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Capítulo 12 parte 2

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No caminho para casa, Asia demonstrava sinais de cansaço e sono. As duas noites em claro e este dia cheio de novidades cobraram seu preço. Ela adormeceu quando o carro começou a subir a serra. Quando chegaram ao topo, havia muita neblina e Andrey dirigiu devagar até a propriedade que ficava fora do bairro de condomínios.

Desde muito jovem, Andrey tinha sonhos conturbados que o faziam reviver as passagens difíceis de sua vida. Com o passar dos anos, gradativamente passou a sonhar com uma mulher que ele entendeu que seria sua esposa. Uma moça linda e delicada que ele acreditava amar. Mas agora que a conheceu, que pôde saber o ela pensava, descobrir o que ela gostava e entender o que ela temia, agora Andrey pôde realmente sentir que se apaixonava por ela. A figura imaginária não se comparava à real.

Enquanto dirigia, olhava para Asia adormecida no banco de seu carro. Ela havia se coberto com o pesado sobretudo de lã novamente, tinha o ombro encostado na porta e sua face estava um pouco virada para o lado da janela com a cabeça inclinada e encostada no vidro. Ela tinha o rosto com traços bem feitos e delicados, a pele clara com um pouco de sardas e a boca com lábios finos e bem desenhados: o mesmo rosto que viu durante anos, mas de alguma maneira, essa Asia que Andrey levava para casa agora, era, para ele, mais linda que a mulher de seus sonhos. Ela era mais preciosa, já que era verdadeira e ele podia tocá-la e ouvi-la. Ela era a mulher destinada a ele e era fácil aceitar o que já estava predestinado, aceitar esse caminho previamente traçado, como se a escolha feita pelo destino fosse soberana e ele apenas tivesse que se deixar encaminhar para a sua felicidade.

Lutaria para mantê-la com ele, mas isso não poderia levar ao sacrifício de outros entes queridos: teria que resolver seus problemas com Vladímir, evitando as trágicas consequências impostas pelas atitudes que tomou.

Ao chegar, desceu lentamente com o veículo pela passagem que levava até a casa e parou próximo aos degraus do hall de entrada. Saiu do carro, deu a volta pela frente, percebendo que alguém já estava à porta. Pensou em evitar Reinis e levar Asia dormindo para dentro de casa, adiando, assim, a conversa entre eles para o dia seguinte: ele mesmo queria falar com Reinis a sós, a fim de encontrar uma solução para os problemas que criou.

Andrey abriu a porta do outro lado do carro e aproximou-se dela, soltando seu cinto de segurança:

- Asia, chegamos! Vou levar você. Passe o braço em meu pescoço - sussurrava sem necessariamente tentar acordá-la. - Não, não tente se levantar. - sussurrava ele observando seu estado desorientado. - Ainda está muito cansada. Segure-se em mim, vou levar você.

Asia estava mesmo exausta, nem conseguiu segurar-se em Andrey. Quando ele a ergueu, seu braço deslizou do pescoço dele para seu colo e o braço direito ficou pendurado para fora. Daina estava atrás dele observando tudo, e quando ele se virou com ela, Daina perguntou:

- Ela está bem? - olhando a garota com curiosidade, Daina tirou os cabelos de seu rosto que estava apoiado no ombro de Andrey.

- Só está muito cansada. Passou a noite em claro e correu na chuva para escapar de Vladímir - respondeu ele.

Daina passou as costas dos dedos pelo rosto de Asia que, em um reflexo, virou-o mais para junto de Andrey; depois, com a ponta dos dedos, examinou o anel-pingente que pousava sobre a roupa dela, erguendo, em seguida, seus olhos para os de Andrey.

- Era da mãe dela. - respondeu Andrey, em um sussurro, à pergunta silenciosa que Daina lhe fez com os olhos.

Andrey a observou por instantes e depois se virou e andou em direção à entrada da casa, desviando de Slauka e parando de frente para Reinis, que estava na soleira da porta.

Andrey e Reinis se olharam por alguns instantes: Reinis sério, com ar preocupado, pensando nos problemas com Vladímir. Andrey com Asia nos braços, semiconsciente, sentindo-se realizado, mas atormentado com as consequências que se seguiriam. Depois, Reinis inclinou-se e andou para trás, dando passagem para Andrey, que se dirigiu à segunda sala e subiu a escada, seguido por Daina e Slauka.

Andrey levou Asia para seu quarto, deitou-a na cama e falou para Daina:

- Deixe que ela fique aqui, vou para o quarto de Michel - foi para o closet, pegou rapidamente algumas coisas e, ao sair do quarto, continuou: - Vou tomar um banho e, em seguida, desço para conversar.

Slauka olhou para Daina espantada, nunca tinha visto Andrey assim tão agitado, parecia nervoso, ele que sempre fora tão calmo. Daina entendia seu estado emocional e sabia que as desavenças com Vladímir desencadeavam seus temores; Andrey estava piorando a situação e ela teria que intervir para ajudá-lo.

Ambas olharam depois para Asia e perceberam que ela tinha os olhos abertos e as observava.

- Você está bem, querida? Sou Daina Zigajevs, Ondrej não nos falou seu nome - Daina apresentou-se sorrindo.

- Asia... - sussurrou.

- Asia? - disse Slauka sorridente. - Meu nome é Slauka, quer tomar um banho?

Asia olhou meio atordoada para aquela ruiva alta, esguia e muito bonita, enquanto balançava a cabeça afirmativamente; logo depois, seus olhos se voltaram para observar Daina: lá estavam elas, as mulheres que davam forma aos nomes que ouviu durante todo o dia. Tinha a nítida sensação de que elas lhe eram familiares, como se também já as conhecesse. Percebeu que elas olhavam em torno de si, no quarto, procurando por alguma coisa no chão, e então Daina perguntou:

- Querida, você trouxe roupas limpas? - Daina queria ajudá-la a sentir-se mais confortável.

- Não, saí correndo de lá, não peguei nada - respondeu Asia com uma voz rouca justificando-se.

- Onde vocês passaram a tarde toda? - perguntou Slauka curiosa.

- No shopping.

- E não compraram nada para você vestir? - continuou Slauka, não contendo o canto de seus lábios, que se ergueram em um sorriso malicioso.

- Não. Na verdade, eu nem pensei nisso - disse Asia com um pouco de vergonha, porque era óbvio que ela precisava de um banho e roupas limpas. - Ficamos conversando e eu me esqueci disso.

- Não faz mal. Vou buscar roupas limpas para você, fique com Slauka, querida, eu já volto - concluiu Daina deixando o quarto.

Slauka ficou observando Asia deitada sobre a cama limpa; seus olhos percorreram a roupa e os sapatos manchados que ela usava. Asia percebia a curiosidade dela e imaginava seu estado físico sendo avaliado. Envergonhou-se um pouco por se apresentar pela primeira vez de maneira tão descuidada, principalmente diante de Slauka; pela conversa com Andrey à tarde, não podia imaginar que ela fosse tão bonita.

- Eu queria ter ido encontrar vocês, mas ele não deixou - comentou Slauka sentando-se sem cerimônias na beira da cama.

- Eu sei, ele me disse - respondeu Asia.

- Ele está encrencado, sabia?

Asia olhou preocupada. Slauka, desviando os olhos dos dela e olhando para a mesinha de cabeceira, continuou:

- Na verdade, a culpada de tudo sou "eu". Eu sou "o segredo" da casa. - Slauka voltou a fitá-la. - Depois eu conto para você, vai acabar sabendo de qualquer maneira. - seus lábios, que estavam sérios, se esticaram em outro sorriso malicioso. - Agora, se ele tivesse me deixado encontrar vocês, você teria pelo menos uma camisola para vestir. - Slauka passou os dedos pelos cabelos despenteados de Asia arrumando-os um pouco. - Você é muito bonita! Eu não imaginava como você seria. Eu só senti a sua chegada e sabia onde lhe encontrar; é algo muito fácil para mim. Ondrej e Daina viram você, principalmente Ondrej, e já faz tempo!

Asia sentou-se na cama puxando seu corpo para trás para continuar em frente à Slauka. Daina entrou no quarto novamente trazendo as roupas emprestadas, e então, observando-as melhor, reparou que tanto Daina quanto Slauka usavam na mão esquerda uma aliança larga com escritos, exatamente como a de sua mãe. Na Verdade, Vladímir e outro casal também as possuíam, mas diante de tantos acontecimentos, ela não tinha dado a devida importância para isso.

- O banheiro é aqui, venha! - disse Daina desviando a atenção de Asia e estendendo a mão para segurar seu braço, enquanto Slauka se levantava e se afastava.

- Eu já havia preparado este quarto para você hoje à tarde, enquanto esperávamos vocês chegarem - continuou Daina segurando o braço de Asia, ajudando-a a se levantar. - Vai ficar aqui por enquanto, até eu ajeitar as coisas. Não tenho outro quarto, mesmo. Tem outro lá embaixo perto da piscina, mas é muito escuro e úmido. Não é bom para você. - Daina a observava, enquanto a colocava dentro do banheiro. - Ondrej vai dormir no quarto de Michel, tem um beliche lá. Ou então ele vai para um hotel se quiser; seria bom ele se acalmar um pouco e deixar que eu resolva tudo à minha maneira. - respirou fundo. - Ou, talvez, eu te mande provisoriamente para a casa de Laura... É aqui do lado, é uma casa maior. Só até eu transformar o sótão no quarto de Michel. Ele sempre quis morar em um sótão! - Daina ia falando seguidamente como iria acomodá-la na casa deles, enquanto ajeitava as coisas no banheiro.

Asia acompanhou sua fala um pouco entorpecida, pelo cansaço e por tantas divagações seguidas. Depois que notou que ela havia se calado e colocado as toalhas sobre a bancada, aproveitando esse intervalo da conversa, Asia desculpou-se:

- Não queria lhe dar trabalho e modificar toda a sua casa.

- Não se preocupe, querida, sua chegada era esperada e eu deveria ter preparado tudo isso com mais antecedência, mas estou feliz que finalmente esteja conosco! Vamos ajudá-la em tudo o que você precisar, você pode ficar conosco sem problemas, não se preocupe.

Daina ficou um pouco pensativa, sentindo que deveria lhe dar alguma explicação mais clara sobre tudo o que havia acontecido:

- Os irmãos gêmeos não são criaturas irresponsáveis, Asia, mas, às vezes, se excedem em suas brincadeiras. Vladímir disse que você se assustou com eles - Daina olhou nos olhos de Asia. - Ontem, ele se desentendeu seriamente com Ondrej... Vladímir... - respirou profundamente - Estava determinado a afastá-lo de você. Ondrej reagiu emocionalmente à ameaça que Vladímir representa, ficou muito preocupado em deixá-la com ele. Talvez tenha deixado algo passar..., não sei.

Daina ficou em silêncio por instantes e depois prosseguiu:

- Vou descer para ouvir a conversa de Reinis e Ondrej e vou fazer Vladímir sair como grande vilão nessa história. - Daina tinha um ar sério e falava com convicção. - Ele me respeita muito..., Vladímir... Não vai me contrariar. Ondrej estava certo em trazê-la para nós, só preciso aparar as pontas. Distrair a atenção dele - depois, falou com carinho, passando a mão pelos cabelos despenteados de Asia. - Posso deixá-la?

- Sim. - respondeu com um sorriso esticado em seu rosto cansado; Asia já estava começando a gostar de Daina e de Slauka. Entrou no banheiro e se preparou para o banho. Estava exausta. Quando terminou, vestiu o pijama que Daina deixou para ela, escovou os cabelos sem vontade e deitou na cama se cobrindo. Dormiu logo em seguida.

Daina e Slauka desceram para a sala logo que Asia entrou no banheiro.

Na sala estava Reinis, preocupado com tudo o que estava acontecendo. Ele andava impacientemente, fazendo o percurso de ida e volta entre a lareira e a ponta do sofá em que Volker estava sentado.

Volker, um rapaz de cabelos escuros, alto, magro, de boa aparência e faces rosadas, observava intrigado todo o nervosismo que Reinis demonstrava diante do aparente problema gerado por Andrey, em ter trazido a moça contra a vontade de Vladímir.

Do outro lado da mesma sala, havia outro sofá disposto paralelamente ao primeiro, de maneira que Michel, ao sentar-se, ficou de frente a Volker. Michel, uma versão juvenil de Reinis, estava bem quieto observando seu pai caminhar pensativo. Avaliava tudo o que estava acontecendo e mantinha-se tão surpreso quanto Volker, com todo aquele alvoroço em torno da moça, e também estava curioso em ver Andrey interessado em alguém daquela maneira.

Andrey ainda não havia descido. Slauka, ao chegar à sala, sentou-se no sofá ao lado de Michel. Ela tirou os tamancos e colocou os pés, vestindo grossas meias de lã, sobre o sofá. Flexionou os joelhos magros mantendo-os junto ao rosto e abraçou as pernas. Ela usava uma calça de algodão justa e um enorme casaco de lã rosa meio desbotado, que caía solto em seu corpo esguio. Como sempre manifestava irresponsavelmente tudo o que pensava, Slauka abriu a boca e, sem olhar para ninguém especificamente, falou:

- Ele vai pular no pescoço do primeiro que tentar tirá-la daqui.

Reinis virou-se para ela e depois para Daina, que havia se colocado em pé atrás de Volker.

- Nós sabíamos da vinda dessa moça, principalmente Ondrej, há bastante tempo. - explicou Daina. - Você não devia tê-lo deixado sozinho para enfrentar Vladímir. Eles erraram muito com ela.

- Se vocês dois já sabiam há mais tempo, porque não me contaram? Você deveria ter me avisado que Ondrej poderia criar problemas, Daina! - criticou Reinis interrompendo-a.

- Ele não queria que eu dissesse nada! Não estava certo do que iria fazer. - respondeu Daina se justificando. - E eu não sabia que nós teríamos algum tipo de problema. Pensei que seria algo tranquilo, porque estava bem definido - disse, agora, na forma de um sussurro forte carregado de irritação.

Andrey apareceu descendo as escadas. Encaminhou-se para o centro da sala olhando para todos os curiosos presentes, e se incomodou com a atenção deles em algo que só dizia respeito a ele, se não fosse toda a questão com Vladímir. Parou em pé ao lado de Reinis, examinando seu aspecto preocupado.

- Ondrej, nós sempre tomamos cuidado para não chamar a atenção do Conselho. Você devia tê-la acompanhado de volta, para junto de Vladímir. Sem complicações, sem desafiá-lo. Depois, iríamos buscá-la em Santa Catarina, sem dramas, sem brigas - dizia Reinis suavemente, mas deixando transparecer sua impaciência.

- Ela não queria voltar para eles. Estava assustada, molhada de chuva, morrendo de frio. Eu não podia deixá-la lá - respondeu Andrey, não exatamente se justificando, mas colocando Reinis a par dos motivos que o fizeram tomar tal atitude.

- ANDREY! Você, mais do que ninguém, entende o que estou falando! - gritou Reinis surpreendentemente alterado.

Andrey olhou para baixo e ficou examinando o tapete. Ele não era livre de responsabilidades para com todos ali.

- Não podemos levantar suspeitas e a atenção do Conselho, não podemos ser investigados! - continuou Reinis com seriedade.

- Qual o problema, Reinis? - perguntou Volker interrompendo e se colocando em defesa de Andrey. - Deixe que Vladímir venha. Ele pode brigar, pode gritar, não vai conseguir nada. A garota quer ficar aqui! Pronto, fim de questão! Ele não vai denunciar nada. Fez muita coisa errada, também!

- Não podemos nos arriscar, Volker. Temos que nos manter livres de problemas. - esclareceu Reinis mansamente.

Slauka, soltando um dos braços que abraçava as longas pernas e o erguendo um pouco, se manifestou:

- Nós temos telhado de vidro, Volker. EU sou o telhado de vidro..., eu sou a razão de todo o problema!

Andrey virou-se para Slauka:

- Não diga isso - disse ele, que por momentos passou a observá-la com atenção, depois, voltou o olhar para Reinis, decidido: - Posso partir com Asia, livrá-los da perseguição dele. Cheguei a considerar essa possibilidade.

- Isso só vai piorar as coisas, vai reforçar suas suspeitas. Vocês seriam seguidos, mais cedo ou mais tarde te encontrariam - concluiu Reinis seriamente, como descrevendo uma fatalidade, depois, em um tom mais ameno e solícito, continuou: - Ondrej, amanhã ele virá aqui. Deixe que leve a moça com ele, convença-a a ir. Ela pode ficar um tempo com eles e depois, se quiser, pode voltar e ficar conosco. Assim, não haverá problemas e Vladímir esquecerá isso tudo.

- Não posso. Isso está além do que posso fazer. Não vou deixar que ele a leve. Ela não quer, eu também não quero. Sinto muito.

- Você deve expor essa possibilidade a ela. Ela pode querer cooperar conosco, entender o problema! - Reinis mantinha o tom suave e acolhedor.

- Não.

- ANDREY! Hoje pela manhã ele me pediu para lembrá-lo de que também anda armado! - Reinis levantou a voz e encarava Andrey. Em seguida, suavizou o tom novamente, tentando ser convincente. - Você o conhece. E você deve ter deixado algo passar, ontem. Ele sentiu alguma coisa. E vai perseguir isso, não vai desistir.

Era difícil para Andrey concordar com o que Reinis lhe pedia. Tudo o que ouvia dele parecia ser dito por trás de um zunido constante que atrapalhava seu raciocínio. Ele sabia que Reinis estava certo, mas não era capaz de deixá-la: as bases de seu temperamento perfeitamente contido estavam sendo estilhaçadas. Andrey estava perdendo a razão, não estava fazendo escolhas sensatas, mas não deixava de ter consciência das responsabilidades que carregava. Sem opções, deu as costas para Reinis e foi aborrecido para a varanda.

Sentou-se no banco-balanço e ficou olhando a escuridão dos morros que havia por trás da colina e a neblina rasteira que se acumulava próximo ao solo. Ouvia o som das conversas que continuaram na sala e seu nome que, com frequência, surgia acima do murmúrio abafado. Ele sabia que ainda era o assunto das discussões, mas não prestava atenção no que diziam. Andrey estava ciente de que não poderia comprometer a todos com suas escolhas, mas tinha medo, medo de que se ela fosse embora, não voltaria: que Vladímir a afastasse dele definitivamente.

Volker se aproximou de Andrey pelas costas e apoiou ambas as mãos em seus ombros. Esperou que Andrey dissesse alguma coisa para que, de alguma maneira, pudesse ajudá-lo, e passou a observar com seus olhos escuros a mesma paisagem fria que Andrey avistava tão fixamente. Andrey permaneceu imóvel, sem virar o rosto para ele ou pronunciar sequer uma palavra. Após um tempo ali, aguardando que Andrey se manifestasse de alguma maneira, Volker quebrou o silêncio e comentou confuso:

- Ondrej, eu ainda não entendi o porquê disso tudo. Mas você está encrencado -Volker deu dois socos leves no ombro direito de Andrey e saiu, voltando para sua casa.

Em seguida, Michel também foi até a varanda. Em vez de se abalar com a quietude de Andrey e seu silêncio mórbido, e talvez por ser muito jovem e não se incomodar com isso, sentou-se ao lado dele e ficou solidariamente observando a paisagem escura à frente. Depois de algum tempo esperando, olhou para Andrey e perguntou:

- Ela é importante para você?

- É, sim. - respondeu Andrey seriamente em um sussurro arrastado.

Michel olhava Andrey atentamente, desviou a cabeça para o horizonte e, depois, olhando para ele novamente, continuou:

- Ela também? Ela também quer ficar aqui, com você?

Andrey deixou escapar um suave sorriso e ainda olhando para frente respondeu:

- Sim, acho que sim.

- Eu não entendo o problema. Não é mais fácil explicar tudo para Vladímir? Eu sei que tem a Slauka, mas eu concordo com Volker. É só falar com ele. Não sei por que papai está tão bravo! Lars vai chegar amanhã, talvez ele ajude.

Michel falava de forma muito simples e inocente, já que era um garoto que só tinha dezesseis anos, e para ele, o mais lógico era buscar as soluções mais fáceis. Michel se parecia muito com Reinis fisicamente, mas tinha o temperamento semelhante ao de Daina, mais dinâmico e resolutivo.

Como Andrey não se manifestou, Michel prosseguiu com suas sugestões:

- Por que você não combina com ela de ir buscá-la depois, na colônia?

O que Michel sugeria era algo aceitável dentro de um ponto de vista racional. Porém, para Andrey, o que Michel propunha era difícil de aceitar; suas incertezas e receios o pressionavam em outra direção.

- Ou você poderia ir para a colônia, também! - continuou Michel ao perceber que Andrey nada respondia.

- Isso não daria certo, Michel - interrompeu Andrey. - O problema não é esse. O problema de Vladímir é comigo, eu discuti com ele ontem. Ele percebeu que tem algo errado e vai me perseguir. Sei que estou errado, tenho consciência disso. Queria poder ter uma solução para isso tudo.

Mesmo sem entender todas as implicações que envolviam Andrey, Vladímir e seu pai, Michel optou por parecer sensato e tentar ajudar Andrey:

- Bem, eu estou do seu lado! Vou te ajudar no que for preciso, está bem? Posso até tentar falar com Vladímir para ele concordar em deixar a moça aqui, então... Eu posso!

Andrey olhou para Michel, sorriu e o abraçou pelo ombro sacudindo um pouco seu corpo. Depois, o soltou e voltou a olhar seriamente para frente.

Michel concluiu que Andrey queria ficar sozinho e, não adiantando ficar ali, voltou para a sala.

Andrey continuou na varanda, continuou a olhar o horizonte. Com o tempo, todos na sala subiram e foram dormir. Andrey ficou na varanda a noite toda, período em que lamentou ter desencadeado os atritos com Vladímir e tentou encontrar uma solução para seus problemas.

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