Ghostbusters
Se de noite não prego os olhos
Sufocando em fortes miasmas
É que passo a caçar os fantasmas
Que a cabeça cria aos molhos
Sem pedir-me, é claro, licença
Ou sequer primar por coerência
Agarra-se a um fio de fumaça
A ver se com ele enlaça
Resto ou rastro de esperança
E no berço, menina pequena
Com a fumaça já cedo envenena
Evitando que cresça a criança
Pra que o mundo não a moleste
Ou morra em minhas mãos más.
Mas mais que os medos banais
Há o terror de que ela não preste.
E a mão, já de si frouxa
Paranoia solta à brida
Para resguardar a vida
Para arrancar flor roxa
Que em terreno errado nasça
E cada tecido de sonho
Um mais que outro bisonho
Feito pra ração de traça.
Os castelos assim criados
Todos eles assombrados
Expurgo sem compaixão
Esvazio da paixão.
E é com paixão que o faço!
Afinal, como vacina
Só o que nos contamina
Imuniza o peito e o baço.
Invejo a noite inteira
De quem não trava essa luta
E disponho-me à permuta
Com quem queira:
Dou uma mente filha da—
Por um coração geladeira.
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