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Decisões

Reino de Blaueskönigreich hoje na foto acima

Os últimos dois dias foram muito conturbados, sempre me pego andando para o fim dos corredores de cima para tentar amenizar o estresse e descansar minha cabeça, aliás estou fazendo isso agora, chego ao fim do corredor, que fica ao lado do meu quarto, coloco uma mão na parede e começo a encará—la. Estamos discutindo táticas de guerra contra uma pessoa só, isso parece bizarro, mas é a realidade que estamos vivendo agora, só consigo clamar a Deus para que dê tudo certo.
— Anelise precisamos que você volte. — Diz uma voz pertencente a Klaus, eu viro somente o rosto e tiro a mão da parede, encosto com as costas nela e deslizo até o chão com a mão no rosto resmungando.
— Anelise sei que está cansada, mas pense positivo, logo vamos ter uma solução e vamos ter Mayla e o resto do povo de volta. — Ele diz se sentando ao meu lado e eu tiro a mão do rosto e o olho.
— Você já parou para pensar que estamos enfrentando uma pessoa só com um batalhão? — Pergunto a ele com uma voz sarcástica.
— Sim, só uma pessoa, que é a mesma pessoa que pode te congelar só de você chegar perto dela. — Ele faz o mesmo tom sarcástico só que com um sorriso, eu o olho e não aguento, acabo soltando uma gargalhada e ele acaba fazendo o mesmo.
— Vem logo, daqui a pouco anoitece e nós vamos poder descansar. — Ele se levanta e estende a mão para mim, eu seguro a mão dele e ele me puxa para cima e nós vamos andando pelos corredores novamente.
Eu chego no porão onde fica a sala de assuntos pertencentes ao reino, é uma sala que fica bem lá no fundo do bunker, perto da cozinha, a entrada é uma portinha bem pequena, mas quando se entra por ela se vê uma sala enorme com uma mesa central gigante e com outras mesas em volta, cadeiras, espadas, armaduras e outras coisas que podem nos ajudar a defender Blaueskönigreich.
Agora a sala estava cheia de gente, tem muita gente envolvida com os assuntos do reino e muitas pessoas do nosso povo se ofereceram para ajudar também em algumas tarefas, por isso fico feliz de não ter que ficar escondendo as coisas do povo. Schmidt está em pé na mesa central fixado numa folha de estratégia, ele percebe que eu e Klaus estamos chegando e levanta a cabeça.
— Aí está você Anelise, precisamos de você para tomarmos a decisão da estratégia que vamos usar contra Nevaska.
— Tá bem... — Suspiro e encosto os braços na mesa — Temos que ver o que pode ser usado contra gelo além de fogo, afinal uma hora nosso abastecimento vai acabar. — Digo procurando uma resposta no rosto de Klaus e Schmidt.
— Nós estamos falando isso já a meia hora Anelise — Diz Klaus num tom cansado, ele puxa uma cadeira e se joga nela com o corpo todo para trás.
— Precisamos pensar em outra coisa. — Diz Schmidt suspirando.
— Já sei, vamos testar uma coisa, mande alguém chamar Manfred e fale para ele trazer seu material e um espelho. — Digo recuperando as forças e com um sorriso no rosto.
Manfred é irmão de Albert, os dois têm 7 meses de diferença, dizendo assim Albert é mais velho, são filhos de Amélia e Bartolomeu Raves, Amélia em uma época foi uma das três únicas guardas reais que havia no castelo, era muito habilidosa, e Bartolomeu foi um charreteiro e um relojoeiro e para falar a verdade era o melhor que tinha no reino, Amélia morreu bravamente em uma batalha que tivemos contra o rei Arthfis quando queriam tomar nosso bunker, ela saiu para lutar com uma patrulha que havia sido treinada para lutar nas temperaturas de fora caso houvesse um ataque, como havia acontecido, e Bartolomeu depois seis meses seguidos da morte de Amélia ficou doente e se foi também, foi um choque e tanto para Manfred e para Albert, mas os dois conseguiram seguir a vida e hoje são dois garotos bons e talentosos, tanto que Manfred herdou a habilidade de relojoeiro do pai e também é extremamente inteligente, ele hoje faz vários experimentos e ferramentas que nos ajudam muito, o relógio de sobrevivência é um exemplo disso, agora quanto a Albert, ele herdou do pai o dom de charreteiro e as habilidades de luta da mãe.
Finalmente vejo Manfred chegar correndo com os braços cheios de coisas e Albert logo atrás carregando outras.
— Até que enfim, coloquem aqui na mesa. — Digo eu afastando os materiais que estão na mesa para outro canto, eles jogam as coisas na mesa, o que faz um barulhão.
— A seu dispor princesa. — Diz Albert curvando as costas.
— Não me chame de princesa por favor, não é a minha laia. — Digo com um olhar de estranheza.
— Tudo bem então — Ele diz levantando as mãos para cima. Por um instante achei que tinha sido grossa, mas ele está sorrindo.
— Manfred eu preciso saber se conseguiria fazer um espelho que expelisse até mesmo gelo. — Digo o encarando e vejo todos me olharem com um olhar de estranheza, menos Manfred que parece agora estar com a mente em outro mundo.
— Talvez — Ele responde depois de um longo tempo. — Vai ser difícil, mas talvez.
— Se você conseguir, talvez consigamos ganhar tempo com Nevaska. — Digo pegando um espelho que está em cima da mesa.
— Anelise, desculpa, mas o que vai adiantar ganhar tempo com a Nevaska se uma hora ela vai acabar pegando a gente de qualquer forma. — Diz Klaus olhando para mim ainda sentado na cadeira.
— É simples, nós só precisamos de tempo para pegar o livro. — Digo num tom animado.
— O livro? — Pergunta Klaus.
— Sim, lembra das histórias que contavam para nós? Se Nevina e Nevaska são reais então o livro também é. — Digo olhando para Schmidt.
— E se não for? E se forem só historinhas mesmo? — Diz Klaus se levantando da cadeira.
— Será que talvez alguém aqui possa nos responder? — Pergunto olhando em volta e os olhares se voltam para Schmidt.
Ele suspira e diz:
— Sim é verdade, tem um livro dela que contém informações dos elementos naturais que causam alguns efeitos, mas eu não sei se no livro está escrito como descongelar uma pessoa. — Diz ele olhando em volta.
— Bom vale a pena tentar. — Digo olhando para os outros e erguendo minhas costas, por um instante percebo que fiquei por muito tempo curvada em cima da mesa porque sinto uma pontada nas minhas costas.
— Anelise agora não é hora de arriscar, precisamos achar uma solução, não... arriscar. — Diz Schmidt num tom sério.
— Não podemos ficar aqui para sempre, precisamos tentar achar essa solução e ficar aqui não vai adiantar de nada. — Paro um pouco e puxo o ar para dentro.
— Schmidt tem razão Anelise, é muito arriscado, aliás acho que ainda é cedo para partir para alguma coisa, deixa pelo menos eu me recuperar do meu braço que eu dei mau jeito ontem. — Diz Klaus me mostrando o braço enfaixado, é tanta coisa para absorver que eu até esqueci que Klaus estava machucado, mas agora não é hora de ficar aqui dentro, quanto mais rápido formos mais rápido vamos ter resultados e assim vamos ter mais rápido soluções, o braço de Klaus não vai melhorar em menos de duas semanas, não é tão fácil tomar decisões sozinha, mas, na verdade, eu não estou sozinha. Eu vou para um canto sozinha, ainda com todos me olhando e em pensamento só digo: "SENHOR me ajude, me dá sabedoria nessa hora!" E em um instante é como se soubesse o que fazer.
Eu volto para a mesa e vejo que todos continuam com os olhos fixados em mim.
— Manfred em quanto tempo você acha que consegue fazer espelhos que repelem gelo, como se fossem escudo? — Pergunto olhando para Manfred e os olhares se voltam para ele.
— Mínimo três dias e no máximo seis, talvez se eu trabalhar dia e noite três dias sejam o suficiente. — Diz ele pegando o espelho e o analisando.
— Está bem, Manfred, assim que você terminar de construir o espelho escudo o teste um bom número de vezes, depois que estiver confiante de que está funcionando perfeitamente bem, você tem minha permissão para encarregar pessoas que você achar que são capacitadas para fazerem cópias do espelho escudo, não hesite em números, convoque quantas pessoas achar necessário para terminar esses espelhos o mais rápido possível. Enquanto a nós, assim que os espelhos estiverem finalizados partiremos para o castelo de Nevaska, vamos encarregar outra pessoa para tomar conta do relógio de sobrevivência para não atrapalhar Manfred e no final ele verificará se está tudo certo e assim poderemos ir. — Digo num tom decidido, e saio andando vendo a cara de espanto de todos.
— Mas Anelise meu braço! — Ouço Klaus exclamar e eu paro de caminhar e viro meu rosto.
— Ah, é! — Me viro para olhar novamente para eles — Klaus você não vai poder ir com a gente, mas Albert vai, então Albert vá preparando os cavalos porque não vamos poder ir a pé.
Saio andando mais uma vez, todos com uma expressão mais espantada ainda, com exceção Albert que está sorrindo e Manfred que volta a olhar para o espelho pensativo.
Eu saio da sala e a parte da cozinha do bunker está cheia de crianças brincando de pega—pega, assim que eu coloco os dois pés para fora da cozinha ouço alguém vindo atrás de mim, eu me viro para ver e é Klaus, eu paro e o espero chegar até mim.
— Anelise você não precisava ter me deixado fora disso. — Diz com uma expressão séria e fria, o que está me dando um sentimento de culpa.
— Klaus precisamos fazer isso logo, você está machucado não pode ir assim. — Digo o olhando e ele me olha por um longo tempo com a mesma expressão, o que já está me preocupando.
— Tá bom. — Ele me dá as costas e sai andando.
— Klaus é pro seu próprio bem! É para o bem do povo! — Digo quase gritando por ele já estar longe e vejo que atrai olhares. Ele somente se vira e diz:
— Não tudo bem, foi sua decisão princesa, a decisão real! — Ele vira de costas de novo e continua andando.
— ESTÁ AGINDO QUE NEM UMA CRIANÇA! — Agora vejo que realmente gritei e tampo a boca, estou surpresa com minha reação, mas ele nem ligou, continuou andando e eu fico parada o olhando até ele desaparecer da minha vista e só sobrar os olhos curiosos das pessoas me olhando.

+++

E lá se foram três dias e meio, porque agora é de madrugada, Klaus tem trocado só algumas palavras comigo, embora hoje tenhamos brigado de manhã. Agora já estou com várias roupas térmicas, já passei o protetor de frio e já tomei a pílula ante congelamento, tudo isso foi invenção de Manfred, o protetor é para tentar evitar os danos que a baixa temperatura pode causar na nossa pele e a pílula tem o objetivo de facilitar a produção de calor em nossos corpos, com ela nossos corpos produzem calor mais rápido e com mais intensidade, com a junção das nossas roupas, do protetor e da pílula, Manfred conseguiu estimar quanto tempo conseguiríamos ficar lá fora e assim deu vida ao relógio de sobrevivência. Deus realmente abençoou Manfred com uma inteligência assombrosa.
— Preparada princesa? — Pergunta Albert num tom sarcástico colocando a mochila nas costas.
— Já mandei não me chamar assim. — Digo com uma expressão séria.
— Gente! Parem de se provocar e vamos pegar os espelhos escudos. — Diz Sofie pegando o espelho escudo dela.
— Testei umas trezentas vezes esse negócio, se Deus quiser vai dar tudo certo! Só não esqueçam de não subestimar o relógio de sobrevivência, não esperem o tempo de vocês estar na beira do fim para voltarem, porque esse relógio ainda tem um tempo estimado, ou seja, não é totalmente exato! — Diz Manfred verificando cada um de nós, nossa temperatura e os relógios de sobrevivência. Quando chega na vez de Albert ele o olha e o abraça dizendo:
— Fica bem mano, quero ver você aqui em menos de cinco dias.
— Não se preocupe maninho, vou me cuidar. — Diz Albert quando ele o solta.
Do nada Klaus chega, não sabia ao certo se ele iria se despedir de mim ou estava com raiva demais para isso, vejo ele abraçar e se despedir de Sofie, depois de Leona, Jürgen, Schmidt, até Albert e o pessoal da guarda que acho que provavelmente ele deve conhecer, agora chega minha vez e ele me olha, dá para perceber que ele ainda está meio chateado e talvez com um pouco de raiva, mas ao mesmo tempo ele me olha com um olhar de preocupação, ele me abraça sem dizer nada e eu só retribuo o abraço.
— Volte princesa. — Ele me solta e quando vai andar eu seguro o seu braço bom.
— Olha, se acontecer algo comigo e conseguirmos pegar o livro, quero que descongelem Mayla e ela vai liderar vocês. — Digo olhando séria para ele e ele volta novamente para perto de mim.
— Anelise não, eu não quero ...
— Klaus precisamos sair logo, a porta da cabana vai abrir em dez segundos. — Manfred o interrompe o puxando para outra porta mais próxima.
— Não é cabana, é bunker! — Exclamei tentando fazer uma piada de despedida. Sofie só olha para mim e sorri e é a única que tentou tirar o gelo da situação, talvez fosse porque todos estavam me achando louca de dar uma ordem para seguir um plano que se não desse certo colocaria todos em perigo mortal, ou em perigo congelante.
A porta do bunker se abre, Schmidt sai primeiro e eu sou a última, os cavalos já estão lá fora e tenho certeza que Manfred deu alguma coisa para eles terem mais resistência.
— Seguinte, são dez charretes com dois lugares cada uma, então vamos dividir conforme quem sabe conduzi—las, qualquer dúvida ou problema com o cavalo ou com a charrete é só assoviar. — Disse Albert em um tom alto para que desse para todos ouvirem. — Então vai ser: Roy com Marcelo, Brandon vai com Sky, Breno vai com Samira, Brenda com Zeddy, Kevin vai com Gwen, Tris vai com Tobias, Jane vai com Mike, Sofie vai com Jürgen, Leona vai com Schmidt e Anelise vai comigo. — Conforme ele falava todos foram para as charretes com seus escolhidos parceiros.
Eu subo na charrete que ficou vazia que obviamente era a minha e de Albert, eu subi primeiro e depois Albert.
— Já andou a cavalo? — Ele pergunta me olhando.
— Antes de toda essa nevasca sim, mas agora nem lembro mais a sensação. — Digo olhando para o cavalo.
— Então é melhor se segurar porque vamos meio depressa. — Ele pega nas rédeas do cavalo — QUERO TODOS ATRÁS DE MIM!
E antes que eu esperasse cavalo começa a galopar antes de eu tentar segurar meu corpo e eu acabo caindo em cima do ombro de Albert que sem perder o foco diz irônico:
— Eu disse que você devia se segurar.
Me estabilizo novamente e seguro no banco da charrete, tentando manter o equilíbrio o que está parecendo impossível, pois estamos indo rápido demais, pelo menos para mim.Dep eu fico olhando a paisagem passar voando pelos meus olhos, até que Albert para e olha para trás.
— Aqui é uma estrada estreita, aqui vamos devagar e depois voltamos ao mesmo ritmo — Diz ele aos outros.
— ANELISE CUIDADO PARA NÃO CAIR DA PRÓXIMA VEZ! — Grita Sofie
— MAS EU NEM CAI! — Grito de volta olhando para trás.
— ESTOU FALANDO EM CIMA DE ALBERT! — Ela solta uma gargalhada e eu faço uma careta para ela e depois volto a olhar para frente.
— Você e Klaus brigaram? — Pergunta Albert ainda focado para frente.
— Não, eu não briguei com ele, ele brigou comigo porque eu não o deixei vir porque estava machucado — Digo olhando para baixo me lembrando de tudo. Meu semblante começa a mudar e ele percebe.
— Acho que você estava certa, se eu fosse você faria a mesma coisa, não ia deixar meu amigo machucado fazer algo assim. — Diz ele num tom suave.
— Não, já foram meus pais, já foi Mayla, se acontecesse algo com o Klaus agora, não daria, não dá, eu não suportaria. — Digo voltando a olhar para a estrada.
— Vamos conseguir descongelar sua irmã e ainda hoje, tenho certeza disso. — Ele entra em uma estrada muito estreita o cavalo vai desacelerando os passos mesmo já estando devagar.
— Você já veio aqui em outras missões não já? — Pergunto curiosa.
— Já sim, senão eu não saberia esse caminho de cor. — Ele olha para o chão.
— Deixou alguém aqui, digo, no reino? — Pergunto o olhando.
— Não éramos só eu, meu irmão... e nossos pais. — Ele diz pensativo.
— Sente muita falta deles, não é? — Pergunto o olhando de forma séria.
— É, o tempo não cura saudade, parece até um vento que sempre bate, mas nunca...
— Leva — Dizemos em coro, nos entreolhamos e sorrimos um para o outro e acabamos conversando sobre diversas coisas e no final estávamos conversando sobre as maçãs do amor das barracas de quando o reino ainda não estava congelado.
— É aquela maçã parecia estar murcha e ainda por cima tinha gosto de...
— Brócolis — O interrompi rindo e fazendo uma cara de nojo.
— Sabe que dizem que a senhora Daniels fazia suco de brócolis e mergulhava a maçã do amor lá dentro para tentar fazer as crianças comerem mais brócolis.
— Tentativa fracassada, nunca gostei e nem sinto falta. — Digo fazendo uma cara de nojo enquanto ele ri.
— Anelise chegamos. — Diz ele com uma voz séria, olhando para o alto. Eu olho também, e já dá para ver o castelo de gelo, o lar da Nevaska.
Desço da charrete e depois todos os outros descem também, Sofie vem correndo até mim e segura no meu braço.
— Deus que nos proteja. — Ela diz olhando para o castelo.
— Está bem, antes de entrar acho que devemos orar. — Digo eu olhando para ela e Albert.
— É uma boa ideia. — Diz ele espantado com o castelo.
Todos nós fazemos uma roda e clamamos a Deus fervorosamente, enquanto oro é como se cada palavra saísse direto do meu peito e fosse até meus lábios, estamos todos orando com nosso coração, dá para sentir isso e dá para sentir o Senhor aqui e isso é o que me dá ainda mais certeza de que Deus está ouvindo nosso clamor. A oração termina e eu olho para Jürgen e é como se ele estivesse cheio de coragem para tentar achar uma solução para a noiva, e de alguma forma a expressão dele também me encoraja mais ainda.
— Vamos entrar nesse castelo! — Digo eu pegando os espelhos escudo que Manfred criou nas malas e os outros fazem o mesmo, os espelhos são realmente do tamanho de um escudo, e se a Nevaska nos atacar com as rajadas de gelo dela o ataque vai ser repelido e vai voltar contra ela mesma.

Depois de subirmos uma rampa chegamos na porta do castelo que por acaso está aberta, o que me leva a achar que ela já sabe que estamos aqui.
Eu entro primeiro e depois os outros entram, é um lugar meio sinistro, escuro com gelo por cima de tudo e uns móveis congelados, é quase a mesma coisa que o meu castelo ficou, quase a mesma coisa que a minha casa, só que com um ar de tristeza pairando sobre o castelo. Vejo mais uma porta e me aproximo para ver, quando me aproximo mais sinto alguém me empurrar para trás, quando vejo, é Jürgen com o espelho escudo em minha frente, fazendo uma rajada de gelo que vinha contra mim ricochetear para trás.
— Vocês são muito covardes, não é? Enfrentar uma só com vinte pessoas! — Disse uma jovem loira de cabelos cacheados, os olhos azuis, frios, tristes e sombrios, a pele pálida e os lábios de um rosado quase pálido, mas o detalhe é que ela usa um vestido azul claro velho e cheio de fiapos, como alguém sobreviveria no gelo desse jeito? Mas agora isso não importa, eu vou para frente de Jürgen com meu rosto quente de raiva.
— COVARDES? COVARDES? COVARDE FOI QUEM CONGELOU UM REINO INTEIRO DE PESSOAS INDEFESAS, NÃO SOMOS NÓS OS COVARDES AQUI! — Digo gritando em raiva e desespero.
— Eu não estou nem aí — Ela diz num tom de voz baixo e que ao mesmo tempo soa estranho para uma assassina. Ela solta mais uma rajada de gelo e eu ergo o escudo que reflete a rajada e ela se desvia batendo na parede, assim que o gelo a encosta ele se expande tomando grande parte da parede, eu tiro uma espada que estava guardada na bainha.
— Então vocês vêm com esses míseros espelhos contra mim? Olha para um povo cafona confesso que achava que vocês eram mais espertos. — Ela ri caçoando.
— Alguém tem que colocar você no lugar, já que você estava dizendo de covardia vamos ver se consegue fazer pelo menos uma coisa limpa. EU E VOCÊ! — Corro até ela e ela projeta uma espada de gelo com as próprias mãos, nossas espadas se batem uma na outra e é como se a força da espada dela fosse idêntica à da minha espada. Nós duas somos jogadas para trás, olho para Jürgen e Albert e faço um sinal com o rosto para que eles saiam e procurem o livro, creio que eles entenderam porque eles se entreolham e saem um para cada lado, eu realmente espero que eles tenham ido atrás desse livro, porque não sei quanto tempo vou conseguir segurá-la e se eu disser do livro na frente dela, então ela pode cansar de brincar e congelar todos nós. Eu coloco o escudo na frente e a levo para a sala que vem na próxima porta e no último relance vejo Schmidt atrás de mim, é uma sala cheia de mesas congeladas, ela joga a espada sobre o escudo e eu esqueço que se trata de um espelho e assim que a espada encosta nele ele quebra. Eu solto o espelho o mais rápido possível, mas alguns cacos acabam me ferindo, sinto alguns cortes em meu rosto, as roupas absorveram um pouco do impacto no meu corpo, mas ainda sim sinto alguns cortes arderem sobre ele. Mas esse não foi o pior, tem uma ardência que chega a ser insuportável na minha bochecha do lado esquerdo, eu coloco a mão e parece estar esguichando sangue de tão ensanguentada que minha mão sai ao tocá-la e não foi um caco de vidro de causou isso, foi a espada.
— Que legal não é — Ela diz com um sorriso satisfeito na cara e joga uma rajada de gelo e eu me jogo no chão, Schmidt entra com o escudo na mão, ela tenta golpear ele com uma rajada mas não consegue, eu me levanto e ela joga outra rajada de gelo que não é igual as outras porque eu me desvio e a rajada me persegue, eu saio da sala e a rajada continua me perseguindo até que eu dou de cara com a parede e fecho os olhos, mas nada aconteceu, eu abro meus olhos e Albert está segurando o espelho na minha frente, nós dois corremos até a sala das mesas de novo e vemos Nevaska no chão.
— Tá, deixem o jogo limpo para lá, venham os vinte para cima de mim. — Ela sorri começa a ficar pálida, a cor da neve na verdade, tenho certeza que ela vai soltar a mesma rajada de gelo que congelou o reino, e para piorar Schmidt está em sua frente.
— SCHMIDT SAI DAÍ AGORA! — O aviso e ele corre para fora da sala enquanto a garota vai ficando cada vez mais branca.
— Achamos o livro e algo que parece ser o antídoto! — Diz Jürgen animado enquanto todos correm e eu o puxo pelo braço e ele vem desengonçado sem saber o que está acontecendo.
Assim que saímos do castelo vemos mais uma casca de gelo se formar por todo o castelo e assim que atinge o ponto mais alto do castelo, o gelo para.
— Acho que ela não estava tão forte. — Digo olhando para o castelo.
— Não? Queria que estivéssemos todos mortos? — Diz Leona num tom rude e vejo Jürgen vir até mim sorrindo.
— Veja essa página, está falando de um antídoto de óleo fervido em magma, noz derretida e sal fundido, que é um sal na fase líquida, e por acaso encontramos algo igual ao da foto do livro — Ele mostra um frasquinho que realmente tem a mesma cor do que a do livro, metade amarela e metade marrom, ele olha para mim de cima a baixo e seu sorriso se fecha — Anelise, você está ferida, desculpe eu não havia visto, precisamos tratar isso agora mes...

— Não. — Digo sorrindo — Eu posso esperar mais um pouco, mas acho que Mayla já esperou por muito tempo, vamos para casa.

+++

Nós subimos na charrete e vamos para minha casa, eu enrolei um tecido na minha bochecha e subi na charrete, não queria ter que esperar mais para ver se ia funcionar, a viagem toda eu tenho orado a Deus em pensamento para que tudo dê certo. Chegamos em casa e eu e Jürgen corremos pelas escadas escorregando, eu com um cobertor super aquecido, Jürgen com roupas térmicas e logo atrás Sofie com o antídoto. Chegamos na torre alta do castelo e vemos Mayla, eu olho para Jürgen e nós dois sorrimos com uma satisfação de ter conseguido algo e agora seja o que Deus quiser, olho para Sofie e ela se aproxima de Mayla com o antídoto.
— Vou colocar uma gota conforme está escrito no livro, se for necessário coloco mais. — Ela diz abrindo o frasco e finalmente ela joga uma gota em Mayla e o gelo se derrete por inteiro, ela cai e Jürgen a segura e eu coloco o cobertor nela, ela abre os olhos, mas está gemendo de frio.
— Jürgen, acho melhor deixar as meninas a vestirem com as vestes certas. — Albert diz batendo nas costas de Jürgen que com pouca vontade sai e deixa Mayla nos braços de Leona que a levanta e a segura, Sofie coloca as roupas nela e eu fico segurando o vestido que ela estava usando no dia em que foi congelada.
Assim que está agasalhada Mayla se senta no chão, com uma expressão cansada dizendo:
— Obrigada, todos vocês. — Seus olhos me encontram.
— Mayla! — Digo chorando, ela só me olha parecendo tentar lembrar de quem eu era e depois de alguns segundos seu olhar se transforma em um olhar assustado.
— AH MEU DEUS, NÃO PODE SER, ANELISE! — Ela se joga pra cima de mim me fazendo cair no chão, mas naquela hora nada mais importava só isso, Deus me permitiu abraçar minha irmã de novo, Deus me permitiu ter alguém da minha família novamente em meus braços e eu não quero sair daqui tão rápido, minhas lágrimas caem como cachoeira e elas compensam todas as lágrimas que chorei quando pensei que toda minha família tinha ido embora ou quando vinham as lembranças de ver a minha irmã mais velha que agora eu tenho em meus braços, sendo congelada. Depois de um tempo, ouço alguns passos se aproximando, olho para cima, e já sabia quem era. Eu solto Mayla que olha para cima também Mayla olhou para cima o estranhando, mas assim como foi comigo, em questão de segundos ela o reconhece.
— Jürgen? — Perguntou ela com os olhos brilhantes.
— Eu nunca pensei que iria te ver viva de novo. — Ele se abaixou e a abraçou, com um sorriso que eu acho que eu não via ele dar por mais de dez anos.
Eu puxo Sofie e Albert fazendo—os abraçar Jürgen e Mayla e de repente estava todo mundo ali em um círculo, e o plano que ninguém achava que iria dar certo deu, porque não foi só um plano humano, foi um plano direcionado pelo SENHOR, e mesmo que todos estivessem em dúvida, eu sabia que Deus não ia nos abandonar, a sabedoria não vem de nós mesmos, mas sim do dono do céu e da terra.
— Obrigada SENHOR. — Sussurro.

Mas, se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus, e ele a dará porque é generoso e dá com bondade a todos.

Tiago 1:5 

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