Capítulo 30
***
Terminou o primeiro semestre e o novo casal completou um ano de um casamento bem sucedido, que foi comemorado com uma viagem de fim de semana a uma região próxima. Asia sentia-se feliz com ele e com sua nova família, e, aos poucos, a sensação de abandono que carregava em seu íntimo, foi se tornando menos presente, permitindo a ela dar mais vazão ao seu temperamento forte, que sempre precisou reprimir.
Com o tempo, Andrey voltou a ser assombrado por seus antigos sonhos. Acreditava que, como manteve Asia ao seu lado logo que a encontrou, havia ludibriado o destino e todos os problemas haviam acabado. Agora, o que ele sentia ao vê-la sendo levada para longe dele era ainda pior, porque ele a tinha ao seu lado, ele podia segurá-la, abraçá-la, e a sensação de perda trazida nos sonhos era como dor física. Andrey não falou com Daina sobre isso desta vez, ela iria querer que ele se preparasse para o que viria, para aceitar o destino, e ele não faria isso.
Os sonhos de Andrey haviam mudado um pouco, lembranças de passagens de sua vida estavam constantemente inseridas neles. Vladímir e Dimitri apareciam com frequência, além da Guerra e o hospital na Polônia. Ele passou a considerar não só as premonições contidas nos sonhos, mas também as associações que esses momentos de seu passado poderiam ter. Se interligasse essas passagens, poderia encontrar algo predestinado e ligado ao seu futuro.
Asia percebeu que Andrey passava períodos em que não dormia bem, não sabia como ajudá-lo porque ele nunca dizia nada, e ela não insistia muito em suas perguntas sobre esses assuntos tristes, que ela tinha dificuldade em abordar, tais como seu passado e suas tragédias. Asia pouco entendia o que o preocupava, sabia apenas que os sonhos não eram bons e que ele sempre a abraçava quando acordava no meio da noite.
Nesta noite, seus sonhos foram bagunçados e sem nexo. Dimitri estava estranhamente em sua casa e tudo estava tumultuado. Andrey via Asia acusá-lo de algo; depois, ela se afastava dele abraçada a Slauka e a Lars, e Michel os seguia triste e pensativo, olhando para trás, para ele, que não os acompanhava. Em seguida, ele se viu lutando contra um Guerreiro loiro desconhecido, que o derrubava algumas vezes e depois o feria gravemente.
Acordou e viu Asia dormindo tranquilamente ao seu lado. Não entendia o que significava aquilo e pela primeira vez pensou na possibilidade de que era ele quem partia, de que fosse morto por alguém mais preparado que ele em uma luta. Isso não era algo viável na atualidade, em que lutas com espadas entre Guerreiros Selvagens já não ocorriam: pertenciam ao passado. Mas, se fosse questionado pelo Conselho? Se descobrissem seu segredo? Se fosse localizado, teria de pensar nesta possibilidade, a de ter que enfrentar outro Guerreiro bem preparado.
Nos dias que se seguiram, Asia andou preocupada com a frequência que Andrey acordava assustado à noite. Ela sabia quais eram os temores do marido, não conhecia os detalhes de seus sonhos, apenas a ideia geral, e se preocupava em como isso o afetava. No fim de semana, foram para a casa de Daina e Reinis, ela queria uma oportunidade de falar com Daina sobre isso, mas acabou aproveitando um momento em que se encontrou sozinha com Volker para perguntar como foi que Andrey se envolveu com a Segunda Grande Guerra e o que aconteceu com ele naquela época.
— Asia, ele provavelmente viu muita coisa horrível por lá. Como médico voluntário ajudou muita gente, mas é difícil passar por tudo aquilo sem se comover com tanta desgraça, não é mesmo? Ondrej até que aguentou bem...
Mesmo já sendo primavera, nesse dia fazia frio no alto da serra. Volker havia acendido a lareira e se sentou confortavelmente solto em uma das poltronas que ficavam em frente a ela. Asia, vestindo calça jeans azul clara, uma malha de lã fina e um sapatinho baixo, sentou-se na outra poltrona, em frente a ele e o observou continuar:
— Algumas pessoas têm dificuldade de expor seus temores, o pouco que sabemos sobre o que Rainer passou, por exemplo, sabemos por Ondrej, pois Rainer pouco fala no assunto. Ele não consegue expressar o que sentiu ao passar por tantas dificuldades e tudo o que foi obrigado a fazer. Não esqueceu o que passou, só não consegue falar sobre isso. Foi muito difícil para ele suportar todo aquele horror, ver toda a nossa família morrer e ainda sobreviver a isso. Ondrej fala, você pode perguntar a ele. Não tenha vergonha, não é errado você querer saber o que se passou na vida dele.
Volker tinha uma maneira muito agradável e espontânea de falar, e percebia que Asia nunca insistia muito em um assunto ao conversar com alguém se percebesse que o assunto era muito triste e desagradável.
— Você mesma não se expõe muito, não é? Nunca insiste em uma pergunta, nem questiona muito Ondrej, nem ninguém — continuou Volker observando-a com atenção.
— No decorrer de minha vida, precisei aprender a ser discreta, era necessário. Se eu não perguntasse muito, também ninguém me perguntava nada — justificou Asia, cruzando as pernas e observando Volker. — Sempre precisei ser contida e cordata para que não notassem que eu era diferente. Cheguei a ter alguns problemas na escola e precisei me adaptar. Mas você percebeu, não é? Acho que tenho que mudar.
— Sou bastante intuitivo no que diz respeito a como as pessoas se sentem. Percebo seus desejos e suas angústias com facilidade. Acho que aprimorei isso fazendo medicina. Ajuda bastante.
Volker sorria de maneira satisfeita, seu rosto claro apresentava as faces rosadas de sempre e um músculo saliente próximo à curva da mandíbula ficava tenso enquanto ele pensava.
— Mas acho que você se retrai muito — continuou. — Não tenha tanto receio de perguntar sobre assuntos que você considera desagradáveis. Creio que muitas vezes faz bem falar sobre o que nos incomoda. Ondrej também deveria ser mais aberto. Ele é muito teimoso!
— Você não foi trabalhar na Guerra, não é? — perguntou Asia curiosa, apoiando o cotovelo esquerdo no braço da poltrona e deitando a cabeça sobre a mão aberta. — Por que Andrey foi sozinho?
— Quando se iniciaram as tensões políticas na Alemanha, eu já estava casado com Laura e morava nos Estados Unidos; Rainer era uma criança, chegamos a visitá-los uma vez, bem antes do início da Guerra. Quando os problemas na Alemanha começaram, meus pais pensavam em mandá-lo para mim até tudo se acalmar. Mas, de tempos em tempos, as coisas pareciam se estabilizar e eles acabavam por adiar a decisão de enviá-lo para nós ou mesmo virem todos morar conosco. Quando resolveram, já era tarde demais, e eles não puderam deixar a Alemanha. Proibiram-me de ir atrás deles, não me queriam naquela confusão, também. — Volker olhava para baixo de maneira triste, enquanto a claridade da lareira iluminava apenas a metade direita de seu corpo. — Laura não queria que eu me arriscasse. E Daina colaborava com seus conselhos. Conselhos que Ondrej não ouviu!
— Ele foi para a guerra.
— Na verdade, antes mesmo de meus pais escreverem implorando para que eu não saísse da América, Ondrej já tinha embarcado. Disse que, como médico, ele tinha mais como ajudar na guerra que em nossa cidade da época. Daina ficou aborrecidíssima e preocupada com ele. Bom, mais tarde, meus pais deixaram a faculdade onde lecionavam e foram com minha avó para uma propriedade da família no campo, como fizemos durante a Primeira Grande Guerra, onde, na época, não tivemos problemas. O resto de minha família se reuniu nessa casa. Meus tios, tias e primas. Outros parentes, os que viviam na Áustria, se reuniram em outra cidade, na Áustria mesmo, e ficaram bem. Com o avançar da guerra, a propriedade, onde meus pais estavam, foi bombardeada, e só Rainer e uma de minhas primas, Helga, sobreviveram. Por um tempo, Rainer ficou com ela. Foram deslocados para um alojamento e depois foram separados um do outro. Não sabemos o que houve com Helga, deve ter morrido, ou senão já a teríamos encontrado. Apesar da pouca idade, estava entre dezesseis e dezessete anos, Rainer foi levado para ser combatente. Mal aprendeu a atirar e já estava nas trincheiras tentando sobreviver. Ele sofreu muito lá, Asia. Foi levado ao limite de suas forças. Ele até aguentou muito!
— Foi Andrey que o tirou de lá, não foi?
— É, foi, ANDREY — entoou Volker imitando o jeito forçado que Slauka fazia e sorrindo um pouco continuou: — ele nos escrevia com frequência. Quando não recebemos mais nenhuma notícia sobre minha família, Reinis escreveu para ele, na França, pedindo que verificasse se estavam bem. Escrevi para nossa central em Londres, uma central do Conselho, e responderam que não tinham como localizá-los, pois tiveram muitos problemas com bombardeios e estavam sem estrutura para me ajudar. Ondrej conseguiu chegar até a propriedade de minha família, foi ele quem nos comunicou a morte de meus pais e que só Rainer e Helga estavam vivos. Não era fácil para ele conseguir saber sobre o paradeiro deles, Ondrej não fala alemão e nem todo mundo falava inglês ou francês — Volker olhou para baixo novamente, meio de lado e para o fogo que ardia. — Daina, mais uma vez, conseguiu impedir minha partida. Deixou Laura muito nervosa e eu não consegui embarcar. Eu me perguntava como Ondrej iria achar Rainer sem falar alemão! Senti-me um inútil ficando em casa em segurança, deixando de ajudar nas buscas. Reinis, então, pediu que eu confiasse na capacidade de Ondrej de resgatar meu irmão, de que ele era capaz de fazê-lo e que eu confiasse nisso. Por fim, Ondrej conseguiu uma informação importante sobre a prisão dele e foi para a União Soviética. Falava russo, foi mais fácil para ele.
Volker seguiu contando a Asia como foi o resgate de Rainer:
— Depois de tratado e alimentado, meu irmão se recuperou e Ondrej pôde trazê-lo para casa. — Volker levantou-se, foi até a lareira e começou a jogar mais lenha no fogo que quase se extinguia.
Asia permaneceu pensativa e um pouco orgulhosa em saber como seu marido foi insistente e conseguiu ajudar Rainer. Observava Volker agachado diante da lareira mexendo no fogo e entendia melhor as diferenças que via no temperamento dos irmãos. Volker, apesar de ter o mesmo humor fácil que Rainer demonstrava, era mais apegado a todos e se dispunha mais a ouvir e a falar com quem lhe cobrasse atenção. Rainer não se aproximava de ninguém de fato, era superficial em seus comentários e estava sempre disposto a tornar qualquer assunto sério uma piada. Ele se esquivava de qualquer tipo de relacionamento afetivo, era amigo de todos e de ninguém. Dedicava-se ao seu trabalho, que realmente o empolgava de maneira intensa, e passava suas horas livres com mulheres humanas de maneira passageira.
— Acredito que você deva perguntar a Ondrej como foi sua passagem pela guerra, Asia - continuou Volker, levantando-se e interrompendo os pensamentos dela. — Ele socorreu muita gente, antes e depois que saiu em busca de meu irmão. Seria bom ele te contar!
— Na verdade, quando nos conhecemos, ele me contou um pouco sobre seu trabalho nos campos, durante a guerra. Não é exatamente isso que me preocupa. Acho que alguma coisa aconteceu lá. Ele tem muitos pesadelos e eu sei que a guerra aparece com frequência, por alguma razão.
— Mas isso não tem a ver com a guerra - afirmou ele. — Desde que o conheço sei que ele tem problemas para dormir, mas não fala sobre isso com ninguém. A não ser, talvez, com Daina. Ondrej precisa ser mais aberto, principalmente com você. Fale com ele sobre isso, Asia!
Asia, que o observava com atenção, acenou afirmativamente com a cabeça passando em seguida a fitar o fogo, depois, viu Laura chegar e se aproximar do marido se abraçando a ele e iniciando uma conversa animada sobre as filhas.
**
Em dezembro, após o fim das aulas, Andrey veio com a novidade de viajarem novamente. Queria levar Asia para conhecer a África, e Lars se dispunha, juntamente com Slauka, a ir com eles. Asia disse que queria conhecer a França, Paris, mas...
— Agora está fazendo muito frio em Paris, só ficaremos visitando museus. Porém, a África é fascinante e nem todo mundo a conhece. Slauka também não conhece. Vai ser ótimo!
Asia observava o entusiasmo do marido enquanto se imaginava virando comida de leão. Foram para a África e Paris ficou para o futuro.
Fizeram os passeios determinados pelos guias turísticos. Conheceram as savanas e viram vários animais, alguns de longe, outros bem de perto. Regiões de conflito foram evitadas e Asia achou tudo muito fascinante. Em uma das saídas em carro aberto, puderam finalmente ver os leões. Era uma sensação estranha se aproximar tanto de animais tão perigosos, para Asia eles emanavam certo poder, eram perigosos e todos os sentidos dela diziam isso.
— Não se preocupe — disse Andrey passando o braço em seus ombros. — Eles não atacam os veículos. E mesmo que o fizessem, nós poderíamos antecipar seus movimentos, somos capazes de fugir deles.
— Percebo como nós estamos em grande número pelo mundo, não?— respondeu Asia um pouco sarcástica.
— Não é por isso, nós mesmos nos destruímos ao longo dos séculos. E não temos tantos filhos assim —Andrey falava sussurrando próximo ao ouvido de Asia. Depois, mudando um pouco de assunto, continuou:
— A humanidade como um todo está destruindo tudo isso. Uma espécie muito bem sucedida dominando todas as outras. Estamos destruindo tudo o que a natureza criou.
— Nós também?
—Nós também, somos humanos Asia, um pouco diferentes, mas humanos. —insistiu Andrey. —E colaboramos com a destruição de tudo da mesma maneira que o resto da humanidade.
— Existem comunidades que vivem de maneira diferente, não é? Eles não usam os recursos tecnológicos modernos, nem nada que seja industrializado. Vivem da terra sem destruí-la. Não acha que poderíamos fazer o mesmo? Todos nós? Morar em uma grande propriedade e viver de forma simples? Poderíamos fazer viagens como essa e depois voltar!
Antes que Andrey respondesse às afirmações de Asia, Slauka falou:
— Asia, estou ouvindo tudo o que você está falando. Vou te jogar para esses leões!
Andrey riu e não respondeu nada a Asia.
Mais à noite, já instalados no alojamento-hotel, Andrey conversava com Asia explicando como foi sua ida à guerra, algo que Ásia finalmente começava a perguntar pensando ser a causa de seus pesadelos. Andrey falou sobre como a guerra mostrava o lado ruim das pessoas, mas também, sobre como alguns podiam ser capazes de ajudar pessoas que nem conheciam. Havia esperanças para a humanidade, ele acreditava nisso. Asia, então, perguntou sobre os sonhos que ele tinha e o faziam acordar à noite:
—Não é por causa da guerra, Asia. Não é isso, é algo mais antigo e relacionado a você, a algum perigo e a levarem você. Não sei realmente o que é. Depois que lhe encontrei e resolvemos os problemas com Vladímir, estes sonhos haviam passado. Pensei que estava tudo resolvido, que não teríamos mais problemas porque mantive você comigo, que qualquer risco futuro teria sido evitado.
— Mas você voltou a sonhar, não foi?
— Foi, não sei o que isso significa. —Andrey pegava ambas as mãos de Asia e as segurava nas suas, enquanto olhava a escuridão da noite pela janela. —Pode não ser mais nada, na verdade. Existem muitos momentos que vivi no passado que aparecem nos sonhos. Passagens distantes que marcaram minha infância. São momentos que me afetaram de alguma maneira e que ainda me perturbam, mas não tem relação com nosso futuro. Outras coisas não fazem sentido, estão desconexas e misturadas com o que já vivi. Você já ouviu falar em Dimitri Lebedeff? —Andrey observou Asia balançar a cabeça negativamente. — Ele nos ajudou quando fugimos da cidade destruída. Reinis e ele mantiveram contato nos anos que se seguiram até antes da Revolução Russa, quando então, ele desapareceu e não tivemos mais nenhuma informação a seu respeito. Ele aparece nos sonhos com frequência, talvez ele reapareça em nossas vidas no futuro, não sei.
—Isso é bom ou ruim?
— Não sei. —Andrey respirou profundamente, enquanto pensava moveu os olhos sem ver nada especificamente e depois riu, voltando a olhar para Asia novamente. —Meu pai não gostava muito dele..., Reinis diz que meu pai era intolerante. E já havia se aborrecido com ele uma vez, não sei... - Andrey observou o rosto de Asia e soltando suas mãos, passou os dedos pelo próprio cabelo, apoiou o cotovelo na lateral da janela e manteve a mão atrás da nuca, no pescoço. —Talvez ele sentisse ciúme - riu novamente. —Meu pai havia se desentendido com ele durante um jantar e minha mãe, depois, retornou para se desculpar. Conversaram muito e isso deixou meu pai com mais raiva dele. Ela era assim, gostava de discussões filosóficas. Certa vez, engajou-se em uma longa conversa com um jovem estudante em uma universidade na Prússia. — Sorriu —Emmanuel Kant. Era só um garoto na época, mas minha mãe já antecipava seu brilhantismo.
Asia sorriu e ele prosseguiu retornando a Dimitri:
—Mas, na época, Dimitri só queria nos ajudar. Minha mãe intercedeu a favor dele, já estava aborrecida com nossa saída das terras de meu avô e meu pai não queria entristecê-la ainda mais, foi obrigado a aceitar a ajuda de Dimitri e se entender com ele.
—Mas vocês não sabem onde ele está - afirmou Asia seriamente.
—Não, mas às vezes sonho que estou lutando com ele, duelo com espadas, como quando eu treinava na Hungria. Luto com pessoas estranhas também. E sou ferido.
—Ferido? Por Dimitri?
—Não, por Dimitri, não, por outro homem, não sei bem. Não fique preocupada, a guerra também aparece em meus sonhos sem nenhuma razão aparente, e acho que posso estar misturando tudo. Daina já pensava assim.
—Eu também já sonhava com você - disse Asia solidária. - Mas não dessa maneira. Era bom, você sorria e eu estava feliz. Só que, às vezes, você sumia no sonho, me deixava só e eu precisava correr com Slauka.
— Slauka?
—No começo, eu não sabia que era ela. Mas depois que te encontrei e nós nos casamos, eu pude perceber quem estava comigo. Eu tinha uma espada, também —Asia riu um pouco envergonhada. —E Slauka corria com uma criança no colo. Pode ser por causa da história da mãe dela. Eu me impressionei muito com ela.
Andrey puxou Asia para junto de si, abraçando-a, Slauka também aparecia em seus sonhos onde também fugia com Asia de algum perigo:
—Asia, isso não é uma coisa boa. Precisamos entender melhor o porquê disso tudo para evitar qualquer problema. Ninguém vai levar você e Slauka, e eu não vou me afastar de você, está bem? Não tenha receio disso.
Asia balançou a cabeça afirmativamente encostada no ombro dele. Andrey resolveu continuar a conversa dando outro rumo ao assunto:
—Eu creio que nas férias do meio do ano poderíamos visitar o Estado do Amazonas, não?
Asia ergueu a cabeça para cima, para o rosto de Andrey e incrédula perguntou:
—Nós não íamos a Paris?
—Ah, é verdade... — Andrey riu com um pouco de cinismo.
—Não, tudo bem, sempre quis conhecer a Amazônia mesmo. Podemos ir a Paris no próximo Natal?
— Natal? —perguntou Andrey um pouco surpreso. —Você gosta do Natal?
—É lindo. A cidade vai estar linda, cheia de luzes e eu quero ver. Sempre quis ir a Paris. Minha família é de lá, meu pai pode estar em Paris e talvez ele pudesse me encontrar! —sugeriu esperançosa.
Andrey a abraçou mais fortemente. A família de Asia não era algo que ele quisesse encontrar, nem as luzes de Paris.
O resto da viagem deles transcorreu bem. Foram ao Egito e, em meio a visitas a pirâmides, desviaram um pouco o passeio para visitar um vilarejo Nemtsi onde Lars tinha alguns conhecidos e Slauka pôde treinar seu disfarce. Tudo se passou de forma tranquila e eles retornaram para casa.
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