Ghosts of the Past
OS SONS DE ENGRENAGENS enferrujadas encheram meus ouvidos, juntamente com outros ruídos irritantes como contínuas gotas caindo no chão úmido. Esse sonho parecia com os pesadelos que tinha quando joguei Silent Hill pela primeira vez com oito anos, este, porém, era muito real como se estivesse lúcida e perdida num lugar desconhecido e assustador. O piso se formava de grades a mostra e umas mínimas partes de concreto, acima de mim havia canos gotejando e as paredes esburacadas sujas e gastas. Por sorte havia fontes de luz que se estendiam diante de mim, pálida e tremida. Andei meio vacilante a procura de uma saída, visto que geralmente existia uma válvula de escape em meus sonhos que me tragavam de volta a realidade, seja por intermédio de algum susto — como estar à beira da morte — ou uma saída, isso se não tiver uma influência externa.
E finalmente dei conta que nada disso é real e nada podia me ferir nele, sendo dona dele posso decidir o que fazer ou por onde seguir. Nada difícil suficiente para esquentar a cabeça. E sentindo a veracidade dessa afirmação fui tomada por um súbito entusiasmo, ele tornou-se combustível para minhas pernas se moverem mais rapidamente.
Confesso que aquela situação deu-me uma sensação de claustrofobia intensa, na qual ignorei antes que fizesse algum estrago com meu bom julgamento. Apertei o passo, correndo desesperadamente para sair desse ambiente. Só notei que um buraco bloqueou meu caminho quando estava prestes a cair nele, sabia que se acontecesse poderia acordar, entretanto, o medo imediato me impediu de aceitar. Era o certo e simplesmente não queria. Meus pés escorregavam na borda lisa do buraco, fiquei pendendo para frente e para trás tentando inutilmente me estabelecer no lado mais seguro. Por fim meu corpo se impulsionou para frente até que uma ínfima peça da fenda ruiu e me levou a inclinação direta e sem escapatória direto para a escuridão insondável. Para minha surpresa, devido minha tendência exasperante pelas descargas emocionais, não experimentei o pânico usual na queda, uma vez que alguém me segurou, assim salvando-me de cair no abismo escuro sob meus pés. Ergui a cabeça para reconhecer meu salvador e não conseguia ver com clareza quem era. Ele puxou-me para cima e em meio a adrenalina e a luz fraca do teto identifiquei o rosto encoberto por fios dourados muito familiares e um alívio embargou meu peito. O sorriso radiante e que transmitida conforto só me deu certeza quem era. Agora que podia vê-lo percebi quanta falta a presença dele fazia.
Alexander me apanhou seguramente em seus braços.
— Alexander! — foi tudo que pude dizer tamanha comoção.
— Olá, estrelinha — a maneira que ele me chamou me preencheu com uma sensação de familiaridade. Impulsionei meu corpo em um abraço desesperado como de uma criança assustada que precisava urgentemente de amparo. — Ei, está tudo bem — ele afagou ternamente minha cabeça. — Estou aqui.
— Eu senti tanto a sua falta... Aconteceram tantas coisas. Queria te contar...
— Eu adoraria ouvir o que tem a dizer, estrelinha, mas não tenho muito tempo. — sua fisionomia plácida deu espaço para uma visível apreensão. — Durante o tempo que estive longe, comecei a recordar de muitas coisas, só que não posso contar assim. Preciso que venha me ver, Diva. É importante.
— Te ver?
— Mag Mell. É lá onde nós nos veremos outra vez. No nosso verdadeiro lar, Diva. Agora... vou te livrar dessa prisão. Sua consciência vagou muito fundo e quase se perdeu... Fico feliz de ter chegado a tempo.
— Obrigada, Alexander.
— Não agradeça. Agora está na hora de despertar.
— Não... Eu esperei tanto por esse momento e quero respostas... Eu preciso tanto saber a verdade...
Alexander sorriu, estonteante.
— Como já disse não é a hora.
— Alexander! — gritei a plenos pulmões quando a luz ofuscou minha visão tragando minha consciência.
Acordei de sobressalto, meu braço erguido tentando alcançar algo que estava muito além e que nunca poderia tocar. Ou pelo menos por enquanto. Esfreguei os olhos, minhas pálpebras pesavam devido ao extremo cansaço e a insuportável luz que se infiltrava pela janela o incomodava ainda mais, a ponto de ver nada além de uma fina névoa enchendo meu campo de visão. Pisquei contínuas vezes até que tudo estivesse nítido. Não reconheci o inóspito lugar, mas pelas evidências conclui que estava em quarto de hotel. Tentei lembrar como havia chegado aqui, entretanto não conseguia organizar meus pensamentos numa sequência legível para buscar informações concretas, por mais esforço que fazia.
Fiquei um longo tempo apreciando a brisa gentil que soprava balançando a cortina de cor creme, absorvendo o novo ambiente com calma. Levantei-me e permaneci quieta observando o cômodo, não era muito diferente dos quartos que vira antes. Reparei que usava uma camisola fina de alça e enrolado no meu pulso uma faixa de primeiros socorros, ao ver aquilo minha reação instintiva foi tocar e doeu quando o fiz. Com um suspiro demorado joguei meus pés para fora das cobertas e forcei-me a despertar completamente, batendo levemente as duas mãos em meu rosto. Aos poucos minha mente clareou até o véu escuro se dissolver para que assim pudesse recordar como chegara ali: logo após retornar para o presente, desmaiei pela fadiga. Tinha vagas lembranças do que ocorreu nesse meio tempo, alguns resquícios vinha a mente fervilhando e nada muito relevante.
Meus olhos vagaram sem direção por cada canto, procurando algo particularmente interessante ou para somente distrair um pouco. Abracei meus joelhos, apoiando a cabeça sobre eles. A porta se abriu revelando a pequenina figura carregando nos braços um urso de pelúcia e caminhando em passos relutantes para perto. Ayden apertou fortemente o brinquedo, suficiente para esmagar. Ele se aproximou timidamente e os olhos azuis safira brilhavam de maneira incomum, sem deixar a perplexidade infantil de lado. Vê-lo bem e a salvo fez minha consciência ficar leve e o amor maternal que adquiri com a convivência crescer. De modo que a mera presença daquele menino inocente fizesse sentir uma forte paz interior.
— Espero que não se importe por ter entrado assim, mas eu queria muito ver como você estava — esclareceu, preocupado.
— Não, tudo bem, pequenino. Eu gosto da sua companhia — Ayden teve dificuldade para subir na cama, principalmente por usar uma mão para tal. E com o máximo de cuidado coloquei sentado ao meu lado.
— Quem te deu esse urso? — perguntei curiosa.
— A Ana, ela é muito legal — sorriu e encarou o animal de pelúcia que só então percebi que, na verdade, era um coelho.
— Por que nunca contou sobre seus poderes?
Ele se retraiu.
— Eu não pedi por eles — respondeu com amargura. — Quem me garantiria que você continuaria gostando de mim se eu falasse a respeito? Eu sou uma aberração e as pessoas tem medo, é isso.
— Quando eu descobri os meus, uns meses atrás, foi estranho, assustador e divertido ao mesmo tempo. Quando soube entendi que não era exatamente uma garota tão normal quanto imaginava ser. — escovei o cabelo com os dedos, meditativa. — Eu nem sabia por onde começar, se teria que treinar e se isso poderia ajudar as pessoas. E quer saber? Eles ajudam.
Pousei a mão na cabeça dele, acarinhando o topo da sua espessa cabeleira escura
— Não somos tão diferente, Ayden. Na verdade, acho que você é como eu — pensei no que Sparda me contou sobre as habilidades inatas. Enquanto eu podia viajar pelas dimensões, Ayden foi capaz de se transportar através do tempo. — Nesse sentido somos idênticos.
— Somos? — indagou não muito certo em aceitar minha afirmação.
— Sim. Temos poderes parecidos, isso faz de nós meio que parceiros mágicos.
Ayden arregalou os olhos com a epifania.
— Olha, conforme você for crescendo descobrirá que existem pessoas terríveis que terão preconceito e te julgaram severamente, mas — peguei em seu queixo fazendo-o olhar diretamente para mim — por outro lado terá pessoas que irão te apoiar e transformarão sua vida, e serão essas pessoas que farão tudo valer a pena. Crueldade e ódio sempre existirão assim como o amor e a fé. Não permita que esse pensamento corrompa sua mente.
Dei um sorriso cheio de ternura.
— Acho que o Dante tem razão.
— Hm? Sobre o quê?
— Ele disse que você consegue mudar totalmente as crenças das pessoas — Ayden riu, inocente. Minha reação a princípio fora surpresa e acabei corando. Algumas vezes notava que Ayden parecia muito mais maduro para alguém com a sua idade. — E obrigado Diva, por tudo que tem feito para me proteger. Prometo que vou te proteger na próxima! — disse determinado e confiante. — Eu serei seu protetor e não o protegido!
— Claro, você é um garoto forte.
— Eu quero ser como o Dante — levantou-se e ficou em posição de ataque — Serei um Devil Hunter e protegerei todo mundo!
Eu ri da sua fofura e coragem.
— Vai ter que treinar muito e comer verduras.
— Verduras? — ele fez uma expressão de contrariedade. — Prefiro chocolate.
— Quer ser forte? — guinchei como um general bravo e autoritário como uma militar.
— Sim!
— E rápido?
— Sim!
— Saudável?
— Sim! — Ayden aspirou mostrando postura de soldado diante do comandante.
— Vai ter que comer verduras mesmo não gostando.
— O jeito é vencer esse inimigo.
— Mas não se preocupe que você não precisa deixar de comer chocolate. — fiquei em postura colocando a mão sobre o peito.
— Ei, espero não estar interrompendo nada — Dante brincou entrando no quarto.
— Você nunca interrompe, Dante.
— Como está se sentindo?
— Bem, o cansaço já passou agora que esse menino fofo — depositei um beijo na testa de Ayden que riu da minha atitude. — veio me ver.
— Fui deixado de lado por um garoto — fingiu aborrecimento.
— Nah, você sempre terá um lugar especial e único no meu coração, seu bobo.
Dante sentou-se na ponta da cama e olhou rapidamente para Ayden que mexia nas orelhinhas do animal de pelúcia. Aproveitei para tirar a faixa do meu pulso, não via mais necessidade de usar.
— Licença — Ana anunciou antes de abrir a porta. — Fico feliz que esteja acordada, Diva. Como se sente?
— Bem, eu acho. Tudo inteiro. No máximo umas dorezinhas de nada — me espreguicei.
— Não vou tomar muito tempo. Ei, Ayden, vamos sair pra tomar sorvete?
— Você vem com a gente, Diva? — Ayden convidou, animado.
— Eu vou depois, quase descansar mais um pouco. — acenei vendo os dois saírem.
— Tem algo te aborrecendo — Dante anuiu. Mesmo se eu quisesse retrucar para negar sua suposição, não tinha como argumentar quando ele estava mais do que certo. — O que houve, doçura?
— Sobre o que aconteceu... Aquele ser que estava viajando conosco é o mesmo dos meus pesadelos. — massageei as têmporas. — Desde que eu me lembro, ele fazia parte de cada terror noturno que tive conforme crescia... Mas... Se em todo esse tempo ele era real... — meu coração saltou com os primeiros sintomas de ansiedade eclodindo. — Então significa que ele esteve presente na minha vida desde que nasci. Ele mencionou Alexander, Dante. Ele disse que não haveria nenhum Lockhard pra me salvar da próxima vez...
Dante me acolheu em seus braços assim que me aconcheguei nele em busca de um porto seguro.
— E se... Alexander morreu por minha culpa? — me recolhi na minha insignificância, imaginando diversas teorias que explicassem as palavras daquele ser. Alexander acabou sendo meu guardião ao chegar nesse mundo e ter conhecimento de que sua morte foi ocasionada por mim ainda que indiretamente me causava muito desgosto. — Ele tem me auxiliado todo esse tempo e nunca pude retribuir, agora parece que ele se sacrificou por mim... Como se supõe que devo me sentir a respeito?
— Não acho que seja tão simples assim — Dante comentou com um timbre mais suave. — Mesmo se ele tiver se sacrificado por você, significa que ele te amava o suficiente pra abrir mão da própria vida. Quando você se importa o suficiente com alguém, você apenas faz o melhor por ela. É o que faz por uma pessoa que ama, mesmo que seja algo que não entendemos bem.
Mirei Dante, compreendendo que seu consolo vinha da sua vivência de perdas. Julgando pela sua benevolência e simpatia pelos meus receios, ele não queria que eu caísse em um espiral sem volta, resguardando-me de uma vida de miséria e culpa inesgotáveis. Por mais que essa escolha de Alexander tenha resumido sua estádia nesse mundo, estava feliz de tê-lo encontrado e aprendido tanto com ele nesse período.
— Acho que entendo — murmurei, descansando a cabeça em seu peito. — Amar as vezes é sacrificar também. Faria o igual pelas pessoas que me importo, como você, Dante.
Ao escutar minha valente afirmação, a compleição dele se alterou: a tristeza ocupou o que outrora era serenidade.
— Eu não quero que chegue a tanto, doçura. Isso nunca vai acontecer — acariciou meu rosto e me abraçou apertado em um lapso de segundos. — Estarei de olho em você pra evitar. — ele tentou disfarçar rindo, mas detectei as fissuras em sua fachada zombeteira.
×××
Imersa em pensamentos, nem notei que a conversação se interrompeu — tudo que administrava era questões que povoavam minha mente me enchendo mais de dúvidas que uma real resolução. Não resisti ao impulso mecânico de suspirar profundamente, do tipo que pega todo o ar e coloca pra fora como se estivesse tentando extrair o peso que se alojava no consciente.
Alexander reapareceu, a missão com o Ayden, embora tendo seus contratempos, ia de vento e poupa, contudo... Ainda sentia muito pesar e confusão. Meu olhar recaiu sobre Dante que esboçou um sorriso singelo cheio de carinho que certamente, em outras circunstâncias, me tiraria o fôlego.
— Tem algo acontecendo aqui? — Ana perguntou estranhando meu comportamento visto que ela segurou com delicadeza meu pulso. — Você parece bastante preocupada.
— Ah — arquejei. — Não, não é nada, não se preocupe. — cutuquei meu sorvete que derreteu um pouco. — Eu só estava calculando quanto faltava pra viagem.
— Não falta muito. Na verdade, talvez só precisaremos de mais um dia.
— É, um dia. — repeti, pensativa. — Será que ele vai ficar bem por lá?
— Não se preocupe, ele ficará em um lugar seguro.
Era bom que Ace não saiba sobre Ayden, já bastava ter ele na minha cola.
Olhei, de soslaio, que havia um tumulto no caixa e a pobre moça que atendia estava visivelmente nervosa, os dois homens discutiam feito dois animais.
— Ei, vocês dois! — Ana gritou fazendo com que ambos a olhassem furiosos. — Se não calarem a boca e sumir daqui, eu vou chutar o traseiro dos dois daqui até a rua!
Respirei fundo. Por alguma razão desconhecida — nem tanto — senti algo nada bom estava prestes a acontecer. Ana levantou sem se importar com a postura ameaçadora que eles vieram na sua direção. Ela simplesmente chutou-os para fora precisamente da maneira que disse que faria.
— Onde estávamos mesmo? — a encarei titubeante. Agindo como se nada relevante tivesse acontecido. Ana e Dante eram ironicamente semelhantes em alguns traços de personalidade.
— Posso pedir mais um sorvete? — Ayden pediu indiferente ao que rolou. Acho que só eu mesma que estava meio perturbada.
Aproveitamos o resto da tarde passeando — passávamos mais tempo em lojas de doces e parques garças a Ayden e sua animação exacerbada. Nunca me fiquei tão cansada correndo dessa forma e tentando acompanhá-lo. Agora sei como deve se sentir um maratonista profissional. Chegamos a uma loja de brinquedo e Ayden admirou a vitrine cheia de brinquedos espalhafatosos e caros, algumas vezes ele fazia caretas e conforme ia espiando focou-se em uma boneca com o cenho franzido.
— Eu conhecia uma menina que tinha uma boneca parecida só que a dela era bem velha.
— Quem era? — Ana indagou.
— Era uma amiga que eu tinha no antigo orfanato. Ela ficou doente e morreu...
— Sinto muito, pequenino — acariciei seus cabelos.
— Não fique triste, Ayden, ela deve estar num lugar muito melhor — Ana comentou, perseverante.
Lembrei do paraíso que visitei acidentalmente na minha jornada para o inferno. Meu conhecimento do céu se limitava ao pouco arranjo prévio e essa situação, mas concordei com a Ana sobre a garotinha estar em um lugar muito melhor. Mexi no aro em meu dedo e o encarei estupefata.
— Eu ainda estou com o anel — gaguejei.
— Só agora reparou? — Ana riu da minha falta de atenção. — Ele permitiu que ficasse com ele, sabe, o curador do museu. — ela mordiscou o confeito do sorvete. — Enquanto você esteve dormindo, ele comentou que fazia mais sentido a peça estar com sua dona legítima.
— E quanto tempo fiquei desacordada?
— Uns dois dias.
Arregalei os olhos.
— Dois dias? Achei que tinha sido menos de um dia — balancei a cabeça para me recuperar do choque da informação. Retirei o acessório e o examinei meticulosamente, reparando que emitia uma minúscula frequência energética. — Esse anel foi do pai da Arya — mencionei meio dispersa.
“A história foi apagada”
“O que aconteceu nesse intervalo de tempo é um mistério que nem eu pude desvendar em vida”
De repente, uma apoteótica recordação, me trouxe para um ponto onde as coisas foram de misteriosas pra sombrias, na qual um detalhe, um elo perdido, que ainda não foi descoberto: o que aconteceu com os outros Sophians a ponto de que se reduzissem em três pessoas?
Alexander morreu sem descobrir e se meu propósito seja encontrar uma resposta?
— Temos que voltar, está escurecendo e alguém precisa dormir.
Ayden virou o rosto.
— Eu não sou um bebê. — Ayden resmungou. — E não estou com sono.
Ayden bocejou.
— É sim, mas relaxa que você é o mais bonito de todos.
Observei Dante cochilar assim que voltei. Não conseguia parar as divagações e revisitar os incidentes indiretamente ligados a Alexander e ao povo no qual descendemos. Se bem que nem ancestral Unchant eu tenho, meu caso é excepcional por ser uma reencarnação.
Suspirei e me juntei ao Dante, esperando pacientemente o sono. Em algum momento eu acredito que tenha pegado no sono e acordei meio tonta. No relógio na cômoda, vi que já se passava da meia noite. Rolei na cama para voltar a mesma posição confortável de outrora e assim voltar a dormir. Quem sabe não encontre Alexander novamente? No entanto, meus esforços foram em vão e tive que sair para arejar um pouco. Ana pareceu fazer o mesmo que eu, já que ela estava saindo.
— Não consegue dormir, Ana?
— Pois é, já é um hábito. Você também, não é?
Assenti.
— Bem, que tal sairmos para — seus lábios se retorceram num sorriso instigante — nos divertir?
— Claro.
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