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EPÍLOGO
Uma exposição luxuosa se iniciava. Convidados elegantes chegavam a todo momento, todos mascarados. Cetim em tons de vinho adornavam as paredes o castelo-tijolos-vermelhos, iluminado apenas por candelabros.
Uma mulher se aproximou de Aquira, fascinada pelo casal de marionetes de madeira em tamanho humano. As roupas as faziam parecer bonecas vitorianas.
— Que maravilha... — ela comentou — Foram esculpidas com tanta delicadeza... Os rostos são perfeitos. Quanto quer por elas?
— Não estão à venda.
— Não seja bobo. Estou disposta a pagar uma pequena fortuna por elas...
— E não tenho dúvidas — Aquira beirou a interrompe-la —, porém essas peças fazem parte do meu ateliê.
— Que tal só o menino?
— O menino e a menina devem estar juntos onde quer que estejam.
Com um revirar de olhos, a moça abriu o leque preto e desistiu da negociação. Quando ela seguiu para o outro lado do salão, foi dada a Sr. Samuel, em sua sofisticada forma humana, a oportunidade de questionar:
— Por quanto tempo pretende deixá-los adormecidos?
— Acredito que Srta. Amélia ficará melhor nos meus aposentos por algum tempo. Nunca sentirá dor ou fome, apenas transcenderá...
— Sr. Aquira, que mal lhe pergunte... o que aconteceu com o bebê?
— Que bebê?
— Nicolas Gonçalves deixou o bebê dentro do carro para tocar a campainha, quando veio buscar a Srta. Amélia.
— Eu não vi nenhum carro e nenhum bebê. — Aquira mostrou um sutil sorriso de lado, de difícil interpretação, antes de responder. — Garanto que Srta. Amélia tem tudo o que quer aqui.
Após isso, o senhor da casa focou-se em admirar outras obras, a maioria da própria autoria.
3387 palavras
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