Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

MARK ⇾ A Verdade que Diz o Coração


●❯ ───── 「 🌐 」 ─────❮●

É engraçado imaginar como coisas assim podem acontecer, mas sanduíches de bacon sempre me farão pensar naquela canção. Só de imaginar, já escuto a melodia tomando meus pensamentos. E cá estou eu, sentado na frente da televisão me martirizando com propagandas de fast-food e cantarolando uma música da qual não sei o nome.

— Mark, onde esteve após o café da manhã?

— Doninha dedo-duro... — Murmurei me endireitando na poltrona.

Sohui se posicionou em frente a tela da televisão com alguns lençóis em mãos.

— Quantas vezes preciso dizer, não suba no muro atrás da clínica sozinho!

— Eu não estava sozinho, aquela doninha, digo, Wooyoung estava comigo.

— Claro que estava... — Balançou a cabeça. — Sei que gosta de tocar ao ar livre, mas, tome mais cuidado, por favor. E se algo lhe acontecer e ninguém estiver por perto?

— Relaxa, sei quais são os meus limites. Não vou me arriscar demais.

Sohui semicerrou os olhos e apontou para a fila em frente ao balcão.

— Não esqueça de pegar seu correio, hoje é sexta-feira. Seus amigos enviaram algumas coisas essa semana.

Meu sorriso não escondia a animação, quase me levantei num pulo, porém me policiei apenas por Sohui estar aqui.

— Espero que não tenham surpresinhas desagradáveis dessa vez, Mark.

— Ei, eu já disse, a revista para maiores foi uma brincadeira idiota dos meus amigos! — Minhas bochechas ruborizaram.

— Sei, só não se exalte tanto, faz mal para o coração. — Ela riu apertando minha bochecha.

— Uau, você é hilária. — Enfiei as mãos nos bolsos seguindo a direção contrária.

Como eu odiava quando ela me tratava como criança por ser cinco anos mais velha. Contudo, odiava-me ainda mais por parecer um idiota ficando tímido com qualquer coisa. Não importava quanto tempo passasse, eu ainda me via naquele garotinho que não podia fazer educação física e gaguejava falando com estranhos. Maldito coração. Por muito tempo me vi como uma história triste e culpei minha saúde por estar sozinho. Entretanto, em uma tarde ensolarada, dez anos atrás, minha perspectiva mudou. Enquanto eu desenhava no meu caderno ignorando os outros que brincavam no jardim — não poderia me juntar a eles de qualquer maneira —, a cozinheira do orfanato decidiu me fazer um sanduíche de bacon. O cheiro de manteiga derretida se casava muito bem com a canção que ela sussurrava à medida em que fritava os ovos. Lembro bem de que, por um momento, fechei os olhos para prestar atenção na voz carinhosa que me abraçava lentamente.

— "Não preciso nem dizer... Que não valho muito. Mas sigo mesmo tropeçando... Aprendendo aos poucos que viver é bom. Repita comigo... É melhor se arriscar do que se arrepender."

Ela me entregou o sanduíche com um copo de limonada e sorriu acariciando meus cabelos. Ainda não sei o nome daquela canção, contudo, tenho certeza de que ela trouxe a paz que eu precisava para ser mais corajoso.

— Vejamos o que temos para você, Mark Lee... Mark Lee... — Baekhyun correu seus olhos pelas caixas empilhadas. — Aqui, achei. — Manuseou o estilete com cuidado, cortando a fita adesiva. — Prontinho. Opa, nossa, que luxo, você ganhou uma caixa de bombons e ainda parecem ser caseiros. — Um sorriso malicioso. — Quando foi que começou a namorar?

— Não, é só chocolate, eu gosto de chocolate, quer dizer, o Dia dos Namorados foi mês passado. — Mais uma vez eu gaguejei.

— Aham... O que mais temos aqui? — Outra expressão exagerada. — Olha só, um par de meias do Bob Esponja, uau!

Dessa vez não consegui manter a pose, pois, se eu já estava rindo da careta dele, piorou quando vi as meias.

— Eu tenho um par igual! — Baekhyun sorriu alegremente. — E ainda tem uma carta. Ai meu Deus, Mark, é o mesmo nome do cartão na caixa de bombons! — Esboçou um sorriso petulante. — Como seu pai, exijo que a traga aqui para eu conhecê-la.

— Desde quando você é meu pai?

— Mark, chegamos a um momento que talvez você não esteja preparado. — Baekhyun ficou sério de repente. — Eu sou seu pai.

— Essa é a parte em que eu grito: não? — Continuei rindo ao pegar a carta das mãos dele e colocá-la de volta na caixa.

— Mas, agora é sério, me mostra uma foto da sua namorada, estou curioso.

— Já disse que não é minha namorada e tenho certeza de que você já verificou tudo o que precisava. — Trouxe a caixa para perto.

— Ah, não vai escapar de mim assim tão fácil, pequeno Mark.

— Você já viu que não tem nenhum objeto perigoso ou suspeito aqui dentro. Eu sei que vocês abrem todas as caixas antes de nos entregar. — Sussurrei a última parte.

— Esperto, muito esperto, mas você não pode carregar peso. Pode?

— Isso aqui nem pode ser considerado como pesado. — Voltei a rir. — Você só quer continuar me zoando.

Um dos cuidadores chamou no corredor.

— Baekhyun, precisamos de ajuda para dar banho nos idosos.

Peguei a caixa pronto para voltar ao meu quarto.

— Parece que o dever te chama.

— Hora de embelezar os velhinhos. — Baekhyun sorriu apertando levemente meu ombro antes de seguir seu caminho. — Nos vemos no almoço, Mark.

Mesmo que não o víssemos todos os dias, porque só fazia trabalho voluntário aqui de vez em quando, todos adoravam Baekhyun e seu jeito de trazer cor para um lugar que provavelmente seria cinza. Quando me mudei do orfanato para cá, ele já era como uma celebridade, cantava, dançava, fazia todos rirem, sem contar que ninguém o venceu em uma partida sequer de mahjong, ainda. Não vou negar, eu sempre quis ser amigo dele.

Ajudei a estender as roupas de cama no varal depois de colocar os presentes dos meus amigos no meu quarto. Preferi deixar para ver tudo com calma mais tarde, vou visitá-los hoje à noite de qualquer forma. Assim que terminei de esticar o último lençol, dei leves batidas em meu ombro numa massagem breve. Tentei controlar minhas expressões, já estava me sentindo cansado e com falta de ar.

— Ei, prestem atenção por onde correm, vão acabar se machucando ou trombando em alguém! — Driblei os gêmeos, da senhora no quarto cento e três, que quase me atropelaram.

— Mark hyung, por que você nunca joga bola?

— É, você nunca brinca com a gente.

Antes isso provavelmente faria eu me sentir excluído. Não tenho certeza se me acostumei ou apenas aceitei minha realidade, entretanto, o medo de dizer em voz alta se dissipou neste momento.

— Coloquem a mão no peito. — Os observei me obedecerem curiosos. — O que sentem?

— Meu coração? — Sorriu ao ver o irmão concordar com ele.

— Está batendo rápido?

Balançaram a cabeça velozmente.

— Se eu correr igual vocês, o meu vai acelerar assim também. Mas meu coração não é muito forte para aguentar isso.

— Você não comeu os legumes e verduras que sua mãe mandou?

— Idiota, ele não tem mãe, não diz isso para ele. — Repreendeu o irmão.

Não sei porquê, mas acabei rindo ao ouvir aquilo. Não era para ter me machucado? É, doeu um pouco.

— Por isso sempre escutem a mãe de vocês e comam bastante, para ficarem fortes.

— Mas você não consegue brincar nem um pouquinho?

— Se eu fizer meu coração bater rápido, vai me machucar aqui. — Toquei meu peito.

— É por que seu coração não é forte?

— Isso.

— E o que há de errado com ele?

Os dois agarraram o tecido da minha calça jeans.

— Ele está doente.

— Minha mãe disse que depois de descansar melhora, é por isso que ela está aqui.

— É, e quando seu coração sarar, você vai brincar com a gente?

— Claro. Por isso vou descansar agora. E vocês tomem cuidado para não se machucarem.

Ri ao ver aqueles dois correrem por aí e segui meu próprio caminho. No trajeto, já próximo da porta, senti um frio na espinha causado pela brisa que tocou minha nuca. Olhei para trás e foi como se já tivesse vivido aquele momento. Algumas crianças brincando, idosos conversando, outros jogando mahjong, enfermeiras os acompanhando em todo canto, com Sohui sendo uma delas. Acho que esse foi o maior motivo que fez eu parar no meu quarto murmurando aquela música e dedilhando no violão algo que fosse semelhante à sua melodia. Apenas fui notar a presença de Baekhyun, encostado na porta, quando ele se pôs a cantar acompanhando os acordes que eu tocava:

— "Me dê uma chance... Me aceite... Eu irei embora... Em um dia ou dois..."

— Você conhece essa música? — O encarei surpreso.

— Eu acabei de cantar, não foi? — Baekhyun riu.

— Não, quis dizer, eu perguntei para o Wooyoung e ele nem tinha ideia do que eu estava falando.

— É, bom, essa música não é da época de vocês, mesmo assim é muito famosa. Se perguntasse para Sohui, ela provavelmente reconheceria.

— Você sabe tocá-la? Qual o nome? Como é a letra inteira? — Me levantei da cama quase abraçando meu violão. — Me ensina?

— Calma aí, menino. — Baekhyun riu. — Vamos almoçar primeiro.

Acho que faz alguns meses desde que me senti assim tão cheio de vida, a última vez foi quando consegui tocar pela primeira vez em frente a todos sem gaguejar. Me custou o resto da tarde inteira com tontura, dor no peito e uma agulha no braço.

Parando para pensar agora, isso é até engraçado. Baekhyun irá me ensinar a tocar a música que me lembra sanduíches de bacon. Ainda que não fosse possível passar muito tempo juntos, Baekhyun tinha trabalho para fazer, ele me mostrou a canção original e eu anotei tudo que consegui para começar a praticar. Só não me tranquei no quarto o dia inteiro para não incomodar com o som alto, e por causa da minha consulta com o doutor Lee às três horas da tarde. Lembra quando eu disse que não tinha mais medo? É, eu menti.

— Sentiu algum desconforto hoje?

— Falta de ar e um pouco de dor depois de estender as roupas no varal.

Lee respirou fundo e abaixou seu estetoscópio. Para quantas pessoas ele já deve ter olhado assim? Não é pena, parece tristeza genuína.

— Tem conversado com alguém sobre sua situação?

Abaixei o olhar cutucando a pele em meu polegar.

— Vou visitar meus amigos mais tarde. — Tentei parecer mais corajoso, voltando a encará-lo. — Posso dormir na casa deles hoje?

Doutor Lee frisou os lábios, analisando-me calmamente. Por fim balançou a cabeça.

— Isso é arriscado demais, não acha?

Ficamos em silêncio mais uma vez. Ele aparentava estar apreensivo.

— Certo... Vou deixar você ir, mas com uma condição.

— Qual?

— Não importa o que sentir, nem que seja tosse noturna, você vai me ligar e voltar imediatamente.

— Tudo bem. — Suspirei.

— Mark, sei que você é responsável, mas seus amigos não vão saber lidar com a sua cardiopatia. O que vai fazer se quiserem tentar algo que possa te colocar em risco? — Notou minha inquietude. — Você conversou com eles sobre a cirurgia?

Sim, eu estava envergonhado.

— Você não devia esconder a verdade. Uma hora ou outra eles vão descobrir e talvez isso machuque todos vocês.

— Eu sei... — Mantive a cabeça baixa.

— Tudo bem. Só tenha cuidado, por favor.

— Obrigado.

Consegui perceber que ele havia se arrependido de me dar permissão, no entanto, nada mais falou, apenas pediu que eu fosse para a sessão de terapia em grupo. Eu não queria ser chato, nem me fazer de difícil, entretanto, ouvir a história de todo mundo me deixava melancólico e áspero.

— Hoje vou deixar uma tarefa para nosso próximo encontro. Quero que cada um pense em algo que já foi, ou ainda é, seu maior sonho.

Fingi que não me impressionei com as palavras dela, porém aquilo me pegou de jeito. Acho que desde pequeno não me prendo mais nisso. Aprendi a conviver com minhas limitações e me adaptei da melhor forma que poderia, para viver confortavelmente.

— Soube que o doutor Lee te deixou passar a noite fora hoje.

Wooyoung vinha se equilibrando no muro em que eu estava sentado.

— Você não tinha ido para casa? — Continuei praticando os acordes que Baekhyun havia me ensinado.

— Que horror. Fez terapia em grupo hoje, é?

— Hm...

— Meu pai passou mal depois do almoço de novo. — Pulou no chão e apoiou os cotovelos no muro, encarando-me. — Minha mãe me pediu para ficar de olho nele, enquanto ela está trabalhando. Por isso eu voltei.

— Tudo bem faltar no seu trabalho?

— Eu expliquei o que aconteceu, mas foram tantas vezes que provavelmente vão me mandar embora.

— E por que está aqui ao invés de ficar com seu pai?

— Sohui me pediu para vir buscar você, daqui a pouco vai começar a chover. — Sentou-se ao meu lado.

— Foi você quem me dedurou para ela, não foi?

— Claro, este lugar é perigoso para você ficar sozinho. O que tanto faz aqui, de qualquer forma? — Olhou em volta. — É um monte de espaço e grama.

— Ar puro, silêncio e tranquilidade.

— E o que está tocando?

— Lembra da música que te perguntei esses dias?

— Sim, quer dizer, ainda não faço ideia de qual seja, mas sei do que está falando.

— Baekhyun reconheceu e me mostrou a original.

— Oh. — Wooyoung sorriu, fitando-me. — Me mostra, me mostra, me mostra. — Batia palmas enquanto falava.

— Melhor não, ainda estou pegando o jeito.

— Não vou rir, eu prometo. — Ergueu a palma da mão. — Palavra de escoteiro!

— Desde quando você é escoteiro?

— Fui até o ensino médio.

— Espera, sério?

Wooyoung balançou a cabeça.

— Você tem cara de que não gosta muito dessas coisas.

— Não julgue um livro pela capa.

— É, dessa vez você tem razão.

— E então? Estou esperando.

— Se você rir eu te jogo daqui de cima.

— Vai logo.

Dedilhei as primeiras notas com cautela até mergulhar na melodia, atentando-me à letra escrita em meu caderno:

— "Jogando conversa fora... Eu não sei o que dizer, mas direi de qualquer jeito... Hoje é mais um dia para te encontrar me evitando... Vou tentar conquistar seu amor, ok? Me dê uma chance... Me aceite... Eu irei embora... Em um dia ou dois..."

Com uma expressão que nunca o vi fazer antes, Wooyoung observava calado. Acho que ele havia ficado tocado.

— "Não preciso nem dizer... Que não valho muito. Mas sigo mesmo tropeçando... Aprendendo aos poucos que viver é bom. Repita comigo... É melhor se arriscar do que se arrepender... Me dê uma chance... Me aceite... Eu irei embora... Em um dia ou dois..."

Estava ficando acanhado com a intensidade do olhar dele, era como se quisesse me dizer alguma coisa.

— "As coisas que você diz... É sério, ou apenas para me deixar menos preocupado? Você é tudo de que me lembro... Você está me evitando... Irei atrás de você de qualquer maneira. Me dê uma chance... Me aceite... Eu irei embora... Em um dia ou dois... Eu irei embora... Em um dia ou dois."

Os últimos acordes foram tocados e tudo que consegui fazer foi esperar uma reação de Wooyoung. Ele sempre foi um menino extrovertido que quase nunca cala a boca, contudo, não é como se me sentisse pouco à vontade na presença dele, até sou grato por sempre me fazer companhia.

— Sei que errei algumas partes, mas estava tão ruim assim?

— Não, não. — Desviou o olhar.

Me apoiei no violão, queria que ele me elogiasse agora. Wooyoung prosseguiu:

— Lembra daquela noite em que te encontrei aqui pela primeira vez?

Balancei a cabeça. Ele suspirou apertando a nuca.

— Me desculpe por ter feito aquilo. Você estava vulnerável e eu me aproveitei disso.

— Não é como se eu fosse morrer por causa de um beijo.

— Mas quase morreu mesmo.

Começamos a rir.

— Queria o quê? Pegar um cardiopata de surpresa pode levá-lo ao óbito, todo mundo sabe disso.

— Por um minuto eu tinha me esquecido. Mas quero deixar claro que eu não sabia que você tinha namorada.

— Quem te disse que tenho namorada? — Franzi a testa.

— Baekhyun comentou sobre a caixa de bombons que ela te deu e a carta que veio junto.

— Não, Nari é minha amiga de infância. E todos os meus amigos me enviam cartas, até meus antigos professores me escrevem algumas vezes.

— Você não comprou um celular?

— Comprei, mas sei lá, ela escrever uma carta, agora, não precisa ter esse tipo de significado.

— Hm... Mas e você, gosta dela?

— Não desse jeito. — Murmurei descendo do muro.

Ficamos em silêncio de repente. Ele parecia encabulado, o que me deixou nervoso também.

— O que quero dizer é, não se preocupe, eu não fiquei chateado.

Wooyoung passou a me acompanhar no caminho de volta carregando meu caderno.

— Você acha que sou esquisito?

— Como assim?

— Sabe do que estou falando...

— Wooyoung, não tem nada de errado em você gostar de meninos. Você não é esquisito, ou nojento, ou qualquer outra besteira que já lhe disseram. O beijo até que foi gostoso. — Senti as bochechas esquentarem já me arrependendo de falar sem pensar.

— O que está dizendo? — Ele riu empurrando levemente meu ombro.

— Não sei. — Transformei meu nervosismo em uma risada que contagiou Wooyoung.

— Essa música que você tocou. — Folheou o caderno. — É bem legal, obrigada por me deixar ver você tocando.

— Também gosto dela.

— Combina com você.

O silêncio voltou, entretanto, era confortável ficar ao lado de Wooyoung, principalmente nesses raros momentos em que ele cala a boca.

— Doninha.

— Por que fica me chamando assim? — Estava distraído lendo as letras no meu caderno.

— Obrigada por ter me feito companhia aquele dia. Disse que estava bem, mas a verdade é que eu estava muito assustado.

Wooyoung parou e sorriu para mim.

— Quando disseram que o câncer do meu pai era terminal e viemos para cá, eu estava com tanta raiva. Gritei com os médicos e até com a minha mãe. Nessa época, ninguém segurou minha mão e me disse que ficaria tudo bem. Mas quando te vi aqui aquele dia, tocando uma música para disfarçar o choro, percebi que eu não era o único que se sentia sozinho. Não éramos amigos e eu não conhecia sua história direito, mas não queria que você se isolasse como eu.

Hoje conheci um lado dessa doninha que eu nem imaginava que existia. Senti vontade de abraçá-lo, mas o violão estava no caminho. Uma bela desculpa para não dizer que fiquei tímido demais.

— Mark.

Estávamos no meu quarto, coloquei o violão na cadeira ao lado e me sentei na cama.

— Posso comer um? — Levantou a caixa de bombons que Nari me mandou.

— Senta-se aqui, vamos comer juntos.

Era engraçado analisar as expressões de Wooyoung quando ele escondia alguma coisa. O chocolate estava muito gostoso, mas ele parecia dividido em admitir isso e ficar irritado por algum motivo.

— O que foi? — Perguntei.

— O quê?

— Que cara é essa, não gostou?

— Gostei, eu só... — Parou repentinamente. — Não é nada.

— Você sabe que dizer isso faz as pessoas ficarem ainda mais curiosas, né?

Wooyoung me encarou com uma careta.

— Tem certeza de que essa menina não é sua namorada?

— De novo isso?

— Olha esses bombons em formato de coração.

— Isso não é nada demais.

— Tá, mas você leu o cartão que ela pendurou na caixa? — Apontou.

— Deixa eu ver.

"Estou ansiosa para te ver, sinto sua falta. Por favor leia minha carta, te esperarei."

— Ok...

— Que frieza. — Wooyoung colocou a caixa para longe.

— O que eu fiz?

— Ela fez especialmente para se declarar e você me deixou comer quase tudo. Depois vem me dizer que vocês não têm nada.

— Por que está tão bravo? Eu realmente não sabia, eu e Nari não temos nada.

Ele balançou a cabeça.

— Deixa para lá, eu nem devia estar me intrometendo também.

— Oh... Você está com ciúmes? — Comecei a rir.

Por que isso me deixou feliz?

— Te beijei uma vez e já está todo confiante?

— Então por que está tão bravo?

— Nada.

— Se não me explicar vou continuar entendendo errado.

— Ah, tá bom! Eu queria te conhecer a tanto tempo quanto ela, que saco. — Balançou a cabeça. — Pronto, pode me chamar de infantil agora.

Meu coração está acelerando, isso não é bom.

— Mas, por quê?

— Isso me deixa irritado, eu quase não sei nada sobre você e toda vez que tento me aproximar você me afasta. — Virou a cara, estava envergonhado. — Quer chamar de ciúmes, então chama, droga.

Por que está me colocando nessa posição Wooyoung? Eu realmente sou cardíaco, você vai acabar me matando. Respirei fundo, tentei me acalmar antes que algo ruim acontecesse.

— Me desculpe, eu realmente não percebi que estava fazendo isso. — Puxei a manga da jaqueta dele para fazê-lo olhar para mim. — Eu gosto da sua companhia, mas não estou acostumado com pessoas tomando conta de mim.

Me fitou de canto, queria dizer mais alguma coisa, contudo, segurou aquelas palavras na boca e falou outras:

— Vai ler a carta que ela escreveu?

— Daqui a pouco...

— Hm... — Voltou a se sentar ao meu lado.

Por impulso comecei a rir massageando meu peito levemente.

— Está sentindo dor?

— Você me deixou nervoso, é claro que está doendo.

— Mas você está bem?

— Relaxa, vai passar daqui a pouco.

— Não é melhor chamarmos o doutor Lee? — Estava pronto para se levantar, entretanto, segurei-lhe pelo braço.

— Eu estou bem, para com isso.

Ficou me analisando ainda inquieto, isso não estava ajudando nem um pouco em me acalmar, por isso falei a primeira coisa que veio na minha cabeça:

— Qual o seu maior sonho, Wooyoung?

Ficou confuso por alguns segundos.

— Do nada?

— Hoje, na sessão de terapia em grupo, ela nos fez essa pergunta.

— E o que você respondeu?

— Ela pediu para respondermos na próxima sessão. E eu te perguntei primeiro.

— Ah... — Se perdeu em pensamentos por alguns instantes. — Quando eu era adolescente, eu queria ser dançarino.

— Mesmo?

— Sim. — Riu. — Mas desisti para ajudar minha mãe a pagar as contas do hospital.

— Você ainda quer dançar?

— Bom, eu adoro dançar, mas não penso mais em fazer isso com a mesma paixão de antes.

— Então, qual seu maior sonho agora?

— Acho que só quero ter certeza de que estive aqui.

Franzi o cenho brevemente.

— O que quer dizer?

— Compartilhar o que fiz com os outros. Fazer tudo que eu quiser. Amar e ser amado. Saber que trouxe felicidade a uma pessoa ao menos uma vez. Ter alguém para lembrar de mim quando eu for embora. — Sorriu. — Viver.

— Você é bem intenso.

— Não, nada a ver... — Estava rindo outra vez. — E você, qual seu maior sonho?

— Eu não tenho um.

— Vai ser assim? Eu te contei coisas bem vergonhosas e agora você vai pular fora? Você que trouxe esse assunto, agora responde.

A doninha ataca novamente.

— Eu não sei, nunca parei para pensar nisso antes, você sabe, sempre evitei ter planos de longo prazo.

— Ah, qual é!

— O que foi?

— Você não pode se boicotar por causa da doença. Todo mundo vive sem saber se vai sobreviver ao amanhã. Qualquer coisa pode acontecer. No seu caso, você foi alertado que iria mais cedo do que outras pessoas, mesmo assim continua sem saber quando. Pode ser amanhã, daqui um mês, cinco anos. Nunca vamos saber até acontecer.

O que é isso? Meu peito está doendo de novo, meu coração não consegue se acalmar com você dizendo essas coisas e me olhando dessa maneira.

— Correr.

Wooyoung se calou assim que me ouviu.

— Eu quero correr até não aguentar mais.

Percebi que os olhos da doninha brilharam por um segundo. Aquilo eram lágrimas? Ele desviou sua atenção rapidamente quando uma silhueta se fez presente.

— Wooyoung, aqui está você! Te procurei por todo canto. — Sohui estava em frente a porta.

— Aconteceu alguma coisa? — Engoliu a força suas emoções.

— Sua mãe chegou, ela disse que precisa da sua ajuda. — Sohui me fitou brevemente. — E você, pare de sumir de repente, espero que não tenha ido naquele muro outra vez.

No instante em que Sohui partiu, Wooyoung se levantou.

— Não sei se vamos nos encontrar de novo hoje, então... — Suspirou.

— Te vejo amanhã.

— Isso. Se divirta com seus amigos. — Ergueu a mão em um aceno breve.

Estranho. Eu estava me sentindo estranho. Entendi muito bem o que estava acontecendo aqui, contudo, não queria admitir que por um momento quis que Wooyoung me beijasse outra vez. É pior ainda quando meu coração se recusa a desacelerar mesmo que ele já tenha saído do quarto. Me pergunto se seria assim se ele não tivesse me beijado aquela vez. É melhor parar de pensar nisso.

Comi o último bombom da caixa me jogando na cama com a carta de Nari em mãos. Nós sempre fomos amigos desde a escola, nunca imaginei que isso acabaria assim. Nari gostar de mim era algo quase absurdo, ela nunca demonstrou nada, nem mesmo um olhar diferente ou uma frase de duplo sentido. Agora, o cartão, os chocolates, essa carta. Que raios era tudo isso?

"Ei, Mark, como tem passado? É solitário viver no centro da cidade sem poder me encontrar com você. Ontem passei em frente a sua lanchonete favorita e comi um sanduíche de bacon por nós dois. Provavelmente, você está se perguntando por que estou te dizendo isso por uma carta. Sei que poderia dizer tudo isso por celular, mas senti que dessa vez eu não poderia simplesmente mandar uma mensagem de texto ou conversar por telefone a respeito desse assunto. Acho que só conseguiria admitir meus sentimentos se escrevesse nesse papel. Estou tomando coragem após muito tempo para dizer isso. Eu realmente gosto de você, mais do que imaginei. Pensei que nosso laço fosse como de irmãos, mas estar longe de você agora por todo esse tempo me fez perceber que é além disso. Você não precisa me dizer nada se não quiser, por isso quando nos encontrarmos com todos, quero que faça uma coisa por mim. Se sentir o mesmo, venha usando seu moletom vermelho. Espero que esteja se cuidando bem. Com amor, Nari."

Isso sim que é levar um soco na cara, Wooyoung tinha razão. Me senti mal pelos bombons. Guardei a carta dentro do meu caderno e me preparei para tomar banho. O desconforto no peito permaneceu, talvez fosse melhor eu tomar os comprimidos antes de me arrumar. Já estava começando a pensar que sair hoje talvez não fosse uma boa ideia.

— E aí! — Yunho acenou de dentro do carro.

— Cara, você está mais magro? — San colocou a cabeça para fora da janela.

— Impressão sua. — Adentrei o veículo. — Dae e Nari já estão lá?

— Estão na casa do irmão da Dae, disseram para irmos na frente. — San voltou a se focar na tela do seu celular.

— Então vamos logo. — Yunho estava animado.

A única coisa que consigo pensar, é nas palavras do doutor Lee. Contudo, para que estragar uma noite que mal começou? Jogamos conversa fora durante aquela meia hora até chegarmos na casa do San. Todos haviam conseguido emprego e estavam se preparando para terminar a faculdade. Me sinto verdadeiramente feliz por eles, entretanto, está doendo celebrar. Qual o meu problema?

— Nari te disse alguma coisa? — Yunho comentou enquanto jogávamos videogame.

San estava esticado no sofá devorando os chips de batata.

— Não, por que, aconteceu alguma coisa?

— Ela está agindo estranho. — Balançou a cabeça em um sinal para San colocar um salgadinho em sua boca. — A convidei para almoçar, como sempre, mas ela recusou. Me disse que deveríamos parar de nos encontrar porque os outros têm a ideia errada sobre a gente.

Merda, o que eu digo agora?

— Eu já te falei. — San se levantou para jogar fora o saco vazio de salgadinho. — Ela deve estar saindo com alguém.

— Não, ela falaria alguma coisa. — Yunho ficou aflito de repente. — Pelo menos para você ela contaria. — Me fitou.

— Nari e eu não costumamos conversar sobre essas coisas.

— Você devia dizer que gosta dela logo Yunho, vai ser pior se ela já estiver namorando. — San concluiu.

Era para ser uma noite relaxante. Estou com um mal pressentimento. Desviei desse assunto de todas as maneiras que pude, até algo que eu não esperava acontecer.

— Eita! — San arregalou os olhos após derrubar cerveja na minha jaqueta jeans. — Foi sem querer.

— Relaxa, é só me emprestar uma blusa.

San correu para o quarto enquanto eu tirava a jaqueta e minha camiseta agora encharcadas. A campainha tocou.

— Eu atendo! — Yunho se levantou animado já sabendo quem esperava do outro lado.

— Veste isso aqui. — San me lançou um moletom do corredor.

— Ah... Não tem outro, não?

— Qual o problema, está rasgado?

— É que essa cor...

Precisava ser justo vermelho? Escutei passos se aproximando.

— Vai ficar seminu até quando? — San riu.

Porcaria, isso deve ser uma brincadeira de mal gosto. Minha única escolha era vestir o moletom agora. Dae foi a primeira que nos cumprimentou, assim que me viu fez um barulho engraçado puxando Nari pelo braço. Meu Deus, vai dar tudo errado.

— Como tem estado Mark? — Nari sorriu, contudo, aquele sorriso estava diferente.

San e Yunho se calaram de repente e passaram a me observar confusos.

— Bem, estou bem, e vocês?

Meu coração estava acelerando de novo, minhas mãos suando.

— Senta-se do lado dele, vai logo... — Dae murmurou cutucando Nari com o cotovelo.

Já estávamos reunidos em frente a televisão outra vez. Todos beberam cerveja e eu uma garrafa de chá gelado. O filme estava rolando, entretanto, eu mal conseguia me focar, visto que Nari resolveu deitar a cabeça no meu ombro. Qual a melhor forma de resolver isso? Estou me sentindo péssimo. Yunho fechou a cara e San decidiu que seria melhor ignorar que eu estava ali. Digo, é óbvio que eles ficariam bravos, mas isso é um mal-entendido. Como esclareço tudo sem machucar ninguém?

— Aonde você vai? — Nari perguntou quando me levantei.

— Banheiro...

Enquanto lavava meu rosto, percebi como estava ficando pálido. Esse clima pesado me deixou mais nervoso do que eu imaginei. Doutor Lee tinha razão, eu não devia ter vindo. Inspira, expira. Se acalma, vai ficar tudo bem. Pressionei minhas mãos na pia, meu peito está doendo mais que o normal. Wooyoung, se eu ligar, ele vem me buscar?

— Mark, podemos conversar?

Era Yunho batendo na porta.

— Sim...?

Ele deu um passo para trás assim que me viu.

— Você está bem?

Balancei a cabeça.

— É um mal-entendido... — Estava ficando tonto.

— Mark, ei, ei! — Segurou-me pelo braço me apoiando em seu ombro. — San, me ajuda!

Não estou conseguindo respirar, minha vista está escurecendo.

— Yunho... — Estava ofegante. — Não é isso... Que está pensando...

— San!

— O que foi, o que aconteceu?!

Não consigo distinguir quem é quem, todos viraram um enorme borrão.

— Nari... Entendeu errado... O moletom não é meu...

— Mark, abra os olhos por favor! — Era a voz de Yunho. — Liguem para a ambulância!

A dor aguda em meu peito foi como um soco no estômago, então eu apaguei.

Lentamente senti meus pés formigarem. Tentei abrir os olhos, minhas pálpebras estavam pesadas. É desconfortável, onde estou, o que é isso preso ao meu rosto? Quase entrando em desespero reconheci aquele lugar e o garoto sentado na cadeira ao meu lado. Me encontrava no meu quarto com Wooyoung fazendo companhia. Ele usava as mesmas roupas de ontem enquanto dormia profundamente. Retirei a máscara de oxigênio do meu rosto.

— Ei... — O chamei. — Acorda, doninha preguiçosa.

Ele abriu os olhos rapidamente para se libertar do sono parecendo um tanto desnorteado.

— Não, não, põe isso de volta.

Tentou colocar a máscara de oxigênio em seu devido lugar, porém segurei sua mão o impedindo.

— Eu estou bem.

Acho que ele se acalmou, mesmo que pouco.

— Que susto que você me deu.

— O que aconteceu?

— Você teve uma parada cardíaca, foi o que aconteceu.

— Ah...

— "Ah?" — Wooyoung riu irritado. — Seus amigos quase morreram do coração junto com você, sabia?

— Onde eles estão?

— Eles foram para casa de madrugada depois que eu disse que ficaria com você, mas disseram que voltariam.

— Entendi.

— Estavam muito chocados com o que aconteceu. Mais ainda quando falaram com seu médico.

— Então eles descobriram. — Suspirei.

— Bem, sim né, médicos não podem mentir.

— Merda...

Alguém bateu na porta.

— Pode entrar.

Girou a maçaneta com calma.

— Yunho...

— Vou deixar vocês conversarem. — Wooyoung se levantou.

— O pessoal está lá fora. Viemos juntos.

— Vou me juntar a eles. — Nos deixou à sós.

Me sentei devagar e Yunho se aproximou.

— Como está se sentindo?

— Melhor.

Se calou apoiando os cotovelos nos joelhos assim que se sentou.

— Está tudo bem. — Encarei-o. — Pode me dizer o que está pensando.

Não pareceu muito convencido, porém não conseguiu aguentar mais.

— Mark, por que não nos contou que sua cirurgia foi cancelada?

Seus olhos estavam vermelhos, aposto que mal dormiu.

— Quando ia nos contar que esse é um hospital para pacientes terminais? — Uma lágrima escorreu. — Nós acreditamos quando nos disse que precisou ser internado aqui para um novo tratamento. Por que mentiu durante todo esse tempo?

— Eu queria contar a verdade.

— Tem certeza disso?

— Eu sinto muito.

— Então me diz, por quê?

— Eu estava com medo.

— Medo de que mudaremos com você? Sabe que nunca faríamos você se sentir deslocado.

— Não isso... Eu estava com medo de dizer em voz alta e o pesadelo se tornar realidade. — Apertei a coberta, não queria chorar. — Nunca fiz nada do que eu queria. Por que tenho que ir tão cedo? Eu não quero morrer.

Yunho pegou minha mão apertando com carinho.

— Vamos encontrar um coração novo para você. Não perca a esperança. Vai ficar tudo bem.

Me desculpe por te fazer chorar tanto aquele dia, Yunho, mas obrigada por não contar a ninguém que escorreu meleca do meu nariz no meio da choradeira. No final das contas, Nari entendeu o que aconteceu naquela noite e decidimos continuar como apenas amigos, sem ressentimentos. San e Dae acabaram se tornando amigos de Wooyoung depois do incidente também.

Tive medo durante tanto tempo que havia me esquecido como é viver de verdade. Meus amigos me mostraram que eu poderia aproveitar cada dia mesmo com a minha condição. E você, sim, você que me fez escrever isso tudo como última tarefa para a terapia em grupo, gostaria de dizer que também sou muito grato por ter feito com que todas essas memórias voltassem. Essa foi a minha história como mais um paciente de cardiopatia terminal. E apesar de sentir muita falta de todos aqueles que partiram, me orgulho de saber que eu venci. Prometo viver por todos aqueles que não tiveram a mesma sorte que eu.

Assim que terminei de ler aquele amontoado de folhas, me senti revigorado ao ouvir tantas palmas. Sorri estufando o peito e me despedi pela última vez desse lugar. Os corredores, os quartos, as pessoas. Gravei um pedacinho de todos e tudo dessa clínica em mim até finalmente estar frente a frente com aquele muro.

— Mas que demora! — Wooyoung estava rindo. — Vamos ou não?

Com a ajuda dele, pulei o muro e o puxei para que viesse para o outro lado também. À nossa frente, a imensidão de grama.

— Coloca isso. — Wooyoung me entregou seu airpod direito ficando com o esquerdo.

— Por quê? — Mesmo questionando, eu já havia colocado nos ouvidos.

— Se vamos fazer isso, temos que fazer direito. — Guardou seu celular no bolso após dar play na música.

Eu realmente me arrepiei ao reconhecer a música que estava tocando naquele fone. Guardei todas essas emoções para me dar forças e respirei fundo chacoalhando as mãos ao me aquecer.

— Depois de você.

— Vai comer poeira, doninha!

Dois passos, três, quatro, cinco... Quando percebi, eu já havia perdido a conta e a velocidade fazia o vento bagunçar meus cabelos. Eu estava sentindo a brisa arranhar levemente minhas bochechas e meu pé afundar naquela grama macia. Wooyoung vinha gritando atrás de mim, estava tão animado quanto eu correndo feito um louco. Essa sensação, eu nunca vou me esquecer. Isso é se sentir vivo?

— Uou! — Senti Wooyoung me agarrar pela cintura e rolamos grama abaixo.

Nós dois rimos como idiotas com os cabelos cheios de folhas secas e as roupas sujas de terra. Deitados olhando o céu azul, senti a mão quente de Wooyoung tocar a minha. Entrelacei meus dedos nos dele sentindo meu peito subir e descer rapidamente.

— Agora que você realizou seu sonho, precisamos te arranjar um novo.

Virei meu rosto para vê-lo melhor.

— Não, não precisamos procurar.

Wooyoung virou-se de frente para mim.

— Você já achou um?

Sorri intensificando meu olhar.

— Vou fazer o possível para que ele se realize também.

Foi você quem me ensinou o que é ter esperança.



●❯ ───── 「 🌐 」 ─────❮●

Créditos para a música: Take on Me – a-ha.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro