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Nick & Valerie - Nas Linhas do Futuro

Vou fingir que estou beijando
Os lábios de que sinto saudade
All My loving - Amy Winehouse (The Beatles cover)

•••   •••   •••   •••

O mesmo bar escondido nas ruas do Brooklyn. A mesma mesa e o mesmo banco estofado. A mesma iluminação decadente que criava uma penumbra no copo de vidro vazio. Quase sempre as mesmas pessoas de todas as sextas-feiras. Mas nunca mais um Nicholas de sorriso torto e uma única covinha perdida na bochecha esquerda pediu para se sentar.


– Valerie, você não se cansa desse drink?


A garçonete tirou Valerie de seu mundo particular ao trocar o copo vazio por um novo At First Sight – ou como ela chamava, "aquele drink bizarro". O mesmo drink de sempre. A mulher que agora ostentava cabelos pretos com reflexos azuis em tons mais escuros passou a frequentar o bar toda sexta-feira desde que se divorciou, menos de um ano após o casamento em que precisou sorrir o tempo todo para os convidados mesmo encarando o ex-namorado totalmente quebrado em cima do palco sob olhares pesarosos de seus colegas da banda.

Valerie tentou ser feliz naqueles oito meses em que passou ao lado de seu marido, tentou ser boa o bastante para aquele que escolheu dizer "eu aceito". Mas a cada toque, a cada beijo recebido, sentia nojo de si mesma. Cada vez que o tinha na cama, fechava os olhos e era Nicholas que surgia em sua mente. A cada sorriso que ganhava, se lembrava da maldita covinha única do lado esquerdo do rosto. A cada noite que era recepcionada com uma garrafa de vinho e um jantar surpresa, sentia o gosto daquela mistura de cerejas, limão, cerveja e vodka. A cada vez que olhava para a tatuagem em sua mão, se lembrava de que ele também não a removeu. "Não tenho coragem de remover a lembrança da melhor época da minha vida", era capaz de ouvi-lo.

Nicholas se fez presente nos 264 dias em que permaneceu casada com alguém que não amava. O pedido de divórcio veio após ouvir seu marido dizer um "eu te amo" sincero e não ter a coragem de dizer o mesmo. O homem não entendeu o choro descontrolado de Valerie, até que ela falou com todas as letras o que queria. Ele não aceitou, tentou fazê-la mudar de ideia, declarou seu amor diversas vezes e, quando ela não suportou mais ouvir as súplicas, assumiu que o traiu um dia antes do casamento. O nojo que sentia de si mesma agora estampava outro rosto.

Valerie saiu de sua casa suburbana em Hoboken carregando apenas suas malas e coleção de discos, filmes, livros e CDs que ficavam no porão, pois não havia espaço para seus itens na estante do marido. De volta a Nova York e ao Queens, alugou um apartamento ainda menor do que morava quando solteira, organizou sua própria estante e recomeçou sua vida.

A primeira decisão que tomou foi procurar Nicholas. Não esperava que ele fosse esquecer toda a mágoa que ela lhe causou, a perdoasse e a roubasse um beijo do mesmo jeito que fez enquanto ela acenava para um táxi, mas precisava vê-lo. Pedir desculpas, mesmo que não fosse desculpada. Caminhou pelas ruas do Brooklyn até o apartamento em que o rapaz morava e tocou o interfone incansavelmente. Um morador chegou com alguns sacos de compras e a deixou subir, mas a campainha também não foi atendida.

Valerie ficou horas sentada na frente da porta aguardando por qualquer sinal do ex-namorado até que a senhora do apartamento ao lado informou que ninguém mais morava ali. Ainda assim ela continuou sentada em frente ao local que foi seu lar por tanto tempo, pensando para onde ele poderia ter ido. Ao perceber que era uma sexta-feira, foi até o bar em que o encontrou um dia antes de seu casamento na esperança de vê-lo novamente. Três anos se passaram desde então, mas ela continuava sentada naquela mesma mesa toda sexta-feira acompanhada de seu At First Sight.


– Não, eu não me canso – ela sorriu para a garçonete que havia se tornado uma amiga (ao menos às sextas-feiras) – Ele me traz lembranças boas.

– E nem dessa mesa, não é? Não é sempre que vou conseguir deixar reservada para você.

– Você já a deixa há três anos – Valerie deu de ombros.

– Mas não sei se vou continuar trabalhando aqui. Quer dizer, eu amo meu trabalho, mas meu aluguel aumentou e a menos que eu encontre alguém para morar comigo e dividir os gastos, vou precisar encontrar algo que pague mais. Talvez a nova garçonete não reserve para você.


Valerie sorriu e considerou aquela mulher um anjo que surgiu em seu destino naquele ambiente nada sagrado. Seu aluguel estava atrasado há um tempo e uma notificação de ordem de despejo havia sido recebida a duas noites atrás. Ela não se lembrava quando foi que sua vida desandou daquela maneira, mas aos poucos as coisas pareciam caminhar novamente e aquela oportunidade que surgiu foi tomada como um sinal de que algo em sua vida ficaria bem.


– Onde você mora? – Valerie perguntou como se isso importasse na atual situação em que se encontrava.

– Aqui no Brooklyn mesmo, a duas ruas daqui.

– Então é o local perfeito – sorriu – Eu posso dividir o apartamento com você, se você quiser.


Em uma rua não tão longe do bar, em um apartamento pequeno e com algumas caixas amontoadas em um canto – largadas ali há três anos – Nicholas dedilhava sua guitarra desplugada do amplificador enquanto encarava o teto. O CD que jurou ter jogado fora só estava na caixa errada – e provavelmente o CD do Arctic Monkeys foi para o lixo no lugar daquela seleção da Amy Winehouse que tocava no momento. Ele poderia simplesmente se levantar do sofá e desligar o aparelho, mas nunca teve coragem de deixar aquela voz se calar antes do fim da música que o atormentava.


– Why don't you come on over, Valerie?


Era uma merda se lembrar daquela festa de casamento há quase quatro anos. Era uma merda se lembrar de todo o repertório que tocou para celebrar a união da mulher da sua vida com outro cara sob olhares pesarosos de seus amigos. Era uma merda se lembrar de que, por mais de duas horas, precisou tocar aquele setlist que não tinha nada a ver com as músicas que Valerie ouvia quando estavam juntos. Foi horrível dividir o palco com o noivo durante alguns agradecimentos, assim como foi horrível ouvir o homem agradecer a banda enquanto ele pensava que, entre tantos outros momentos, transou com a noiva na noite anterior.

E era por isso que ele não ouvia aquela música desde o casamento.

O interfone que tocava sem parar fez Nicholas finalmente se levantar e tirar a música que trazia sentimentos agridoces. Ele não fazia ideia de que horas eram, mas com certeza não esperava ninguém. Ao atender, ouviu uma falação e a voz empolgada de uma mulher do outro lado da linha. Claro, a sua vizinha que sempre perdia as chaves.


– Oi vizinho do 27! Sabe o que é...

– Já sei... Abriu? – ele perguntou ao apertar o botão.

– Você é demais! Valeu!


Nicholas desligou o interfone e procurou pelo celular. Pouco passava das duas, o horário que aquela mulher sempre chegava. Ele só a encontrou algumas vezes no elevador, mas ainda assim abria o portão para ela várias vezes por semana. As janelas do apartamento 27 sempre eram as únicas iluminadas naquele horário, por isso ela sabia que sempre podia contar com aquele vizinho. Isso trouxe alguns problemas para o último relacionamento do rapaz.

Quando Nicholas finalmente deixou o fundo do poço – mesmo ainda sem atingir a superfície – e decidiu continuar sua vida e confiar em outras pessoas, iniciou um relacionamento com a dama de honra de um casamento que tocou há pouco mais de dois anos. Ela era bonita, gentil e gostava dele. Gostava até demais – em um nível que certamente não parecia saudável. Namoraram por um ano e meio e quando estavam juntos ele quase não pensava em Valerie – ela também não o deixava pensar em outra pessoa que não fosse ela.

A mulher tinha ciúme de todos e, por ter conhecido o namorado em um casamento, acreditava que ele poderia traí-la a qualquer momento e tentou convencê-lo a sair da banda. Nicholas negou diversas vezes e afirmou que, se ela quisesse continuar com ele, teria que confiar nele e aceitar que aquela era sua vida. Depois disso o relacionamento ia bem (minimamente perto do que ele esperava), até que sua namorada tentou obrigá-lo a se mudar dali sob gritos e um choro descompensado somente porque sua vizinha o interfonava para abrir o portão e ela tinha ciúme da moça que sequer havia conhecido. E então o fim chegou – e ele queria dizer que sentia muito por isso, mas a verdade é que não sentia.

Alguns andares acima do apartamento de Nicholas, a moça que vivia perdendo as chaves apresentava o apartamento para sua nova colega de quarto. Valerie sorria ao ouvir a forma despreocupada que Jeanie falava sobre o uso da água quente e como roubava a TV à cabo do vizinho ao lado. O apartamento era do mesmo tamanho do que ela vivia no Queens e bem mais arrumado, então era fácil se ver ali dentro, mesmo precisando dormir no sofá nos primeiros dias.


– As chaves sempre ficam dentro do vasinho roxo do lado da porta. Eu vou tirar algumas cópias da chave do portão para você, mas qualquer coisa é só interfonar para o vizinho do 27. Algumas vezes ele não está em casa, aí eu interfono para todos e o primeiro que abrir eu entro – deu de ombros – Mas o vizinho do 27 é o mais gentil.

– Quando eu posso vir?

– Se quiser mudar já amanhã, eu aceito.


Valerie não se mudou no dia seguinte, mas sim uma semana depois. Não tinha muito o que levar, então algumas caixas foram deixadas na calçada por um pequeno furgão. Conforme os dias passavam Jeanie a ajudava a se instalar e se aconchegar no apartamento, mesmo ainda dormindo no sofá – que foi sua cama por aproximadamente um mês, até que conseguiram organizar todo o lugar para abrigar duas pessoas.

Dividir um lar nunca foi algo que agradou Valerie – com exceção de Nicolas, que tinha os mesmos costumes que ela, dividir a casa com seu ex-marido que tinha uma rotina muito diferente da sua foi uma enorme uma dificuldade. Ela pensou que seria um desafio com Jeanie, mas a moça quase não parava em casa e Valerie ficava curtindo seu espaço e seu silêncio boa parte da semana. Com exceção das sextas-feiras, que sempre estava no bar esperando por um Nicholas que não viria.

Naquela sexta, porém, não foi. Sentia cólicas horríveis e não queria levantar de sua cama para nada, apenas apertava a bolsa de água quente contra o ventre e praguejava sobre ser mulher. Quando a dor finalmente deu uma trégua e ela conseguiu cochilar, o interfone tocou. Valerie se arrastou até ele e o atendeu. Uma voz masculina e chiada perguntou algo que ela não entendeu, então pediu para repetir.


– Vamos, Nick! Você está atrasado! – alguém disse do outro lado.

– Quem está falando? – perguntou sonolenta – Nick?!

– Não é do apartamento do Nick?

– Não... quem é Nick?

– Merda, apertei errado. Desculpa aí, moça.


Valerie ouviu outra voz reclamar que ele ligou 57 ao invés de 27, mas estava tão incomodada com a dor e com o nome que a trouxe lembranças que apenas desligou e voltou a se deitar sem prestar atenção no que os outros diziam. Era a primeira sexta-feira em três anos que não estava sentada naquele banco estofado acompanhada de um At First Sight e pensou se estaria perdendo algo, mas depois de pelo menos 150 semanas sem sucesso, parecia impossível que ele apareceria.


– Eu não estou afim de ir lá.

– Qual é, Nick! É meu aniversário! A gente volta cedo, eu juro. São só duas ruas daqui...


Nicholas caminhou até aquele bar contra a vontade. A última vez em que esteve ali foi na companhia de Valerie, mas agora comemorava o aniversário do baterista da banda e também seu melhor amigo. Olhou para a mesa que dividiu com ela há mais de três anos e estava vazia, mas um papel informava que estava reservada. De qualquer maneira, aquele era o último lugar que gostaria de ficar. Seu amigo chegou a flertar com a garçonete para tentar ficar com a mesa, mas ela afirmou que a dona já deveria estar para chegar, pois não ficava uma sexta-feira sequer longe dali.

Ele não soube dizer quanto tempo ficou ali, virar dose após dose para esquecer todas as lembranças que surgiram o deixaram anestesiado. Seu amigo igualmente bêbado o acompanhou até em casa e se despediu antes do rapaz chegar ao portão carregando um filhotinho de gato preto que encontrou no caminho. Nicholas não conseguia encontrar suas chaves e acreditava piamente que havia entregado para o seu amigo quando se abaixou para brincar com o felino que agora estava em seu colo. Olhou para cima e viu uma luz acesa. Contou os andares e calculou o número do apartamento.


– Quem é? – a voz era familiar.

– Oi, eu moro no 27 e perdi minha... – foi interrompido por um soluço – ... chave. Você pode... hic... Abrir para mim, por favor?

– Claro – Valerie sorriu ao perceber quão bêbado seu vizinho estava – Minha colega de quarto disse que você sempre abre o portão para ela, então a gente te deve isso. Abriu?

– Abriu! Valeu! Como é o nome da sua... hic... colega de quarto?

– Jeanie – Valerie não sabia o porquê continuava sorrindo.

– Ah, diz para ela que hoje foi a minha vez... Me ajuda a escolher um nome para o meu... hic... gato novo?

– Como ele é?

– Bom, é um gato – ele riu e soluçou em seguida – E é preto.

Binx – ela sorriu ao lançar o olhar para o filme que assistia naquele momento.

– Não é o gato do filme Abracadabra? Esse era o filme preferido da minha... hic... Qual é o seu nome, mesmo?

– Valerie.

– Ah, Valerie... – por alguns segundos só se ouviu sua respiração – É o nome mais bonito que eu já ouvi... hic... Valerieeee...


Nicholas começou a cantar a música da Amy Winehouse com a voz arrastada e não se despediu, mas Valerie ouviu quando ele bateu o portão. Mesmo estando três andares acima dele, o ouviu cantar nos corredores sob reclamações dos vizinhos e ouviu quando a voz da cantora escapou pelas janelas abertas do apartamento 27. A voz do rapaz também era ouvida em meio a gritos dos apartamentos próximos que o mandavam dormir. Ela sorriu e por alguns minutos até se esqueceu da cólica. A última vez que ouviu alguém cantando aquela música, definitivamente não era de uma forma empolgada como aquele bêbado fazia.


– O vizinho do 27 foi lá no bar hoje e esqueceu isso – Jeanie entrou no quarto enrolada na toalha e carregando um molho de chaves – O amigo dele tentou flertar comigo para conseguir a sua mesa e eu neguei porque achei que você iria. Se soubesse que ia ficar em casa, eu daria papo para ele.

– Eu que abri o portão para ele hoje. Estava totalmente bêbado, amanhã é capaz que nem lembre que ficou cantando no corredor em plena madrugada.

– Cantando o quê? – Jeanie riu, desejando presenciar essa cena.

Valerie – ela sorriu e deu de ombros – Deixa a chave aí, depois eu deixo lá para ele.


Valerie tocou a campainha do 27 algumas vezes, mas Nicholas não estava em nenhuma delas. Por fim, deixou as chaves na caixinha do correio do apartamento dele.

Seu interfone não tocou nas duas semanas seguintes, já que Jeanie seguia interfonando para o apartamento 27 nas madrugadas em que esquecia as chaves – Valerie acordava cedo para trabalhar e sua colega de quarto não queria atrapalhar seu sono de maneira alguma. Nicholas teve uma ressaca como há muito tempo não tinha e tudo piorou quando chegou a multa pelo barulho que ele sequer se lembrava de ter feito, então se fechou em um silêncio sepulcral naqueles 14 dias em que apenas o miado do filhote preto se fazia presente – filhote que ele sequer lembrava de ter adotado, mas que encontrou um bilhete escrito com suas letras tortas "o nome dele é Binx, não lembro o porquê". Valerie também não ouviu mais o bêbado cantar seu nome.

Foi durante uma sexta-feira que Valerie voltou do bar após mais horas frustradas esperando por quem não pretendia aparecer e se deu conta de que não havia sequer levado suas chaves, pois saiu junto com Jeanie. Ela achava um exagero o tanto que a colega perdia seu chaveiro, até que também ficou para fora. Não queria incomodar nenhum vizinho, então esperou sentada na porta por pelo menos meia hora, mas ninguém entrou ou saiu. Quando percebeu que não teria outro jeito, interfonou para o apartamento 27 antes que ficasse muito tarde.


– Oi, desculpa incomodar, é que eu estou sem chave...

– Não é a que esquece sempre, né? – Nicholas riu e Valerie se familiarizou com aquele som – Ela já começa me chamando de vizinho do 27 e só chega depois da meia-noite ou das duas da manhã.

– Não, é a colega de quarto dela... Abri para você outro dia que chegou bêbado.

– Ah, me desculpa por aquele dia, não sei o que me deu e nem me lembro muito, na verdade.

– Tudo bem, eu me diverti com a sua cantoria – Valerie sorriu para o interfone – Como vai o Binx?

– Bom, pelo menos sei que você não foi uma das envolvidas na multa então. E ele está bem, para um gato que eu nem lembro como veio parar aqui. Abriu?

– Sim, obrigada.

– Sempre às ordens, senhorita.


Ela já havia entrado, mas Nicholas continuou segurando o interfone na orelha. Sua vizinha tinha a voz muito parecida com a da sua ex-namorada e ao mesmo tempo que isso era incômodo, trazia uma sensação nostálgica. Contrariando os conselhos de seus amigos e até suas próprias decisões, foi até a caixa de papelão guardada debaixo da cama e a trouxe até o colchão. Tirou dezenas de fotos reveladas e analisou uma a uma. Todas elas tinham um pouco de Valerie, fosse nas selfies ou em fragmentos.

As pernas dela em meias-arrastão sobre seu colo. Seus pés em coturnos de vinil. Os dois abraçados numa foto tirada por um dos integrantes da ainda Junkie Rats. O corpo mergulhado em uma banheira cheia de espuma onde só se via dos olhos para cima, com os cabelos na época pintados de rosa em um coque no alto da cabeça. O dedo do meio sendo beijado por lábios vermelhos com um piercing no centro. Ela sorrindo acompanhada de um copo de At First Sight. Nicholas sorriu ao se lembrar de todos os seus detalhes e ao perceber que já passava da meia-noite, desejou um feliz aniversário silencioso para ela antes de colocar Valerie para tocar.


•••

– Mas que merda, esqueci a vodka...


Valerie reclamava sozinha enquanto abria o portão e olhava para dentro do saco de papel que carregava suas compras. Era seu aniversário de 32 anos e ela merecia não só um bolo como também vários copos de At First Sight – isso, é claro, se não tivesse esquecido da vodka. Jeanie iria trabalhar, então ela estaria sozinha naquela noite, já que se afastou da maioria de seus amigos quando se casou e após o divórcio poucos retornaram.

Ela até poderia dizer que teria um bolo inteiro só para si, mas acabou comprando apenas quatro cupcakes para dividir com Jeanie quando ela chegasse do bar. Enquanto as músicas tocavam na caixa de som, Valerie tentava fazer o drink perfeito – ao menos que se assemelhasse ao que Nicholas fazia – mas sem a vodka ele não passava de uma mistura estranha. Olhou os quatro cantos da casa e não encontrou uma garrafa sequer, então decidiu pedir para quem certamente bebia naquele prédio. Interfonou para o apartamento 27 torcendo para que o bêbado cantor atendesse.


– Pois não?

– Oi, eu moro no 57 e...

– Abriu? – ele a interrompeu.

– Na verdade eu ia te perguntar se você tem uma garrafa de vodka para me emprestar.

– Olha, já me pediram açúcar, café, ovos... Vodka é a primeira vez – ele riu.

– Bom, eu não conheço quase ninguém aqui no prédio, mas eu já te ouvi bêbado, então...

– Apartamento 57, né? Eu levo aí para você.

– Quanto eu te devo por ela?

– Uma dose do que quer que você vá fazer para você.

– Bom, é um drink que ninguém gosta além de mim...

– Eu sou especialista em drinks que ninguém gosta. Cinco minutos e a vodka chega aí.


O interfone foi desligado e Valerie voltou para a cozinha para dobrar a quantidade de ingredientes, já que aparentemente dividiria aquela bebida com um desconhecido. Os cabelos pretos e azuis estavam presos em um coque no topo da cabeça e ela andava com uma camiseta dos Strokes que um dia já foi preta, mas agora estava cinza de tão velha, além dos shorts de corrida – que ela só tinha porque achava confortável, pois odiava correr. Sua campainha tocou e ela abaixou o som antes de seguir até a porta. Assim que a abriu, não foi capaz de esconder a surpresa e nem mesmo conter a leve bambeada em suas pernas.

Nicholas era real. E estava parado em sua porta segurando uma garrafa de vodka. E ostentava um sorriso torto que morreu no segundo em que a viu. E Valerie não acreditava no que estava vendo.


– Você é o vizinho do 27... – ela precisou apoiar no batente da porta.

– E você... Não. Não pode ser – ele bufou e passou a mão nervosa pelo rosto, quase derrubando a garrafa.

– Eu não acredito...

– Tá aqui sua vodka – estendeu a garrafa e virou as costas.

– Nick, não... Por favor.

– Por favor o quê, Valerie?! – virou para ela no mesmo instante.

– Eu espero te encontrar há três anos. Por favor...

– Me encontrar para quê? Dizer que está grávida? Ou que já tem gêmeos e que sua vida de contos de fadas deu certo? Que nunca esteve tão feliz?!

– Para dizer que eu me separei. Que eu pedi o divórcio oito meses depois do casamento porque ele não era você.

– E você espera que eu acredite?!

– Nick, por favor, seja racional, eu estou morando aqui desde que fui despejada há dois meses. Eu abri o portão para você quando você chegou bêbado e ficou cantando Valerie a noite toda. Eu escolhi o nome do seu gato. Você já abriu o portão para mim. Quando você perdeu suas chaves, eu deixei na sua caixinha do correio. Eu divido esse apartamento com uma amiga. Você acha mesmo que eu estou falando alguma mentira e morando aqui só por diversão??

– Me desculpa... – ele bufou – Eu sei que eu não deveria estar agindo assim, mas... foi tão difícil te esquecer de novo que te ver aqui... eu não sei lidar.


Nicholas desviou o olhar para os próprios pés e ficou em silêncio. Valerie estava tão linda quanto há quatorze anos, quando se conheceram. Mais bonita do que no último encontro há quase quatro anos. Ele se achava um idiota por ainda pensar na mesma mulher há tanto tempo, ainda mais na mulher que foi capaz de quebrar seu coração por duas vezes.

Valerie foi tão quebrada quanto ele, mas não tirava a própria responsabilidade nisso. O término há nove anos foi uma escolha impensada e o casamento há quatro anos uma decisão irresponsável onde três pessoas saíram machucadas. Tinha a plena consciência de que Nick não tinha a obrigação de ouvi-la, mas precisava tentar mais uma vez. Era isso o que vinha tentando fazer há três anos, afinal.


– Por favor, entre. Você disse que queria uma dose do que quer que eu fosse preparar, então deixa eu cumprir a minha parte no combinado.

– Por que eu deveria aceitar? – Nicholas cruzou os braços e encostou na parede do corredor.

– Eu não tenho um bom motivo para te convencer a ficar porque sei que não mereço. É só um pedido.


Os olhos de Valerie estavam marejados desde o momento em que o viu, por isso Nicholas evitou olhá-la nos olhos o quanto pôde. Quando desencostou da parede, ela deu passagem para que ele pudesse entrar. O coração do rapaz parecia que sairia de seu peito a qualquer momento, pois jamais imaginou que estaria perto daquela mulher mais uma vez. O apartamento cheirava ao mesmo perfume que ela usava desde os dezoito anos e isso não o ajudava a manter sua mágoa e os ingredientes sobre o balcão deixavam claro qual o drink que ela pretendia fazer.


– Pode se sentar, eu vou fazer o drink...


Assim como ele, Valerie também evitava encará-lo. Por três anos o procurou, e agora que o tinha em sua casa, não sabia o que dizer ou fazer. Nicholas a viu perdida em pensamentos entre os ingredientes e um mínimo sorriso fez sua covinha na bochecha esquerda surgir. Ele passou as mãos pelos cabelos que não eram mais raspados mas também não estavam tão longos e suspirou ao tombar a cabeça entre os joelhos.

Nicholas se pegou sorrindo por Valerie mais uma vez e da última vez que isso aconteceu, só ele sabia como foi difícil se recuperar.

Mas... Droga! Valerie ainda era Valerie e quando menos esperava lá estava ele, se levantando e caminhando até o balcão em que ela continuava parada com o olhar perdido segurando algumas cerejas nas mãos.


– Posso? – ele perguntou com a voz baixa, como se somente o fato de falar com ela ligasse um sinal de alerta ao seu redor.

– Eu... eu consigo fazer isso. Só preciso saber como fazer – de repente ela não falava sobre a bebida.

– Você fez esse drink mais vezes do que eu nos últimos anos.

– Ah, você falava sobre isso? – encarou as cerejas em sua mão e suspirou.

– Do que mais seria? – ele também suspirou, sabia exatamente o que ela queria dizer.

– Tem razão. Do que mais seria? – esboçou um sorriso sem desviar os olhos das cerejas – Se não for te incomodar, seria bom tomar um At First Sight feito por você.


Valerie soltou as cerejas no balcão e deu espaço para Nicholas, que só se aproximou dos ingredientes quando ela se afastou. Aquela pequena parte que continuava no fundo do poço mandava avisos para ele ser cauteloso e não se esquecer de como foram os primeiros meses – ou primeiro ano – após o reencontro no bar, mas por mais que tentasse, não era tão fácil ouvir os alertas quando se estava tão próximo da superfície. Calando todos os pensamentos que se embaralhavam, abriu a garrafa de vodka e deu um gole antes de virá-la naqueles dois copos cheios de suco de limão, cerveja e cerejas.

– Não sei se está muito bom – estendeu o copo para ela e se sentou na poltrona de frente para ela.

– Tenho certeza que está. De qualquer maneira, você disse que era especialista em drinks que ninguém gosta. Um brinde? – ela tentou um sorriso acanhado ao levantar seu copo.

– Ao quê? – ele ergueu seu copo de maneira automática.

– Ao acaso.

– Eu não acredito em acasos – ele abaixou seu copo.

– Então ao quê? – ela manteve o seu.

Ao tempo – bateu seu copo contra o dela – E ao destino sendo sacana com a gente outra vez.


Pela primeira vez eles se encararam por mais que alguns segundos sem desviar o olhar. Era surreal como ela estava parecida com a menina de dezoito anos agora que ostentava mais uma vez os cabelos parcialmente azuis e que vestia aquela camiseta dos Strokes que ganhou dele no terceiro Natal em que passaram juntos. E por mais que Nicholas estivesse diferente sem seus cabelos longos ou raspados, o olhar continuava o mesmo – por mais que houvesse aquele restinho de mágoa, ele jamais conseguiu disfarçar a forma apaixonada que olhava para Valerie.


– Eu fui no seu apartamento antigo – Valerie rompeu o silêncio, pois já era capaz de ouvir seu coração batendo ansioso para que ela dissesse algo relevante.

– Por quê? – ele apoiou os cotovelos nas pernas e desviou o olhar para o copo em sua mão.

– Eu estava de volta a Nova York. Eu te devia desculpas.

– Eu te desculpei no seu casamento, lembra? Fui sincero quando disse que não te achava uma vadia sem coração e que culpava muito mais o destino que te colocou de volta na minha vida. Não precisava ter ido atrás de mim.

– Eu precisava. É isso o que eu tenho feito há três anos. Desde que eu voltei para Nova York eu vou toda sexta-feira naquele mesmo bar que nós nos reencontramos, fico na mesma mesa na esperança de te ver por ali e poder... não sei. Eu nunca soube o que fazer porque você nunca mais voltou.

– Isso é loucura...


Nicholas esboçou um sorriso rápido e remexeu as cerejas amassadas no fundo do copo. Ele nunca mais tinha voltado ali desde que a reencontrou, mas então se lembrou do dia em que ficou bêbado no aniversário de seu amigo justamente por estar naquele bar que trazia as lembranças agridoces. Se lembrou da mesa reservada que a garçonete se recusou a liberar, pois quem a reservou estava lá todas as sextas-feiras. E então se deu conta de que Valerie falava a verdade.


– Espera... Eu fui lá outro dia. Era uma sexta-feira e você não estava, mas realmente a mesa estava reservada...

– Eu sei. Quer dizer, eu sei agora, mas no dia eu não imaginei que você fosse o vizinho do 27. Foi no dia em que você chegou bêbado e ficou cantando Valerie. Foi a única sexta que eu não fui porque estava com cólica e mal conseguia sair do sofá.

– Eu me lembro como você ficava mal quando tinha cólicas, aí enquanto você assistia Abracadabra e tomava um chá bem quente eu fazia massagem nas suas per... Enfim, esquece – se ajeitou desconfortavelmente na poltrona – Então você vai toda sexta lá só para tentar se desculpar?

– Eu vou até lá para tentar te encontrar há três anos porque não me perdoo pelo o que eu fiz, Nick. Eu não me perdoo por ter sido tão idiota duas vezes. Por te perder e te machucar duas vezes. Por ter machucado outra pessoa que gostava de mim só para fazer o que eu acreditava ser maduro na época. Eu quis desistir de tudo no momento em que eu te vi, mas fui covarde. Fui covarde por dar ouvidos ao meu cérebro que me dizia que iriam me julgar caso eu cancelasse meu casamento faltando poucas horas ou dissesse não no altar, porque foi o que eu pensei em fazer no momento em que eu te vi. Eu fui casada por oito meses e foi horrível, e tudo isso para que não me julgassem, logo eu, que nunca me importei com o que pensavam de mim. De todo mundo que ficou na merda nessa história, você é quem mais me dói.


Quando Valerie finalmente deixou as palavras saírem, elas vieram acompanhadas de lágrimas densas e soluços cortantes. Foram quatro anos de palavras entaladas na garganta, de pedidos de perdão que foram imaginados de diferentes maneiras, mas jamais dessa forma. O copo já tremia em suas mãos enquanto ela escondia o rosto entre as pernas dobradas no sofá. Nicholas pensava que só ele havia atingido o fundo do poço depois da última despedida, mas percebeu que, diferentemente dele, ela jamais conseguiu voltar à superfície. Cansado de fingir não se importar e de remoer o que aconteceu, deixou seu drink na mesa de centro, ajoelhou em sua frente e segurou o rosto molhado entre as mãos, a fazendo olhar para ele.


– Valerie... Foi difícil te ver hoje porque tudo o que eu venho tentando esquecer voltou de uma vez, mas eu já te perdoei há tempos. Você precisa se perdoar. Nós éramos jovens quando terminamos da primeira vez e a culpa não foi só sua. Eu disse que sentia falta da vida de solteiro só para te machucar naquele momento. Eu era um moleque e fui um bêbado babaca que não imaginou que você iria embora, mas eu não te julgo por ter ido. Quando eu te vi no bar naquele dia, eu que escolhi falar com você mesmo sabendo que você provavelmente teria seguido sua vida e foi exatamente isso o que você fez. Se eu não tivesse pedido para me sentar com você, nós nunca teríamos terminado a noite na minha casa. Fui eu que te beijei, no fim das contas.

– É muito gentil da sua parte tomar a culpa para você, mas nós dois sabemos que ela não é sua. Você tem todo o direito de me odiar e eu mereço estar na merda. Nessa história toda, a única que merece esse karma sou eu.

– Te odiar? – Nicholas abriu aquele sorriso torto e exibiu sua covinha ao limpar as lágrimas que escorriam nas bochechas dela – Eu jamais conseguiria isso, por mais que tenha tentado. Eu sempre te amei, Valerie. E se você quer falar sobre karma, eu também mereço o meu, porque eu tento negar para mim mesmo desde aquele dia, mas mesmo que você tivesse me contado que iria se casar no dia seguinte, ainda assim eu teria te beijado e arcado com as mesmas consequências. Porque você vale a pena.

– Por que você continua me tratando tão bem depois de tudo o que eu te fiz? – ela sussurrou, já deixando o choro cessar.

– Você me fez feliz por cinco anos. Nós temos quatorze anos de história. Nós não apagamos a lembrança da melhor época das nossas vidas, certo? – ele passou o indicador pelas tatuagens de cerejas em suas mãos – Porque independentemente do tempo que passou e de tudo o que aconteceu, nós continuamos sendo os únicos donos da melhor época das nossas vidas.

– Nick, eu...

Shh, já chega... – ele levou o indicador até seus lábios – Feliz aniversário, Valerie.


E com o rosto de Valerie de volta entre suas mãos, tomou seus lábios um tanto salgados pelas lágrimas, mas ainda com gosto de limão, cerveja, vodka e cerejas. Continuava sendo a mesma sensação de segurar seu próprio mundo. Aos olhos dos outros, Nicholas tinha todos os motivos para se manter afastado daquela mulher tão falha. Mas o que são as pessoas sem seus erros, falhas e imperfeições? Se ele tentou recomeçar tantas vezes – com a banda, com a carreira, com outros amores, com outro lar – por que não tentar recomeçar sua história com ela?

Valerie valia a pena.


– Você acredita em amor à primeira vista? – Nicholas perguntou com um sorriso ao descolar seus lábios dos dela.

– Com você eu passei a acreditar – Valerie sorriu – Mas agora eu prefiro acreditar em amor à segunda chance.


Valerie voltou a tomar os lábios de Nicholas com a mesma vontade da menina de dezoito anos. A mesma paixão da moça de vinte e três. A mesma saudade da mulher de vinte e oito. E agora, aos trinta e dois recém completados, com o mesmo amor que guardou em todos aqueles anos.

Quando Jeanie chegou em casa encontrou dois copos na pia, uma garrafa de vodka vazia, embalagens de cupcakes amassadas na mesa de centro e um sofá bagunçado com a camiseta dos Strokes amassada em um canto, mas não encontrou Valerie. Naquela altura ela já estava deitada na cama de Nicholas, vestindo uma camiseta dos Junkie Rats e encarando o teto com um sorriso enquanto ele dormia abraçado a sua cintura. Estava grata – apenas isso. Grata ao destino por levá-la até aquele bar todas as sextas-feiras para conhecer Jeanie. Por fazê-la morar no mesmo prédio de Nicholas. Por permitir que eles conversassem mesmo que esporadicamente por aquele interfone, para que ela tomasse coragem de pedir uma garrafa de vodka para o vizinho desconhecido. Por trazê-lo até sua porta e até sua vida mais uma vez.
E grata a Nicholas por ele também acreditar em segundas chances.

Não importava mais o tempo que passou, porque para os dois ele não parecia ter passado. Valerie voltou a frequentar os ensaios dos Junkie Rats e nunca pensou que fosse preferir as músicas punks que tocavam antigamente. Os membros da banda ficaram reticentes quando ela apareceu junto com Nicholas após tantos anos, mas bastava olhar para o guitarrista para terem a certeza de que aquela mulher de cabelos azuis era a sua felicidade.

O punk rock voltou a se fazer presente nos ensaios, mesclando perfeitamente com músicas românticas que costumavam tocar em casamentos, afinal se preparavam para um – e seria o casamento mais importante da carreira da banda.

Nicholas tentou manter toda a pose de bad boy em sua jaqueta de couro, mas não conseguiu segurar as lágrimas quando viu Valerie caminhar até o altar com seu vestido curto e branco com detalhes pretos segurando um buquê da mesma cor de seu Converse e de seus cabelos roxos. Os votos foram ditos entre sorrisos cúmplices e um soluço baixo saiu da garganta do noivo quando a ouviu dizer que passou a acreditar em amor à primeira vista quando o conheceu quinze anos atrás e em amor à segunda chance quando o reencontrou há quase um ano.

Assim como imaginaram e planejaram há tantos anos, os brindes foram feitos com At First Sight e a bebida foi servida na festa enquanto os Junkie Rats mesclavam seu punk rock com as músicas que já estavam acostumados a tocar. Nicholas só subiu no palco para cantar a canção que levava o nome de Valerie – eles não se importavam se a letra não era romântica, aquela era a música que foi trilha de tantos momentos de suas vidas e que definitivamente não poderia ficar de fora do momento mais importante de todos.

Mesmo quinze anos depois, Nicholas e Valerie continuavam se transbordando e entrando em constante erupção. Nick e Valerie eram daqueles casais que todos tinham a certeza de que jamais se separariam. Daqueles casais que encontravam a felicidade um no outro dia após dia. Daqueles casais que faziam planos e que diziam que quando ficassem velhos, contariam aos netos todas as aventuras que viveram juntos e todas as voltas que suas histórias deram, para que os mais jovens acreditassem no destino e em seus felizes para sempre.

Nick e Valerie eram um daqueles casais que, por mais curvas que houveram no passado, seguiam nas linhas do futuro.

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Eis aqui o capítulo final da história de Nick & Valerie.

Depois que terminei a primeira One Shot senti que devia um final feliz para eles (todo mundo que me conhece sabe que por mais que eu ame um drama, sou apaixonada por finais felizes).Nicholas e Valerie foram tão fáceis de escrever, eles se criaram sozinhos, toda a história, a química... eu fui apenas usada para escrever uma história que parecia já existir em outra dimensão. Loucura? Talvez.

Enfim, é isso. Sei que essa segunda parte ficou imensa e me desculpem por isso, mas foi necessário. Espero que tenham gostado da história dos dois tanto quanto eu!

Não se esqueçam de deixar a estrelinha!
Obrigada por lerem!

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