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Capítulo 27 parte 2

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Região próxima aos Montes Urais.

Boa parte de sua viagem foi percorrida dentro de um trem onde, por três dias, Andrey precisou exercitar sua paciência ao aguardar em longas esperas nos bloqueios. Havia agora menos destruição por onde passava, e esta última parte do trajeto foi percorrida em dois dias sem grandes interrupções, mas os atrasos que sofreu logo no início da viagem e a demora para conseguir chegar até ali o deixaram extremamente preocupado. Ainda estava na Polônia quando foi avisado sobre o paradeiro de Rainer e da urgência em que teria de encontrá-lo, e mesmo sem ter certeza da confiabilidade da informação, precipitou-se em sua busca. Mas a distância era longa e nada, até aquele momento, parecia ajudá-lo a chegar ao seu destino. Por fim, seus esforços o levaram ao local indicado, onde encontraria o irmão de Volker.

Depois de muito empenho, um uniforme de oficial soviético e documentos falsos, usando de muita diplomacia e de sua habilidade em se comunicar facilmente com a liderança local, Andrey conseguiu confirmar a presença de um Rainer Schneider no campo de concentração para trabalhos forçados para onde havia se dirigido. Um soldado foi designado a encaminhá-lo até o rapaz, e enquanto atravessava o pátio, foi possível presenciar alguns homens que trabalhavam ali carregando sacos cheios do que ele deduziu ser algum tipo de minério: eram prisioneiros comuns e soldados inimigos trabalhando no campo.

O Gulag consistia de alguns galpões de madeira construídos ao longo de um pátio. Todo o complexo era murado por cercas de arame farpado, e do alto de uma torre vigia, soldados bem armados guardavam o lugar. Logo ele deduziu que o local devia estar cercado por campo minado e muito bem vigiado, tornando as fugas muito difíceis. Todo o lugar era realmente bem policiado, porém, os vigias eram humanos comuns: despreparados para enfrentar alguém como ele. Andrey tentaria primeiro a diplomacia, precisava chegar até Rainer, precisava que ele fosse indicado por alguém, já que não poderia fazê-lo sozinho, e de ajuda para se comunicar com ele.

Enquanto caminhava, avaliou o lugar traçando as possíveis rotas de fuga, caso isso fosse necessário: usando de intuição e movendo-se com cuidado, ele seria capaz de evitar as minas, mas as metralhadoras seriam um problema, até para ele. Precisaria evitá-las, principalmente se estivesse com Rainer.

Andrey foi levado a um galpão menor, cujos fundos eram usados como enfermaria para doentes e feridos. O lugar era frio, não possuindo sistema de calefação, e frestas nas paredes permitiam a passagem de ar. Ele pôde perceber que houve tentativas de se vedar o lugar, aqui e ali havia barro endurecido que fora usado para fechar alguma abertura, mas, ainda assim, o frio gélido do exterior conseguia penetrar.

Havia camas bem simples com alguns doentes sobre elas, poucos, na verdade, e Andrey se dirigiu para a que fora indicada pelo guarda que o acompanhou até ali:

- Rainer? - perguntou ao se aproximar de um rapaz loiro, magro e abatido que permanecia desacordado sobre a cama.

- Rainer? - insistiu, já apoiando a mão em sua cabeça, virando-a para examinar um ferimento com aspecto infeccionado que havia em seu pescoço próximo ao ombro. Ao segurá-lo, notou que estava com febre alta.

Andrey voltou o rosto para a porta de entrada e observou o guarda que o acompanhou até ali retirar-se da sala. Depois, percorreu com os olhos o recinto em busca de alguém que pudesse lhe dar alguma informação sobre o rapaz que examinava. Todos os cinco presos presentes estavam com os rostos voltados para ele, mas ninguém tomou a iniciativa de se comunicar. Voltou os olhos para baixo novamente observando o rapaz debilitado.

A princípio, não o achou muito parecido com Volker: sabia que, diferentemente do irmão, Rainer teria cabelos e olhos claros, pois o vira uma vez quando era pequeno, mas esperava reconhecer características em comum. Depois, observando-o melhor, notou certa semelhança com Volker em seus traços. Poderia ser Rainer, mas aquele rapaz estava tão miseravelmente abatido que não lembrava em nada o aspecto saudável e sorridente de seu irmão. Tornou a desviar sua atenção para os outros pacientes da enfermaria que continuavam inertes, curiosos ao vê-lo examinar Rainer.

- Vocês o conhecem? - perguntou Andrey passando seus olhos pelos rostos deles. - Seu nome é Rainer Schneider?

Quase todos permaneceram em silêncio em resposta à sua pergunta, apenas dois deles acenaram positivamente com a cabeça e repetiram o nome que ele pronunciou: "Rainer".

- O que aconteceu com ele? Por que está todo machucado? - Andrey havia afastado as cobertas e examinava o corpo esquelético e ferido como se tivesse sido chicoteado. - O que fizeram com ele? Foi torturado?

- Ele chegou há dois dias - respondeu um dos homens que havia confirmado o nome de Rainer. Era um homem moreno, de estatura média, por volta dos trinta e poucos anos e que falava russo com um pouco de sotaque. - Já chegou nesse estado.

- O que aconteceu com ele? - perguntou novamente Andrey erguendo um pouco o rosto contrariado, demonstrando seu aborrecimento ao examinar o ambiente frio e úmido em que se encontravam.

O homem moreno virou-se para um dos presos feridos e pediu mais informações sobre Rainer:

- "Was ist mit ihm passiert?"

Andrey observou em silêncio o homem moreno conversar em alemão com outro soldado preso, um rapaz também muito jovem que não diferia muito de Rainer na fisionomia e no aspecto deplorável. Após trocarem algumas frases, o homem moreno respondeu a Andrey:

- Eles haviam escapado de um campo de prisioneiros próximo a uma região de conflito. Avançaram floresta adentro por dois dias. Eles já estavam muito fracos e cansados, deslocavam-se com dificuldade e foram localizados pelas patrulhas. "Dann seid lhr in den Fluss gesprungen?"

O homem moreno deixou de falar com Andrey e trocou novas palavras com o garoto alemão, delongando-se ao ouvir seu relato, depois, tornou a olhar para Andrey que havia se afastado um pouco de Rainer separando as seringas, agulhas e os medicamentos que trouxera consigo.

- Eles foram cercados e precisaram se atirar em um rio. Rainer e o rapaz aqui, Konrad Schultz, conseguiram chegar à outra margem. Precisaram mergulhar várias vezes para escapar dos tiros disparados contra eles. Seu amigo engoliu muita água, parece que não se recuperou totalmente de um tiro que recebeu antes de ser preso.

Andrey, que já havia se aproximado de Rainer novamente, passou a examinar uma cicatriz recente que ele tinha em seu peito próximo ao ombro e que apresentava sinais de tratamento, indicando que Rainer havia sido operado.

- Qual é o seu nome soldado? - perguntou Andrey ao homem moreno, enquanto passava a auscultar os pulmões de Rainer.

- Murad. Não sou soldado, sou dramaturgo. Estou preso por engano - respondeu Murad desviando os olhos para uma oficial que entrou na sala e passou a observar a conversa deles, sentando-se em frente a uma mesa ao lado da porta.

- Por que ele está todo ferido? - perguntou Andrey retornando o assunto para o estado físico de Rainer.

- Esfriou muito à noite. As roupas molhadas congelaram, endureceram e batiam contra sua pele enquanto eles corriam, ficaram cortados. Seu amigo ficou pior que o Konrad. - Murad apontou para o garoto que observava a conversa com atenção, apesar de não falar russo. - Como engoliu muita água, ficou tossindo e piorou com o frio. Tiveram sorte de não terem morrido congelados durante a noite. Os ferimentos que Rainer têm pelo corpo pioraram, enquanto os dele... - Murad continuou apontando para Konrad, companheiro de Rainer. - parece que estão cicatrizando

Murad voltou a interrogar o companheiro de Rainer em alemão e Andrey, ainda se questionando se aquele rapaz debilitado e com pneumonia era mesmo o irmão de Volker, foi preparar a seringa com penicilina para iniciar seu tratamento, observando de soslaio a oficial, que deduziu ser uma enfermeira e que acompanhava atentamente os seus movimentos. Depois, Murad continuou:

- Esse tiro que ele levou... Ele foi ferido em batalha e operado. Assim que ficou de pé o mandaram de volta ao front. A tropa foi esmagada pelos soldados soviéticos e eles conseguiram se esconder por alguns dias em uma cidade a cerca de duzentos quilômetros daqui, mas não tinham comida e tiveram que sair. Foram presos e levados a um campo de onde fugiram e acabaram no rio. Seu amigo não conseguia nadar devido ao ferimento no ombro. - Murad se moveu de maneira a colocar as pernas para fora da cama, pegou duas muletas que mantinha junto com ele ocultadas sob as cobertas e, de forma um pouco precária, se aproximou de Andrey, podendo observá-lo aplicar o antibiótico em Rainer.

- O senhor é médico?

- Sou. O que aconteceu com sua perna? - Perguntou Andrey observando Murad e sua perna enfaixada.

- Estilhaços, estávamos desarmando minas. A de um colega explodiu. Sinto muitas dores.

Andrey, que havia terminado de aplicar o remédio, observando Rainer mexer-se um pouco, falou:

- Sente-se aqui. Deixe-me dar uma olhada em sua perna. - sugeriu observando a enfermeira se retirar da sala. Andrey passou a considerar que não poderia deixar Rainer para retornar no dia seguinte. Teria que permanecer ali para acompanhá-lo durante a noite.

Murad se encaminhou para a cadeira vazia ao lado de onde Andrey estava e sentou-se para que fosse examinado. Andrey lavou as mãos em uma bacia usando água de uma jarra e foi examiná-lo. Enquanto cortava as ataduras da perna de Murad, Rainer murmurou alguma coisa e Andrey se levantou aproximando-se dele novamente:

- Rainer? Ich bin Ondrej... Volker's friend... I'll get you out of here. - Andrey, que não falava alemão, misturava as poucas palavras que sabia com o inglês, na esperança de que Rainer o entendesse. Mas tudo o que ouviu em resposta foi em alemão e, então, virou-se para Murad em busca de entendimento.

Murad, que percebia que Andrey aguardava por sua tradução, balançou a cabeça em sinal de negação e dirigindo-se a ele explicou:

- Não faz sentido o que ele diz, está delirando. Repete que não vai viver trezentos anos, quatrocentos anos. Que Volker vai viver trezentos anos. Não diz nada que faça sentido. Disse que não foi rápido o suficiente. E outras coisas que não são possíveis.

Murad riu um pouco do que Rainer disse, olhando para ele como quem olha para um moribundo com poucas chances de sobreviver, mas, nesse momento, ouvindo as palavras dele traduzidas por Murad, Andrey pôde se convencer de que aquele rapaz era mesmo Rainer, que se encontrava em péssimo estado de saúde.

- Por favor, diga a ele que eu já o estou medicando, que ele está com pneumonia, mas irá melhorar - Pediu Andrey a Murad que imediatamente falou tudo a Rainer.

- Obrigado - agradeceu Andrey, que passou a verificar a perna ferida de seu interlocutor e constatou que não havia infecções, embora ele tivesse perdido muito tecido e isso deixaria grandes cicatrizes.

- Não sei se ele pode me entender, veja o que estou lhe dizendo, ele não está coerente - completou Murad duvidoso. - Qual o seu nome, doutor? - perguntou ele inclinando um pouco o corpo e observando a porta para se certificar de que a oficial não retornara.

- Ondrej Zigajevs - respondeu Andrey.

- Como conseguiu entrar aqui? - perguntou examinando o rosto de Andrey com bastante atenção. - O senhor é russo, não é? Está fingindo ser outra coisa.

Andrey não respondeu, apenas o observou com atenção e continuou a refazer os curativos com novas ataduras.

- O senhor pensa que lhe deixaram entrar aqui para cuidar e dar remédios a um prisioneiro de guerra? E que lhe deixarão sair? Só está aqui enquanto verificam a veracidade de seu nome e seus documentos. Não vão deixá-lo sair, estou lhe dizendo. Será preso, irão verificar se é um espião.

- Não sou espião, só quero levá-lo para casa. Ele não deveria estar aqui, não é soldado.

- Eu também não sou. E estou aqui! - continuou Murad, com os olhos castanhos e redondos bem abertos como quem constata uma realidade. - Veja o que estou lhe dizendo, não irão deixá-lo sair.

Andrey havia usado de diplomacia falando em russo perfeito com os comandantes daquele lugar. Seus modos refinados e respeitosos foram bem recebidos e por eles foi bem tratado. Imaginou que, depois, pudesse ter problemas e sabia dos riscos de não conseguir tirar Rainer dali apenas com diplomacia, já havia traçado uma rota de fuga para eles. Esperava que pudesse aguardar Rainer se recuperar, mas se realmente quisessem prendê-lo, teria que agir antes do que imaginava.

Tinha consciência de que aqueles homens desprevenidos sobre o que ele era não representavam um obstáculo; Andrey não seria facilmente detido por homens comuns, mas Rainer não estava em condições de escapar andando: as minas que cercavam o lugar eram um problema e ele não conseguiria afastar Rainer de homens armados com metralhadoras. Teria que dominar os guardas das proximidades, sair com ele pela entrada principal e conseguir um veículo de fuga sem que o resto do campo notasse.

Ele comunicou aos dirigentes que ficaria com o doente. Passou a noite observando Rainer, enquanto examinava os outros prisioneiros e conversava com Murad. O prisioneiro contou a história de como foi parar ali, de como suas ideias foram mal interpretadas e de como a indisposição com um colega o colocou como suspeito de ser um espião estrangeiro. Durante este período, Murad traduziu para Andrey tudo o que o jovem Konrad Schultz contou sobre o que eles passaram desde que foram recrutados em um campo alemão e de como foi difícil para Rainer ter visto toda a família morrer.

Schultz, um humano comum, era ainda mais novo que Rainer: não havia completado dezessete anos e estava ali, separado dos familiares que sobreviveram ao bombardeio que sofreu sua cidade. Andrey, ao examinar Konrad, constatou que, embora não estivesse doente como Rainer, seu estado de desnutrição era severo e não teria chances de sobreviver naquele ambiente inóspito, sem cuidados e sem uma alimentação adequada. Passou a considerar a ideia de levá-lo também.

Pela manhã, Andrey foi chamado pelos dirigentes do lugar e avaliou, pela maneira como foi questionado sobre a sua presença ali, que realmente tentariam prendê-lo. Conseguiu retornar para a enfermaria e chegou a aplicar no doente mais uma dose de penicilina, antes de pedir a Murad que dissesse a Rainer que o tiraria dali:

- Vai tirá-lo daqui? Como? - perguntou Murad também sussurrando.

Andrey não respondeu, limitou-se a fitá-lo com os olhos, enquanto verificava algum progresso em Rainer.

- Tem alguém de fora que irá ajudá-lo? - continuou duvidoso.

- Não. - Andrey desviou seus olhos para Konrad Schultz, imaginando que se ele ficasse ali, acabaria da mesma maneira que Rainer. Seria mais um atraso para ele, mas não poderia deixá-lo para morrer. - Ele consegue andar? - perguntou olhando para Murad, deixando claro que se referia a Schultz.

Murad voltou os olhos para Schultz e sem lhe perguntar nada respondeu:

- Acho que sim. O senhor está esperando por ajuda, alguém vem resgatar vocês, não é mesmo?

Andrey olhou para ele seriamente e disse apenas:

- Prepare o rapaz e Rainer. Quando voltar vou tirá-los daqui. Você pode vir se quiser - propôs Andrey que, sem esperar pela resposta de Murad, saiu da sala.

Murad baixou os olhos e pôde ver Rainer acompanhar a saída do médico. Rainer tinha febre alta, e Murad não o considerava coerente, mas, ao observar seu olhar, Murad podia ler uma total e completa segurança em Andrey, o olhar de Rainer dizia que aquele homem que acabara de sair e que ele nem sequer entendia o que dizia, iria tirá-lo dali.

Vinte minutos deviam ter se passado. Nem um som de tiros ou qualquer agitação pôde ser percebida. Murad, que havia dito a Rainer o que Andrey pediu, permaneceu em silêncio apoiado em suas muletas aguardando o desfecho de tudo aquilo. Observava Rainer, que permanecia com os olhos fixos na porta aguardando com segurança o retorno de Andrey.

A porta se abriu e Andrey, apressado, entrou sussurrando fortemente para Murad, enquanto erguia Rainer.

- Chame o rapaz e saia em silêncio. Deixei um carro em frente à porta.

Murad obedeceu, mas locomoveu-se receoso de que a qualquer momento receberia um tiro pelas costas dado pelos guardas do campo. Andrey carregou Rainer até o carro e ajudou Konrad e Murad a entrarem no veículo. Deu a partida e saiu pela entrada do campo.

- O que aconteceu com os guardas? - perguntou Murad, ainda sussurrando, ao perceber que mais ninguém estava na passagem deles.

- Os desarmei e prendi todos - respondeu com tranquilidade e segurança. - Menos os do perímetro do campo e os dos galpões do outro lado. Temos que ser rápidos, se notarem algo errado irão atirar.

- Como conseguiu prender todos sozinho? Estavam armados!

Andrey não respondeu, limitou-se a dirigir para sair dali o mais rápido possível, logo alguém notaria a falta de vigias na entrada do campo e algum alerta seria dado.

E assim partiram. Murad separou-se deles quando deixaram a União Soviética e partiu para seu país de origem. Andrey deixou Konrad Schultz com parentes na Áustria e partiu levando Rainer, bem mais recuperado, para casa.

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