Capítulo 31
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Famílias Nemtsi antigas mantinham em Paris um prédio onde eram arquivados registros históricos, documentos e registros individuais; um lugar comparado a uma sede de governo, já que ali eram resolvidas todas as questões referentes aos problemas de sua sociedade, que se encontrava dispersa pelo mundo. Havia outros dois centros como esse, um em Londres e outro em Amsterdã, ligados entre si e reuniões do Conselho se realizavam em qualquer uma das sedes.
Caminhando apressada por um dos corredores do prédio em Paris, Olívia seguia para o elevador pensando na conversa que teria logo que chegasse ao café. Saiu do prédio e atravessou algumas ruas até chegar ao seu destino. Entrou no lugar, que, naquele horário, se encontrava bem vazio, e dirigiu-se a uma mesa que ficava no canto próximo à janela e isolada das outras mesas, onde Naam Símaco estava esperando por ela.
Símaco era um homem negro, alto e com um tipo físico mais forte, tinha um rosto cheio com a feição dura e séria. Ele apresentava sempre um temperamento calmo e ponderado, era bem relacionado, pois sua família, assim como a de Olívia, já fizera parte do antigo Conselho.
Como Olívia, Símaco, por vezes, obtinha informações úteis sobre as ações do Conselho, que eles usavam para ajudar pessoas em dificuldades, livrando-as de perseguições ou condenações. Símaco deixou de olhar para a rua através da janela e voltou sua atenção para a direção de Olívia, acompanhando sua aproximação.
- Descobriu alguma coisa, Naam? - perguntou Olívia ao sentar-se à mesa observando o ambiente a sua volta, sem se dar conta de que sequer havia cumprimentado Símaco adequadamente.
- Sobre aquele assunto, não, mas tenho uma notícia interessante. Pode até estar relacionado com tudo isso. É tão sério para o Conselho que mantiveram em segredo por anos, Olívia! Não consigo imaginar que Armand Gareth não esteja informado a esse respeito.
- Fale logo, Naam, está me deixando nervosa.
- O Conselho não possui mais, Arcadi Fedoseyev.
- Como eles não o possuem mais? Ele fugiu? - perguntou Olívia duvidosa.
- Morreu. - respondeu Símaco com seriedade. - Foi encontrado morto na América do Sul há alguns anos. Alguém o matou.
- Fedoseyev? Tem certeza? Ele era tão astuto... Como isso é possível Naam?
- Isso eu não sei. E acredito que o Conselho também não saiba. Fedoseyev tinha certa autonomia, fazia suas buscas sozinho. Há uma lista de Selvagens importantes procurados, Fedoseyev os seguia à medida que encontrava alguma pista e só se reportava ao Conselho quando os localizava. Talvez ele tenha encontrado alguém com quem não podia lidar - sugeriu Símaco duvidoso. - Ou isso pode estar relacionado com as mudanças que Eleonora previu, não acha?
- Não sei... Sem Fedoseyev eles ficam cegos. Até os membros das Guardas podem querer se rebelar - concluiu Olívia um pouco preocupada. - Isso poderia realmente dar início a uma revolta, Naam! - completou demonstrando espanto com sua nova conclusão. - Por isso, o segredo. - sussurrou Olívia pensativa baixando os olhos para a mesa, tentando dimensionar a gravidade dos fatos e as consequências geradas por essa nova informação. - Não há mais ninguém como ele, só Vladímir. - ergueu os olhos para Símaco novamente. - E ele se recusa a trabalhar para o Conselho há anos! Vladímir está afastado. - interrompeu sua fala, sem saber ao certo o que dizer.
- Sempre pode aparecer outro - disse Símaco um tanto cético.
- Outro Selvagem que aceite colaborar com eles? Acho difícil. E não há nenhum Nemtsi com as capacidades dele, só Vladímir.
Olívia passou a observar os detalhes da toalha da mesa em que estavam, enquanto ponderava sobre sua crença de que Vladímir não colaboraria novamente com o Conselho e que seu passado de caçador havia realmente se encerrado: "Vladímir se mantém afastado, não caça mais, e já está mais velho. Sem a ameaça representada por Fedoseyev, uma revolta realmente poderia ocorrer!", pensou consigo mesma. Ergueu os olhos novamente para Naam:
- Talvez, o grupo que ameaça o Conselho já saiba disso, não acha? - recomeçou ela.
- Talvez eles tenham feito uma armadilha para Fedoseyev com a intenção de prejudicar a visibilidade do Conselho. Talvez isso tenha sido planejado, Olívia! Fedoseyev não confiava em ninguém, nunca revelava sua localização para não sofrer emboscadas, reportava-se apenas ao Conselho.
- Não sabemos que grupo é esse, se é que ele existe realmente. Nós só estamos conjecturando, Naam, não sabemos de nada de fato... Acredito que nem o Conselho saiba. Mas matar Fedoseyev não era algo fácil. Teriam que saber enganá-lo, pegá-lo de surpresa. Teriam de ter algum conhecimento sobre ele, um grupo de revolucionários emergente teria que ter ajuda interna, ajuda de alguém de dentro ou de alguém que já esteve ligado a nós, não acha? - Olívia o olhava ansiosa, esperando que Naam tivesse alguma resposta para as suas perguntas, mas antes que ele pudesse responder, ela continuou. - Você acredita que Vladímir poderia ter feito isso? Que ele possa estar envolvido nisso tudo?
- Não, Vladímir não se envolve em mais nada, leva uma vida pacata. Ele não faria nada contra a lei.
- Estamos imaginando demais, Naam. Estou até pensando em coisas impossíveis, não é...? Talvez Fedoseyev tenha encontrado alguém mais capaz do que ele.
- Seu marido tem viajado muito com Armand Gareth - afirmou Símaco. - Berard não ouviu nada que pudesse indicar que seu avô tenha algum trunfo guardado? Algo que ele esteja sabendo e você pudesse descobrir por meio dele? Algo que Eleonora tenha dito, talvez?
- Não, Naam. As viagens deles são para resolver os negócios da família, Louis não ouviu nada e vovô não parece estar ciente do que está acontecendo - afirmou Olívia com voz monótona. - Eleonora não diz nada a ele também, estão até brigados! Não estão falando um com o outro - Olívia riu um pouco. - Quer dizer, "Eleonora" não está falando com ele.
Símaco também deixou escapar um sorriso, conhecia Eleonora Burnier e imaginou-a se recusando a falar com Armand Gareth. Olívia ficou pensativa, avaliava as possibilidades, voltou seus olhos para Símaco e concluiu:
- Obrigada por me informar, Naam. Não posso demorar. Vou ver se descubro algo e lhe aviso, sim?
Olívia levantou-se e estendeu sua mão a Símaco, que a apertou e voltou a se sentar, enquanto ela saía pensativa. Olívia vasculhou em sua memória algum indício de que seu avô tivesse qualquer informação sobre Fedoseyev e que não havia dito nada a ela ou a Berard. Corroía sua alma imaginar o que seu marido era capaz de fazer se soubesse que a ameaça que representava Arcadi Fedoseyev não existia mais: "Eu não posso me descuidar, terei que ser cuidadosa com essas novas informações que chegam. Essa história não pode se espalhar, preciso analisar tudo com responsabilidade para não precipitar uma revolta descabida. Eleonora deve estar ciente de tudo, mas se mantém fechada como uma ostra, insistindo para que eu me mantenha afastada sem interferir nos acontecimentos." Olívia seguiu pensando nas implicações de tudo. Acreditava que era melhor adotar as instruções de Eleonora, mas era difícil para ela ficar no escuro sem saber realmente o que estava acontecendo.
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Outro ano teve início. Michel passou no curso de direito como todos esperavam e seria aluno de Reinis na Universidade, então, no fim de semana, todos se reuniram na casa no alto da serra para parabenizá-lo. Daina estava feliz com o desempenho de seu filho que, a cada dia, surpreendia-a mais. À tarde, foi caminhar com Asia e Michel por entre os lagos que existiam nas proximidades de sua casa. Comentava como gostava de morar no Brasil, que tinha um clima bom e sentia-se acolhida aqui:
- Nós vivemos uma vida de refugiados, todos nós. Este país nos acolheu, devemos muito a ele. Temos que estar sempre dispostos a dar o melhor de nós, a fim de retribuirmos com algo bom - ia dizendo Daina segurando o braço do filho. - Estude muito, Michel, você vai se sair muito bem. Tenho orgulho de você.
Asia observava o sorriso satisfeito de Michel caminhando ao lado da mãe. Ele havia crescido, estava com o físico mais desenvolvido, mas conservava ainda a fisionomia de garoto. Ele estava feliz com suas realizações e orgulhoso de si mesmo.
- Você tem a facilidade de enxergar as coisas de um modo muito claro e racional, isso lhe ajudará em seus julgamentos - Daina sorria e erguia o rosto para olhar o filho. - Em todos os sentidos, não só no trabalho. Você é muito equilibrado, como seu pai. Confie em suas decisões.
Asia gostava de ouvir Daina falando assim com seus filhos, lembrava-se de sua mãe, de quando ela lhe dizia para sempre valorizar suas escolhas. Daina se parecia com Erine nesse ponto: tinha fé em seus filhos.
Após o passeio, Asia permaneceu ao lado de Daina no jardim que ficava nos fundos da propriedade, no terreno em declive, mais abaixo da piscina. Lá havia árvores, pinheiros e um longo gramado onde as crianças gostavam de brincar. Asia conversava alegremente com Daina sobre sua viagem à África quando percebeu Rainer, que descia o terreno, aproximando-se e caminhando em direção a elas.
Ao alcançá-las, Rainer deu um beijo no rosto de Asia e virou-se para Daina, recebendo dela um abraço e um sorridente beijo em sua bochecha rosada.
- Finalmente eu o vejo! Não fique tão afastado de nós! Não é bom para você, e sentimos sua falta. - ia dizendo Daina abraçando Rainer. - Vai jantar conosco? - ergueu o rosto para o dele.
- Vou, vou sim. Já dei meus parabéns para Michel - quando Daina o soltou, Rainer se inclinou na direção do pinheiro à sua frente apoiando a mão esquerda nele e mantendo a direita sobre os ombros de Daina. - Como foi a viagem de vocês? - perguntou dirigindo-se à Asia. - Não perderam a Slauka por lá?
- Pare com isso, Rainer! Ela se aborrece com você! Não sei por que insiste em atormentá-la - exclamou Daina.
- Por que é divertido vê-la irritada. Ela sabe que é só brincadeira - Rainer falava olhando para a continuação do terreno em declive.
Asia estava bem próxima de Rainer e reparou no braço esticado dele com a mão apoiada no tronco do pinheiro. Aproximou sua mão e apoiou a ponta de seus dedos sobre cicatrizes que ele tinha no pulso; ele tinha a pele muito clara e ela nunca havia percebido que ele as tinha.
- Isso foi na guerra? - perguntou Asia em um impulso, depois, ergueu o rosto para o dele lembrando-se de que ele não falava naquele assunto e que ela não devia ter perguntado nada.
Em um reflexo rápido, Rainer retirou seu braço. Apoiou a mão sobre o outro ombro de Daina, que, de costas para ele, apoiou sua mão sobre a dele, enquanto observava Asia com pesar.
- Não, não foi. - Rainer respondeu à pergunta e continuou, dirigindo-se à Daina. - Vou ficar para jantar, sim.
Logo em seguida, Rainer se retirou e Asia começou a se condenar por seu descuido, ao mesmo tempo em que uma nova e terrível ideia se formava em sua mente. Observou Rainer se afastar por um tempo e depois virou os olhos para Daina, encontrando os dela.
- Desculpe, eu não sabia... Aquilo é o que estou pensando?
- É sim, Asia... Ele não vai falar no assunto, não pergunte mais, está bem? - pediu Daina inclinando o corpo para trás e observando Rainer desaparecer de vista.
- Eu não sabia, pensei que fosse da guerra. E eu nem devia ter perguntado, sinto-me péssima!
Daina passou o braço em torno de Asia segurando seu braço e caminhou com ela subindo vagarosamente o terreno.
- Ele já está bem. - prosseguiu Daina com voz terna. - Isso aconteceu alguns anos depois, quando ele já estava conosco. Não percebemos o quanto ele estava abalado com tudo o que passou. Ele chegou com Andrey, agradecido por ter sido encontrado e salvo. Era ainda um rapazinho, um garoto, e só falava alemão! Nós todos lhe demos muita atenção. Ele conversou muito com Volker, comigo e com Reinis, falava muito com Lars e Slauka também, passava muito tempo com eles. Demorou um pouco a aprender inglês, mas parecia estar se recuperando. Desde que chegou, nunca falou sobre seus pais ou sobre a guerra, e eu nunca quis insistir no assunto, imaginava que o tempo o ajudaria a superar suas perdas. Estávamos todos contentes com a presença dele conosco, morava com Volker, mas estávamos sempre muito próximos. Ele havia se apegado muito a mim também, procurei trazê-lo sempre para assuntos alegres, incentivando-o a escolher uma carreira de que ele gostasse e em que pudesse desenvolver seu espírito criativo. Rainer é muito inteligente, Reinis logo viu isso! Acreditei, na época, que o estávamos ajudando e que o tempo iria cicatrizar suas feridas. Com vinte anos, tornou-se adulto. Nós cuidamos dele e tudo parecia estar indo bem, tudo ia tomando seu rumo. Rainer foi fazer arquitetura, pensei que estava feliz, mas, com o passar dos meses, ficou mais introspectivo e falava pouco. Eu não entendia muito bem por que ele estava me evitando. Foi quando aconteceu...
Daina parou com Asia na altura da piscina e ainda segurando o braço dela continuou:
- Volker o encontrou e fez os primeiros socorros. Foi um choque, pegou-nos de surpresa. Nunca imaginamos que uma coisa dessas pudesse acontecer... Fiquei muito tempo com ele, tentei agradá-lo de várias maneiras, pensava que ele tinha feito o que fez porque sentia falta da família que perdeu. - suspirou. - Slauka se afastou, ela não sabia como lidar com aquela situação, então, fugiu dele. Reinis se aproximou muito mais de Rainer na época, queria fazer algo para tirá-lo daquele estado de depressão, queria ajudá-lo, mas não sabia como, pois nada dava certo. Rainer se tratou com um médico, amigo de Volker, em uma colônia nos Estados Unidos. Não daria certo com um médico humano, ele não poderia dizer tudo o que pensava ou sentia. O rapaz também falava alemão, foi mais fácil assim.
- Tem certeza de que ele está melhor? - perguntou Asia preocupada.
- Está, sim, isso aconteceu há muito tempo, Asia. Mas presto bastante atenção nele, telefono sempre. Quando ele se ausenta e não aparece com frequência, dou um jeito de passar no apartamento dele depois do trabalho. Ele é apegado a mim e a Reinis, o que ajuda bastante.
- Eu não entendo como uma coisa assim pode acontecer. Ele sobreviveu a tantos problemas. - disse Asia um pouco atordoada.
- Nem todos reagem da mesma forma, Asia. Rainer era muito jovem, viu a família morrer. Depois ficou só, tendo que lutar pela própria vida. Matou pessoas na guerra, tinha de sobreviver. Não consigo imaginar como isso o afetou. Nenhum de nós aqui em casa já precisou fazer isso, matar alguém, apesar de tudo o que já passamos.
Asia ficou sentida por ter abordado esse assunto tão delicado. Não parecia ser seu direito ouvir aquela história tão pessoal, mas o compreendia melhor e seria mais tolerante com Rainer.
- Eu perdi minha primeira filha de uma maneira horrível, Asia. - recomeçou Daina. - Foi muito difícil superar. Foi um golpe cuja dor não se esquece jamais. Mas eu tinha Reinis e Andrey, precisava me recuperar por eles, precisavam de mim. Eu percebia como Reinis precisava se manter equilibrado para me dar apoio. Num primeiro momento, ele se desesperou, procurou por Aiva, pediu ajuda. Depois, acalmou-se e se manteve firme para ajudar a mim e a Andrey. Vivíamos um período muito perigoso na época. Eu precisava estar bem para seguir com eles. Mas não foi fácil, dei muito trabalho para eles. - estava séria, mas atenciosa para com Asia. - Aiva tinha um noivo, Mathias, um rapaz adorável que também sofreu muito com o que aconteceu. Havia se passado três anos, ele e Andrey estavam em idade de ir para uma universidade e eu não os deixava sair do nosso vilarejo. Tinha medo de que algo acontecesse com eles. Andrey não queria me deixar nervosa, mas estava ficando infeliz sem poder sair do vilarejo, preso ao trabalho no campo, sem prosseguir seus estudos. Reinis acabou interferindo. Convenceu-me a sair de lá e fomos para a Inglaterra. Mathias foi conosco, e quando eles terminaram a universidade eu não quis voltar para o vilarejo. Eram muitas lembranças e eu não podia mais voltar. Mathias voltou para casa e nós partimos para a América.
Daina falava seriamente e depois olhou para Ásia com um sorriso nos lábios:
- Encontramos um mundo novo nesse continente. Na época, havia muitos Nemtsi na América, mas eles se concentravam nas colônias formadas. Não havia perseguições a Selvagens ou ataques deles nesse novo mundo, e foi possível nos estabelecermos bem. Vivemos nas colônias no início. - absteve-se sobre esse assunto e prosseguiu: - Após muitos anos, Laura nasceu e minha vida se encheu de alegria novamente! Recebemos notícias de que Lars existia e que não havia morrido no acidente de meu irmão. Ele chegou com Slauka. Foi tão bom tê-los conosco. E Volker e Rainer... Depois veio Michel! - Daina sorria com orgulho dos dois filhos. - E depois veio você! Eu, às vezes, penso que você veio para compensar minha perda... Eu pressenti a tua chegada com tanta antecedência, com tanta clareza. Você está ligada a mim de uma maneira que não posso compreender, Asia, mesmo que pareça impossível! - Daina sacudia um pouco Asia enquanto falava e a encaminhava para a varanda.
Ao entrarem na sala, Asia andou apressadamente até Andrey e se abraçou a ele. Havia se colocado no lugar de Daina e achava que não suportaria tamanha perda, conhecia bem esse sentimento triste de ser afastada de pessoas amadas. Asia não tinha mais sua família, não sabia nem se seus pais estavam realmente vivos; aquela era, agora, sua família, havia se apegado muito a Daina e a Slauka e não suportaria viver sem Andrey. Afastou esses pensamentos de sua mente enquanto, abraçada por Andrey, o ouvia discutir um caso clínico com Volker. Pensou em Rainer, era difícil para ela imaginar que alguém que havia lutado tanto pela própria vida pudesse, depois, quando tudo estava bem, desistir dela tão facilmente. Andrey percebeu sua insistência em permanecer abraçada enquanto ele conversava e, então, perguntou a ela:
- O que foi? Está tudo bem?
- Está..., pode continuar sua conversa. - respondeu ela permanecendo abraçada a ele da mesma maneira, tentando afastar os sentimentos de perda que ressurgiram nela ao ouvir toda aquela história.
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