AQUILO NÃO SE PARECIA com o inferno, aquilo era o inferno. Doía e queimava como se fosse. A porra do mundo estava errado e ela não sabia como lidar com aquilo. Como seguir em frente com sua família.... morta.

Ártemis, com os olhos inflamados de raiva e dor, se vira para Maggie e Hershel. A fúria contida explode em palavras cortantes enquanto ela pergunta, acusando-os com um tremor na voz, sem se importar com a dor que também estavam sentido naquele momento.

—— Vocês sabiam disso? Sabiam que minha família estava ali, na merda do celeiro? — Seu olhar, uma mistura de traição e desespero, busca respostas nos rostos conhecidos ao seu redor.

A resposta silenciosa pesa sobre ela, e a raiva, agora sem freios, dá lugar a lágrimas ardentes que escorrem por seu rosto. Ártemis, perdida na tormenta emocional, sente o mundo desmoronar. O luto, cruel e voraz, a envolve, enquanto o peso da realidade se torna insuportável sobre seus ombros. Ela os conhecia por boa parte de sua vida, seus pais o consideravam família, como puderam esconder algo assim delas.

Ártemis, com passos pesados e olhos repletos de uma raiva contida, se afasta da trágica cena para adentrar a imensa floresta. Athena s chama com a voz chorosa. Cada folha pisada parecia ecoar a angústia em sua alma. Rick, movido pela empatia e sem pensar em mais nada, guia Athena até Lori e Carl e segue a ex coronel, chamando a atenção de todos que presenciaram a cena, principalmente de Lori e Shane, que se entre olham com estranheza.

A luz do final de tarde filtrada pelas árvores ilumina a expressão endurecida de Ártemis, suas feições marcadas por uma tempestade de emoções. A raiva se transforma em lágrimas que teimam em cair.

Rick, em silêncio, se aproxima, sua presença simbolizando solidariedade. A atmosfera entre eles é carregada, e o peso do mundo pende no ar enquanto caminham em passos sincronizados. Ártemis finalmente quebra o silêncio, sua voz trêmula ecoando pela floresta.

—— Como podemos continuar? Como enfrentar esse mundo? — Ela expressa a dor queimar dentro dela

—— Eu sei que isso é insuportável. — ele diz, sua voz carregada de empatia.

Ártemis, com os olhos ainda úmidos, acena, deixando a tristeza falar por si mesma.

—— Às vezes, a dor parece insuportável, mas precisamos encontrar uma razão para continuar. Não podemos mudar o passado, mas podemos escolher o que fazemos com o presente, com o aqui e o agora. — diz Rick, suas palavras pairando no ar.

Rick olha nos olhos de Ártemis, sua expressão pesada refletindo a tristeza compartilhada.

—— Não será fácil, mas precisamos continuar lutando. Não apenas pela nossa sobrevivência, mas pela de quem amamos, pela esperança de um futuro melhor.

Ártemis respira fundo, tentando absorver as palavras de Rick, mas a tristeza persiste.

—— É difícil ver um futuro quando tudo que amamos foi arrancado de nós. Como podemos encontrar esperança em meio a tanto desespero?

Rick suspira.

—— Precisamos uns dos outros para suportar o peso deste novo mundo. Você não está sozinha, Ártemis.

O silêncio paira entre eles, apenas quebrado pelo sussurro do vento nas folhas. Ártemis, olhando para o horizonte, murmura.

—— Eu só queria que as coisas fossem como antes.

Rick assente.

—— Eu também. Mas agora precisamos encontrar uma maneira de viver neste novo mundo, de nos adaptarmos e protegermos uns aos outros.

[...]

Ártemis acorda suando frio, seu pesadelo começou com a doce lembrança de um feriado em família. Ela via seus pais e irmão gêmeo compartilhando risos e alegria. De repente, as sombras se aproximam e a atmosfera muda. Zumbis surgem, transformando a cena em um caos aterrador. O olhar vazio nos olhos de seus entes queridos, agora zumbificados, assombra Ártemis enquanto ela luta para escapar do pesadelo vívido que se desenrola diante de seus olhos.

Athena despertou com o som agitado vindo da cama da irmã mais velha. Preocupada, ela se levantou e seguiu a trilha sonora dos pesadelos de Ártemis. A mais encontrou Ártemis sentada na cama, o rosto pálido e os olhos ainda refletindo o terror do sonho recente.

Ártemis, ao ver a irmã, estendeu os braços, convidando-a a se juntar a ela. Athena, sem hesitar, subiu na cama e abraçou Ártemis. Não era a primeira vez que as noites eram assombradas por pesadelos desde a perda de seus pais e irmão, mas Athena sempre estava lá para oferecer conforto.

Ártemis murmurou um pedido de desculpas, como se sentisse que estava perturbando Athena com suas aflições noturnas. Athena, acariciando os cabelos de Ártemis, sorriu gentilmente e disse.

—— Não precisa se desculpar, Arti. Estamos juntas nisso, lembra? Somos mais fortes quando enfrentamos nossos pesadelos lado a lado. Você mesma me disse isso.

Ártemis assentiu, sentindo o calor reconfortante do abraço de sua irmã. Elas permaneceram em silêncio por um momento, compartilhando o consolo mútuo que só uma e a outra poderiam proporcionar. Finalmente, foi Ártemis quem quebrou o silêncio.

—— Às vezes, sinto que deveria ser mais forte, Thena. Se eu tivesse ficado em casa, se eu estivesse com vocês. Esses pesadelos parecem tão reais, como se estivessem acontecendo de novo.

Athena afastou-se ligeiramente para olhar nos olhos de Ártemis.

—— Ártemis, não há vergonha em sentir. Somos humanas, e o que aconteceu conosco foi traumático. Não podemos controlar os sonhos, mas podemos controlar como lidamos com eles. Não se cobre tanto, está bem?

As palavras de Athena penetraram no coração de Ártemis, e ela assentiu com gratidão.

—— Você sempre sabe o que dizer, Athena. Como você faz isso?

Athena sorriu, expressando uma sabedoria além de seus 12 anos.

—— Talvez seja parte de ser a irmã mais nova, observando e aprendendo com você. Não estamos sozinhas, lembra?

Ártemis começou a descrever o pesadelo, cada detalhe angustiante que a assombrava. Athena ouviu atentamente, oferecendo palavras de conforto e compreensão. À medida que a conversa avançava, a carga emocional parecia diminuir, substituída por uma sensação de alívio mútuo. Quando Ártemis terminou de compartilhar, Athena apertou suavemente as mãos de sua irmã.

—— Sei que não podemos mudar o passado, mas podemos escolher como enfrentar o presente e construir nosso futuro. Nossos pais e nosso irmão gostariam de nos ver crescendo, superando esse maldito mundo juntas.

Ártemis olhou nos olhos de Athena, percebendo a sabedoria em suas palavras.

—— Olha a boca, mas você está certa, Athena. Não podemos deixar que isso nos prenda. Precisamos seguir em frente, honrando a memória deles.

Athena concordou, sorrindo levemente.
Elas se abraçaram. Compartilhando a mesma dor e a mesma ferocidade de enfrentar o mundo em que estavam. 

—— Beth está mal. — Athena sussurra.

Ártemis suspira, agarrando a irmã contra seu corpo.

🧟‍♀️⛓️ Peço perdão desde já por qualquer erro ortográfico, eu tento ao máximo revisar, mas sempre escapa um ou outro, caso achem, me avisem para que eu possa arrumar.

🧟‍♀️⛓️ Não se esqueçam de deixarem suas opiniões sobre o capítulo. Eu amo ler os comentários. Beijos da Thay ♡