III
// Cá estamos com mais um capítulo de Nessie! Não se esqueçam de votar e comentar.
Boa leitura!
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Salteador: Ladrão
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Capítulo 3
O Passado Retorna
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A CIDADE MERGULHAVA em mais uma manhã calorosa, sendo abraçada pela luz solar, no entanto, tudo parecia nublado para Hyunjin. Ele observava do alto, de sua torre, de sua fortaleza, o reino que era uma monocromática tela pintada pela Solidão.
Seu telefone vibrava. Chamadas e mais chamadas do Peregrino. Os sons pareciam mais agudos, quase como uma lenta tortura que aos poucos se embrenhava em sua alma. O Príncipe Solitário deu uma tragada no cigarro e deixou a fumaça brincar no ar, antes de cogitar atender o aparelho.
Mãos trêmulas, nó na garganta, a Tristeza afundando suas unhas pontudas em seu peito, como se não houvesse nada mais para aliviar tamanho pesar. E não havia. Estava fadado a avalanches emocionais dotados de melancolia e súbitos picos de irrealidade. Cada uma das sensações que se contorciam em seu peito, pareciam fatigantes e medíocres.
O som das chamadas ainda se fazia presente, desvanecendo aos poucos. Assim como todos desaparecemos, lenta e desinteressantemente. O Príncipe guardou o telefone no bolso novamente. Faltava-lhe coragem para poder atender as chamadas dele e, quiçá, em nenhum momento de sua vida havia de fato se preocupado em acumular tal substantivo..
Hyunjin sentiu que engolia a própria voz, enquanto tentava se impedir de deixar as lágrimas frias tocarem aquela manhã. Olhou para o cigarro em suas mãos por breves instantes, se lembrando de Jisung e suas broncas. Deu mais uma tragada e libertou a fumaça, olhando com atenção aquela coisa tão simples que o matava aos poucos. Quanto tempo ainda teria? Vinte, quinze anos? Parecia tempo demais, mesmo sendo tempo de menos. Um dia em Vênus é equivalente a duzentos e quarenta e três dias terrestres, enquanto um dia no planeta azul dura ínfimas vinte e quatro horas. Mas é apenas um dia e, se comparado a todo o tempo do mundo, são apenas breves minutos, senão segundos, de existência.
Temos apenas minutos de vida em comparação ao universo. Minutos insignificantes, mas significativos.
O Príncipe apagou o cigarro no cinzeiro e o deixou ali. Cinzas. Riu como se todo seu ser fosse tomado por uma nostalgia melancólica. Todo o reino de Hwang Hyunjin era cinza.
O apartamento estava vazio, e parecia afugentar o silêncio de forma extraordinária, principalmente quando Kkami estava dormindo quietinho, e não brincando ou latindo pelos cômodos. A Tristeza, a Solidão e a Insônia cravavam os olhos gelados no Hwang. Para preencher o vazio, a Solidão cantava uma de suas canções silenciosas.
Hyunjin se jogou no sofá e encarou o teto branco, como se ele pudesse lhe dizer todas as respostas para nem todas as perguntas. Mas era apenas um grande branco, sem nada mais, era apenas milimetricamente feito, perfeito e sem desgastes.
— Ei, Hwang Hyunjin! — o Príncipe estava tão absorto que deu um salto ao ouvir a voz do Conselheiro, que entrava pela porta da frente. — Você cheira a nicotina, eu não lhe disse para largar essa morte de caixinha?
— Eu apenas precisava transformar meus problemas em fumaça. — sorriu amarelo, levantando o corpo para encarar o mais velho. — Ele continua ligando, Jisung.
Jisung poderia ter lhe dito muitas coisas. Mas engoliu as palavras que faziam moradia em sua garganta. Suspirou, apenas, e foi até o balcão da cozinha, deixando as sacolas de compras, com algumas coisas comestíveis — que não fossem macarrão instantâneo — para Hyunjin e as chaves da fortaleza de vidro sobre ele. Encarou a pia com uma montanha de louça suja e pôs-se a lavá-la. Não tinha que o fazer, pagavam muito bem à uma senhora para deixar o apartamento em ordem quando o Hwang não estava, mas era uma boa desculpa para não ficar perto do modelo quando não se tinha o que dizer.
Han Jisung sofria de escassez de palavras e Hwang Hyunjin de demasia de pensamentos. Antagônicos como só eles poderiam ser, envoltos em suas próprias crenças e medos e aprisionados pela consciência. Eram individualidades que se chocavam e se repeliam, polos opostos de personalidade, porém, polos equivalentes de solidão.
O Príncipe Solitário, que estava acostumado ao silêncio do Conselheiro, apenas voltou a se jogar no sofá, ouvindo o som da água, de um Jisung desastrado quase quebrando a louça e dos próprios pensamentos. Era bom não estar mergulhado no silêncio, pelo menos um pouco, já que, ao mesmo passo que lhe era reconfortante estar na ausência de perturbações sonoras, essa falta apenas reforçava a sensação de que, de fato, estava completamente sozinho naquela imensidão cinzenta que chamava de mundo. Os pensamentos do Hwang convergiam para um lugar de difícil acesso, buscando memórias velhas e apagadas, mas que ainda mantinham todo o calor de uma infância amorosa.
— Sua reunião com o compositor é hoje. Vá se arrumar. — Jisung apareceu ao seu lado após um tempo, Hyunjin não contou quanto, secando as mãos. O Príncipe havia se esquecido de sua conversa com o Ceo dias atrás, quando este lhe propôs fazer seu debut como cantor, aproveitando que seu último trabalho o havia consolidado sua posição na mira de toda a mídia, como uma promessa de sua geração — Vamos comer algo no caminho, pelo tempo que te conheço, você não deve ter posto nada na boca além desses malditos cigarros hoje.
O modelo assentiu, indo até o banheiro. Se encarou no espelho enquanto tirava a roupa, aproveitando para analisar-se. Estava mais magro, talvez? As olheiras enfeitavam sua face, o cabelo escuro, ressecado pela química constante, estava bagunçado. Entrou embaixo da água. Água fria, olhos fechados, respiração calma. Hyunjin sentia alguns problemas irem embora. Se concentrava na água caindo, o barulho, a sensação dela tocando sua pele, um carinho gelado. Seu queixo tremia pelo frio e a pele estava eriçada. Mas ele permaneceu ali. Como se ela o tivesse transformado em uma estátua de gelo. Era bom. Se concentrava tanto no frio que sentia que esquecia tudo. A sensação gelada aliviava a dor da alma, e ele sentia que poderia passar horas ali, apenas ouvindo o som da água contra sua pele.
Quando saiu do banheiro, seus lábios estavam arroxeados e seu corpo magro tremia envolto no roupão. O calor do aquecedor trouxe de volta os pensamentos e a sensação de vazio.
Com a maquiagem bem feita, a máscara impecável de um idol colocada, Hyunjin deixou a Solidão num cantinho do peito, enquanto ela lhe sussurrava palavras que ecoavam silenciosas no vazio, e a Tristeza, bem, ele a levara consigo, de mãos dadas, enquanto a Insônia dormia serenamente em seu interior.
Acompanhou Jisung até a carruagem negra e cara. Era facilmente notada. Não carregava nenhuma simplicidade, apenas brilho estelar. Mesmo com os vidros escuros, Hyunjin se sentia observado.
Pararam por alguns minutos em um café pouco movimentado, o modelo coberto por um cachecol cinza no pescoço e um gorro da mesma cor, com os óculos de Jisung para se parecer ainda menos com quem era. Atraiu alguns olhares curiosos enquanto bebericava o café e comia o bolo de cenoura com chocolate que o Conselheiro lhe havia comprado. Olhares que diziam muitas coisas, mas os quais o Príncipe Solitário ignorou. O bolo estava bom demais para que ele se importasse com aquele grupo de colegiais tirando fotos suas.
Rumaram para o castelo assim que terminou. O prédio alto, lar de fantasias e contos de estrelas. Um teatro da verdade.
Pelos corredores do Castelo, seus passos ecoavam em meio ao quadro bem pintado da perfeição. Lá estavam, nos corredores, todos os personagens daquele teatro. Alguns, passavam por Hyunjin com desdém; era um dos males de alguns pensar que suas mentiras eram muito mais bem contadas e que suas máscaras eram as mais perfeitas, outros sorriam falsos, mais para si mesmos e seus narcisos interiores do que para o rapaz de cabelos negros e expressão vazia. Os únicos que realmente olharam nos olhos do Príncipe foram Minho e alguns trainees. Eles ainda não haviam sido consumidos pela mídia tóxica e pelo egocentrismo; não, eles eram novatos ali. Hyunjin podia ver os olhos dos garotinhos brilharem enquanto iam para a sala de ensaios e o quão verdadeiro era o sorriso do Lee. O Bardo havia entrado há pouco no palco, afastando as cortinas vermelhas. Cantava com a alma transbordando alegria e exibia o maior sorriso do universo.
O Príncipe Solitário sentiu-se extremamente vazio ao perceber que não se lembrava mais de como sorrir verdadeiramente. Eram tantos sorrisos falsos, forçados, que já não sabia como ser espontâneo. Quiçá já havia esquecido completamente de como era sorrir ou, na pior das hipóteses, mentia tanto para todos que desconfiava até mesmo de sua veracidade.
Ao entrar na sala de reuniões, Jisung exalava animação pura e genuína,o que foi surpreendente, dado que raras vezes ele deixava de lado seu semblante sério e polido. O Príncipe apenas suspirou ao passar pela porta e olhar para o Salteador. Ele vestia a noite escura sem estrelas, calça jeans rasgada nos joelhos e um boné. Monocromático. Sobre a mesa, um notebook, pastas empilhadas e uma latinha de coca-cola.
— Olá. Muito prazer em lhe conhecer, sou Han Jisung, manager de Hwang Hyunjin. — o Conselheiro cumprimentou amigavelmente. Parecia entusiasmado em ver o compositor que, diferente do Han, apenas fez um leve menear com a cabeça.
— Espero que nos demos bem, Hwang Hyunjin. — se virou para o Príncipe, que viu o tédio pairar sobre o Salteador.
— Também espero, Seo Changbin. — cumprimentou o outro com um pequeno aceno, não demonstrando animação, porém com um mínimo sorriso cortez. .
Se sentaram. O Salteador soltou um suspiro antes de começarem.
Seo Changbin era um ótimo compositor, Hyunjin tinha de admitir. A reunião estava sendo proveitosa, ouviu algumas composições do Salteador, que lhe levaram à uma avalanche de sentimentos distintos. As composições do Seo eram uma receita perfeita: tristeza, amor e solidão, com uma pitada de risos e batidas envolventes. Seo Changbin era como um livro aberto quando se tratava de música. Ele era parte de suas músicas, e elas eram parte dele. O Seo tinha em seu trabalho um espelho para seus sentimentos. Ele tecia letras com maestria, letras que eram discursos da alma guiados pelo instrumental bem elaborado. Os olhos de Changbin ganhavam um brilho estelar enquanto Jisung sorria encantado com suas composições e Hyunjin ouvia atentamente.
Falaram sobre um tema, sobre Hyunjin tentar algo novo. O Príncipe não estava tão animado, porém mostrava interesse.
No entanto, o telefone de Changbin não parava de vibrar em seu bolso. As primeiras chamadas foram ignoradas, mas continuaram insistentes, o intimando a atender. Por fim, o Salteador pediu uns instantes para responder a ligação. Não saiu da sala, entretanto, apenas se levantou, ficando com as costas contra a parede.
— Minie, calma, o que foi? — os olhos dele mudaram de tamanho assim que a ligação foi atendida. Hyunjin encarou confuso a súbita alteração de estrelas cintilantes para uma nuvem de poeira. — Eu estou aqui. Eu estou aqui com você, não vou desligar, Minie. Respira, devagar. — com o celular no ombro, começou a colocar suas coisas dentro da mochila preta sobre uma das cadeiras. — Cante pra mim, Minie. Eu estou te ouvindo. Isso, continue cantando, já estou indo. — falava de forma calma com a pessoa do outro lado da linha, embora o medo estivesse estampado em sua face. — Eu preciso ir, aconteceu algo urgente. Terminamos a reunião outro dia, tudo bem? — a expressão preocupada o fazia parecer tão comum, como se os sentimentos guardados nas músicas tivessem se tornado palpáveis.
O Seo saiu, batendo a porta atrás de si; e levou consigo a animação de Jisung e suas músicas. Seus passos corridos eram ouvidos em ecos pelo corredor, sumindo logo após.
Jisung e Hyunjin se entreolharam e perceberam que Changbin havia deixado uma pasta negra sobre a mesa. O modelo pegou o que fora deixado para trás. Changbin tinha algo muito mais importante do que suas letras e sua música.
— Todos tem algo importante assim, não é? — murmurou.
E Hyunjin sentiu uma sensação esquecida se apossar de seu âmago, apertando seu coração com mãos frias. Ignorou-a, como sempre fazia quando sentia em demasia. Já lhe bastavam a Solidão e a Tristeza como companhia.
E assim, o Príncipe Solitário saiu da sala, seguido por seu conselheiro. Entre as tochas flamejantes de olhares e o frio da mentira sendo revelada, o sol brincava de esconde-esconde por trás da cortina cinzenta de água condensada. Hyunjin adorava o outono e sua melancolia monocromática; achava que combinava com ele, que combinava com sua forma de ver o mundo: Um pequeno globo de vidro, com suas pessoas de mente pequena e prédios imponentes, verdadeiras prisões de concreto com aparência surreal.
Passos, vozes e olhares emolduravam o dia visto pela janela. Os dedos do Príncipe brincavam sobre a superfície da pasta deixada pelo Salteador, banhados com curiosidade e receio. Poucas coisas no mundo deixavam Hyunjin repleto de uma curiosidade apática.
O Príncipe Solitário deixou o ar escapar de seus pulmões em um suspiro carregado de tudo e de nada; É tudo tão cheio, mas completamente vazio. As ruas tão lotadas, porém tão vazias. Bolhas e mais bolhas particulares; feitas de individualidade extrema e escassez de empatia, de vidro frágil e preenchida com medos e preconceitos. Ele só queria escapar de tudo. Ele queria se entregar aos seus monstros marinhos e ser devorado sem piedade.
Sentiu uma mão sobre seu ombro e deu um leve sobressalto quando foi puxado com força de seus devaneios pela surpresa. Era apenas Minho, repleto de brilho, como se dias nublados não existissem. Lee Minho carregava calmaria, como cheiro de terra molhada e barulho de chuva, o que Hyunjin achava conflitante, pois o Bardo era verão, o sol e qualquer outra coisa que lhe recordasse algo quente e brilhante.
— Hyunie sunbae! Como vai? — Minho sorria, supernovas se formavam e seus olhos se contraíam em caudas de estrelas cadentes. Hyunjin queria ignorá-lo.
— Vou bem. Soube que seu comeback será em breve, estou ansioso para ver seu trabalho. — o Príncipe vestiu seu melhor sorriso e pareceu simpático ao olhar do Bardo.
— Oh, sim. Hyunie o que... — o Lee não termina a frase, ela se perde no ar, em algum lugar do Castelo. Ela some no instante em que seus olhos vêem o Mago no fim do corredor, com o olhar perdido, mergulhado em feitiços e fantasia. — Chan está aqui, temos um compromisso daqui à uns minutos. Foi bom te ver Hyunie!
Minho fez uma reverência breve e saiu em passos rápidos pelo corredor. Pareceu ainda mais brilhante, tão brilhante que certamente poderia cegar alguém. Estava envolto na magia de Bang Chan, seu manager. Era palpável, perceptível e lindo. O Bardo brilhava como uma estrela, ardendo em fogo e luminosidade. O Mago pareceu brilhar de uma forma opaca, no entanto.
Hyunjin apenas deixou seu olhar se perder novamente na janela, antes de seguir para fora do Castelo. A lentidão de seus passos quase não causara atrito com o chão bem encerado, o que o tornou tão invisível quanto qualquer outro, nos corredores. Ninguém é realmente visto, ninguém realmente está ali.
A pasta de Changbin ainda estava em suas mãos. O Príncipe Solitário pretendia devolvê-la na próxima vez que se encontrassem; Precisava sanar sua curiosidade homeopática primeiro. O Hwang queria apenas passar os dígitos pelas folhas rabiscadas e encontrar ali sentimentos que não eram seus, mas poderiam ser ou terem sido; encontrar sentido e melodia na tristeza e uma calmaria temporária.
Ajeitou o cachecol sobre o rosto e o gorro sobre os fios escuros. Facilmente, naquela época do ano, podia se disfarçar entre a multidão. Ser engolido e digerido por ela, até se tornar parte integrante da mesma, como se nunca tivesse sido diferente. Seus passos eram calmos, pisando nos espelhos d'água formados com a chuva da madrugada, o telefone passou a vibrar incessantemente em seu bolso em algum momento. O Peregrino era persistente, permanecia ali, como uma cicatriz de uma ferida à muito tempo esquecida. Hyunjin desistiu de lutar contra a vontade de atender a chamada. Ele se perguntava o motivo dele ter reaparecido depois de tanto tempo, queria saber os porquês, queria uma justificativa, um pedido de perdão. Ele esperava por isso.
Respirou fundo, o ar lhe enchendo os pulmões e as mãos tremendo. Atendeu a chamada com os olhos fechados e demorou alguns segundos, que pareceram uma eternidade sufocante, para dizer algo:
— Você voltou, Pai. — a pequena frase saiu de forma ansiosa e dolorida de seus lábios.
— Hyunjin, preciso que me ajude. Vamos nos encontrar, por favor.
— Me diga o local. — o Hwang entrou em um táxi, não tinha cabeça para dirigir naquele momento. O Peregrino havia passado sua navalha cortante sobre seu pescoço. Já era esperado que isso ocorresse, desde o divórcio repentino, seguido da doença de sua mãe, o mais velho esporadicamente retornava para sua vida, repleto de pedidos.
Sentia o mundo girar ao seu redor e, com a voz abafada, deu a direção que lhe fora informada ao motorista. Sentia o coração bombear dolorosamente, com o som ecoando em seus ouvidos. Não demorou muito para chegar ao local, com a sensação excruciante se dissipando ao constatar que, após quase um ano, estaria vendo novamente o Peregrino.
Estar de frente ao seu Pai, o Peregrino de suas memórias, depois de tanto tempo, causava ao Príncipe Solitário uma sensação angustiante misturada à letargia. Hyunjin encarava seu progenitor com olhar afiado, enquanto o mesmo desviava os olhos para qualquer canto da padaria pouco movimentada, num bairro do subúrbio, onde realmente achava que não havia nada para ver.
— Estou tendo um momento difícil, depois que Jiwoo foi para o Japão. Eu não posso cuidar do garoto sozinho, sabe? Estou cheio de dívidas, mal consigo pagar as contas...
— Depois de desaparecer você apenas me procura para pedir dinheiro. Você não mudou nada, Hwang Hyunbin. — o modelo deixa uma risada baixa escapar, acha graça de si mesmo por ser tão tolo e acreditar que o Peregrino realmente se importasse. Era como se cada faísca de esperança que ainda possuía estivesse se apagando numa ventania.
— Não seja assim, Hyunjin. E eu não estou lhe pedindo dinheiro, estou lhe implorando que, como irmão mais velho, cuide do garoto.
— Não sou irmão mais velho de Jeongin; nós apenas temos em comum a infelicidade de ter você como progenitor. — Hyunjin leva as mãos até as têmporas, massageando a área devagar. — Então, o que você quer é que eu cuide dele, certo?
— Sim. Por favor, Hyunjin, faça isso pelo seu pai. — E Hyunjin sabe que aquelas lágrimas são falsas, ele sabe que Hyunbin nunca deveria ser chamado de "pai". Ele sabe todas essas coisas, mas quando o homem segura suas mãos sobre a mesa, ele se sente indefeso, um garotinho inocente que não sabe de nada sobre o mundo.
— Vou fazer isso, por Jeongin, não por você. Ele não tem culpa por ter um pai assim. — o Hwang mais novo se levanta. Os olhos frios e cortantes como lâminas miram no rosto que sofreu alterações pelo tempo. As marcas de expressão, a barba mal feita com alguns pontos brancos, as mãos calejadas e os olhos perdidos. — Lhe darei uma quantia para quitar suas dívidas; espero que não gaste tudo em seus jogos, ou em bebida.
— Obrigado, Hyunjin.
— Mande Jeongin arrumar suas coisas, amanhã irei buscá-lo. E, por favor, não me ligue mais.
Hyunjin saiu e deixou o passado para trás, dentro daquele estabelecimento. O âmago doía, a dor dilacerante brincava consigo.
Perdido em memórias já esquecidas, ele apenas se escondeu atrás do cachecol cinzento como aquele dia, era um outono eterno e torturante.
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HYUNJIN IS BACK
Confesso, estava extremamente desanimada devido ao acontecido com o bebê, entretanto, finalmente temos nosso pitico de volta!!!
Espero que estejam gostando da fic. Para dúvidas ou sugestões estou sempre aberta!
Nos vemos o dia 30/07
Diretamente da Torre Cinzenta,
mxoonbebe
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