A princesa não parecia satisfeita com a minha presença no castelo, tampouco com a ideia de se casar comigo, mas será seu destino. Eu havia declarado, para aparentar ser uma pessoa gentil e justa, que só me casaria com alguém que quisesse se casar comigo, contudo a princesa Seleste pertencerá a mim.

Após o chá, me mostraram o aposento que eu ficaria. O meu criado, Tavares, e o mais leal servo após Hans, que é o chefe da guarda real, veio comigo ao quarto. Pedi para que colocassem uma cama a mais para ele e foi o que fizeram.

— A princesa é uma das mais belas mulheres que já vi, majestade — ele disse, organizando nossas coisas nos roupeiros.

Eu passaria algumas semanas ali, por isso pedi uma divisão com um local maior para armazenar as vestes ao invés de baús. No meu castelo todos os aposentos possuem roupeiros de carvalho com painéis losango levantados para as portas, mas claro que a opção deles é bastante econômica e eu poderia desfrutar disso quando for rei; tudo que eles economizaram será meu.

— Sim, muito bela. Mas reconheço que ela é um pouco... — Não sabia exatamente qual palavra usar para defini-la. Ela falava demasiadamente e sabia coisas que iam além de uma princesa. Tive a oportunidade de conversar cerca de uma hora com ela e seu pai após o jantar, e vi o quão educada ela era para ser independente e não submissa.

— Inteligente?

— Isso! Deveras inteligente para uma mulher, principalmente para uma princesa. O pai dela tinha me garantido que ela é subjugada o suficiente para ser uma boa rainha, mas estou começando a discordar.

Tirei a parte de cima das minhas roupas e minhas botas, ficando apenas de calça pelo cômodo enquanto ouvia Tavares encher minha tina de madeira para meu banho relaxante antes de dormir.

— Então deseja procurar outra pretendente?

— E dar a ela a sensação de se sentir vitoriosa? De jeito nenhum! Percebi que a última coisa que ela quer é casar comigo e vou deixar isso acontecer, quero ver seu limite. — Sorri de lado com a ideia de vê-la perder o controle e aquela pose de poderosa.

Sabia que Tavares estaria revirando os olhos do outro lado da porta do banheiro, pensando o quão maldoso sou, mas ele me conhece melhor que ninguém e já sabia disso. Eu desejava vê-la submissa a mim e se isso não for o que ela é, terei que domá-la e ensiná-la coisas novas, o jeito certo de ser princesa no meu mundo.

— O senhor é muito ambicioso, majestade.

— Ambição é uma dádiva, Tavares. Se for usada do jeito certo, só abrirá portas para a glória — falei olhando para as estrelas.

Eu queria poder alcançá-las, mas se não posso, terei todos os impérios na palma da mão, para satisfazer pelo menos um pouco do meu desejo de poder.

— Não acho que ela vá aguentar muito tempo casada comigo e com um ego daquele jeito, eu terei trabalho. Mas logo será uma outra mulher e todos os outros vão invejavar nossa união, assim como invejavam minha união com Ellena. — Mas de uma coisa eu sei: nunca amarei Seleste como amei Ellena, nem chegará perto. Mas ninguém é capaz de ficar solteiro eternamente, sobretudo um rei que é sempre cobrado por não ter uma rainha ao seu lado ou um herdeiro.

— Não acha que ela queira ser amada, majestade? — Ele estava mesmo tentando colocar algo na minha cabeça? Achei que já estivesse desistido disso.

— Com certeza, mas o que importa aqui é o que eu quero e não o que ela quer. Nessa união quem se beneficiará mais sou eu. O pai de Seleste só terá uma bela e enorme casa no mesmo reino que ele governava.

A ideia de ser superior ao rei era algo que me dava alegria e entusiasmo.

Espero que estejam gostando. Não criem ódio do Cristian, eu sei que é difícil, mas logo saberão a história dele.
Me digam o que acham de Seleste e de Cristian. E me falem qual dia da semana preferem que eu poste, quero organizar um horário certinho.
Não esqueçam de votar e comentar. Beijos.