ʿ005ꜝꜞ 𝑪𝒉𝒐𝒊 𝒙 𝑮𝒓𝒊𝒎𝒆𝒔
ENCOSTADA NA ÁRVORE, Ártemis possuía uma boa visão de Rick ensinando o filho a manusear a arma de forma correta, Athena pairava ao lado de Beth e Patrícia, corrigindo as duas de vez em quando, aquilo a fez sorrir. Era quase como ver uma versão menor e um pouco mais doce sua.
Ártemis observava a cena com olhos afiados, seus sentimentos divididos entre o apreço pela figura paterna de Rick e o ódio crescente que nutria por Shane. Cada instrução de Rick ao filho ressoava como uma melodia suave, enquanto o desdém por Shane ecoava como um estridente dissonância. Era como se estivesse presa entre dois mundos opostos, uma corda bamba emocional.
Shane, por sua vez, parecia estar ciente da tensão que ele próprio gerava em Ártemis. Seus olhares se cruzavam esporadicamente, faíscas de desentendimento e hostilidade saltando entre eles. O clima pesado pairava como uma nuvem sombria, pronto para desencadear tempestades emocionais. A cada palavra de Shane, Ártemis sentia seu ressentimento aumentar, alimentado por uma antipatia mútua que parecia impossível de conter.
Enquanto Rick continuava seu ensinamento, Ártemis começou a notar um jogo perigoso se desenrolando entre ela e Rick. Cada troca de olhares continha uma carga de tensão romântica, uma dança sutil de atração e malícia. Era como se estivessem jogando com fogo, explorando limites perigosos. Essa relação carregada de emoções contraditórias provocava uma sensação de fascínio e desconforto em Ártemis.
Rick, aparentemente inconsciente da turbulência emocional ao seu redor, continuava a orientar seu filho com dedicação. Ártemis sentia uma estranha mistura de respeito e desejo por Rick, uma conexão que ultrapassava as fronteiras de uma simples amizade. No entanto, ela estava ciente do quão perigoso esse terreno era, especialmente considerando a presença de Shane, cujo ciúmes ferviam como um caldeirão prestes a transbordar.
Enquanto a tensão se desenrolava, Athena, sempre atenta, captava cada nuance do drama que se desdobrava. Sua expressão impassível escondia uma compreensão profunda das complexidades envolvidas. Beth e Patrícia, alheias à guerra de emoções, continuavam sua prática sob a orientação de Athena, alheias ao turbilhão de sentimentos que circulava à sua volta.
Ártemis decidiu quebrar o silêncio pesado que se formara ao seu redor, dirigindo-se a Rick com uma voz carregada de ambiguidade.
—— Seu método de ensino é... intrigante, Rick. Certamente captura a atenção.
Rick sorriu, ignorando ou optando por ignorar a tensão subjacente.
—— A eficácia está na entrega, Ártemis. Você sabe como é. O importante é manter o foco.
A resposta de Rick só alimentou ainda mais a chama da ambiguidade entre eles. A tensão pairava como uma névoa, tornando-se quase palpável. Enquanto isso, Shane observava a interação com um olhar afiado, consciente do jogo perigoso que se desenrolava diante de seus olhos.
Ártemis, relutante em ceder à pressão crescente, concordou com um aceno de cabeça. No entanto, a troca de olhares intensos com Rick continuava, desafiando as palavras de Rick. Era como se estivessem dançando nos limites do perigo, aproveitando cada momento de tensão carregada de emoção.
À medida que o dia avançava, a tensão entre Ártemis, Shane e Rick atingia um pico. Cada interação, cada palavra trocada, era carregada com um significado mais profundo do que as palavras expressavam. A atmosfera era densa, eletricamente carregada, prestes a explodir a qualquer momento.
No final do dia, quando o sol começou a se pôr no horizonte, a tensão parecia atingir seu ápice. Ártemis se afastou, sentindo o peso do conflito interno que a envolvia. O ódio por Shane, a atração maliciosa por Rick - ambos eram fios delicados que a mantinham em um equilíbrio instável. O futuro, imprevisível, se desdobrava diante dela, e ela sabia que teria que enfrentar as consequências de suas escolhas emocionais.
Athena adentrara a densa floresta, mantendo-se alerta aos perigos que o apocalipse zumbi impunha. O silêncio sinistro da natureza era interrompido apenas pelo som distante de gemidos zumbis. Os galhos retorcidos das árvores lançavam sombras ameaçadoras sobre o caminho dela.
—— Carl, por que você decidiu vir até aqui sozinho? — perguntou Athena, encontrando o garoto na beira do rio.
—— Eu só queria explorar um pouco, sabe? Estava ficando entediado lá no acampamento. — respondeu Carl, chutando uma pedra com a ponta da bota enquanto caminhava.
Athena assentiu, compreendendo a busca por um senso de normalidade naquele mundo caótico.
—— É importante ser independente, mas sempre devemos ter cautela. A floresta pode ser traiçoeira.
Os passos dos dois ecoavam entre as árvores quando Carl parou abruptamente. Seu olhar se fixou em algo à frente, e Athena percebeu a tensão em sua expressão infantil. Seguindo seu olhar, encontraram um zumbi preso na lama às margens de um rio.
—— O que fazemos agora? — sussurrou Carl, olhando para Athena com olhos cheios de incerteza.
Athena estudou o zumbi imobilizado, contemplativa.
—— Não podemos simplesmente deixá-lo lá. Mais cedo ou mais tarde, ele conseguirá se soltar. Devemos decidir se o matamos agora ou se lidamos com o risco mais tarde.
Carl assentiu, apertando com força a arma que seu pai lhe dera. No entanto, um tropeção inesperado fez a arma escapar de sua mão, desaparecendo entre as folhas secas no chão.
—— Ah, droga! — exclamou Carl, começando a procurar desesperadamente pelo objeto perdido.
Athena manteve a calma, observando o garoto com uma mistura de compaixão e determinação. Ela sabia que cada segundo contava naquele mundo hostil.
—— Fica calmo, Carl. Vamos encontrá-la juntos.
A busca se desenrolou sob a densa cobertura da floresta, enquanto o zumbi aprisionado continuava a grunhir impotente. Carl, agora desesperado, acabou tropeçando em uma raiz e caindo, com a lama do rio manchando suas roupas.
—— Athena, eu... Eu não consigo fazer isso sem a arma. E se ele se soltar antes de encontrarmos? — disse Carl, seu rosto refletindo o medo inerente a enfrentar tal ameaça desarmado.
Athena se agachou ao lado de Carl, colocando uma mão em seu ombro. Juntos, começaram a examinar o chão e as proximidades. Athena avistou a arma entre as folhas e, com um sorriso de triunfo, pegou-a.
—— Encontrei, Carl. Agora, levante-se. Vamos acabar com isso. — disse Athena, estendendo a arma para o garoto.
Carl aceitou a arma, sua determinação renovada. Com passos cautelosos, aproximaram-se do zumbi aprisionado, agora mais inquieto. A tensão no ar era palpável quando Carl levantou a arma, mirando na cabeça do zumbi.
—— Carl, você pode fazer isso. — incentivou Athena, sua voz suave cortando a atmosfera tensa.
O garoto concentrou-se, mas não conseguiu disparar a arma. Athena tomou o objeto da mão do garoto e sem hesitar, atirou, o zumbi caiu da água lamacenta do rio e Carl a encarou.
—— Eles já estão mortos. — ela diz.
Os dois retomaram seu caminho pela floresta, sem conversarem dessa vez.
🧟♀️⛓️ Peço perdão desde já por qualquer erro ortográfico, eu tento ao máximo revisar, mas sempre escapa um ou outro, caso achem, me avisem para que eu possa arrumar.
🧟♀️⛓️ Não se esqueçam de deixarem suas opiniões sobre o capítulo. Eu amo ler os comentários. Beijos da Thay ♡
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