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Capítulo 5 parte 1

Capítulo 5

***

Como um corpo que afunda lentamente em um líquido de densidade alta, Andrey novamente mergulhava em outro de seus sonhos tumultuados. Vagarosamente, submergia nas profundezas de seu inconsciente. Via-se ainda garoto, na Hungria do séc. XVIII; havia sobrevivido a outro confronto e consumia-se de pesar e arrependimento. A culpa que impunha a si mesmo dominava sua consciência e todo o seu ser desejava vingança. No momento, lutava; aprendia técnicas de ataque e defesa com Szabó Gabor, pai de Mathias.

Gabor era um homem alto, de compleição forte, com aproximadamente a mesma idade de Reinis. As feições de seu rosto eram alongadas como as de seu filho, os cabelos também eram escuros, mas os olhos eram de um azul bem claro e ele usava um grande bigode.

Apesar de ainda ser muito jovem, Andrey se obrigava a aprender a manejar uma espada e a lutar, deixando de ser um alvo fácil. Ele havia crescido bastante, estava alto, porém, ainda não possuía o corpo forte de um homem adulto: era magro, com músculos pouco desenvolvidos e mantinha as feições de menino.

Estavam em um pátio próximo ao estábulo treinando há bastante tempo. Durante o treino, Andrey procurava se mover agilmente, acompanhando com empenho e grande esforço os movimentos que Gabor fazia, o que era claramente difícil de conseguir e ele já havia se ferido. Andrey se concentrava em dominar as técnicas que aprendia, pois não queria ser derrotado novamente; estaria preparado para lutar se fossem atacados outra vez.

Gabor o estava treinando como treinaria qualquer garoto de dezesseis anos de seu povo: dentro das possibilidades que sua pouca idade permitia, mas Andrey estava forçando seus limites, impondo um ritmo mais irresponsavelmente dinâmico ao treino. Gabor queria que Andrey se acalmasse, aprenderia agora o que fosse possível e, mais tarde, quando se tornasse mais velho, poderia melhorar o seu desempenho:

- Basta, Andrey! Quando se tornar adulto terá controle sobre suas habilidades - insistia Gabor interrompendo o treino. - Só então seus reflexos se tornarão mais rápidos e você será capaz de fazer o que pretende. Tudo ao seu tempo, rapaz. Insistir assim só fará você se machucar ainda mais.

O que Gabor dizia era coerente, racional e sensato, mas não era o que Andrey aceitava. Ele queria ser capaz de incidir e se desviar dos golpes de um atacante Selvagem: ser rápido e hábil como Gabor. Andrey queria estar pronto para enfrentar e vencer futuros oponentes; dedicava-se com afinco, como se isso pudesse diminuir a culpa que sentia por não ter sido capaz de reagir aos novos agressores. Uma culpa reforçada pelas duras acusações de seu amigo, Mathias.

- Vá lavar esse ferimento, Andrey. Terminamos por hoje. - concluiu Gabor seriamente, dando por encerrados os treinos daquele dia.

Gabor observou Andrey à sua frente: imóvel, ofegante, e com os olhos perdidos, examinando o solo; decepcionado por ter sido ferido em um movimento em que foi lento demais para suas expectativas. Gabor ainda permaneceu atento a ele por algum tempo, depois, lhe deu as costas e seguiu em direção a sua casa. Ele sabia da necessidade de se ter um bom preparo técnico, em estar pronto para todas as adversidades que assombravam suas vidas. Andrey estava em uma boa idade para os treinos, estaria bem preparado para o futuro, mas com dezesseis anos, não tinha a destreza de um homem adulto de sua espécie. Não era possível para ele, nesse momento, ser capaz de combater possíveis agressores.

Andrey permaneceu no pátio. Em pé, com o cabelo suado grudado em sua testa, segurando a espada de seu pai e olhando para o chão com o braço esquerdo sangrando, torturava-se, cobrando uma performance que ainda não era capaz de mostrar.

Logo atrás dele, Reinis, que observou tudo pela janela da sala, vinha em seu auxílio. Passou por Gabor, que o segurou por instantes pelo braço, olhando-o de soslaio e, depois, soltando-o, e Reinis, então, seguiu em direção a Andrey. Trazia consigo um retalho de pano que colocou sobre o ferimento de Andrey assim que o alcançou. Reinis envolveu o corte e enrolou o tecido no braço ferido de maneira a estancar o sangue que escorria. Estava sério e concentrava-se apenas em cuidar do corte profundo que sangrava. Andrey permaneceu alheio a todos os movimentos dele em tratar seu ferimento e continuou com os olhos voltados para o chão do pátio. Reinis terminou de amarrar o tecido, retirou da mão direita de Andrey a espada que ele ainda segurava e apoiou a mão em seu ombro dizendo:

- Não cobre tanto de si mesmo. Procure se acalmar, você terá tempo para aprender o que precisa. Não se culpe mais, por favor. - Reinis falava com pesar e sacudia levemente o ombro de Andrey, enquanto apertava sua mão nele. - Preciso que você esteja bem! Preciso de sua ajuda! E procure compreender a posição de Mathias, está difícil para ele, também.

Andrey ergueu sua mão e a apoiou segurando o cotovelo de Reinis, indicando que o estava ouvindo e que iria colaborar.

Foi um período doloroso passado na época em que vivia em um vilarejo próximo a Budapeste, com escolhas difíceis, perdas e amadurecimento precoce. Andrey se recordava destas passagens tumultuadas de sua vida com remorso e amargura.

E o futuro o espreitava com afinco.

Muitos e muitos anos se passaram após aquele dia em que fora ferido no pátio. Agora, em seus sonhos, ele se encontrava em um trem. Já havia estado ali antes, em uma situação não menos sombria. Nesta nova viagem, encontrava-se no corredor, ao lado da longa janela. Observava a contínua paisagem branca que se deslocava à medida que o trem prosseguia em sua viagem. Havia algumas casas espaçadas que surgiam ao longo da ferrovia e muitas árvores desfolhadas que, vistas de longe, pareciam esculturas fantasmagoricamente transparentes, permitindo ver, por entre seus galhos vazios, a vastidão branca que se estendia até o horizonte. Já estava escurecendo e ele se sentia profundamente cansado. Abandonou a janela e, em dois passos, alcançou e deslizou a porta entrando na cabine.

Ele as tinha deixado ali, preparando o compartimento para passarem a noite, não fazia muito tempo, mas haviam adormecido. As duas mulheres estavam deitadas, uma para cada lado ao longo do mesmo banco-cama, e não haviam arrumado nada como prometido; renderam-se ao cansaço e ao sono com suas pernas, que haviam erguido para cima do banco, enroscadas umas nas outras. Andrey as observou com preocupação, elas eram sua responsabilidade e ele precisava permanecer acordado, atento ao que os ameaçava.

Ele notou que sua esposa, semi-deitada, com parte do tronco escorado na lateral abaixo da janela e com a cabeça virada para o lado de fora da cama, estava quase pendendo sobre a bancada que servia como mesa. Aproximou-se dela com a intenção de ampará-la com um travesseiro, mas sua atenção foi desviada para um cesto que estava encaixado por trás das pernas delas. Quando aproximou o rosto, os panos dentro do cesto se moveram e ele se assustou.

Andrey acordou. O sonho esvaía-se diante de seus olhos. Tentou desesperadamente lembrar-se do que estava pensando durante o sonho, lembrar-se o que estava acontecendo e o que os ameaçava, mas só restava a lembrança angustiante de que precisava protegê-las e de que estava voltando para a Hungria. E isso não fazia sentido.



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