Leona na foto acima

Bunker após o descongelamento de Mayla

Voltamos mais rápido do que eu imaginava para o bunker. Mayla estava bem cansada, então no caminho foi dormindo no ombro de Jürgen e eu voltei com Albert claro, mas eu dei um chilique para ir com Sofie depois das piadinhas sem graça que ela ficou fazendo depois que eu e Albert fomos ver a aracma, mas nenhuma de nós duas sabia nem mesmo como pegar nas rédeas dos cavalos direito, então de qualquer forma não iria dar muito certo eu ir com ela.
Mas aqui estamos nós, dentro do bunker novamente e logo vejo Manfred chegar, atrás dele vem Klaus.
Estou com um pouco de medo de como ele vai reagir, quer dizer foi para proteção dele que fiz ele ficar aqui e eu precisava tentar resgatar Mayla, eu não podia esperar até o braço dele melhorar porque demoraria muito, então não tem nem porque ele continuar me tratando do jeito que ele estava tratando. Pelo menos ele se despediu de mim antes de irmos, mas mesmo assim, eu vou esperar para ver.
Tiro as roupas térmicas para me deixar um pouco mais leve enquanto todos estão se abraçando as famílias e os amigos. Eu vou para o canto, é bom ver o povo feliz, acaba renovando minhas forças, ver as pessoas se abraçando e sorrindo, afinal eu sou treinada para isso desde pequena, meu reino, minha responsabilidade, isso me dá uma impressão de que estou fazendo um bom trabalho e espero que eu esteja certa nisso.
— Ei! — Diz uma voz de canto, olho para o lado e é Mayla — Por que está aí sozinha e não está com a gente?
— Não é nada, eu só estou olhando — Digo sorrindo.
— E não vai participar? — Ela abre os braços e me abraça.
— Ela às vezes gosta de bancar a isolada. — Diz Sofie chegando até nós e nos abraçando, vejo que o pai de Leona sai para cumprimentar as outras pessoas da guarda e ela fica sozinha, vou em direção a ela e digo:
— Você fez um ótimo trabalho hoje. — Envolvo os braços nela. — Nós conseguimos! — Ela fica sem reação por alguns segundos, mas depois ela acaba retribuindo o abraço.
— Minha mãe ... ela ainda está lá. — Diz ela ainda abraçada em mim, num tom baixo, eu a solto e a olho dizendo:
— Mayla foi só o começo, pegamos o livro, nós vamos descongelar o reino todo, tenha fé nisso. — Sorrio para ela e ela me retribui um meio sorriso, o que é raro dela, ela quase nunca sorri.
Ela sai em direção ao pai e mais uma vez eu mais uma vez fico sozinha, mas isso não dura muito, vejo Klaus vir até mim com passos rápidos, ele me olha nos olhos por alguns instantes e me abraça e eu retribuo seu abraço.
— Você conseguiu princesa. — Diz ele ainda me abraçando.
— Graças a Deus, nós conseguimos. — Digo num tom baixo, ele me solta e me olha e fica ali parado me olhando por um tempo. — Você sabe que não deixei você ir para o seu bem não sabe? — Digo franzindo a sobrancelha e ele assente com a cabeça, sei que ele ainda está bravo, mas ele tem os motivos dele então não tem muito a se fazer.

— Sua bochecha — Diz ele aproximando a mão do meu rosto, mas não chega a tocar.

— Ah, isso, isso foi só um pequeno ferimentozinho, Schmidt já deu alguns pontos e já está melhorando. — Digo com a mão na bochecha. Ele assente com a cabeça e volta a me olhar fixamente. Vejo que Albert vem vindo em nossa direção
— Então... — Diz Albert me olhando.
— Então... — Digo eu sorrindo.
— Abraço? — Diz ele abrindo os braços.
— Abraço. — Digo rindo e abraçando ele. Vejo Klaus franzir a sobrancelha e sair em direção a Jürgen e eu fico ali junto de Albert até ele me soltar.
— Tenho que fazer uma coisa. — Digo levantando o pescoço. — MAYLA! — Grito.
— O que foi — Pergunta ela vindo para perto. — Precisamos anunciar sua volta ao reino.
— Oi? — Diz ela estranhando.
— Agora que está de volta, você vai comandar novamente. — Diz Jürgen chegando.
— Ah é verdade. — Diz ela fazendo uma careta — Que chato. — Ela diz rindo e eu acabo rindo também.
— Bom, mas acho que agora que Anelise já é uma princesa mais velha e com mais maturidade, poderia te ajudar também. — Diz Schmidt atrás de mim.
— De onde você surgiu? — Digo assustada.
— Estava bem aqui atrás de você faz um bom tempo. — Diz ele sorrindo.
— Aaah, mas se vocês estão achando que vou governar isso sozinha, nem inventem, eu tenho todos vocês aqui para isso. — Diz ela esticando os braços para cima.
— É, mas agora precisamos avisar o povo que chegamos bem e sobre o descongelamento da princesa, por isso vai tirar essas roupas e tomar um banho logo para nós podermos avisar os outros e você poder dormir e descansar. — Digo eu num tom que soou mandão demais até para mim. Mayla olha para Jürgen e depois para Schmidt.
— Olha só para você, minha princesinha cresceu tanto, que orgulho! — Diz ela apertando minha bochecha sã.
— É cria minha! — Diz Sofie vindo até nós.
— Aí gente para! — Sinto meu rosto corar e todos estão rindo da minha cara, então saio e vou em direção ao meu quarto. Eu não sei porque não avisei o povo antes, estavam todos com os olhos fixos para mim no corredor de cima, nisso eu não pensei.
Chego ao quarto e me jogo na cama, não posso dormir agora porque sei que se fechar os olhos não vou conseguir acordar depois, então me levanto e vou tomar um banho.

Após o banho coloco uma camiseta vermelha, uma calça legging preta e uma bota preta cano alto e saio com a esperança de avisar o povo logo e finalmente poder ir dormir. Ao passar pelos corredores de cima olho para o corredor de baixo tentando achar alguém que vá saber onde está Mayla e por sorte consigo ver Sofie, então desço correndo em encontro a ela.
— Sabe de Mayla? — Pergunto a ela.
— Serve aquela ali? — Diz ela apontando para Mayla chegando com o braço interlaçado no braço de Jürgen, e o incrível é que ela colocou quase a mesma roupa que eu, só mudando a cor da blusa que é rosa claro.
— Onde arrumou essa roupa? — Digo a analisando de cima abaixo.
— Onde você arrumou a sua? — Diz ela fazendo o mesmo comigo, sorrindo.
— Vem precisamos avisar o povo. — Eu seguro a mão dela e corro com ela até o corredor de cima, eu seguro as grades e grito:
— BLAUESKÖNIGREICH! DEPOIS DE UM BOM TEMPO SEM RESPOSTAS SOBRE A CURA DO PARADEIRO DO CONGELAMENTO DE NEVASKA, AQUI ESTÁ A RESPOSTA, EIS A PRINCESA MAYLA — O reino entrou em surto de tantas vozes falando, algumas comemorando. — SIM, ISSO É ÓTIMO PARA NÓS, PORQUE AGORA PODEMOS DESCONGELAR TODO O REINO, MAS AGORA EU GOSTARIA DE AVISAR TAMBÉM QUE MAYLA ESTARÁ EM PRIMEIRO COMANDO, ELA GOVERNARÁ VOCÊS AGORA! COMEMOREM BLAUESKÖNIGREICH, POIS AGORA VOCÊS TÊM UMA PRINCESA À ALTURA! UMA PRINCESA COM EXPERIÊNCIA E DE GRANDE SABEDORIA! — Eu dou um passo para trás para dar a palavra a ela.
— BLAUESKÖNIGREICH, ESTOU MUITO FELIZ DE TER SAÍDO DAQUELE GELO, QUERO DIZER A VOCÊS QUE FAREI O MEU MELHOR PARA GOVERNAR ESTE REINO E QUE ESTAREI AQUI PARA O QUE PRECISAREM, NO QUE NECESSITAREM DE AJUDA EU ESTAREI AQUI PARA AJUDÁ-LOS COMO EU PUDER. EU QUERO DIZER TAMBÉM QUE NÃO VOU GOVERNAR ESTE REINO SOZINHA! — Ela olha para mim e coloca seu braço sobre meu ombro e me puxa para seu lado. — TEREI A AJUDA DE ANELISE, JÜRGEN, SCHMIDT, KLAUS, SOFIE E DE MUITOS OUTROS QUE ESTÃO ENVOLVIDOS COM O REINO. — Vejo a expressão de surpresa de Sofie no corredor de baixo, que acaba sendo bem engraçada. — MAS PRINCIPALMENTE DE VOCÊS, EU VOU PRECISAR DE VOCÊS PARA ME AJUDAR A DAR MEU MELHOR, POIS NÃO SOU SÓ EU QUE FAÇO ESTE REINO, SOMOS TODOS NÓS. EU AGRADEÇO A ATENÇÃO DE TODOS, HOJE É MAIS UM DIA QUE TEMOS PARA BENDIZER E AGRADECER AO SENHOR, PORQUE ELE NOS DEU MAIS UMA ESPERANÇA! QUE DEUS ABENÇOE CADA UM DE VOCÊS! — Ela termina e o reino começa a gritar em comemoração, ainda com o braço no meu ombro ela olha para mim e faz uma pose, fazendo um dois com dedo e mostra a língua e eu rio balançando a cabeça.
Nós descemos para o corredor de baixo e vamos correndo apostando corrida até onde está o pessoal e eu chego primeiro ofegante.
— Uau que culta você, nem parece a Anelise falando lá em cima. — Diz Albert irônico.
— Aah! Não enche. — Digo ainda ofegante tentando achar ar e Mayla chega atrás de mim.
— Eu acho que você foi muito bem Anelise, conseguiu animar e acalmar o povo. — Diz Manfred.
— E eu como fui? — Pergunta Mayla cansada também.
— Você também foi muito...
— Você foi maravilhosamente bem. — Diz Jürgen interrompendo Mafred, ele segura o rosto de Mayla e a beija.
— Nhaaaaa. — Digo virando o rosto e fazendo cara de nojo, alguns começam a rir da minha expressão e outros só sorriem ao afeto de Mayla e Jürgen, somente Klaus que ainda está sério e olhando para o nada.
— O que foi Klaus? — Pergunto
— Nada — Diz ele balançando a cabeça, acho que ele nem percebeu que os dois ainda estão se beijando na frente dele.
— Você ainda não percebeu que tem duas pessoas se beijando na sua frente? — Pergunto e ele olha para os dois e faz uma expressão de estranhamento, os outros riem e finalmente eles se soltam.
— Dá um tempo gente, dez anos. — Diz Jürgen abraçado em Mayla.
— Sério que você ficou dez anos sem beijar nenhuma outra mulher? Mesmo com vocês pensando que eu estava morta? — Diz Mayla o olhando fixamente, mas ainda com um sorriso.
— É claro que não, eu não consegui. — Diz ele com um sorriso de deboche e ela franze a sobrancelha desconfiada.
— Eu confirmo isso. — Digo levantando o braço.
— Eu também. — Diz Klaus finalmente sorrindo e todos os outros levantam a mão em testemunho também.
— Você não existe! — Diz Mayla com um sorriso de orelha a orelha.
— Sim eu existo, mas só se for para você. — Diz ele retribuindo o sorriso e eles se olham de uma forma que os olhos dos dois chega a brilhar.
— Gente não dá pra colocar uma musiquinha aqui não? — Diz Mayla lançando o olhar para mim e eu olho para Manfred.
— Tá eu vou pegar o microfone e o radinho. — Diz ele se levantando
— Microfone e radinho? — Pergunta Sofie estranhando.
— É, foi meio que uma criação minha, o radinho solta os sons do microfone e grava as músicas cantadas nele também.
— Cara você é brilhante, essa eu quero ver, vou com você buscar. — Ela se levanta e sai quase que correndo junto de Manfred.
— Pede para o Brad e para os amigos dele tocarem, eles estão ali. — Diz Albert apontando.
— BRAD, BRAD! — Grito para ele no meio da multidão, mas ele não escuta, o barulho da multidão é muito alto.
— Klaus vai lá chamar ele. — Digo apontando para Klaus vê—lo e ele se levanta parecendo que está com má vontade. — Espera aí, Leona vai lá com ele, nesse ritmo dele é capaz dele se perder. — Digo enquanto ela se levanta quase correndo.
— Vem logo! — Diz ela num tom bruto puxando o braço de Klaus e ele me olha com uma cara de raiva e eu pisco para ele e caio na gargalhada com Albert, é só para deixar Leona feliz.
Eu me sento ao lado de Albert e fico olhando Jürgen e Mayla, Jürgen com os braços envolvidos na cintura de Mayla de um modo que os dois se olhem frente a frente, conversando e sorrindo um para o outro, felizes de se terem novamente, eles são um exemplo de casal, aquele casal que só de você olhar dá para ver que há amor entre eles, dá para ver que se amam. Paro um pouco de olhar para eles e olho para Albert.
— Eu tô acabada. — Digo passando a mão no meu cabelo que está todo descabelado.
— Tá mesmo. — Diz ele sorrindo.
— Você melhorou muito minha autoestima, mas então acho que vou ir para o meu quarto, deitar na cama e capotar. — Digo colocando as mãos no rosto.
— E me deixar sozinho de vela com eles? Tá doida? Você vai ficar aqui! — Diz ele rindo.
— Aah, mas eu tô com sooono! — Digo numa voz melancólica.
— Tô nem aí, deita aqui e já era, mas eu não vou ficar sozinho de vela. — Diz ele colocando meu rosto sobre seu ombro e eu acomodo minha cabeça ali.
Klaus chega com Leona e olha para nós dois.
— Ah não! mais um não. — Diz ele voltando para multidão e eu puxo seu braço.
— Pode voltar e ficar aqui, se é pra ficar de vela todo mundo vai ficar. — Digo o arrastando para se sentar no banquinho.
— Anelise, você tá com Albert, Jürgen com Mayla, eu vou ficar fazendo o que aqui? — Diz ele se sentando.
— Ué você tá com Leona — Digo rindo e ele balança a cabeça, mas fica sentado e Leona senta ao seu lado.
— Então estamos fazendo papel de casal? — Diz Albert.
— Pera aí, quem disse isso? — Pergunto levantando minha cabeça de seu ombro e o olhando.
— Klaus disse que Jürgen está com Mayla e você comigo e você disse que ele está com Leona. — Diz ele olhando para mim um tanto perto, até demais.
— Eu não concordei — Digo.
— Nem discordou — Diz ele, eu balanço a cabeça e deito em seu ombro novamente com os olhos fechados, sinto sua mão se entrelaçar com a minha, mas não digo nada, só quero dormir e quase consigo, mas depois de uns cinco minutos começam a cantar uma música animada e Sofie chega gritando:
— VAMO AGITA GALERA!!! — Eu abro meus olhos fazendo careta e ela vem pulando e começa a dançar na nossa frente.
— Todo mundo dançando — Mayla me puxa pelas duas mãos e começa a fazer alguns passinhos com Sofie e eu vou no embalo, logo toda turma está dançando e o reino comemorando em festa, até Klaus desistiu de ficar emburrado e acabou se soltando. Essas são as fases que Deus nos dá de alegria, todos ali com uma esperança, depois de muito esforço vem o tempo de festa e eu sei que esse tempo deve ser aproveitado. 

Que os seus servos fiéis se alegrem com a vitória e cantem alegremente nas suas festas!

Salmos 149:5