas crianças estava sentadas na entrada da fazenda, em silêncio, Carl olhava para frente, onde a mãe estava no acampamento, enquanto Athena olhava de forma perdida para o celeiro, seria uma cena comum, se não fosse pelas armas presas nos coldres na cintura de cada um. O novo mundo havia forçado aquilo.
—— Ártemis, eu... — a voz de Maggie saindo de dentro da cozinha, chama a sua atenção.
—— Sinto muito, pelo modo como agi e por todo o resto. — a Choi diz.
—— Erramos em esconder isso de vocês, nós...
—— Por favor Maggie...
—— Desculpe!
—— Como está a Beth? — Ártemis se vira para a Grenne.
—— Melhorando. — Maggie responde, seu rosto retorcido em um meio sorriso.
—— Fico feliz por isso.
Talvez a relação com a família Grenne nunca voltasse a ser a mesma de antes. Esconder que todos eles sabiam daquilo foi um golpe que cortou fundo, ser traída por alguém que confiava cegamente doeu de forma avassaladora. A Choi saiu da casa, bagunçando o cabelo de Athena no processo, a mais velha ganhou um resmungo em troca.
—— Querem dar uma volta? — a ex coronel se senta no meio das duas crianças.
—— O que? — Carl pergunta confuso.
—— Eu tenho um carro blindado. — ela diz.
—— Você é doida né' moça? — o menino se levanta animado.
—— Ei idiota, ela não é doida. — Athena a defende.
Dez minutos depois em uma fuga elaborada pelo meio da floresta, Ártemis, Athena e Carl estão dentro do carro blindado de Ártemis, o mesmo que ela havia deixado escondido em sua propriedade. Olhar para a casa em que viveu muitas de suas melhores memórias foi doloroso, mas reconfortante de certa forma, eles sempre seriam lembrados com carinho pelas irmãs Choi.
O sol tingia o horizonte de tons quentes e dourados enquanto Ártemis, Athena e Carl exploravam o que restou do mundo.
—— Não conte para o seu pai que estamos fazendo isso. — a mais velha se vira para Carl no banco de trás. O garotinho sorri.
—— Olha! — Athena aponta para algo, fora do carro.
—— O que é isso? — Carl pergunta.
—— Parece um circo, podemos ir lá? — Athena pergunta.
—— Tena...
—— Por favor.
—— Por favor. — Carl sai em apoio de Athena.
—— Tudo bem, acho.
A mais velha destrava a arma e coloca as duas crianças nas suas costas, a lona do circo estava montada, aparentemente os circenses não chegaram a abrir de fato o lugar, haviam trailers montados ao redor, todos revirados, assim como as barracas que deveria ser de comidas. O vento soprava suavemente, carregando consigo resquícios de uma época que agora parecia distante.
Ártemis, com a arma firme na mão, liderava o caminho, sua expressão séria transformando-se em um sorriso quando alcançaram um carrossel.
—— Vamos ter um pouco de diversão, pessoal!
Ela exclamou, girando a manivela do brinquedo desativado. Risos animados preencheram o ar quando Athena e Carl montaram nos cavalos desbotados.
Enquanto Ártemis observava Athena e Carl se divertirem no carrossel, um turbilhão de emoções tumultuava dentro dela. Seu olhar, por um momento, se desviou do sorriso inocente das crianças para o horizonte distante, onde as sombras de sua própria tragédia pairavam.
A alegria das crianças criou um contraste agudo com o luto que pesava sobre o coração de Ártemis. O som de risos infantis era como um eco distante de um passado perdido, onde seus pais e irmão gêmeo, agora ausentes, costumavam compartilhar momentos semelhantes de felicidade.
Enquanto os risos ecoavam pelo que sobrou do circo abandonado, Ártemis sentia um aperto no peito. Cada gargalhada das crianças era uma nota aguda que reverberava através de suas próprias feridas emocionais. O brilho nos olhos de Athena e Carl, alheios à tormenta que envolvia o coração de Ártemis, era simultaneamente reconfortante e doloroso.
Em um instante de contemplação silenciosa, Ártemis se viu dividida entre o desejo de abraçar a esperança que emanava dos dois jovens e o receio de que isso tudo pudesse ser arrancado dela novamente. Seu semblante, mascarando uma tristeza profunda, refletia um conflito interior entre a necessidade de proteger os últimos fragmentos de alegria e a relutância em permitir que a dor dilacerasse ainda mais seu coração já fraturado.
Cada riso infantil era como uma faca, cortando através da armadura temporária que ela havia construído para enfrentar o apocalipse. Enquanto as crianças giravam no carrossel, Ártemis tentava reconciliar seu desejo de preservar a inocência delas com a dura realidade de um mundo onde essa inocência raramente perdurava. Ela ansiava por sentir novamente a alegria genuína que emanava das risadas infantis, mas o espectro de sua própria tragédia a envolvia como uma sombra persistente.
Enquanto os três desfrutavam de uma breve pausa da realidade cruel, a serenidade foi interrompida pelos grunhidos de dois zumbis cambaleantes em direção a eles. Ártemis, agindo rapidamente, eliminou as ameaças com precisão. O olhar determinado dela se encontrou com os olhos de Athena e Carl, e, por um momento, a alegria infantil deu lugar o conflito com a dura realidade. Com o perigo afastado, o trio correu para um esconderijo próximo, Ártemis liderou o caminho de volta ao carro.
—— Foi divertido. — Athena sorri, acompanhada de Carl, que concorda.
—— Foi perigoso. — Ártemis suspira.
Contudo, a alegria foi abruptamente interrompida quando eles voltaram para casa e encontraram todos aflitos, Rick com o rosto sombrio e tenso puxou as mãos de Carl assim que ele pulou do veiculo, Lori cai de joelhos e chora abraçada ao filho. Hershel se aproximou das irmãs Choi que olhavam a cena de forma confusa.
Dale havia sido morto por um zumbi. O clima pesou instantaneamente. Rick, com olhos furiosos, dirigiu sua raiva principalmente a Ártemis.
—— Onde você estava?
A tensão no ar era palpável, a frustração e a tristeza misturando-se em um turbilhão de emoções. A família, que se unira momentaneamente em risos, agora estava fragilizada novamente.
—— Desculpe eu...
Rick, com a voz carregada de dor e raiva, encarou Ártemis.
—— Não podemos nos dar ao luxo de sermos descuidados, Ártemis. O preço da nossa negligência é alto demais.
A lição, dura e cruel, ecoava enquanto todos enfrentavam as consequências de um momento de despreocupação. A noite caía sobre a propriedade, envolvendo os sobreviventes em sombras que refletiam tanto as cicatrizes físicas quanto as emocionais de um mundo despedaçado.
🧟♀️⛓️ Peço perdão desde já por qualquer erro ortográfico, eu tento ao máximo revisar, mas sempre escapa um ou outro, caso achem, me avisem para que eu possa arrumar.
🧟♀️⛓️ Não se esqueçam de deixarem suas opiniões sobre o capítulo. Eu amo ler os comentários. Beijos da Thay ♡
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