Collision of Two Forces
DISTANTE, LONGE O BASTANTE para não rastrear com exatidão, porém não o suficiente para não escutar o ruído irritantemente ritmado das goteiras que pingavam sem cessar. Me agitei em meio ao sono, indo e voltando do estado de inércia, sem ter nada para quebrar aquele ciclo antes de recomeçá-lo. Era mais cansativo a ideia de estar aprisionada, para sempre, em um eterno suplício de vida e morte — resmunguei ao interromper uma linha de raciocínio tão mórbida.
Abri lentamente os olhos para melhor adaptá-los a iluminação parça do banheiro, limitando meu campo de visão ao teto alto e o espaço compacto que cabia uma banheira relativamente grande, um vaso sanitário e uma pia limpa que fiz questão de deixá-la assim e, para não faltar o toque de mestre de Dante na operação de limpeza, estava uma toalha dele no suporte. Movi as pernas respeitando o cubículo e a água para não molhar o chão e, por consequência, o pobrezinho do Kane que estava me esperando sair para lhe dedicar amor e atenção. Apoiei a cabeça contra a parede de ladrilhos, sem resistir a sentença da letargia que me arrastava para os domínios dos sonhos, pisquei inúmeras vezes antes de ceder.
Uma batida na porta me arremessou para a superfície e despertei com um ganido engasgado. Tossi para recuperar o fôlego, mas travei ao olhar para as cerâmicas avermelhadas: o teto coberto por uma camada repulsiva de mofo, o branco estava tingido de vermelho e preto e escorriam em tons laranja como ferro exposto a chuva e ao frio, enferrujando no processo. O odor pungente que invadiu minhas narinas reforçou o horror, mas o que me fez sair do transe do atordoamento foi a água escura... Não água suja, e sim sangue. Estava me banhando em sangue assim como diziam as lendas sobre a condessa Bathory e seu sádico ritual para preservar a juventude. Entrei em pânico e submergi na lucidez com o banheiro normal, nenhuma amostra grátis do mundo dos pesadelos.
— Merda de sonho bizarro. — balbuciei sob os efeitos do susto se instalando em meu sistema.
Levei as mãos ao rosto.
Dispersa, me apoiei na beirada da banheira observando Kane latir e balançar o rabinho exigindo atenção que estava mais do que disposta a lhe presentear. Para um filhotinho, o pequeno era bem mais comportado do que usualmente se vê, ele não comia sapatos e nem destruía os móveis, mas não daria tanto tempo até testemunhar um pico de euforia pra isso acontecer. Me inclinei levemente para afagar a cabecinha peluda do cachorrinho que retribuiu com mais lambidas na minha mão.
— Está querendo tomar banho também? — brinquei.
Derramei um pouco da água perfumada no chão a medida que, inquieta, me mexia para afugentar as sensações estranhas que se apoderavam de mim sempre que meus pensamentos escapavam para o pesadelo.
Escutei outra batida.
— As coisas estão bem aí?
— Estão. Ótimas até. — respondi mesmo ciente de que Dante perceberia que não estava sendo totalmente honesta. Fechei os olhos novamente por um instante, usufruindo da paz momentânea e do sentimento de escapismo. — Só preciso... De um segundo.
Não importava o quão determinada ou o quão poderosa ficasse, a pressão e o sentimento de insuficiência ocasionalmente me afetavam.
Refleti sobre tudo que me aconteceu até agora. Em algum momento, entre a distração e o alerta acho que cai no sono. Na verdade, não sei ao certo se realmente era um sonho, a estava na banheira, nada muito diferente de antes. Mas o fato de estar vendo uma réplica minha observando-me com olhos astutos e perversos, só ressaltou minha certeza de que tudo era um devaneio meu. Não sabia o que fazer ao certo, apenas permaneci paralisada e encarando-a. Sua sombra já cobria-me de uma forma amedrontadora que gelou minha espinha. Abruptamente ela forçou-me para baixo, tentando me afundar. Lutei com unhas e dentes para conseguir a liberdade, porém esse esforço pareceu não adiantar em nada além de me cansar e fazer com que perdesse fôlego.
Ouvi os latidos distantes de Kane, ele também rosnava.
Um dos meus maiores medos era morrer afogada, sentindo a água invadindo todo meus pulmões e impedindo o meu cérebro de pensar com clareza. Agindo apenas pelo instinto de sobrevivência. Em meio ao desespero, abri os olhos e queimou um pouco, mas não me importei. A imagem estava meio borrada e não parava de tremer devido as minhas ações para me salvar. Pude enxergar o meio sorriso sádico e os olhos semicerrados em atitude predatória. Agarrei as mãos que insistiam em levar-me para baixo e usando toda força que me restava, tentei tirar de perto. Nada adiantava, mesmo com a luta extrema que fazia. Minha garganta queimava assim como meu nariz enquanto a água entrava violentamente pelas vias de respiração. Estava perto de desistir quando ela puxou-me para fora suficiente para tossir.
— É um erro. — ela rosnou ferozmente. — Fez tudo errado. Errado. Errado. Errado.
— Quem é você e por que está fazendo isso? — indaguei meio desnorteada. Sua aparência podia ser à mesma que a minha, mas a não ser que tenha uma irmã gêmea ou doppelganger, o que ainda seria impossível, de modo algum, existe alguém tão parecida comigo.
— Olhe — exigiu, segurando meus cabelos e forçando-me a olhá-la. — Eu sou você, o que me tornei é sua culpa! — então ela voltou a me afundar. Dessa vez, ainda consegui submergir momentaneamente. Minha culpa? Por que ela está tentando me matar?
Droga!
Não devia temer, é só um sonho.
Parecia real até à dor e a falta de ar. Apertei as pálpebras, fincando as unhas no braço da minha carrasca. Cortando-a freneticamente num apelativa forma de me salvar. De repente, senti algo mudar ao meu redor e a brisa fria roçar em minha pele molhada. Foi quase um impulso elétrico forte e doloroso retornar à realidade. Eu estava sendo erguida por braços firmes e fortes que facilmente mantinham-me no lugar. Com a visão nebulosa, vislumbrei os cabelos brancos e o vermelho que fazia parte essencial do guarda roupa dele.
Demorei mais que o necessário para reconhecer, de fato, meu salvador. Mesmo que meu coração já soubesse, principalmente com as batidas aceleradas. Atordoada e confusa, em um gesto mudo que estava bem toquei os braços dele. Dedicadamente retirou-me da banheira, deixando com que ficasse sentada no chão. Tremi tanto por frio quanto por medo. Afinal, além de estar nua ainda estava molhada. Dante cobriu-me com seu enorme casaco e levou-me para o sofá.
— Ei, fique acordada — pediu tocando meu rosto. Era difícil ficar acordada quando se esta com muita vontade de dormir. E me sentia tão sonolenta.
— Dante? O que houve? — foram perguntas quase sussurradas sem ânimo.
— O certo era que eu perguntasse isso — seus lábios formaram uma fina linha, sorrindo empaticamente. — Podemos pular o interrogatório e ir direto para parte que me responde o que realmente quero saber. O que aconteceu?
— Bem, eu não sei. Acho que dormi e tive um pesadelo.
Dante estava com um olhar desconfiado, poderia dizer minimamente chateado.
— É só por isso?
Resfoleguei derrotada.
— Eu... Vi. Era eu. — pressionei as mãos contra as têmporas. — Parecia tão real.
— Um pesadelo, você disse?
Assenti.
No segundo seguinte, me vi envolvida pelo calor dele em um abraço protetor que aplacou o medo que rastejava pelas minhas entranhas. Agradecida pelo gesto impulsivo e carinhoso dele, retribui em dobro descansando o rosto em seu peito.
— Tem algo que preciso saber? — ele questionou e notei que havia cortes no pescoço e no braço dele, que já se curavam. As marcas que acabei deixando nele sem querer. O sangue ainda permaneceu manchando sua pele, limpei-as com um crescente sentimento de remorso.
— Sinto muito.
— Por mais que a ideia de que me marque seja boa, não era nesse sentido que queria. — provocou, verificando os vestígios dos ferimentos. — Durona, devo dizer. Bem o meu tipo.
— Não é hora pra esse tipo de comentário, sabia?
— Nunca é uma hora ruim pra isso, doçura.
— Você é tão cheio de si que... — engasguei ao ser tirada do chão, mirando-o corada.
— O que estava dizendo mesmo? — lançou um sorriso convencido pra mim.
Enterrei o rosto em seu pescoço, confortada com a perspectiva dele não se sentir sobrecarregado comigo ali.
— Então isso é um padrão?
— Padrão? — repeti.
— Sempre acabo te achando nua.
— Normal levando em conta que estamos num banheiro e eu estava tomando banho — dou uma risada honesta.
Ele tinha razão em mencionar esse detalhe tão singular, vez ou outra, dos incidentes recentes, ele me encontrava sem roupa.
— Melhor eu me trocar. — engoli o suspiro de dor com uma súbita porejada na cabeça. Sem demora, fui para o quarto compartilhado para me vestir; escolhi um vestido azul escuro sem mangas e que ressaltava mais meu estilo e por ser azul minha cor favorita. Dei uma rápida ajeitada no meu cabelo antes de descer correndo as escadas.
Não encontrei Dante em seu habitual local — nem no sofá, na cadeira velha ou do qualquer lugar do escritório. Peguei Kane que não parava de me seguir, animado. Vi na mesa, de bobeira, uma enorme taça cheia de sundae que me atraía para perto. Esquadrinhei a área para interceptar a presença inimiga em minha empreitada corajosa para tomar a sobremesa e averiguar se não seria uma armadilha. Acabei rindo com minha interpretação fantasiosa da ocasião e do excesso de confiança de Dante para permitir que seu sundae ficasse desprotegido longe de sua supervisão ferrenha.
Depositei Kane no chão e ele correu para perto do sofá. Peguei, cautelosa, a pequena colher e gentilmente cutuquei o doce apetitoso, visando subtrair um generoso pedacinho dela para degustação. Corei com a explosão de sabores e a deliciosa cremosidade agraciar meu paladar, derretendo em minha boca. Tirei um dos morangos e o comi sem culpa.
— Pelo visto alguém andou sendo um garota muito malvada comendo um sundae que não a pertence. — Dante soprou em meus ouvidos fazendo-me arrepiar e o rosto esquentar. Ele literalmente me pegou com a boca na botija, quer dizer, no morango. Nem dava para inventar uma desculpa.
Virei o rosto e com toda a cara de pau que pude reunir.
— Não sei do que está falando, eu não peguei nada. — apelando para a veia teatral, atuei como se tivesse sido confundida com alguém. — Eu só estava de passagem.
— Precisa ser mais esperta que isso pra conseguir sair dessa enrascada. — fingiu me repreender, rindo. — E isso não é chantilly? — esfregou o creme do canto da minha boca, removendo um pouco deste e lambendo para ter certeza do que se tratava. — Não estou tão enganado assim, não acha?
— Tudo bem, você me pegou, mas em minha defesa... Não resisti.
— E agora? O que eu faço com você? — ele não estava realmente perguntando, e sim pensando alto. Suas mãos bloquearam-me, em cada lado.
— Eu posso tentar fazer outro. — peguei uma colherada e ofereci com o melhor sorriso inocente que pude encenar. Dante riu e se deixou levar com a brincadeira. — Além disso, não devia ser tão egoísta, seria bacana da sua parte dividir comigo seu sundae.
— Hm, tem razão. — Dante sorriu travessamente.
— Eu tenho? — fiquei meio abobalhada com a situação. — Claro que tenho!
— Experimente — ele estendeu a colher cheia de glacê rosa, contente abri a boca para provar mais da sobremesa.
— Não dá pra negar que você tem um bom gosto com comida. — declarei animada.
— Não só com comida. — corei com o comentário.
— Adoraria ficar um pouquinho mais, mas tenho que visitar Vincent pra aprimorar minha esgrima. — deu um beijo rápido no Devil Hunter e acenei antes de partir.
Apesar de não conhecer tão profundamente Vincent para ter uma noção real de sua visão e as emoções que deveria sentir, vê-lo esboçar um semblante mais surpreso depois do que relatei a ele e a Rain era um patamar diferente de estranheza. Não se via sempre um homem austero de atitudes ímpar transparecer tantas nuances e nem sabia como proceder diante da situação sem acabar num clima ruim.
— Bem, não podemos perder tempo — Vincent declarou, os cabelos negros se agitaram com a lufada de vento e Rain concordou. — Você tem estudado?
— Sim — disse com firmeza. — Mas preciso aprender mais e esgrima é uma delas.
— O Dante não te ensinou? — Rain indagou.
— Ele me mostrou o básico, em cada estilo de luta.
— Nesse caso o ideal é reservar algumas horas todos os dias para esgrima — Vincent aconselhou, esfregando o queixo. — E outras atividades para melhorar seu desempenho.
Assenti.
Vincent me auxiliou em muitos movimentos com a execução de golpes de espada, também como manusear outros estilos — incluindo uma Claymore enorme que me fazia questionar como Dante carrega a Rebellion tão tranquilamente nas costas sem acabar ganhando uma hérnia de brinde. A sala de compartimento de armas pessoais dos dois parecia mais um depósito real pra soldados que uma simples área de armazenamento e como não meu vago conhecimento territorial se limitava a um espaço mais restrito da ilha, não tinha uma ideia geral do que seria defender o lugar todo, sobretudo, após perder o véu de proteção.
Rain me ensinou a magistral arte da faca e como atingir os pontos certos para diferentes funções.
— Então vocês não vão mesmo me contar, né? — perguntei com a respiração pesada após duas horas ininterruptas de combates com lâminas. — Sobre o Ace ser parte da família? A conexão com Alexander?
Vincent me lançou pra longe com um giro, me derrubando contra uma parede ligeiramente acolchoada.
— Tudo há seu tempo.
— Mas tem algo que podemos te contar — Rain se aproximou, sorrindo. — O lugar onde estará todas as respostas.
— Que lugar?
Os irmãos se entreolharam.
— O ponto de origem da sua encarnação passada.
×××
Talvez não seja muito maduro da minha parte, isso é quase uma certeza absoluta. No entanto, explorando emoções mais profundas e cutucando leves inseguranças, comecei a considerar que tinha um pouquinho de ciúmes. Ninguém fica completamente bem quando, retornando de um treino árduo físico e mentalmente, encontra uma mulher estranha com uns papos tortos com o namorado alheio.
Dante não era um homem que se deixava levar pela lábia, mas não ignorava completamente o humor projetado a ele — ele conduzia tudo como uma engenhosa dança de comunicação. Sempre mantendo o assunto em um nível de profissionalismo com o toque de sarcasmo típico dele. E, aqui estava eu, testemunhando a minha frente uma cena de flerte unilateral: a mulher se debruçava na mesa, sorrindo descaradamente para o meio-demônio e seus dedos ardilosos trançavam o peito dele se demorando ali com tanta casualidade que me enjoou. Por um minuto, um pavoroso e nojento, pensei que ela fosse beijá-lo.
Nenhum dos dois notou minha presença, mas quando a luz começou a piscar automaticamente Dante voltou-se para mim com sorriso dançando em seu rosto.
— Espero não estar atrapalhando. — dei meu mais cínico sorriso, digno de um óscar.
— Você nunca atrapalha, doçura.
A mulher usava roupas negras e justas com detalhes rosa escuro, seu sobretudo igualmente escuro cobria a falta de tecido. Seus cabelos eram pretos azulados e longos, tão lisos e leves que tremiam aos seus sutis movimentos. Ela se inclinou para frente dizendo algo a Dante que não pude ouvir.
Marchei em passos pesados e brutos, com o objetivo de chamar mais atenção.
— Sinto muito interromper — rosnei rispidamente. Movendo-me para perto, e fitando-a com ódio virulento. A mulher simplesmente levou a mão à boca e riu por trás dela.
— Oh, me desculpe — musicou lançando um olhar travesso. — Está defendendo o território?
Ela curvou os dedos imitando uma unhada de gato, fingindo cortar algo. Dante riu da comparação, e eu apertei os punhos. Tenho um sério problema de não conseguir meu controlar quando estou com raiva. Na verdade, pouco me importando com isso. Acho que mesmo a mulher mais ponderada do mundo ficaria irritada vendo outra pessoa flertando com seu companheiro.
Mordi o lábio inferior, irritada.
— Acho melhor medir suas palavras, Cordélia — Dante alertou rindo, despreocupado. — Quando ela está brava é bem assustadora.
— O que foi? Não me diga que ficou com ciúmes? — instigou.
Coloquei-me em posição defensiva.
Ela retrocedeu em uma nítida gargalhada.
— Então, Dante, acho que se esqueceu de domar sua fera. Cadê a coleira?
— Eu não sou uma fora pra ser dominada. E não gosto que desdenhem de mim. — avisei. — Se tem algum trabalho, diga. Caso contrário, a porta da rua é serventia da casa.
— Mas é engraçado. — ela brincou, mexendo no cabelo. — Você é jovem e emocional, qualquer coisa pode desencadear uma explosão. E eu não estou aqui pra jogar com... — o zunido atravessou o escritório em uma trajetória reta, deixando para trás um rastro de energia dourado que ia da minha mão para a parede há metros de nós. Os fios cortados flutuaram quando ela, atônita, verificou o estrago.
Um fino filete de sangue escorreu pela sua bochecha. Ela tocou horrorizada, então me olhou perversamente.
— Sua merdinha. Você marcou meu rosto. — gritou possessa e gélida, como uma navalha afiada. — Eu vou te matar!
— Eu avisei. — Dante deu de ombros.
Ela correu, e em movimento quase invisível me lançou violentamente para longe. Em meio ao voou, retrocedi e pousei na mesa frente a Dante. Alcancei Ivory que estava em cima dela, e a apontei sem pestanejar. A adrenalina correu em meu corpo, dando-me todo força e queimando minha fúria. De modo que, não deixaria essa afronta passar e de bônus faria essa mulher saber o lugar dela. Atirei em sua direção, entretanto ela conseguiu desviar de cada bala — um feito extremamente hábil e suspeito.
— Se não sabe jogar, criança, não se intrometa em conversas de adultos.
Criança!?
Peguei impulso e saltei ainda atirando, antes que chegasse a tocar o chão um chicote puxou Ivory de minhas mãos. Ousei agarrar o chicote, só que ela era um pouco mais forte que eu. Permanecemos assim, uma encarando a outra sem nos mexer. Era certo dizer que simplesmente não podíamos como se tivéssemos um impasse. Quem atacaria primeiro e quem deveria se defender. Segurei e tentei puxar, ela fez mesmo e investiu contra mim. No entanto, ela parou quando tiros atravessaram seu caminho.
— Se forem continuar eu posso indicar um bom clube subterrâneo. — Dante comentou debochado, larguei o chicote que logo a mulher o ajeitou, arrumando as roupas. — Apesar de gostar de uma boa luta, meninas façam o favor de parar de destruir meu escritório.
— Devia cortar as presas dessa sua cobrinha — a mulher virou-se é saiu batendo pé. E antes de sumir, e para me provocar lançou um beijo no ar para Dante. Já estava pronta para mais uma rodada quando ela desapareceu.
— Quanto a você, estava se divertindo? — ele ergueu as sobrancelhas em presunção e desafio. Subi na mesa, e Dante forçou minha mão pra baixo e aproximou seu rosto do meu. Involuntariamente o virei, contrariada.
— Ciúmes?
— Que ideia. — resmunguei, constrangida. — Talvez um pouco... Exagerei?
— Isso é você que deve ver. Mas sabe que você é minha favorita, não é? — fiz uma careta. — O que? Disse a verdade.
— E o que ela queria? Claro, além de flertar com você? — franzi o cenho.
— Queria minha ajuda. — disse vagamente.
— Pra que? — me ajeitei. — Não me diga que terei que a ver de novo?
— É o jeito, doçura. Vou trabalhar com ela.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro