ʿ004ꜝꜞ 𝑭𝒆𝒂𝒓 𝒂𝒏𝒅 𝒂𝒏𝒈𝒆𝒓
ERA UM SILÊNCIO CONSTRANGEDOR entre a família Grenne e o pessoal de Rick. Ártemis levou a colher de sopa até a boca, não deixando de perceber os olhares de Shane e Daryl em sua direção, isso estava a irritando, mas ela resolveu não falar nada a respeito por enquanto, não seria ela a acabar com o jantar extremamente agradável que fora organizado em agradecimento por Hershel ter salvado a vida do menino.
Carl ainda estava no quarto, pelo que Beth havia contado ele ainda apagava e acordava, mas estava bem, considerando tudo que aconteceu com ele. O garotinho era impressionantemente forte.
—— Alguém aí sabe tocar violão? — Glenn pergunta, quebrando o silêncio. —— O Dale achou um. — ele continua, percebendo que não teve respostas.
—— O Ottis sabia. — Patrícia diz, deixando Shane desconfortável em seu lugar.
A agitação momentânea do homem não passou despercebida por Dale.
—— É, e ele era bom. — Hershel diz.
Maggie passa um papel para Gleen, que lê e em seguida rabisca algo. Ártemis encara a mulher que disfarça, dobrando o papel e o guardando em seu bolso. A Choi inclina a cabeça e volta a prestar atenção na comida, ela não tinha nada a ver com as questões de Maggie.
[...]
Gleen caminha pela propriedade em direção ao celeiro. Ele percebe que a porta está trancada e sobe pela viga até a porta do telhado. O Rhee acharia um bom lugar e esperaria por Maggie. Ele sorri de modo contido, ansioso pelo que viria a seguir, a mulher estava o deixando meio doido, era verdade. Glenn sente o cheiro de carne podre primeiro e seus instintos o alertam de que algo está fodidamente errado. Seus olhos se voltam para baixo, a tempo de ver os inúmeros zumbis que estavam presos no celeiro. Seu coração dá um salto e ele corre para a porta em que havia entrado. Dando de cara com Maggie que entrava atrás dele.
—— Não era para você ter visto isso. — Ela diz aflita.
[...]
Athena estava sentada na varanda, como sempre fazia nas manhãs, depois que terminava de ajudar Maggie e Beth na cozinha. Sua irmã mais velha estava dormindo no quarto que dividiam, ela resolveu não a acordar tão cedo, Ártemis devia estar bem cansada. A garotinha vê Carl, que estava acordado e bem. O menino estava com a mãe, alimentando as galinhas no galinheiro. Ela vê Patrícia indo em direção ao celeiro e se pergunta o que a mulher faria lá, já que o senhor Hershel nunca a deixou se aproximar muito do lugar, dizendo que ele era velho e perigoso. Sua curiosidade estava tentada com aquilo a dias, ela queria descobrir o que estava atrás daquelas portas de madeira. A garota sente mãos em suas costas e se vira, a tempo de ver a irmã com a cara amassada e uma xícara do que parecia ser café nas mãos, ela reprime uma careta, só adultos gostavam daquela coisa.
—— Bom dia Arti.
—— Bom dia.
—— Eu havia esquecido de como você fica feia quando acorda. — Athena brinca.
Ártemis a encara de forma incrédula.
—— E você fica linda, não é.
—— Eu fico. — ela ri.
—— Engraçadinha. Preparada para as aulas de tiro?
Athena pula e rapidamente abraça a irmã, que quase derruba a xícara que segurava.
—— Vamos, Vamos.
—— Calma patinha. Vou trocar de roupa e vamos para algum lugar que dê para treinarmos.
[...]
A jaqueta do exército bordada com o sobrenome "Choi" fica grande em Athena, mas isso parece não incomodar a garota. Ártemis prende o cabelo e ajeita o coldre em sua coxa, por cima da calça jeans que usa. As duas irmãs saem da casa, Athena está nervosa, mesmo que não demonstre. Ártemis se abaixa na altura da irmã.
—— Me dê sua mão. — Ártemis pede.
Athena estende as mãos, seus olhos fixos na irmã mais velha.
A Choi tira da cintura uma pistola, e a coloca nas mãos da mais nova.
—— Nosso pai me deu ela, quando entrei na academia. — os olhos de Athena descem para a arma. —— Ele me disse que eu possuía um espírito selvagem e ânsia por aventura. — ela sorri fracamente. —— Eu nunca entendi muito bem o que ele quis dizer com aquilo, sabendo que eu entraria para o exército, o lugar mais chato e rígido que eu conheço, mas quero que saiba, que esse novo mundo nos destrói de diversas formas diferentes e nós precisamos nos tornar mais fortes que ele, entendeu?
Athena balança a cabeça em confirmação, seus olhos brilhando. Medo fazia com que as pessoas se tornassem fracas e na pior das hipóteses, monstros, e de monstros o mundo já estava cheio. Athena precisava de coragem para lutar e sobreviver. Ártemis sentia por sua irmã ter que crescer no meio dessa merda toda, mas ela não conseguia fazer nada a respeito que não o melhor possível para manter a irmã bem, viva e o mais próximo de alegre que ela conseguisse.
—— Tudo bem. — a mais nova balança a cabeça.
Ártemis ensina os primeiros passos de como travar e destravar a arma para a mais nova, imaginando a todo momento, a careta que sua mãe estaria fazendo ao ver aquela cena. Elara Choi, nascida Lancaster, era uma cantora de bar, que havia chamado a atenção do coronel Choi Yejun, que acompanhava seus homens na comemoração da noite de ano novo. Dois anos depois, eles estavam noivos e a espera dos filhos gêmeos. Seus pais possuíam pouco juízo e pareciam mais novos que os filhos, mas eram incríveis.
Alguns minutos de caminhada depois, as duas irmãs estão embrenhadas na floresta, não tão longe da casa mas também não tão perto, para que os sons de tiros atraíssem zumbis para a residência. Ártemis tira a pistola do coldre em sua coxa e atira no centro do garrafa de vidro utilizada como alvo.
—— Uau. — Athena exclama.
A mais nova repete as ações da irmã, errando a segunda garrafa por pouco.
—— Bom, tente de novo. — Ártemis pede.
—— O papai te ensinava assim quando iam caçar? — Athena pergunta, mirando na garrafa e novamente quase a acertando.
—— O papai ensinava a mim e a Apolo com alvos maiores e vivos. — ela dá uma risada ao ver a careta no rosto da irmã. —— Apolo vomitou na primeira vez que teve que atirar em um cervo. Foi aí que ele percebeu que havia puxado mesmo para o lado da mamãe.
—— E então ele foi estudar música e você para a academia militar. — Athena se vira.
—— Mamãe acertou nos nomes acho. — Ártemis brinca.
—— Deusa da caça e das artes e música, faz sentido. —— Athena sorri. —— E o meu representa a deusa da sabedoria. Ela queria que eu fosse inteligente?
—— Você é a mais experta de nós cara Tena. Você é jóia mais preciosa da família Choi.
—— Que breguice Ártemis. — Athena se vira novamente para o alvo e atira, acertando o centro da garrafa dessa vez.
—— Eu sou velha, eu posso ser brega, com licença. — a mais velha finge indignação. —— Parabéns Tena.
Athena se vira novamente para a irmã, mas sons de galhos sendo quebrados fez os sentidos de Ártemis ficarem alertas. A mais velha levou o dedo indicado a boca, pedindo silêncio para a irmã. Athena aponta a arma na direção do som as mãos firmes contra o objeto. Shane sai do meio das árvores, apontando a arma para Ártemis, assim que a vê ele a abaixa. Athena olha para a irmã e depois de um aceno de confirmação, ela também abaixa sua arma.
—— O que estão fazendo aqui? — o homem pergunta.
—— O que você está fazendo aqui? — Ártemis devolve a pergunta.
Por alguma razão, a companhia do homem era sufocante e a deixava desconfortável, sua intuição gritava, ela se lembraria de sempre manter um pé atrás com o homem, com todos do acampamento. Shane inclina a cabeça e Rick sai pelo mesmo lugar em que o amigo havia saído, Carl ao seu lado, o garoto usava o chapéu de xerife que anteriormente estava em Rick. O xerife olha de Shane para Ártemis.
—— Viu, ela tem uma arma. — Carl diz ao pai, quebrando o silêncio.
—— Estamos ensinando Beth, Patrícia, Andrea e Carl a atirar, escutamos os tiros. — Rick informa.
—— Querem se juntar a nós? — Carl pergunta.
—— Podemos? — Athena pergunta.
Ártemis prende a pistola no coldre e acena para a irmã mais nova. Seguindo os dois policiais e o menino.
—— Vamos Tena, vamos ver os policiais de cidade pequena atirarem.
Shane e Rick a olharam no mesmo momento, o primeiro com as sobrancelhas franzidas e o segundo com os olhos assustadoramente azuis e bonitos fixos nela. Os lábios da coronel se ergueram em um sorriso ladino. Talvez fosse interessante provocar os dois homens, um em específico.
🧟♀️⛓️ Peço perdão desde já por qualquer erro ortográfico, eu tento ao máximo revisar, mas sempre escapa um ou outro, caso achem, me avisem para que eu possa arrumar.
🧟♀️⛓️ Não se esqueçam de deixarem suas opiniões sobre o capítulo. Eu amo ler os comentários. Beijos da Thay ♡
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