Text Messages

Miss Americana 🇺🇸:

Hey, é sexta-feira

You:

Pois é. 

Ao menos é o que diz o calendário

Miss Americana 🇺🇸:

E ele normalmente está certo

You:

Normalmente

Miss Americana 🇺🇸:

Você vai fazer alguma coisa hoje?

You:

Não. 

Por que?

Miss Americana 🇺🇸:

Quer sair comigo? 

Tem esse bar bem legal no Brooklyn e eu preciso de um tempo longe dessa casa

You:

Aconteceu alguma coisa?

Miss Americana 🇺🇸:

Só algumas lembranças, algumas coisas que me fizeram chorar e agora eu sei que se eu ficar aqui eu vou voltar a lembrar dessas coisas e minha sexta-feira vai acabar comigo chorando enquanto assisto a "Love, Actually" pela quinquagésima terceira vez

You:

Isso foi bem específico 

Miss Americana 🇺🇸:

É. Eu só me conheço muito bem

You:

Eu reparei

E eu estou livre, então parece que vamos passar a sexta em um bar no Brooklyn

Eu te busco em uma hora :)

(...)

— Você tá bem? — S/n perguntou assim que viu Taylor saindo pela porta principal do apartamento em Tribeca.

Ela estava linda.

Como sempre.

Mas os olhos dela estavam cansados, um pouco irritados, com um tom levemente avermelhado que deixava claro que ela tinha chorado.

— Sim — Taylor respondeu, mas ela não estava 100% bem.

O dia tinha sido cheio e ela tinha conversado com Joe pela manhã. De algum jeito aquilo mexeu com ela, não o fato de falar com Joe, mas a realização depois que a chamada com ele se encerrou.

A realização de que ela estava - mais uma vez, naquela cidade enorme que ficava acordada 24h por dia - Sozinha.

Quase como em 2016, com a diferença de que agora ela estava no melhor momento da carreira dela, então tinha muito menos drama e pouquíssimas pessoas falando merda - se não nehuma - mas nem isso parecia melhorar as coisas.

— Certeza?

— Sendo sincera... — Taylor suspirou de leve e encarou S/n — Não. As coisas estão meio bagunçadas mas vai ficar tudo bem.

(...)

Instagram Stories (Close Friends)

-

— Esse é o seu quinto — Taylor comentou com uma risada leve acompanhando a fala dela, quando S/n terminou de tomar o último gole do drink que havia pedido.

— Eu sei, eu sei — S/n riu de leve — Nós viemos aqui pra te tirar do apartamento e fazer essas lágrimas sumirem dos seus olhos e misteriosamente eu bebi cinco drinks.

— Misteriosamente?

— Ok, eu pedi cinco drinks, mas eu precisava.

— Isso porque no início do ano você disse que nunca mais ia beber na vida.

S/n revirou os olhos mas deixou um riso escapar e então comentou: — Não acredite nas coisas que eu digo depois de uma noite louca como aquela da véspera de ano novo.

— Hm, hey — o Barman interrompeu o momento ali entre S/n e Taylor. Ele carregava um sorriso calmo e simpático, e disse — Nós já vamos fechar, então...

— Oh, claro — Taylor disse. Ela não pensou duas vezes antes de alcançar a bolsa apoiada ali na bancada e tirar a carteira ali de dentro, mas S/n foi mais rápida e quando Taylor viu o barman estava passando o cartão da mais nova na máquina que ficava ali ao lado — S/n...

— O que? — a mais nova deu de ombros. Ela agradeceu de leve quando o barman devolveu o cartão e voltou a guardar ele na carteira, essa que voltou pro bolso da calça que ela estava usando — Vem, vamos — S/n se levantou e estendeu a mão para Taylor, que fez o mesmo que a mais nova.

Logo as duas estavam saindo do bar, de mãos dadas, e entrando em um táxi vago que estava ali na frente do bar.

— Pra onde? — o motorista perguntou.

— Hm... — S/n encarou Taylor e perguntou — Você que ir pra casa? — tudo que ela ganhou foi um aceno negativo — OK, hm, só, só vai dirigindo, pode ser?

— Dirigir pela cidade? — o homem virou o rosto de lado, para conseguir ver S/n no banco de trás, ainda que de canto de olho.

— Sim.

— Certeza? O Táximetr-

— Não tem problema — S/n assegurou e o motorista apenas deu de ombros e deu partida no carro.

Segundos depois ele ligou o aparelho de rádio do carro e o refrão de Little Lion Man do Munford & Sons tomou conta do espaço.

Taylor conhecia a música e ela se pegou cantando junto da voz do Marcus Munford, até que Little Lion Man chegou ao fim e Sweet Caroline se iniciou.

—  Sweeet Caroline... — Taylor cantou.

— Dun dun dunnnn — imitou o ritmo do instrumental da música, o que fez a loira rir de leve.

— Cadê o seu celular? 

— Aqui — S/n tirou o aparelho do bolso, sem entender a pergunta repentina, e apenas observou Taylor alcançar o aparelho e o desbloquear. Segundos depois ela viu a interface do Instagram tomando a tela, e a loira se ajeitando para gravar um story — Você vai compartilhar isso?

— Com o seu close friends. Quem tá na lista? — a garota perguntou.

— Meus irmãos, Art, Fay, Kenny, Gerard, Blake, Ryan, hm, ah... Cara e Selena.

— O pessoal de sempre.

— O pessoal de sempre — S/n sorriu de leve, reafirmando o que tinha escutado.

-

Instagram Stories (Close Friends)

(...)

O táxi estava seguindo pela quinta avenida e a noite estava começando a virar dia. As ruas ainda estavam cheias, o que era uma boa mudança se comparado com o ano anterior.

New York parecia viva, como costumava ser.

Taylor estava nos braços de S/n, com as costas encostadas no torso da mais nova e elas já estavam daquele jeito por alguns minutos. O rádio ainda tocava suavemente, a música da vez era Easy Easy do King Krule.

A sensação ali era boa. O motorista do táxi parecia perdido nos próprios pensamentos, com a atenção focada no trânsito, enquanto que S/n e Taylor estavam em um silêncio confortável.

Foi quando o sol começou a surgiu no céu, quando o táxi começou a descer a avenida, quando o som de Verses do Tamino tomou o espaço do carro, quando Taylor se inclinou para ver o sol, quando S/n a acompanhou, foi quando tudo isso aconteceu que as coisas pareceram se alinhar.

Taylor desviou o olhar da janela aberta e só ai reparou que S/n estava muito perto.

Perto demais.

E tudo foi tão calmo, e sem pressa, que não só parecia como fazia as duas garotas sentirem que aquilo era certo.

O olhar de S/n encontrou o de Taylor e ela mal reparou quando se inclinou na direção da loira.

O contato inicial foi leve. Um simples encostar de lábios, mas foi o suficiente para deixar um sorriso doce aparecer no canto da boca de Taylor.

S/n eventualmente se afastou, mas sem quebrar a distância por completo. Ela encostou a testa na de Taylor e comentou: — Eu acabei de te beijar — como se aquilo não fosse algo óbvio — E eu espero que você não tenha se assustado. Foi bem-

— Repentino — Taylor interrompeu de maneira calma a mais nova, essa sorriu e assentiu — Só, hm, o que é isso?

— Isso?

— A gente.

— Eu não tenho ideia — S/n respondeu sincera — Isso pode ser o começo de tudo que você quiser. Da gente. Sei lá... Um novo amor?

— Um novo amor? — Taylor perguntou. O sorriso dela ainda estava no rosto, e S/n não estava diferente.

— Algo assim.