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Reborn In Time


A HISTÓRIA FLUI diligentemente por percursos que se estendem por ramificações podendo se dividir em outras mais criando outras pequenas variações, mas ainda que isso ocorra, há sempre um ponto fixo que é o marco zero. Arya materializava esse conceito somente por existir e, de certa forma, eu também quando cheguei nesse mundo.
Admirei o retrato restaurado de Arya e mesmo que estivesse bem autoconsciente da nossa semelhança física, continuava sendo um fator de perplexidade e um sutil fascínio pra mim. Toquei involuntariamente meu rosto como se buscasse na composição da minha própria face mais características que nos distinguia e que nos identificava. Fiquei me perguntando que tipo de indivíduo ela seria para inspirar devoção e respeito e se nossos valores morais eram compatíveis.
— Nunca deixa de ser impressionante quanto parecem — Dante esfregou o queixo.
O meio-demônio me olhou de soslaio.
— Estava um pouco curiosa pra ver a exposição justamente por isso...
Uma sensação de nostalgia me dominou.
Como esperado de uma inauguração, a galeria reunia um acervo repleto de artefatos antigos desde diminutos e delicados enfeites de cabelo bem preservados baseado no período que foram desenhados e estátuas com desgastes em sua camada superficial — uma vasta exibição de objetos históricos.
Esquadrinhei o espaço amplo e bem sofisticado com outras peças meticulosamente organizadas em lugares mais notórios onde as pessoas prestavam mais atenção. Em um ponto, com um grupo de bastante convicto, estava um dos supostos responsáveis pela exibição. Embora contagiados pela euforia magnética, ninguém ousou romper a paz que permeava o ar.
Os sons se ampliaram e geraram ecos, passos ritmados e sussurros soprados ressoavam como música. Dentre todas, uma voz se sobressaiu compenetrada e rigorosa, atraindo o público feito mariposa a luz. Seguimos para perto, vendo o motivo da ansiedade. Optamos permanecer em uma distância razoável, sem nos misturar com a aglomeração em polvorosa. Pelo ângulo que observava o curador explicava, com grande orgulho, sobre o compilado de relíquias e sua incrível descoberta regada de euforia e a chama do que deveria qualificar como alegria. O homem, que tinha por volta dos cinquenta anos, nos guiou para uma área mais reservada e igualmente bonita como as demais.
— Fico feliz que tenham vindo para inauguração da nova galeria e exposição. Espero que gostem, avaliem e possam voltar mais vezes para ver. — o curador sorriu, extremamente satisfeito com sua conquista — Essa coleção foi uma das grandes e maravilhosas descobertas que este museu pôde revelar ao mundo. Essas peças catalogadas são relíquias com mais de trezentos anos, elas mostram a simplicidade e ao mesmo tempo a glória e o luxo da época. O que mais chama a atenção é esse delicado anel — coloquei a mão no peito sentindo o coração bater fora do normal. Foi um choque ver o mesmo anel do folheto ao vivo. — e é claro, este belo quadro.
O grupo pareceu encantado com a obra, quiçá hipnotizado. Sempre acreditei que qualquer um que investisse dinheiro em arte, que enxergasse como promissora e dedicasse tempo a tratá-las e revivê-las para apresentar para outros com o mesmo amor possuía uma visão mais a frente. Minha percepção vinha da simples ideia de que o passado poderia ser contado para as próximas gerações através do que foi deixado para trás. Em uma elegante moldura, a pintura, cuja coloração não mais vivaz como deveria ser, imprimia a face da Arya não como uma modelo posando, mas uma representação do artista sobre sua idealização em um semblante suave. Deslizei os dedos pelo meu curto cabelo ciente de que não teria as longas madeixas caindo em cascatas sobre meus ombros.
— As informações sobre a modelo o pintor deixou no verso do quadro e não somente isso, grande parte de suas obras era ela sua principal musa. Segundo o próprio, o nome da jovem é Arya, e ele afirmou que era a mulher mais bonita que havia pintado. — o curador deu um sorriso cúmplice. — Percebemos o porquê dele ter caído de amores por ela. Bem, de qualquer maneira, aparentemente a jovem era comprometida. O pintor nunca chegou a mencionar quem seria, ele também fez uma pintura do casal.
O quadro seguinte também tinha Arya junto de um homem que, segundo meu poder básico de dedução, era Sparda em toda sua altivez e feições perfeitamente moldadas. A predileção do pintor pela Arya não o impediu de fazer um excelente trabalhado com o nosso Lendário Cavaleiro Negro e alcançar a cúspide da perfeição e devo dizer: ficou lindíssimo. Meio envolvida no conjunto dos elementos escolhidos para constituir a arte, me indaguei sobre a natureza da relação deles, se tinham uma amizade que nunca ultrapassaria a linha tênue entre o fraternal e o romântico. Seria bem esquisito se for o caso, não consigo me imaginar com outro homem que não seja o Dante independente de ser em outra vida.
— Eu não entendo. Descrevem a Arya como extraordinariamente bonita e que sou idêntica a ela, mas sinceramente não me vejo assim. E eu acho ela genuinamente bonita, como isso faz sentido? — franzi o cenho com a visão da mulher em seu vigor primordial pintada pelo artista aficionado.
— Beleza não é questão de aspecto. Se você não tem confiança, nada mais é que um rosto bonito. — Dante disse mirando o quadro.
— E o que isso significa?
— Significa que ela não era bonita só por parecer bonita, mas pela confiança que ela exalava. — Ana concluiu o comentário de Dante.
A lógica tinha seu grau de veracidade. Muito se afirma sobre o quanto a auto confiança pode mudar a maneira como as pessoas são vistas e precisava desenvolver uma melhor percepção sobre mim mesma para não ser esmagada pela minha mente pessimista. Indolente ao nosso diálogo destoante, o curador prosseguiu sua detalhada explicação enquanto, distraída, fiquei no anel que jazia em segurança atrás de uma cúpula de vidro. O grupo se dissolveu e cada um foi vasculhar o restante das maravilhas que o lugar oferecia de bom grado aos visitantes. Tentei manter sob controle, agindo como a razão, a ânsia perigosa de abrir a tampa e recolher o artigo para tê-lo em mãos. A joia que um dia pertenceu a família de Arya. Ele parecia mais bonito que no folheto e... Dolorosamente nostálgico.
— Não me diga que se interessa por velharias, doçura? — Dante indagou, aproximando-se da pequena prateleira e olhando fixamente para o anel, fingindo interesse.
— Olha quem fala, seu escritório é cheio delas. — zombei, um sorriso pertinente aqueceu meu rosto enquanto minhas sobrancelhas se erguiam em provocação. Ouvi uma risada atrás de mim e podia afirmar com clareza que quem riu fora Ana.
— Tem algum plano melhor pra decoração? — Dante replicou com um tom mordaz.
— Que tal colocar flores? — o fitei. — Algo bonito pra olhar, sabe?
— Já tenho você, não preciso de flores.
Corei com seu comentário perspicaz.
— Eu não desprezo isso e reconheço o valor cultural dessa coisa — Dante parou, sua expressão suavizou e ficou neutra. Um vinco de confusão se formou em sua testa. — Essa marca... É a mesma que esta gravada nas suas costas. Foi por isso que quis vir aqui, doçura?
— Sim, eu queria ver e saber um pouco mais. — vi, de esguelha, Ayden se aproximar. — Claro, a experiência é interessante, porém, acho que vou sair sem nada novo.
Com gestos tranquilos e audaciosos, Dante levantou o vidro de proteção e pegou o anel. Descrente e alarmada, olhei ao redor para ver se ninguém testemunhara tamanha ousadia e loucura. Não seria nem um pouco agradável ser repreendido por isso. No entanto, Dante não mostrava a mesma preocupação que eu, somente encarava o adereço com olhos críticos. Ele examinava cuidadosamente todos os traços, procurando algo de importante ou suprindo sua curiosidade. Meu coração palpitava pelos sons de passos que assustadoramente soavam alto demais e davam-me pânico. Dante deslizou o anel pelo meu dedo anelar, com um sorriso tão travesso que quase — eu disse, quase — me fez esquecer o medo de ser pega em flagrante. O anel se encaixou perfeitamente como se, de algum modo, fosse feito unicamente para mim. Admirei por alguns minutos, e uma gentil sensação de familiaridade encheu-me. Fora tão intensa que me deixou atordoada. Disfarcei minha tontura e logo a sensação serena foi substituída por um receio crescente e o arrepio subiu pela minha espinha.
— Eu queria mesmo entender — arfei pasma com o curador. — Quando te vi, senhorita. — ele andou até mim sob a supervisão afiada de Dante. — Sua semelhança com a Arya. Talvez seja uma mera coincidência ou uma sorte do destino.
— Você é...
— O dono desse magnífico acervo.
— Eu vou devolver o anel — gaguejei segurando o aro com inquietação e um mau presságio.
— Não se preocupe com isso.
Um grito estridente de agonia rasgou violentamente a atmosfera. Me virei assustada, me deparando com Ayden com as mãos pressionadas na cabeça se debatendo e Ana tentando ajudá-lo. Ele arregalou os olhos e a íris de um deles estavam injetado e começaram a se tingir de vermelho. Dante puxou Ana para detê-la e uma sombra se estendeu para fora do corpo do garoto em formato de numerosos filamentos que consumiam ele.
Relutante e apavorada, me lancei para alcançá-lo antes que Dante pudesse me impedir. Ayden me encarou com os olhos vazios e as lâmpadas florescentes piscavam freneticamente, e por fim, apagando-se totalmente. Outros gritos de susto preencheram o ar. A luz do sol era suficiente para iluminar o local que estávamos, as grandes janelas permitiam que o brilho amarelado invadisse o salão. Por um aterrorizador segundo, pensei ter entrado no jogo Silent Hill. Pior fosse se a sirene começasse a tocar e as paredes e o chão ficassem bizarramente diferente com a escuridão e o sangue em toda parte. Ainda bem que tudo não passou de mera impressão, embora o horror fosse bem real.
— Ayden! — chamei exasperada.
O chão, de repente, sumiu dos meus pés ao esticar o braço para segurar o dele. Meu corpo foi envolto por uma anormal claridade a medida que caía no nada, escutando os chamados de Dante. Conhecia muito bem a sensação, o terror e a confusão... De alguém saindo de uma realidade para outra. Ayden era como eu? Ele também era um Peregrino? Isso seria possível?
— Diva — choramingou. Nervosa e aflita, impulsionei meu corpo em direção a Ayden. O brilho o cobriu completamente e a luz que dele vinha, cegou-me momentaneamente.
— Diva! — ouvi Dante gritar, audivelmente preocupado. Minha determinação vacilante impedia-me de desistir, mesmo que sentisse o perigo iminente. A luz fora me engolindo gradativamente e, em vez de recuar, eu adentrava por ela. Aconteceu rápido demais para poder assimilar, no minuto seguinte uma mão segurou-me.
Era Dante.
Fechei os olhos, absorvendo o ocorrido e respirando pausadamente. E não havia mais o calor das mãos de Dante para me puxar. A gravidade parecia não me prender ao chão e uma força estranha arremessava meu corpo para trás. Vozes se misturavam com o irritante som de crepitação. O impulso arrasador atirou-me violentamente a queda. Abruptamente abri os olhos, a luz cercava-me e novamente senti a gravidade puxando-me para baixo outra vez. Agora a luz se extinguira dando lugar a realidade. Não estava no museu, e pior, estava em meio a céu aberto num lugar completamente desconhecido. Então, comecei a desabar. Tinha que pensar em algo rápido, afinal a queda não promete ser agradável.
Pense Diva...
Se eu posso criar armas com a energia e outras utilidades, pergunto-me se posso criar algo maior e de elevadas proporções. A onda de poder alastrou-se por todos os meus músculos, experimentei um calor pulsar em minhas artérias e profundamente em meus ossos. Aos poucos a poderosa energia formou o que precisava: Asas. Mas não qualquer par de asas, ironicamente se formaram asas de borboletas douradas em minhas costas. Elas não duraram o máximo que eu desejava, na metade do trajeto ela se desfez. Absorvi o impacto quando pousei no chão, criando uma rachadura. Tinha que agradecer a minha capacidade física fora do normal e os treinos, pois se humana fosse, minhas pernas não teriam suportado. Estudei o cenário em meu entorno; estava bastante escuro por causa do breu da noite e via de longe pessoas lutando contra demônios em meio a ruínas.
— Onde estou? — questionei, embora soubesse que ninguém me daria uma resposta. Por algum motivo, minha mente processou as imagens do ambiente e experimentei a sensação de já ter estado aqui.
Sim! Eu já estive aqui em algum momento!
Encarei inquestionavelmente o que me rodeava, tendo toda cautela em buscar detalhes relevantes na minha constatação.
— Eu já estive aqui... — murmurei instável, mordendo o lábio inferior.
Desci com todo cuidado a colina íngreme. E quanto mais percorria o caminho estreito, mais desconfortável e alerta ficava. Meus instintos piscavam para ser extremamente cuidadosa. Ao me aproximar de uma ponte de grossos granitos, meu coração acelerou. Um dos piores momentos para qualquer coisa que ocorresse sem dúvida é a escuridão, noite era definitivamente uma desvantagem. E eu não tinha uma supervisão noturna nem nada parecido. Me adiantei antes que o golpe me atingisse em cheio pelas costas, mergulhei com exatidão e perfeição na planície abaixo da ponte. A altura não chegou a ser muito grande, considerando que despenquei do céu alguns minutos antes.
A situação não estava sendo as melhores: eu estou perdida em um lugar no meio do nada — e justamente num campo de batalha —, Ayden está aqui e Dante também suponho, só não sei como poderia encontrá-los. O som de asas batendo fortemente e grunhidos cortaram a noite silenciosa, o céu se encheu de demônios. Dava para saborear o desejo  de tão intenso e a crueldade palpável que emergia de cada um deles, a disposição implacável para destruição era visível em suas posturas e o aperto em suas armas. Os milhares de pares de olhos vermelhos focaram-se me mim, consegui identificar o reconhecimento e a cólera incrustados naquelas gemas. Embora não entendesse a razão disso. Com gritos ferozes eles avançaram em minha direção, em resposta, eu apontei as armas, definindo meus alvos. Meus dedos estavam posicionados no gatilho, porém não houve tempo de ação da minha parte já que eles foram eliminados.
Eram golpes rápidos e cruciais.
Uma criatura ainda tentou um furtivo ataque, que nem ao menos chegou perto suficiente para encostar-se a mim, pois sua garganta jazia uma corrente que se estendia por todo seu pescoço. O sangue escorria do aperto demasiado e pela força exercida. Num misto de incredulidade e incerteza, busquei através da penumbra quem teria salvado minha vida — mesmo que claramente não precisasse. Foi nesse instante que a vi, a elegante mulher parada num pilar. Ela fora cercada, contudo isso não pareceu intimidá-la. A misteriosa mulher puxou a corrente sem demonstrar piedade, simplesmente a rodou atingindo todos os demônios que estavam próximos; batendo e dilacerando-os. Observei impressionada o modo que ela os massacrava. Não satisfeita, amarrou dois deles na corrente e esmagou suas cabeças.
Nada além de um banho de sangue, pensei.
Eles continuaram aparecendo, sempre com a audácia de tentar golpeá-la. Vi que ela sacou duas armas idênticas vermelhas e com desenhos de asas douradas. Com um disparo certeiro alvejou dois demônios enquanto se lançava ao alto em rodopios estratégicos e insinuantes. Os consecutivos tiros prosseguiam e corpos abatidos batiam no chão.
O susto de ver um demônio preso a corrente e sendo arremetido dezenas de vezes contra o granito, foi quase como ser tomada pelo medo irracional. Não tinha como negar que a mulher era habilidosa e deveras assustadora. No entanto, diante da agressividade não havia hostilidade em sua aura.
Em um pouso impecável, ela andou graciosamente até mim. Passos firmes e desafiantes. Podia sentir os olhos dela analisando-me de cima a baixo. O vento soturno soprou fortemente, gemendo por entre as árvores e espalhando folhas e poeira pelo ar frio. Estranhamente os sons foram crescendo de suaves gemidos a algo semelhante a um rosnado. De repente, uma figura surgiu em meio às sombras se sobrepondo a mulher e assim apunhalá-la, e em um gesto sagaz atirei sem hesitar na criatura. Depois disso, ela encarou-me e se aproximou e eu fiz o mesmo. E muito antes que a luz fugaz e prateada da lua clarear o bastante para ver adequadamente, eu sabia. Eu sempre soube afinal.
A mulher tempestuosa, selvagem e implacável era quem costumava ser. Eu não me surpreendi ao vê-la, ao contrário de mim, ela franziu o cenho, confusa.
— Você é...? — dissemos juntas.
A mesma voz, o rosto e os olhos. Distintas personalidades, entretanto a mesma face. E muito diferente de quando a encontrei no Inferno, que era uma projeção do meu subconsciente. Esta é a verdadeira Arya. Agora eu tinha certeza; eu conhecia o lugar por que vivi aqui, e com isso cheguei à conclusão que voltei no tempo, indo parar justamente no meio da guerra entre os humanos e os demônios. Ou seja, numa época crucial na história. Até então é bem compreensível, mas só não engoli o fato de estarmos aqui e como chegamos.
Ayden... Como isso é possível...?
É nessas horas de necessidade que os conhecimentos de Alexander seriam fundamentais pra não ter uma crise ferrada de identidade.
Há uma espécie de sentimentos contraditórios ao me ver, ao visualizar meu antigo eu. E de alguma maneira, havia me esquecido que tipo de pessoa era. Arya que me guiou no Inferno era a mulher benevolente e sensível, aparentemente já foi uma mulher reservada e fria. Não estou dizendo que era cruel, malvada e esses termos pejorativos. Contudo, Arya também possuía a selvageria contida. Uma pessoa de múltiplas faces.
Olhamo-nos curiosamente, principalmente ela que parecia estar bastante surpresa. O exame detalhada fora interrompida por um chiado ensurdecedor. E sentia que havia algo mais insuportável além daquilo. Uma coisa que não vinha do vento e a sinistra escuridão, uma consciência malévola que vibrava no compasso de um coração — borbulhava no ar, no espaço ao redor. A sensação de ameaça constante, pressão, maldade e uma poderosa força reunindo poder em meio à fúria pulsante e o ódio no ar, aproximando-se, fechando o cerco.
— Sparda... — Arya sussurrou, reprimindo a angústia em sua melódica voz. Eu virei e ela imitou, apontando as armas para os novos demônios que nos acuaram. — Isso só nos fará perder tempo e é um luxo que não teremos. — ela abriu os braços e ondulações se manifestaram no tecido do espaço, como um portal, onde várias espadas douradas emergiram. Com agilidade, ela pegou uma de cada vez e as lançava contra os demônios em um nível de perícia e acrobacia de uma profissional. Era quase uma dança mortal de espadas.
A brisa gelada trouxe uma película densa similar à névoa. Senti a aura de Dante entrando em conflito com outra maior. Segui junto de Arya para dentro de uma construção antiga e abatida, usando as duas auras em colisão para nos situar em mediante ao caos. Encontramos uma área aberta com destroços e que sobrara de pilares que se mantinha a todo custo firmes. Ver Dante é sempre maravilhoso, ainda mais em situação assim. Eu tive que lutar com o desejo que tinha de correr para seus braços. Visto que ele estava com as mãos ocupadas, lutando... Com o próprio pai.
Nunca fui do tipo que confiava plenamente no próprio bom senso, em primeiro lugar, em hipótese alguma dei ouvidos à razão. Além disso, não era certo que, independente de termos viajado no tempo, um pai lutar com seu filho. Mesmo que ele ainda não o tenha sequer cogitado a possibilidade de tê-lo (Eva nem nasceu ainda). Definitivamente, queria muito ajudar Dante.
Confesso que a cena é bem épica: o lendário Cavaleiro Negro Sparda lutando contra o famoso Devil Hunter Dante. Se pudesse venderia essa cena para a Capcom dar uma continuação ao jogo original (Cara, eu tenho que parar de pensar nesse tipo de coisa em situações assim, embora fosse interessante).
— Ei, você pode não confiar em mim, mas não quero lutar contra você. — Dante assegurou, inconformadamente, tenso.
Dante estava sem Rebellion e Sparda com Yamato pronto para atacá-lo no mais breve movimento. Obviamente, Dante adorava batalhar e isso era incontestável, mas não acho que seja tão bom para ele enfrentar o próprio pai apesar da estranha e distante relação que possuíam. Ele apenas esquivava dos golpes. Cada ação que parecia ser a derradeira, meu coração faltava parar de tamanha aflição.
— Dante! — gritei numa tentativa de lhe chamar atenção.
— Parem! — a voz de Arya era imperativa, cheia de imponência e rigidez. — Agora!
Eles a ignoraram e a batalha se estendeu ao ponto de um impulso psíquico jogá-los brutalmente em direções opostas para por um fim definitivo nela. Eles voaram, e conseguiram elegantemente repousar sobre os pilares.
— Dante — corri de encontro a ele, jogando-me em seus braços.
Olhamos para Arya e Sparda e eles para nós, realmente precisamos de uma boa explicação para essa bagunça, e acima de tudo achar o pequeno Ayden. Uma criança sozinha no meio de uma guerra... Não posso nem imaginar.

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