#1 Uma Solução Para A Destruição {Revisado}
Meses após a guerra...
Fui criada para servir, obedecer e amar alguém que não conheço. Meus pais me deram uma instrução que achavam ser adequada. Mesmo sendo uma princesa, tenho que acatar as ordens de um superior para me tornar rainha e ter o casamento impecável cujo meus pais sonham.
Quais são os privilégios de ser princesa? Liberdade? Inexistente. Amor? Não tem. Tempo? Muito menos! Queria poder lutar para ser feliz ao lado de quem amo e não precisar me casar com alguém por convênio. Mas não possuo o amor de alguém, como ninguém possui o meu...
Eu terei que me casar com um assassino! Ele matou milhares de pessoas na guerra que ele mesmo provocou. Matou os pais da mulher que dizia amar. Destruiu o reino do seu inimigo, eliminando inocentes plebeus. E tudo isso para quê? Para obter riquezas, fortuna e mais um reino para governar. Os corpos foram jogados ao mar e os poucos sobreviventes do massacre vieram para Islerin, o rei que meu pai governa, que fica entre América do Norte, América do Sul e África. E eles sobrevivem em Metrocy - uma pequena cidade, dentro do estado-nação governado por meu pai, onde ficam os que são considerados descartáveis por aquele que detém o poder absoluto.
Consegui, por alguns minutos, me distanciar dos guardas e de toda aquela agitação do castelo. Apenas um lugar me salvaria de tudo e me traria segurança e proteção.
O jardim da minha mãe era um lugar secreto, meu pai havia lhe dado permissão para criar um salão que fosse só dela e ela criou, mas nunca revelou qual era ou o que havia lá dentro. Quando estava à beira da morte, ela me levou lá, me contou detalhes de como cuidar de cada planta e me entregou a chave do lugar. Até hoje, sou eu quem cuido do seu jardim e mais ninguém sabe de sua existência. Sabem apenas que existe uma porta no final do terreno do castelo, mas como minha mãe havia pedido, ninguém nunca tentou abri-la.
Abri a grande porta de madeira e fechei depois que passei por ela. Eu estava com um vestido lilás com uma fita abaixo dos seios, um decote pequeno e as mangas caídas. Uma roupa que fora feita para ser usada em bailes e recepções no Grande Salão, não para andar em um jardim cheio de flores, árvores e areia.
Não pretendia me importar com detalhes tão pequenos, como o fato do meu vestido ficar todo sujo após o passeio. Entrei no jardim devagar, sentindo o cheiro de rosas que sobrevoava desde o dia que o conheci. Luto para mantê-lo do jeito que ela o deixou e até agora tenho feito um ótimo trabalho, creio eu.
No meio do jardim há um balanço de madeira pintado de branco. Ao redor dele, tem um lago pequeno e muito bem limpo por mim. Uma ponte de madeira com belos detalhes de rosas nas pontas dão passagem por cima das águas até o balanço.
Lembro de quando minha mãe me balançou nele no dia em que me mostrou tudo. Ela tinha que poupar forças mas fez questão, queria que eu sentisse aquela sensação de quase tocar o céu.
Me sentei no balanço e me balancei devagar. A calma daquele lugar me deixava no paraíso; eu esquecia tudo e só pensava na minha mãe e no amor que ela detia por mim.
Antes dela morrer meu pai ainda era amável, atualmente, só pensa em progredir o reino - parte dele -, dar amor ao povo e esqueceu que tem uma filha.
Passei um bom tempo dentro do jardim, então resolvi sair e logo quando cruzei a porta da entrada do castelo, vejo ele. O homem cuja reputação está desgastada. Ele tem olhos castanho-escuro sombrios, usa roupas pretas e os cabelos nada alinhados, mas muito bonitos, tenho que admitir. O preto lhe cai bem, porém a única cor que vejo são seus olhos e o broche em seu peito, que é dado aos homens que detém grande coragem.
- Seleste, minha filha, esse é o Rei Cristian.
"O homem a quem você me vendeu papai", pensei, porém não pretendia ofendê-lo, apenas sorri discretamente e fiz uma reverência demorada para pensar no que dizer e fazer que não me comprometa, muito menos irrite meu pai Rodolfo.
- É um prazer para mim conhecer a minha futura rainha. - Ele não fez reverência, apenas pegou minha mão e a beijou como se fosse o comprimento mais adequado.
- Eu digo o mesmo - menti, mas tirei um sorriso dos lábios do meu pai e isso já me bastava.
O estranho ao meu lado me ofereceu o braço, eu o segurei e meu pai nos guiou até a mesa que os criados haviam colocado para tomarmos um chá.
- E o que o trás aqui? - perguntei tomando um pouco do meu chá branco que tanto gosto. Ele tomou um pouco do seu antes de falar.
- Quis conhecê-la. Não pretendo me casar com alguém que não me queira.
Ótimo! Pena que não posso dizer a ele que não o quero.
- Entendo.
- Quais são seus planos para o reino se conquistar minha filha?
Ele diz conquistar como se realmente fosse acontecer isso e não um simples acordo que irá me tirar a única chance de ser feliz de verdade, a minha chance de viver.
- Bom, pretendo unir os impérios de Asrael, Asgan e Islerin.
Islerin é o meu reino, cuja coroa não fora dada a mim por não ser casada, mas meu pai, ambicioso como sempre, decidiu dar ao homem que casar comigo. Ele quer muito passar sua coroa a diante, mas como minha mãe tornou-se estéril após meu parto não teve a chance de dar lhe um herdeiro homem.
Já Asgan é o reino de Cristian, que o foi lhe dado quando seu pai morreu e ele era o único herdeiro. Eu diria que ele o matou se o rei não tivesse morrido de causas naturais, assim como a rainha. O reino é coberto por uma camada de neve, faz frio como nunca vi. Fui apenas uma vez e não pretendo ir novamente.
E Asrael é o reino que ele destruiu, despedaçou e aniquilou. Era governado por Pietro e sua rainha Viviane que foram mortos na guerra. Os moradores têm medo dele, não querem viver lá, mas o reino é cercado, tem soldados por todas as partes impedido entradas e saídas indesejadas pelo rei. Uma completa insensatez com o povo, eles não tem culpa do seu rei ter crises de loucura. Se salvou apenas os que vieram para Islerin após a guerra entre Asgan e Asrael.
Então ele continuou a falar:
- Após isso, pretendo fechar os três reinos, os unindo com portões de ferro. Pretendo também criar mais estábulos, mais torneios por ano e distribuir mais alimentos.
Eu o olhei de um jeito que nem mesmo eu sabia qual expressão estava esboçando naquele momento. Queria parecer uma princesa normal, porém algo que ele disse me chamou a atenção. Fora a parte do "fechar com portões de ferro". Ele não tem noção? Nossos reinos tem uma grande quantidade de água os dividindo, não são tão distantes, porém não seria fácil ligar todos em um. Isso apenas gastaria nossa moeda, chamada de Coroa Islecense.
Mas algo que o ouvi dizer me fez questionar:
- Há escassez de comida?
- Infelizmente, sim. O reino está passando por um momento de crise por causa da guerra, mas com os minérios extraídos da mina de seu pai, conseguiremos nos refazer.
Guerra essa que você provocou. Fome essa que você provocou. Ele aparentemente não era ciente de que a destruição do seu povo veio com sua chegada.
Espero que gostem. Estou amando trabalhar nesse meu mais novo bebê ❤
Não esqueçam de comentar e deixar uma estrelinha.
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