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02. SUMMER JOHNSON ENCONTRA UM ESQUIZOFRÊNICO (TAL QUAL ELA MESMA).
O DIA DE SUMMER JOHNSON estava indo muito bem, se você quer mesmo saber.
Lilian publicou fotos engraçadas delas a desejando um feliz aniversário.
O ônibus dela não havia atrasado (um grande milagre), ela tinha apenas as aulas preferidas naquele dia e sairia mais cedo também.
Ou seja, seu dia estava ótimo, perfeito mesmo.
Isso já poderia ter sido um aviso de que algo daria errado.
Os dias de Summer Johnson nunca eram perfeitos.
A jovem sorriu ao olhar as publicações da melhor amiga.
Summer não ficava muito tempo no celular, a mãe dela era meio que contra tecnologia.
A avó de Summer, a presenteou com o celular no aniversário de quatorze anos da menina, no ano passado.
Uma idade um pouco tardia para se dar um celular de presente, tendo em vista que muitas crianças possuem um.
Mas a mãe de Summer, alguém que odiava a tecnologia moderna, surtou com o presente e mandou a avó de Summer devolver.
Entretanto, após muita discussão, Summer acabou ficando com o celular.
Porém, a garota teve que prometer que não o usaria direto, como todos os adolescentes costumam fazer.
Estranho, Summer sabia disso, mas a mãe dela realmente odiava a tecnologia moderna.
Summer desligou o celular e o guardou no bolso da calça enquanto esperava a professora de química entrar na sala de aula.
Summer até que gostava de química, mesmo que a professora fosse meio estranha.
Lilian, sentada na cadeira da frente, digitava furiosamente uma mensagem para o namorado, Theo.
Theo era um grande idiota e Summer francamente não gostava muito dele (na verdade, Summer gostava de um número bem restrito de pessoas), mas Lilian já estava namorando com ele há 5 meses.
Summer revirou os olhos e fez uma careta ao notar Lilian continuar a digitar furiosamente.
Lilian merecia alguém que a amasse de verdade. Alguém que a trataria bem.
ㅡ Problemas no paraíso? ㅡ Jesse, uma das garotas da sala de Summer, perguntou após notar a careta de Summer.
Summer não gostava muito de Jesse, e isso não tinha nada haver com o fato de que Jesse gostava de Jon e não perdia uma oportunidade de tentar agarrar ele, Summer jurava, não era por isso.
Ela nunca deixaria de gostar de uma garota por causa de um menino, nunca mesmo. Isso era ridículo.
O problema era que Jesse era estranha.
(Ainda mais estranha que Summer, e isso, isso era bastante preocupante.)
Ela era baixinha, mais baixa que Summer (o que era realmente difícil de acreditar que fosse possível), tinha cabelos pretos nos ombros e um nariz engraçado, meio torto, da vez que ela foi acertada por uma bolada na cara na aula de educação física.
Ela também olhava para Summer como se quisesse que Summer sumisse da face da Terra.
Talvez seja pela proximidade entre Summer e Jon.
Ou talvez fosse porque Summer se negou a fazer dupla com Jesse no começo do ano escolar.
Ou, talvez, quem sabe, pelo fato de Summer ser àquela a acertar uma bolada na cara de Jesse na aula de educação física.
Quem sabe né?
ㅡ Não. ㅡ Summer murmurou encarando a garota cujo os olhos castanhos mal conseguiam disfarçar o ódio. ㅡ Só estou pensando para onde o Jon e a Lilian vão me levar hoje.
Summer não precisava dizer a última parte. Não precisava provocar Jesse. Mas Summer tinha uma boca grande e geralmente falava coisas que se arrependeria de ter dito um instante depois.
Os olhos de Jesse pareceram ficar mais frios.
ㅡ Só vocês três? ㅡ Summer assentiu. ㅡ Que legal! Posso ir também?ㅡ Jesse perguntou escondendo sua irritação com uma falsa animação.
Lilian tirou sua atenção da conversa com Theo para levantar a sobrancelha para Summer arregalando levemente os olhos. "Quem ela pensa que é?" era a frase que estava estampada na cara de Lilian.
Lilian também não gostava de Jesse, mas fingia muito mal que a suportava.
Summer achava que qualquer dia desses, Lilian ia empurrar Jesse da escadaria da escola e jurar que havia sido um acidente.
ㅡ É coisa de melhores amigos.ㅡLilian disse antes que Summer respondesse algo à Jesse.
ㅡ Eu entendo. Quem sabe uma próxima vez né? ㅡ Jesse disse escondendo a raiva.
Lilian voltou sua atenção para o celular novamente e Summer se virou para olhar para a porta, prestando atenção na professora de química que adentrava a sala com seus óculos estranhos e tênis engraçados.
Estava tudo correndo bem, bem até demais, até que todo o bom dia de Summer foi destruído.
A manhã havia passado maravilhosamente bem e rapidamente e já era a hora do almoço, Lilian e Summer estavam esperando Jon sair da sala dele para os três irem almoçar juntos. Afinal, Jon era de uma outra sala.
A garganta de Summer estava um pouco seca, e ela sabia que Jon provavelmente demoraria mais alguns minutos para sair da sala.
Portanto, a Johnson decidiu ir beber água.
Seu primeiro erro (na verdade, seu segundo erro, seu primeiro erro foi levantar da cama naquela manhã).
Summer se levantou e olhou para Lilian.
ㅡ Vou beber água. Já volto.ㅡ a Johnson avisou para Lilian que encarava a porta da sala de Jon como se quisesse explodi-la.
ㅡ Tudo bem. Não demore. ㅡ Lilian disse e pegou o celular fazendo uma careta ao ver uma nova mensagem de Theo.
Summer riu para si mesma e começou a caminhar na direção do bebedouro, que era um pouco afastado de onde Lilian estava sentada, fazendo com que Summer não conseguisse vê-la. Assim como Lilian não podia mais a enxergar.
ㅡ Ai. ㅡ Summer disse ao trombar com alguém o que fez com que ela quase caísse no chão (se não fosse pelos braços do desconhecido a segurando, Summer com certeza teria caído de cara no piso).
ㅡ Olha por onde anda, nanica. ㅡ o desconhecido murmurou.
Summer levantou o olhar com raiva e pôde finalmente visualizar o menino cheio de pintinhas, meio magro, com olhos castanhos e cabelos da mesma cor meio arrepiados.
Ele parecia ser um ou dois anos mais velho que Summer.
Depois de a chamar de nanica, ele a olhou, a soltou, piscou para ela e saiu andando.
Simples assim.
Summer ficou incrédula e com raiva ao ver que ele nem ao menos havia pedido desculpa.
(Não que tenha sido culpa dele).
ㅡ Espera aí! ㅡ Summer gritou com raiva.
O menino se virou para ela meio nervoso.
ㅡ Você nem ao menos pediu desculpa. ㅡ Summer reclamou ao se aproximar dele. Ainda muito indignada.
ㅡ Foi você quem trombou em mim, nanica, não eu.ㅡ ele novamente a chamou de nanica.
Summer não o conhecia, mas já estava bastante inclinada a o odiar.
Summer odiava que falassem da altura dela, ela tinha 1,56cm de altura. Ela não era baixa, as outras pessoas que eram altas demais.
ㅡ Claro que não. Foi você quem trombou em mim. ㅡ Summer rebateu. ㅡ Peça desculpas.
(Na realidade, ela trombou nele, e ele impediu que ela caísse de cara no chão, mas Summer ignorou esse importante fato naquele instante).
ㅡ Não foi assim que aconteceu, nanica. ㅡ ele disse e riu ao ver que as bochechas de Summer ficaram vermelhas de raiva. ㅡ E não vou pedir desculpas por algo que não foi culpa minha, nanica.
ㅡ Se você me chamar de nanica mais uma vez, eu juro que-
ㅡ O quê? Vai chutar minha canela?
ㅡ ele a interrompeu zombando dela.
Summer abriu a boca e fechou a mão em punho pronta para socar a cara do idiota, quando o garoto olhou para a direção do bebedouro, que foi o motivo para Summer ir até lá em primeiro lugar, e arregalou os olhos.
Summer ainda estava pronta para brigar com ele, quando o menino, o mesmo que havia a insultado um segundo atrás, pegou a mão dela e saiu correndo, a puxando junto com ele enquanto ele corria.
Summer olhou para trás com certa dificuldade, afinal ela estava correndo, e pôde visualizar um ser enorme, com no lugar que deveria estar dois olhos apenas um.
Summer sabia o que era aquele ser. Ela teve aulas de mitologia com sua professora de história.
Era um ciclope.
Aí vai mais um fato curioso sobre Summer Johnson:
Desde que ela consegue se lembrar, ela podia ver criaturas estranhas saídas de livros de mitologia bem em sua frente, o mais curioso era que mais ninguém conseguia ver essas criaturas.
As vezes Summer pensa que a mãe dela também pudesse as ver, porque ela sempre tirava Summer o mais rápido possível dos lugares onde Summer via as criaturas.
(Ou talvez ambas fossem esquizofrênicas. Isso é algo a se considerar também.)
Summer e o desconhecido, que ainda a puxava pela mão enquanto corria, passaram por um Jon e uma Lilian que os encararam com confusão.
Summer lançou para os amigos o seu melhor olhar de "Não sei o que diabos está acontecendo" e continuou a correr.
O garoto olhou para trás como se procurasse o monstro, e parou de correr, suspirando aliviado ao ver que ele não os seguia mais.
Summer, por sua vez, apoiou as mãos nos joelhos e respirou fundo buscando por ar. Ela ofegava e parecia que estava prestes a morrer, ela odiava correr e era péssima nessa tarefa.
O desconhecido, por outro lado, não parecia muito cansado, ele apenas puxou um inalador do bolso do casaco e o usou.
O quê?
Ele tinha asma?
E ainda assim conseguia correr melhor que ela?
Isso era completamente injusto.
Um asmático era mais atleta que ela.
Summer deveria estar envergonhada e inclinada a entrar em uma academia, entretanto, naquele instante, o único sentimento que ela sentia era a raiva.
Bom, ela não poderia esquecer que aquele garoto a arrastou para longe do ciclope, algo que ela estava grata, mas isso não aliviava sua raiva.
ㅡ Mais que porra foi essa? ㅡ Summer gritou depois de finalmente recuperar seu fôlego.
Summer tinha prometido parar com os palavrões há duas semanas atrás, e não tinha falado nenhum até aquele dia.
Ótimo, mais um motivo para ela ficar estressada.
O menino arregalou os olhos parecendo se lembrar apenas naquele instante que havia outra pessoa no local, pessoa essa que ele havia arrastado consigo.
ㅡ Bom, isso pode soar estranho, mas eu meio que não tenho tempo pra explicar o que aconteceu, porque eu realmente tenho que ir embora. ㅡ ele disse e se virou pronto pra ir embora.
Novamente, simples assim.
ㅡ Nós acabamos de ser perseguidos por um ciclope e você diz que algo pode soar estranho? ㅡ Summer gritou com o garoto.
ㅡ Você o viu? ㅡ ele perguntou e Summer assentiu. ㅡ Como você sabe que era um ciclope? ㅡ ele perguntou ficando na defensiva.
Ótimo, além de esquizofrênico como ela, ele era paranóico.
Summer pôde ver Jon e Lilian acenando freneticamente para ela da entrada do prédio principal da escola.
ㅡ Eu tive aula de mitologia, gênio.
ㅡ Summer zombou dele.
ㅡ Você precisa vir comigo. ㅡ o menino disse com a voz séria e começou a puxar Summer pela mão.
Outra vez.
Summer tirou a mão dele da dela.
ㅡ Eu não vou a lugar nenhum com você, geniozinho. ㅡ ela disse e começou a se virar para caminhar na direção dos amigos.
Quando ela olhou para a esquerda, Summer viu o ciclope farejando o ar na direção dela e do menino.
ㅡ Pensando bem, vamos sair daqui.
ㅡ Summer murmurou enquanto empurrava o garoto e corria atrás dele.
A dupla correu até chegar ao estacionamento da escola, mais especificamente, até o menino parar ao lado de um jeep azul meio velho.
O garoto rapidamente entrou no banco do motorista e Summer se jogou no banco do passageiro de qualquer jeito, enquanto fechava a porta e colocava o cinto.
(Não a julguem, as únicas opções que ela tinha era entrar naquele carro, ou esperar para ver o que o ciclope faria com ela).
Para o azar da dupla, o ciclope se aproximava cada vez mais rápido.
O menino praguejava e girava a chave, mas o jeep estava demorando para ligar.
Summer sentiu que seu coração iria pular do peito.
Quando Summer Johnson acreditou que morreria no dia de seu aniversário de quinze anos, ao ver o ciclope tão perto do carro, o jeep ligou e o menino saiu do estacionamento da escola cantando pneu.
Summer suspirou ao olhar pelo retrovisor e notar que o monstro não os seguia.
Ela olhou para o garoto que dirigia.
ㅡ Você tem idade pra dirigir? ㅡ ela perguntou, e o menino se limitou a rir, como se não acreditasse que isso era o que ela perguntaria primeiro.
ㅡ Eu tenho dezesseis anos. Então, sim, eu tenho idade pra dirigir, gnomo.
ㅡ ele respondeu focado na estrada.
Summer revirou os olhos com o novo apelido que implicava com a altura dela. Se ele não estivesse dirigindo, ela com certeza teria o acertado um soco, talvez um chute.
ㅡ Onde fica a sua casa? ㅡ ele perguntou quando parou em um farol vermelho.
ㅡ Eu não vou falar onde moro pra um estranho. ㅡ Summer disse enquanto revirava os olhos, uma mania que ela tinha e que sua mãe odiava.
ㅡ Eu sou o Oliver. Oliver West. ㅡ ele se apresentou e Summer torceu o nariz ao ver que ele tinha um nome parecido com o do padrasto dela.
Ele a encarou esperando que ela se apresentasse também. Ela respirou fundo.
ㅡ Summer. ㅡ ela disse e ele a olhou meio confuso, como se perguntasse se esse era realmente o nome dela.
ㅡ Meu nome é Summer.
O garoto deu uma risada e acelerou o carro quando o sinal abriu.
ㅡ Tudo bem, Raio de Sol, sabemos o nome um do outro, não somos mais estranhos. Agora, onde é que fica a sua casa? ㅡ Oliver perguntou prestando atenção na estrada.
Summer o fulminou com o olhar.
ㅡ Eu não vou levar um desconhecido, potencialmente um sequestrador, para a minha casa.
Summer Johnson não ia levar o adolescente, que estava a sequestrando, para sua casa.
Nunca.
Jamais.
I. Oiie pessoas. O que acharam do capítulo? Gostaram?
II. Nosso gênio asmático finalmente apareceu. Sério, amo como ele e a Summer vão ser uma dupla muito apocalíptica.
III. Amo que os amigos da Summer ficam sem entender nada vendo ela sendo arrastada pelo Oliver.
IV. Por hoje é só, mas nós nos vemos em breve.
Byee ♡.
13.09.2023
Duda.
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