09. O confronto
#BruxinhoFofinho
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O alarme tocou na manhã seguinte com uma melancolia pairando no ar assim que recobraram a consciência do sono profundo. Jimin não sabia o que era voltar de um cio estando tão radiante, muito menos Jeongguk. Queriam ficar mais tempo juntos, mas a realidade batia à porta e eles precisavam atender.
Não tinham mais tempo para enrolar na cama, trocarem beijos e carícias, ou tomar café da manhã calmamente e deitar-se no gramado do jardim. Mal o despertador tocou e Jimin estava debaixo do chuveiro, Jeongguk veio logo atrás mais pela economia de tempo do que de qualquer outra coisa. Desceram e o café estava posto, Yeri esperava no balcão da cozinha, pronta para amassar Jimin com um abraço só porque estava feliz em vê-lo feliz.
— Prontos para voltarem para a realidade? — perguntou, enquanto observava os dois comerem.
— Não, mas não tem o que fazer... — Jimin suspirou, dando de ombros e mastigando o pãozinho com geleia.
Jeongguk estava calado. Mal conseguia se lembrar de como era a sua casa, nem da sensação estranha de morar lá. Não queria reviver isso, mas como Jimin havia dito, não havia o que ser feito. Aquela reclusão confortável e o apego indomável só reaparecia depois de três meses, antes disso, não sabia como seria a sua relação com Jimin e a sua família, tinha até medo de descobrir e nem sabia porque acordou pensando tanto nisso.
Jimin apertou a sua coxa e sorriu, meio que querendo tirá-lo daquele lugar ruim. Sabia que quando Jeongguk parava e parecia sair de órbita olhando para o vazio, não estava pensando em coisas boas.
— Vai dar tudo certo — sussurrou, pegando na mão dele e levando o dorso até a boca, beijando-o carinhosamente. — A gente vai vencer esse dia e todos os outros.
— Eu sei, amor. — Tentou sorrir, mas não conseguiu nem sustentar o olhar e Jimin deu um beijo em seu ombro.
Terminaram o café em silêncio. Yuna apareceu sonolenta, arrastando os pés de pantufas pelo assoalho da cozinha. E antes de pegarem as mochilas para enfim saírem, as duas pararam Jeongguk em frente a escada e o abraçaram em agradecimento. Yeri abraçando-o pela frente, enterrando o rosto do alfa em sua clavícula e Yuna por trás, respirando forte nas costas alheias. Ficaram naquele aperto por longos minutos e Jeongguk não se sentiu estranho, nem tentou dar fim ao abraço. De fato, lágrimas estavam presas em sua garganta, pois conhecia mais o cheiro das suas sogras do que dos próprios pais. Acácia, gerânio, ameixa negra, mel e hortelã e, até mesmo o cedro de Namjoon era lembrado naquele carinho.
Todos aqueles dias naquela casa, o fizeram enxergar algo que já sabia, mas perceber a própria realidade era um tapa na cara que andava se esquivando.
— Volte sempre. Sempre mesmo! — Yeri disse, olhando-o nos olhos, segurando-o pelas bochechas.
— Pode deixar. Vocês não vão conseguir se livrar tão fácil de mim.
— Elas nem são doidas — Jimin disse, em tom de brincadeira. Descia as escadas, observando a cena fofa entre as mães e o namorado.
— Domingo aparece aí de novo. A gente sempre faz um almoço bem gostoso. — Yuna o cutucou, com aquele sorriso tão familiar no rosto.
— Hmmm, mal posso esperar. — Jeongguk se despediu das duas e carregou a mochila e a mala para dentro do carro, finalmente seguindo rumo à faculdade.
Até parecia que os dois não entraram em um universo paralelo durante e depois do cio de Jimin, pois ele continuava a colocar músicas no rádio de Jeongguk, cantarolava e observava as mãos precisas do alfa no volante, descobrindo que havia alguma coisa que o atraía naquela simples ação.
Jeongguk parou no estacionamento do Direito porque era mais perto para Jimin e ficaram parados por um momento, ouvindo atentamente o motor ser desligado, o cinto desafivelado e as pessoas que andavam pela passarela há alguns metros dali.
— Tá tudo bem, gatinho? — Jimin perguntou, depois que o silêncio ficou estranho.
No fundo, Jeongguk sabia o que era e só não queria externar. Nunca foi tão ele mesmo por tantos dias e ninguém o repreendeu por alguma ideia solta sem querer, ou disse que as coisas de que gostava eram chatas, ou inapropriadas para um Jeon. Jimin, nem seus amigos e as suas mães se importavam com isso. Para eles, as pessoas eram únicas e não havia porquê julgá-las, ou um manual imaginário de como deveria viver.
Jeongguk estava cansado de se equilibrar sobre uma corda bamba, tentando agradar os pais e não se expondo para os amigos porque queria mantê-los por perto. Todos aqueles dias foram vividos ao máximo e agora, ele desejava sair da corda bamba, só não sabia se levaria um tombo, ou se desceria pela escada do equilibrista.
— Tá sim, amor. Não se preocupa. — Sorriu, virando-se para o ômega e aproximando-se para um beijo. — Acho que eu só não quero voltar para a minha realidade.
— As suas aulas são bem chatas, não são? — Jimin fez uma careta e Jeongguk resmungou em confirmação, afundando a língua na boca do ômega, querendo acreditar que era só sobre aquilo.
Nunca se cansaria dos beijos de Jimin. Dos lábios carnudos abraçando os seus, da ponta da língua sentindo o geladinho do piercing e de como era gostoso ficar naquele enrolo, com as mãos calejadas de Jimin em sua nuca, descendo pelo seu abdomen e se segurando para não demorar tanto nas coxas.
— Hm. — Jimin lambeu os lábios antes de continuar. — Você disse que postaria a foto, mas eu nem te sigo em lugar nenhum.
Jeongguk riu e o sopro da risada dele ricocheteou em sua boca, fazendo o ômega selar os lábios sem pensar muito. Conversar enquanto trocavam beijinhos era algo que acontecia com mais frequência do que percebiam.
— Se você jogar meu nome na busca, consegue achar fácil.
— Tá bom, Jeon Jeon, depois vou te procurar. — Brincou, beijando-o uma última vez antes de reunir forças para encarar as suas aulas da manhã. — A gente se vê no almoço?
— Claro. E hoje você vai conhecer o Yoongi.
— Uh, já estou ansioso — respondeu, com o seu melhor sorriso e saiu do carro, pulando um pequeno arbusto para entrar na passarela.
Jeongguk só deu a partida depois que perdeu Jimin de vista. Os alfas conservadores veriam aquilo com bons olhos, o alfa de olhos atentos cuidando do seu ômega, mas a verdade era que Jeongguk só gostava de vê-lo andando.
E enquanto dava a volta para estacionar mais perto do seu prédio, Jeongguk desejou estar animado para voltar às aulas. Jimin diria que nem era isso tudo, mas sabia que o ômega aproveitava-as, se interessava por tudo e se esforçava para aprender porque realmente gostava do que estudava. Jeongguk estava cansado de cumprir obrigações sem sentir orgulho de si mesmo. A cada semestre que concluía, se sentia mais perto da liberdade e não do emprego dos sonhos. Queria acreditar que a escolha do curso era só um caminho errado da sua vida profissional, mas sabia que toda a questão era mais profunda do que isso.
Comprou um cappuccino para tentar se distrair enquanto o professor corrigia a lista de exercícios. Notou que alguns colegas o olhavam com um sorrisos simpáticos e ele não entendeu de imediato, mas foi só pensar por alguns segundos para lembrar da foto que postou. Todos já sabiam do imprinting e era como se aquilo significassem mil pontos a mais em sua escala social.
Bufou e revirou os olhos. Não queria fazer novos amigos se fosse daquela forma.
Quando a aula acabou, Jeongguk pegou a mochila e jogou o copo de café no lixo. E sem precisar procurar muito, avistou Yoongi sentado em uma das mesas do jardim central lendo um livro. Andou até ele, assumindo para si mesmo que estava com saudades daquele branquelo.
— E aí, como foi a viagem? — cumprimentou-o, pegando-o de surpresa.
— Como foi o cio, caralho? — Yoongi fechou o livro e desceu da mesa, sentando-se no banco ao lado de Jeongguk.
— Foi bom.
— Bom? É só isso que você tem a dizer?
— Você realmente quer detalhes? — Jeongguk franziu o cenho, cruzando os braços.
— Não foi você que me ligou querendo saber como as coisas funcionam? Eu duvido que possamos ter mais intimidade do que isso.
— Tá... — Suspirou e começou a contar tudo, de como era Jimin, como se conheceram, das coisas que fizeram antes do cio dele chegar e é claro, sobre o cio em si. De todas as suas tentativas de não marcá-lo, da aflição que sentiu ao vê-lo tão longe e dos dias de apego, sem citar a chateação sobre Jimin dormir no começo do seu documentário favorito.
Yoongi ouvia tudo atentamente, surpreso em ouvir tanto a voz de Jeongguk por tanto tempo. O jardim foi se esvaziando, pois as aulas do segundo bloco recomeçaram e só sobraram os dois, sem vontade alguma de pausar a conversa.
— Por que nunca me disse que fazia a prece da alma gêmea?
Jeongguk respirou profundamente e fugiu dos olhos afiados de Yoongi. Queria deitar e chorar um pouquinho, estava realmente exausto daquela vida. Desdobrar-se, inventando uma versão sua para não perder mais ninguém, estava fora de cogitação.
— Você não deve saber como é difícil passar tantos anos sozinho... Eu não falava nada porque não queria perder você também.
— Como assim "eu também"? As pessoas realmente se afastam de alfas e ômegas que não aceitam outros cheiros? — Jeongguk acenou que sim e Yoongi revirou os olhos. — Que babacas.
— E buscam aproximação quando sabem do imprinting, enfim... Eu tenho poucos amigos agora, mas depois de todos esses dias vivendo sendo eu mesmo e sendo aceito, eu não quero ficar te contando meias verdades.
— O que mais você esconde, cara? — Yoongi semicerrou os olhos e ficou esperando.
— Eu odeio esse curso. Eu odeio muito mesmo — disse, e sentiu um peso enorme abandonar o seu corpo. — E eu sei que você ama isso aqui, mas eu não consigo mais te ver interessado em tudo, aprendendo o que gosta e não me sentir da mesma forma.
Jeongguk queria se sentir bem. Não queria mais saber daquela agonia de acordar para ir para um lugar que não gostava e suprir as necessidades de quem nem se importava.
— Jeongguk, eu não sei se sabe, mas eu odeio praia — confessou, e Jeongguk ficou confuso. — E eu sempre vou quando você me chama porque eu apoio as coisas que você gosta. Eu sou o seu amigo, porra.
— Por que nunca me disse isso? Eu não teria te forçado a ir — disse, sentindo-se culpado por ter achado que forçou a barra.
— Porque eu gosto de sair com você, de fazer parte da sua vida.
Jeongguk encarou Yoongi, tentando captar algum olhar de brincadeira, mas ele começou a olhar para os lados, tentando entender o que estava acontecendo.
— Eu sinto muito se as pessoas que passaram pela sua vida te fizeram pensar que era ruim estar ao seu lado, mas eu não sou uma delas.
A fala de Yoongi fez Jeongguk soltar todo o ar que não percebeu estar prendendo dentro dos pulmões, apoiando os cotovelos nos joelhos sem conseguir olhá-lo. O problema não era Jeongguk, mas, sim, todas as outras pessoas que o fizeram se sentir daquela forma.
— Eu te ensinei a como deixar um ômega molhado. Você não vai se livrar de mim depois dessa — Yoongi disse, refletindo sobre a amizade dos dois, fazendo Jeongguk gargalhar, relembrando da conversa desajeitada que tiveram pelo telefone.
— Não sei o que seria de mim sem você. — Olhou para ele, com aqueles grandes olhos cheios de carinho. — Nesse curso, na vida...
Yoongi deu de ombros, sorrindo ao dar um soquinho no ombro do amigo.
— Aliás, você vai terminar a faculdade, ou vai trocar de curso?
— Eu não faço a mínima ideia do que fazer com a porra da minha vida — disse, pausadamente, e pela primeira vez, não se achou um fracassado por admitir.
Suspiraram, incertos do que deveriam fazer. As aulas já estavam quase terminando e era sexta-feira, só estava ali porque Jimin dissera que continuar não comparecendo aos compromissos acadêmicos depois do cio, ou apego, era mal visto pela universidade.
— Que museu renascentista é esse que vocês foram? — Yoongi mudou de assunto, mostrando a foto que Jeongguk havia postado.
— É a casa do Jimin, doido. — Jeongguk riu, já sentindo saudades do seu bruxinho.
— Quero conhecer.
— Bom, pra conhecer a casa dele, você tem que conhecê-lo antes. — Jeongguk começou a se levantar, colocando a mochila nas costas. — Vamos andando até o restaurante das artes.
— Por quê? — Yoongi permaneceu sentado, não entendendo o motivo de tudo aquilo.
— Porque o Jimin e os amigos dele almoçam lá. — Olhou para trás para checar se ele o acompanhava, e quando viu que não, tratou de completar para ver se ele se convencia. — Relaxa, a gente sempre reveza de restaurante.
— Pelo visto eu perdi uma parte considerável da nossa nova rotina. — Yoongi levantou-se, meio andando a contragosto, meio deixando-se levar.
— Ninguém mandou você ser um maníaco que adora apresentar trabalho acadêmico.
— Deixa só você trocar de curso pra ver o que vai acontecer. — Sorriu ao imaginá-lo todo contente apresentando as próprias pesquisas. — Vai ficar me enchendo o saco para te assistir.
Conversaram durante todo o caminho e como ainda era cedo, sentaram-se no gramado em frente a biblioteca para esperar o restante da turma, como dizia Jimin. O dia era agradável e Yoongi estava deitado, assistindo os galhos das árvores balançarem com o vento, tendo a melhor conversa que já tivera com Jeongguk sobre teorias do motivo de pararem de se transformar em lobos. O alfa só falava e escutava, sem medo de ser repreendido, ou o assunto cortado por puro desinteresse. Yoongi era mais do que um bom ouvinte, ele era seu amigo.
A brisa que bagunçava os seus cabelos, também trazia aromas que logo se dissipavam pelo ar, mas houve um que grudou em suas narinas e fez as suas pupilas dilatarem. Não demorou muito para ver a silhueta de Jimin surgindo entre uma das saídas dos prédios, com a bolsa carteiro pendurada no ombro, a pele branca se destacando entre a camisa e a calça jeans preta.
Os amigos dele estavam logo ao lado, Taehyung e Namjoon caminhavam de mãos dadas e Jin falava alguma coisa que Jeongguk não estava muito interessado em tentar ouvir. Yoongi ainda debatia o assunto, mas tudo o que conseguia se atentar era no som dos passos de Jimin vindo na sua direção.
Passos que se apressavam a medida que a distância era encurtada, quando deu por si, estava correndo na direção do alfa, fazendo a grama ao redor farfalhar e Yoongi levantar a cabeça para ver quem estava vindo. Jimin caiu sobre o corpo de Jeongguk, que o abraçou pela cintura e começou a beijá-lo entre os sorrisos.
— Que saudade do meu gatinho — sussurrou, contra os lábios de Jeongguk, que o abraçou ainda mais forte e colocou as mãos na frente das bocas só para beijá-lo bem rapidinho. Achava que conseguia disfarçar, mas todos sabiam que a língua do alfa estava dentro da boca do ômega.
— Como são melosos... — Jin reclamou, franzindo o cenho ao olhar para a cena. Acabou elevando uma das sobrancelhas quando viu Yoongi, desconfiado com o novo alfa.
— Oi — disse Jimin, com a bochecha colada na de Jeongguk. — Você deve ser o Yoongi.
— Prazer em conhecê-lo, Jimin. — Yoongi estendeu a mão, cumprimentando-o meio atrapalhado.
O ômega tratou de se levantar quando viu que os amigos estavam todos ali e Jeongguk apresentou-os.
— Esse é o Namjoon. — Yoongi apertou a mão dele e recebeu um elevar de sobrancelhas, meio desconfiado, analisando-o. — Esse é o Taehyung e o outro é o Jin. — Com eles, Yoongi foi mais bem recebido e os abraçou educadamente, dando um beijo no rosto de cada um só porque aquilo fazia parte da etiqueta regional.
— Vamos para a fila — Taehyung disse. — Vi que terá batata-frita.
— Eu nunca olho o cardápio — Yoongi comentou, dando início ao assunto. — Sempre sou pego de surpresa.
Assim, os outros começaram a conversar sobre os melhores pratos servidos no restaurante, enquanto Jimin e Jeongguk andavam logo atrás, com o alfa beijando o pescoço alheio e abraçando-o pela cintura enquanto andavam.
Sentaram-se todos em uma única mesa e Jeongguk estava radiante por Yoongi estar ali. Ainda não se achava tão próximo dos outros, mas sabia que era só questão de tempo para se tornarem amigos também. Saber que sempre teria companhia para o almoço era um tremendo alívio.
— Ah, amor — Jeongguk disse, no ouvido de Jimin, para chamar-lhe a atenção e completou a frase com a voz mais alta para que todos escutassem. — Yoongi quer conhecer a sua casa.
Yoongi parou de mastigar de repente, fazendo uma careta para Jeongguk.
— Eu gostei do seu espelho. — Deu de ombros, pegando mais uma batata no prato.
— Espelho? — Jimin franziu o cenho, tentando se recordar de onde ele conhecia o espelho da sala da sua casa. — Ah! Da foto que Jeongguk postou? A gente pode marcar um almoço, estão todos convidados.
— Até eu? — Jin apontou para si mesmo, em expectativa pela resposta.
— Mas é claro — Jimin disse, e Yoongi, que estava sentado na ponta da mesa, olhou de soslaio para a outra ponta, pescando o olhar surpreso do ômega.
— Aliás, Jeongguk... — Taehyung lambeu os lábios depois de dar um gole no suco. — Você já entrou no instagram depois de ter postado a foto?
— Não, por quê?
— Aparentemente, a cidade inteira compartilhou. Deve ter umas cem mil curtidas agora — Taehyung informou, vendo os olhos do alfa se arregalaram e pegar o celular do bolso para checar.
Quando abriu o aplicativo, a área de notificações mostrava um número de novos seguidores, curtidas e comentários que ele nunca viu na vida. Pessoas desconhecidas diziam que achavam que tinham uma alma gêmea perdida por aí, pediam para que ele explicasse como se conheceram e o que sentiram quando se viram. A caixa de mensagens também estava cheia de parabenizações, com textos escritos cheios de emoção, mas que não diziam nada para si, afinal nem conhecia aquelas pessoas.
— Que porra é essa? — Jeongguk deslizava o dedo na tela, observando tudo sem acreditar.
— Você colocou uma hashtag. — Jin deu de ombros, dizendo como se fosse óbvio.
— Eu sempre coloco hashtags. — Procurou por uma foto qualquer em seu feed e mostrou para os outros. — #EssaLuaSePareceComaDoFilmeMidnightsun, #MinYoongiOtimoFotografo.
— Bem, algum dia daria certo. — Jin riu das hashtags e voltou a comer.
— Não é como se você fosse virar um influencer do imprinting — Jimin disse, não achando grande coisa. — Mas me marca nessa foto aí, quero que as pessoas me sigam e escutem a minha música, ou me contratem para aulas de guitarra.
— Imagina a encheção de saco — Taehyung disse, querendo alertá-lo para um ponto importante. — Os alunos só vão querer saber do Jeongguk, como era antes de conhecê-lo, quando será marcado e quando terão filhotes.
Jimin estremeceu com a ideia e fez cara de nojo. Não queria mesmo ter contato com aquelas pessoas.
— Deixa pra lá. Se elas só escutarem as minhas músicas no canto delas, já vai ser bom demais.
Jeongguk ainda olhava para o celular, incrédulo demais para continuar comendo.
— Cara... — Namjoon disse, balançando a cabeça. — É só continuar vivendo a sua vida de boa, sem sustentar a curiosidade alheia. Logo, logo eles somem e vocês vão se tornar só mais um casal entre tantos outros.
— E algumas pessoas só seguem casais com imprinting pra manterem a esperança de algum dia encontrar um amor — Yoongi disse, olhando para Jeongguk. — Posta o que tiver vontade e segue a vida.
— Tá... — Jeongguk suspirou, mal tendo vontade de terminar a refeição.
Saíram do restaurante e compraram o doce de costume, mas como os bancos das mesinhas de cimento não comportavam todo mundo, decidiram sentar no gramado em frente a biblioteca de novo, esperando que a comida assentasse no estômago para caminharem de volta às aulas.
Jimin estava sentado entre as pernas de Jeongguk, que o abraçava e dava uma mordida no doce quando lhe era oferecido. Yoongi estava deitado, usando a mochila de travesseiro, satisfeito com o frescor da pasta de dentes na boca. Namjoon e Taehyung estavam sentados lado a lado, com os braços enroscados, o ômega sentindo o sono pós almoço pesar os olhos, o aroma de cedro do alfa o relaxando ainda mais. E havia Jin ali, deslocado, sem saber se acompanhava alguém, se podia sair dali sem ser notado, ou se esperava Namjoon para a aula que teriam juntos mais tarde.
Era estranho ter pedido para que o alfa o acompanhasse em seus cios, sempre ouvindo as mais diversas desculpas educadas e agora, vê-lo em um relacionamento com quem nunca inventou uma história para se esquivar. Deveria ter notado isso antes, pois estava se sentindo um tremendo incomodo. Por que nenhum deles o avisou que algo estava acontecendo?
Quando decidiram que era hora de voltar, os quatro se levantaram e ficaram um pouco afastados de Jimin e Jeongguk, que se despediam e combinavam de irem embora juntos. Jin não deixou de notar como os olhos de Yoongi eram pequenos e tinha quase certeza de que aquele aroma de laranja vinha dele. "Que coisa mais estranha, um alfa que cheira a laranja..." pensou ele.
Ficou com aquele engasgo na garganta, seguindo os outros até o Estúdio 13 sem saber porquê ainda estava ali. Achava que poderia fingir estar enturmado até de fato se sentir assim, mas parecia que tudo não se passava de uma grande besteira.
Jimin chutou a porta para entrar e já foi ligando o ar condicionado, abrindo a mochila e checando algumas anotações antes de virar-se para os demais e perguntar:
— Vocês topam se apresentar comigo na aula de composição? — Não sabia o motivo, mas estava nervoso, as mãos até tremiam só com a ideia de se apresentar.
— Mas é claro — Taehyung respondeu e Namjoon concordou com a cabeça.
— Mas eu preciso cantar. — Jimin olhou para Jin. — E também vou fazer o solo.
— Ah, então você pode ser a estrela da banda, mas eu não? — Jin respondeu, com o tom mais brincalhão que conseguiu fazer, até deu uma risadinha para não parecer um grande babaca, mas nada do que dissesse mudaria a interpretação dos outros três, que o olharam incomodados assim que terminou a frase.
— É que é sobre o meu imprinting com Jeongguk.
Se fosse em qualquer outro dia, Jin teria insistido só porque não podia ceder. Teria falado mais asneiras até ouvir os gritos de Jimin, as bufadas de Namjoon e a revirada de olhos de Taehyung. Sabia que não ganhava nada com aquilo, até porque, deixou de fazer os solos, concordando com o resto da banda e acatando a decisão do verdadeiro líder que era Jimin, Jin sabia disso e concordava.
No entanto, estava cansado de todo aquele quebra-pau sem sentido. Queria mesmo que eles entendessem que aquele era o seu jeito de brincar com as situações, ainda mais com aquela antiga briga da banda. Jin se achava ridículo por ter tentado ser um guitarrista melhor que Jimin, de bancar uma pose que não era sua. Colocou-se no seu devido lugar e só queria fazer daquele momento uma piada interna, ou coisa do tipo.
— Eu estou brincando... — disse, um pouco incrédulo, cruzando os braços e semicerrando os olhos. — É claro que você pode cantar a música que você compôs sobre o seu imprinting. Eu não sou tão babaca assim. Em algum show, esse pode ser o momento especial em que você canta, tipo quando o Taylor Hawkins canta no show do Foo Fighters.
— Você não é tão babaca, mas não precisa ser tão legal. Vai com calma aí... — Jimin olhou para Namjoon e Taehyung, estranhando o novo comportamento do vocalista e deixando a possível discussão de lado. — Tá, essa é a letra.
Enquanto os três se amontoavam para ler, Jimin plugava a guitarra para não encarar a reação deles. Podia ser ridícula e queria apresentar só para Jeongguk, mas infelizmente, o professor fazia da aula um grande festival de músicas autorais. Estudante de outras aulas e cursos apareciam por ali para prestigiar, ou só porque estavam passando e as canções chamavam atenção.
Começou a dedilhar as cordas e se encaminhou para o pedestal, ouvindo a respiração forte ecoar no microfone. Fechou os olhos, com cada palavra cantada fazendo-o se lembrar da textura da pele de Jeongguk, do gosto do beijo dele e até mesmo da agonia persistente toda vez que olhava para a cicatriz esbranquiçada no peito dele.
Sentiu a música fluir pelos dedos, mudando de posição a cada novo acorde, mal pensando sobre as próximas palavras, querendo evocar a presença do seu alfa, desejando que ele escutasse e viesse correndo ao seu encontro.
Taehyung ensaiava os movimentos que faria na bateria, Namjoon já previa a linha de baixo que Jimin gostaria e Jin, lia a letra, tentando encaixar o melhor momento para a sua voz combinar com a de Jimin, formando uma harmonia única de quem sabia o que estava fazendo.
Quando o som agudo da guitarra foi desaparecendo, os acordes diminuindo a intensidade e enfim alcançando o silêncio, Jimin abriu os olhos e viu os três entorpecidos. Talvez, quem canta sobre sua alma gêmea evoque alguma magia que paralisa.
Taehyung não conseguiu evitar as lágrimas surgirem nos olhos quando escutou o refrão e Jin engolia um nó na garganta, não queria parecer tão afetado, não queria ter desejado um amor daquele jeito ao ouvir Jimin cantar com tanta emoção.
— Que lindo, Jimin. — Taehyung sorria, indo abraçar o amigo. Estava genuinamente feliz com o fim dos seus temores e grato pela existência de Jeongguk naquele plano.
— Não tá muito idiota? Tipo, a letra, sei lá.
— Tá bem romântico — Jin respondeu, voltando a ler a letra antes de começarem os ensaios e para disfarçar o brilho molhado nos seus olhos.
— O Jeongguk vai ficar todo besta... — Namjoon comentou, tirando o seu contrabaixo da capa de tecido. — Você vai chamá-lo para a apresentação na aula?
— Vou perguntar se ele quer ir. Depois da história da foto, ele ficou meio estranho. — Coçou a sobrancelha, balançando a cabeça para afastar os fios de cabelo da testa. — Enfim, Jin, essa aqui é a sua partitura.
E então, os papeis foram distribuidos, as primeiras tentativas aconteceram, interrupções para ajuste foram feitas e a tarde inteira se passou para que conseguissem tocar a música por completo, ainda sem se sentirem completamente satisfeitos. Era a primeira vez que tentavam tocar algo inédito, de autoria própria. Assim, saíram dali com a certeza de que no dia seguinte tudo seria melhor e quem sabe, acertariam logo depois da terceira tentativa.
Jin e Jimin se equilibravam sobre o meio-fio quase solto da entrada do prédio enquanto Namjoon e Taehyung se despediam com beijos e abraços apertados. O alfa fazia o ômega desaparecer atrás de si, abraçando-o pela cintura e afogando-se no cheirinho bom de mel e hortelã, completamente viciado. Nem comentaram sobre glândula de cheiro toda marcada de Jimin, pois a de Taehyung começava a ficar bem parecida e ele nem havia passado por um cio.
Esperavam com um desconforto no ar. Jimin não sabia o que dizer para puxar assunto com Jin, no fundo, tinha medo da grosseria que ele poderia responder, então preferia ficar calado. E Jin, alimentava-se daquela inquietude, do silêncio desconfortável e do desejo de sair andando na frente, Namjoon que o alcançasse depois. Por sorte, o carro de Jeongguk apareceu e Jimin foi parar lá dentro em uma velocidade extraordinária. Jin não deixou de reparar em Yoongi no banco traseiro, olhando pela janela aquele canto desconhecido da universidade.
Jeongguk buzinou para que Taehyung se apressasse e logo o ômega surgiu, andando depressa e sorridente demais. Jin suspirou e acenou um tchauzinho, mas não esperou que alguém o respondesse.
Dentro do carro, Taehyung achava que o cheiro de laranja vinha do pingente pendurado no retrovisor interno e era estranho pegar uma carona em um dia tão normal, já que a última vez que estivera ali foi em um momento de muito desespero e alta velocidade. Passavam pelas ruas perto da universidade e os bares estavam lotados, mas todos eles só desejavam deitar em suas respectivas camas antes das 22h.
Quando começaram a subir os morros de paralelepípedo da Cidade Alta, os olhos pequenos de Yoongi estavam atentos nos casarões que aumentavam de tamanho a medida que subiam. Pararam em frente a casa de Jimin e Taehyung já foi agradecendo pela carona, saindo do carro e sumindo entre as casas da frente.
— Finjam que eu não estou aqui — Yoongi disse e os outros dois riram.
Entreolharam-se com a vontade de realmente estarem sozinhos, cumprindo todo aquele ritual de beijinhos por todo o rosto do ômega e, finalmente, beijar os lábios carnudos com a vontade guardada durante todo o dia.
— Avisa quando chegar, tá bom? — Jimin pediu, dando um selinho na boca do alfa e abraçando-o só para guardar um pouco do seu cheiro. — Foi um prazer te conhecer, Yoongi — disse, virando-se para trás.
— Igualmente. — Yoongi sorriu e mostrou o polegar, logo se contorceu para pular para o banco da frente assim que Jimin saiu e começou a subir as escadas do seu casarão. — Ele é bem legal mesmo. Digo isso sendo uma pessoa olhando de fora, sabe?
— Como assim? — Jeongguk perguntou, de olhos atentos nos passos de Jimin vencendo cada degrau, com a cabeça um pouco deitada no volante.
— Conheço uma pessoa que teve imprinting com um alfa muito chato, insuportável mesmo. — Jimin finalmente entrou e Jeongguk deu a partida, ainda atento ao que Yoongi dizia. — O imprinting cegou essa minha amiga, nenhuma das besteiras que ele falava a incomodava.
— Mas ele não tentou melhorar por ela? — perguntou, virando a esquina e descendo o morro íngreme.
— Não, o imprinting deixa as pessoas preguiçosas. Por que tentar melhorar um relacionamento se eles não vão conseguir se separar?
— A Lua que me livre... — Jeongguk resmungou. — Acho que isso não vai acontecer com a gente. Só nesse tempinho juntos, já tivemos um mini problema e conversamos, nos entendemos e deu tudo certo no final.
— Ele é uma pessoa realmente legal, Jeonggukie. — Yoongi o olhou e relaxou ainda mais no assento. — Você não está cego pelo imprinting. Se isso acontecer, pode deixar que eu te aviso.
— Eu agradeço muito.
E seguiram pela avenida principal, a beira mar margeada pelo parapeito e os edifícios do porto, até chegarem à praia e Yoongi descer na Praia da Costa, em frente a um prédio residencial. Jeongguk continuou o seu trajeto. De um lado o mar, pessoas andando no calçadão e do outro, prédios e mais prédios pintando tudo de cinza, ou refletindo o azul do mar com as suas fachadas envidraçadas.
Seguir para a ponte que ligava a Ilha do Boi ao continente parecia estranho. Tudo estava exatamente igual, mas para Jeongguk, era como se anos tivessem se passado até que voltasse para visitar a casa dos pais. Mesmo que entrasse naquela mansão todos os dias depois da faculdade, ou viajasse e voltasse para lá, não parecia que aquele era o seu lar. Até dar o seu endereço para alguma entrega, ou preenchimento de algum formulário aleatório, parecia errado, como se estivesse pedindo um favor para que os pais recebessem algo para si.
Estacionou o carro e assim que saiu, sentiu a brisa gelada do mar ricocheteando o seu rosto. O som das ondas era uma das únicas coisas que lhe dava algum conforto quando colocava os pés naquele lugar. Olhou para a lua e ela mal aparecia no céu, minguante em uma linha fina e brilhante.
Entrou dentro de casa e a sala estava vazia, como de costume. Subiu para colocar a mala e o restante das suas coisas no quarto. Tomou um banho e vestiu algum conjunto largo de moletom, pois a casa sempre estava fria. Avisou para Jimin que havia chegado e jogou o celular na cama antes de descer e procurar por Mary, estava morrendo de saudades dela e do cheiro da colônia de lavanda que a beta usava.
Desceu as escadas olhando para os degraus e elevou a cabeça quando sentiu o raro aroma de jasmim da sua mãe, parada no meio da sala, com um olhar duro em sua direção. Jeongguk olhou ao redor e viu que o pai estava sentado à mesa de jantar vazia, exalando o seu cheiro apagado de tâmara e canela.
— Quando você iria me contar? — Yoo-mi perguntou, fazendo Jeongguk descer o restante dos degraus e encarar a atriz que via à sua frente, pois tudo o que a mãe dizia parecia milimetricamente ensaiado, prevendo as falas de todos aqueles que viviam ao seu redor, já que nada fugia do seu controle. — Quando você iria me contar? — perguntou novamente, elevando o tom de voz e juntando as sobrancelhas em um olhar repreendedor.
— Não sei — Jeongguk respondeu, em voz baixa. No fundo, queria que a mãe parecesse magoada, não cheia de fúria. — Como descobriu?
— Uma amiga me enviou a foto que você postou e sabe o que ela me disse? — perguntou, sem esperar pela resposta. — Pena que é com um Park. Você sabia que a ômega costumava ser uma Gong e abriu mão de tudo para se casar com uma artista sem ter onde cair morta? — disse, fingindo um tom irritantemente gentil, aumentando o nível da voz de acordo com a sua irritação.
— Nem para ter um imprinting com alguém da alta sociedade você serve... — Hae-soo comentou, mal olhando para o filho, fuçando qualquer coisa em seu celular.
Jeongguk permaneceu parado, exceto pelas mãos que tremiam e os olhos que piscavam, tentando conter as lágrimas. Nada do que preveu daquela situação condizia com as suas expectativas, pois tudo parecia ainda pior.
— Eu preferia que você morresse sozinho ao invés de passar o resto da vida com um ômega como aquele. — Yoo-mi sentou-se no sofá, passando a mão pelo cabelo preso.
Jeongguk ainda absorvia a frase, ecoando dentro da sua cabeça, mal acreditando no que a mãe fora capaz de desejar para o próprio filho. Era ofensivo negar a existência de Jimin. Pensar que aquilo poderia acontecer o causava uma dor física no peito, tamanha a mágoa que sentia. Seu lobo choramingava por dentro, o desejo alheio machucando-o como se fosse realidade.
— O quê? — sussurrou para si mesmo, olhando para o pai ainda sentado, incapaz de discordar da esposa. — Como ousa desejar algo do tipo para mim? — disse, em alto e bom som. — Você não pode dar qualquer tipo de opinião sobre a minha vida, você não sabe o que passei até encontrá-lo... E se eu pudesse, eu esconderia cada mínimo detalhe da minha vida de você, sabe por quê?
Yoo-mi levantou a cabeça, olhando fixamente nos olhos do filho, que eram muito parecidos com os seus, mas não tinham qualquer brilho ou sutileza com a vida.
— Porque eu estou cansado de tentar ser o seu filho, já que você nunca tentou ser a minha mãe.
— Essa casa não diz nada para você? — Ela se levantou, mas se manteve ao lado do sofá. — O carro que você dirige, as viagens que você faz...
— Você acabou de desejar que eu morresse sozinho! — Jeongguk a interrompeu. — Sem o amor da minha vida ao meu lado, sofrendo com os cios, incapaz de chegar perto de outro ômega... Você não entende o absurdo que acabou de dizer? Que tipo de mãe deseja isso para o próprio filho?!
Jeongguk ficou esperando por alguma resposta, mas Yoo-mi permaneceu encarando-o, buscando por algo que justificasse tudo o que disse e fez para ele. Olhou para o pai, que encarava algum ponto na parede, incapaz de lhe dirigir a palavra para dizer algo de bom. Respirou profundamente e voltou a subir as escadas. A cada degrau deixado para trás, uma nova lágrima descia pelos olhos e quando fechou a porta do quarto, desabou, deixando que o peito sacudisse no silêncio, querendo correr para o colo de Jimin e ao mesmo tempo, poupá-lo de tudo aquilo.
Repensava no que os pais haviam dito e mais lágrimas surgiam, como se o seu coração pudesse se quebrar cem vezes só naquela noite.
Nem o esquecimento da revelação do seu lobo parecia chegar perto daquilo, muito menos o primeiro cio que passou sozinho, sem qualquer ajuda de nenhum deles. Enquanto remoía tudo o que escutou, também pensava no que deveria fazer, como se livraria de uma vez por toda deles, e até mesmo, o que ganharia como um pedido de desculpas, pois era tudo o que eles sabiam fazer: suprir as necessidades afetivas do filho com bens materiais.
Olhou para o teto e desejou apagar, dormir e acordar no dia seguinte como se nada tivesse acontecido, esquivando-se da presença deles até que conseguisse se sustentar sozinho e é claro que isso incluía terminar a faculdade. Não poderia largar tudo agora, não tão perto do fim. Podia arranjar um emprego, trabalhar como engenheiro ambiental e estudar biologia ao mesmo tempo. Daria um jeito na sua vida, precisava disso.
Decidiu checar o celular e ver o que Jimin respondera para tentar se apegar as partes boas do que vivia. Precisava se lembrar de que algumas coisas não valiam a preocupação e o controle dos seus pais, pois aquilo que existia entre ele e Jimin era intocável.
Bruxinho 🖤
amoooor
o yoongi é muito legal, ele conversa bastante, né?
sabia que você não teria amigos chatos kkkk
queria ter tido tempo de te encher com mais beijos, quais são os seus planos para amanhã?
porque os meus são de te encher de beijo
me avisa se quiser e puder vir pra cá :3
Gatinho 😺
se eu pudesse, iria agora mesmo dormir com você
e sim, yoongi é um cara muito legal
conversamos bastante hoje sobre bastante coisa
Jeongguk respondeu e deixou o celular de lado, sentindo-se desconfortável usando aquelas roupas, estando na própria pele. Se pudesse, transformaria-se em lobo em situações como essa, quem sabe, pararia de pensar tanto nas palavras que ouviu e se preocuparia somente em sobreviver na selva.
O celular vibrou poucos minutos depois, a tela brilhando na escuridão do quarto. Jeongguk leu e logo se levantou.
Bruxinho 🖤
e por que não pode? 😏
Pegou a mala, que só havia tirado as roupas sujas e respondeu de volta com um "estou indo", saindo de casa sem olhar se alguém ainda estava na sala.
Quando chegou em frente a porta do casarão de Jimin, seus olhos estavam inchados e vermelhos, mas ele não perguntou o que acontecera, apenas o abraçou o mais forte que podia e o acolheu em sua cama, deixando que o alfa mergulhasse em um sono profundo, sem que a sua imaginação chegasse perto do que ele havia escutado. Ninguém mais poderia ser assim tão cruel.
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oieee
terminei de escrever essa história, teremos mais duas semanas de att e daremos tchau a esses dois, então me diz, qual a sua parte favorita desse capítulo?
nos vemos na próxima sexta
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