Odeio o presente que te dei
E a minha surpresa ao te ver
Odeio tudo o que eu falei
E o que calei, ainda mais.

Odeio a falta de paz
Em que me joga tua ausência
E em cada canto e cada cais
Em vão buscar tua aparência.

Odeio demonstrar que amo
Odeio o amor ocultar
Passar o dia, o mês, o ano
Sem saber como te abordar.

Odeio a falta de controle –
Me acostumei a dominar –
Odeio que eu me console
Sem poder ver o teu olhar.

Tu me desconcertas...
E tu só podes consertar.