Capítulo 7
Antes de mais nada, saibam que esse capítulo tá recheadíssimo, e que os personagens vão ganhar vida aí na cabecinha de vocês! Bom, vou colocar mais de uma foto deles, pq não me decidi qual a melhor, vocês vão ver haha. O Thomáz, eu tinha na cabeça, outra pessoa, mas quando eu vi esse aqui... Era o Thomáz!
Matthew Nozska como Thomáz Stanfield.
Bridget Satterlee como Giennah Jones.
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G i e n n a h
Era sexta feira e eu estava destruída, com dor nas costas igual uma idosa. Eu odiava sentir essas dores precoces, porque era como se eu não pudesse suportar mais nada e que era frágil. E eu estava na fase de curtir a minha idade, tinha saído de um relacionamento que o rompimento mudou todo o rumo que eu tinha planejado, e não era hora para sentir os ossos do ofício. Quando todo o pessoal do escritório começou a se arrumar para ir embora e irmos direto para o bar de karaokê, eu fiquei sentada na minha mesa, olhando todos se moverem animados para o fim de semana enquanto eu queria sair dali e ir direto para casa. Porém, eu sabia que se fosse agora, de qualquer forma, o meu vizinho tocaria a porcaria da guitarra e não me deixaria dormir sem me provocar. Então era melhor ouvir uma banda de verdade do que aquilo.
- Giennah, você não vem? – Liv já estava com a bolsa no ombro e sua mesa já estava arrumada quando parou na lateral da minha mesa.
Afastei aqueles pensamentos da minha cabeça e abri um sorriso para ela.
- Ah, sim, claro que eu vou! Esperamos por isso a semana toda – digo. Liv ri e concorda com a cabeça.
- Assim que se fala, garota!
Quando ela se afastou, finalmente me levantei da cadeira e comecei a arrumar minhas coisas e organiza-la para a próxima semana. Para os próximos dois dias, eu tinha planejado ficar em casa com Aby, caso ela não fosse sair com Josh, e assistir alguns filmes, fazer alguns trabalhos para a faculdade e dormir, —que eu estava precisando—, depois da primeira semana desde que me mudei para a casa da minha melhor amiga.
Terminei de arrumar tudo e então peguei minha bolsa. Todos estavam apenas me esperando para sairmos juntos e então, fechar o escritório. George veio logo para o meu lado e começou a puxar assunto enquanto os outros iam falando na frente sobre como passariam o fim de semana.
- E aí, cansada? – perguntou.
Virei o rosto para ele e antes de responder, olhei pela décima vez o seu cabelo puxado para trás com gel. George quase nunca usava gel no cabelo, mas especialmente hoje resolveu usar e eu podia imaginar o motivo, já que iríamos sair “juntos”. Sorri fraco para ele antes de responder:
- Sim, muito! Essa semana foi cheia para mim e não vou mentir que gostaria de estar indo para casa agora – confessei.
Ele riu levemente e concordou.
- Eu também gostaria, pode ter certeza, mas não perderia essa oportunidade de sair com você, mesmo que indiretamente...
Abri um sorriso amarelo para ele. Eu não odiava George, ele era um cara legal, porém insistente. Já deixei claro de todas as formas que não rolaria nada entre nós, mas ele continua dando em cima de mim de qualquer maneira. Nós nos tornamos amigos no escritório, e nossa amizade cresceu desde o último ano e por isso eu rebatia todas as suas investidas de forma aparentemente grosseira, e ele entendia que não era para levar para o coração.
- Pois então aproveite, porque vai ser a primeira e única vez que você vai ter essa oportunidade na sua vida.
O bar era próximo do escritório, então não demoramos para chegar. Nos sentamos em uma das mesas do lado de fora e logo Adam pediu uma rodada de cerveja para todo mundo. Me sentei ao lado de Liv, com George na minha esquerda, Adam na minha frente, com Lucas do seu lado esquerdo, seguido de Clare. Não demorou muito para a conversa começar e vários assuntos aleatórios se formarem. George passou o braço pelo encosto da minha cadeira e bebericou a sua cerveja, relaxado. Peguei meu copo e tomei um gole.
- Porra, a mulher achou que eu era casado quando tive que interromper a foda pra atender a ligação da diarista da minha casa, dizendo que o meu cachorro estava vomitando. Eu tava quase gozando! Vocês tem noção disso? Quase lá, porra. Eu precisei ir embora pra levar o Simba pro veterinário e ainda tive que escutar ela dizendo que eu era um mentiroso e igual a todos... – Adam contou o caso que aconteceu com ele no fim de semana passado. Assim que ele falou, todos rimos do que tinha acontecido, e ninguém perdeu tempo em zoar ele.
- E o que você disse? – Lucas perguntou, tentando controlar o riso.
- Falei a verdade, ué. Expliquei o que tinha acontecido, enquanto eu tava pelado, de pau duro e de bolas roxas! E ela ainda bateu a porta na minha cara!
Mais um ataque de risos e até mesmo Adam estava rindo da própria desgraça. A conversa continuou, até que a banda da noite foi anunciada pelo dono do bar. De onde nós estávamos, não dava para ver a banda no palco, mas estava entretida demais na conversa para levantar e ver mais de perto. A primeira música da noite terminou, e depois de um tempo, a próxima começou, e eu reconheci ser de uma das minhas bandas favoritas, então eu precisava ir lá ver de perto. Me levantei da mesa e chamei o pessoal.
- Gente, eu vou lá. Vão ficar aí?
Liv e Lucas se animaram e levantaram também, e os outros disseram que iam depois. Passei pelo aglomerado de pessoas e arranjei um espaço que dava para ver o palco. A banda não era muito grande, com um vocalista, baterista, e como tinha um foco de luz em cima do palco, não dava para ver o rosto de todos eles, mas um guitarrista e um cara no baixo completavam a banda. Comecei a mexer o corpo no ritmo da música, junto com os meus amigos que começaram a se soltar também. A voz do vocalista era grave e muito boa com a música fazendo reverberar dentro do meu peito. Levantei os braços e fechei os olhos, sentindo todas as batidas. A música era muito boa, e uma das minhas preferidas do Arctic Monkeys. Não podia deixar de sentir como a música pedia. Logo que o último acorde da guitarra soou, indicando que tinha acabado, abri os olhos e bati palmas como todos a minha volta. A banda era realmente muito boa, porque não era qualquer um que conseguia cantar fielmente as músicas deles.
O foco de luz do centro do palco saiu da minha visão assim que uma cabeça passou na frente da lâmpada e então se focou. Eu não reconheci de primeira, pela energia da última música ainda tocando na minha cabeça. Aos poucos o rosto e o corpo tomaram forma e se juntaram em uma única pessoa que eu não esperava ver: Thomáz Stanfield. Ele estava arrumando a guitarra na frente do corpo, parecendo concentrado no que fazia, e depois ajeitou o microfone na altura do seu rosto. Alguns segundos depois, ele começou a cantar I Wanna Be Yours e fechou os olhos. Eu não consegui me mover mais, concentrada apenas nele, ali, lindo, cantando uma música daquelas. Olhei para a sua postura, analisei suas roupas, que não me surpreenderam, quando vi uma calça jeans preta justa, torneando as suas coxas grossas, tênis e uma camisa fina branca. Seu pé direito batucava no chão conforme dedilhava a guitarra e sentia as batidas da música. Subi os olhos para o seu rosto, prestando atenção na sua expressão. Sua fisionomia era concentrada, entregue na música, com o cenho levemente franzido e a boca praticamente colada no microfone, enquanto a boca rosada raspava no metal e soprava a letra da música de maneira perfeita. O suor na sua testa escorria pela sua têmpora e por todo o seu pescoço, juntamente com os braços molhados pelo suor. Provavelmente a luz em cima da sua cabeça, quente, e a energia que o palco deveria proporcionar, ocasionava essa reação, mas nesse momento, a única coisa que proporcionava para mim e para outras mulheres que olhavam praticamente babando nele, era uma visão excepcional, na falta de outra palavra.
Eu estava intrigada ainda por ver meu novo chefe, lutador de lutas clandestinas e também meu vizinho, ali, cantando tão perfeitamente, quando seus olhos se abriram e se focaram em mim. Eu gelei quando percebi que ele não desviou os olhos, e nem mostrou surpresa por me ver no meio daquelas pessoas. Sua atenção estava totalmente em mim enquanto ele cantava o refrão. Eu conhecia a letra de cor, e não percebi quando meu lábios começaram a cantar junto com ele. Thomáz olhou para mim até o final da música, como se ele quisesse que eu entendesse que aquela letra era para mim.
Eu estava muito concentrada nele, com os pensamentos confusos e com várias perguntas se formando na minha cabeça, quando senti um braço passar pela minha cintura, e então eu quebrar o contato visual. Quando notei George ali, se aproximando do meu ouvido, eu só consegui pensar que Thomáz estava vendo aquilo e poderia tirar várias conclusões, porém foquei no meu colega.
- O pessoal já está indo. Adam bebeu demais e Liv está rindo até do vento – sussurrou no meu ouvido. Eu ri, porque sabia como eram os meus amigos quando passavam dos limites no álcool.
Assenti para ele e percebi que nem mesmo tinha notado que Liv e Lucas tinham saído da pista de dança. Eu tava mesmo desligada de todo mundo e focada em uma única coisa em cima daquele palco, me encarando com aqueles olhos azuis. Antes de me deixar guiar por ele, dei uma última espiada em Thomáz e vi seu cenho se franzir ao ver um cara me levado dali, mas também não revelei nada do que aquilo significava.
Assim que pagamos a conta, que rachamos, seguimos para a rua e começamos a nos despedir. Dei tchau para todos e então, segui para casa. O caminho do bar até o estágio durava uns cinco minutos, e do estágio para casa, também. A faculdade era próxima, então me mudar para o prédio de Aby foi uma benção para essa última etapa de faculdade e final de estágio e, depois, poderia arranjar um apartamento só meu e me focar em concursos para juíza federal. No caminho do bar para casa, não pude evitar de deixar os meus pensamentos voarem até o meu vizinho. Eu senti uma atração por ele assim que me deparei com o seu corpo parcialmente nu no dia em que me mudei. Eu não podia negar, o cara era gostoso pra caralho! Mas eu senti medo quando notei que essa atração aumentava sempre que ele me provocava, ou dava um dos seus sorrisos. No dia da luta clandestina, não foi diferente. O que me confortava, era que qualquer mulher que se deparasse com um homem como Thomáz, iria sentir o mesmo. E esse era um dos motivos para eu não me deixar levar facilmente: que ele fazia isso, provavelmente, com todas as mulheres.
Eu protegeria o meu coração de qualquer aproximação amorosa que pudesse vir agora. Eu ainda estava machucada, mais forte?, sim, mas não curada. Eu precisava esquecer completamente o que Kieran fez com o meu coração para assim, poder entrega-lo para outra pessoa, mas mesmo assim, não seria mais inteiro, porque ele tinha quebrado uma parte do meu coração que não estava cem por cento intacta: a confiança. Confiar em outra pessoa seria o maior desafio.
Quando entrei no elevador, ainda estava pensando sobre a atração que sentia por Thomáz, e de que não conhecia nada sobre o cara pelo qual sentia isso. As portas do elevador se abriram e então pisei no corredor, indo em direção a minha porta e pegando as chaves. Mas assim que parei em frente a minha nova casa, pensei se esse não era um bom momento para conhece-lo, ou pelo menos tentar. Dali, poderia sair uma amizade, ou algo mais sério, mas não pensava nisso agora. Queria apenas saber quem era o vizinho tocador de guitarra, chefe e lutador clandestino nas horas vagas.
Então entrei em casa, deixei a bolsa na bancada e procurei por Aby. Ela não estava, o que significava que estava na casa de Josh, provavelmente. Chequei o celular para ver se ela tinha avisado algo, e encontrei uma mensagem não lida da minha melhor amiga:
Não me espere acordada. Vou dormir na casa de Josh hoje, bj.
Suspirei e então fui até a geladeira ver se tinha algo pronto e não encontrei nada além de sucos e restos de comida. Na porta da geladeira tinha um panfleto de uma pizzaria, o que atiçou a minha barriga vazia. Peguei o telefone e pedi uma pizza grande de calabresa — só de pensar já me dava água na boca —. Então, saí para o corredor e sentei no chão, na parede entre a minha porta e a de Thomáz, esperando ele chegar. Eu não sei se ele iria se encontrar com alguém em algum lugar depois do show, ou se iria trazer alguém aqui, o que começou a me deixar um pouco aflita e com vergonha.
Que tola, isso não fazia o menor sentido! Eu nem sabia se ele queria me conhecer, ou se iria querer conversar a essa hora, em plena sexta-feira a noite.
Eu estava prestes a me levantar do chão, entrar na minha casa e esperar apenas a minha pizza chegar, quando a porta do elevado se abriu, e ele passar por ela. Seu olhar veio direto na minha direção e se franziu, em estranhamento. Suas chaves estavam em uma mão, e sua guitarra estava atravessada no seu peito. Ele parecia um pouco cansado, mas mesmo assim, muito bonito. Seus olhos azuis me analisaram ali, no chão, enquanto se aproximava e parava na minha frente.
- O que você está fazendo aqui no corredor? – ele quebrou o silêncio.
Desviei o olhar para os seus pés, encarando o seu Vans surrado, sem encara-lo enquanto respondia:
- Eu... estava esperando você chegar. – disse, por fim, com medo dele estranhar o que eu tinha dito.
Na minha cabeça era muito mais normal, porém, assim que as palavras saíram da minha boca, notei que era uma idiotice sem tamanho.
- Me esperando? – seu tom surpreso e incrédulo fez eu levantar o rosto na sua direção.
- Sim... Eu queria conversar com você... Se você quiser, claro, mas você deve estar cansado e...
- Mas conversar o que? – me cortou.
Seus olhos azuis estavam confusos, mas brilhantes sob a fraca luz do corredor.
- Eu... – quando eu comecei a falar, o elevador se abriu e o entregador de pizza saiu pela porta, encarando nós dois, que passamos a fita-lo. Ele parecia constrangido pela cena, e um pouco tímido. – É pra mim, Giennah Jones.
Me levantei e passei por Thomáz, que ainda parecia muito confuso com tudo o que estava acontecendo ali. Peguei o dinheiro na carteira e paguei a pizza, pegando a caixa e vendo o entregador andando rapidamente para o elevador, que se fechou logo em seguida. Segurando a caixa, encarei Thomáz e sorri fraco.
- Quer uma pizza? – ofereci, testando a sua reação.
Ele me encarou por um tempo, analisando o meu rosto, meu corpo, e constatando que eu estava com a mesa roupa do show. Então ele finalmente parou os olhos no meu rosto.
- Só vou guardar a guitarra e já volto. – ele se afastou da minha porta e entrou no seu apartamento. Suspirei de alívio quando ele não podia mais ouvir.
Peguei uns guardanapos na cozinha e voltei para o corredor. Parecia que ter uma conversa assim num apartamento que não era meu, e convidar um estranho, não era certo, então apenas sentei e abri a caixa de pizza, aguardando Thomáz voltar.
O cheiro da calabresa me invadiu e então ele voltou, o que me fez babar pela sua visão casual, e não pela pizza. O meu vizinho estava com uma calça de moletom e sem camisa, provavelmente porque estava calor... ou era o meu corpo? Eu já não sabia mais.
Ele franziu o cenho quando me viu ali.
- Não vai me convidar para entrar? – perguntou.
Sorri levemente e peguei um pedaço de pizza.
- Não é como se eu te conhecesse o bastante para já poder fazer isso... – dei uma mordida, fazendo o queijo se esticar da minha boca até a fatia de pizza, e se romper.
Thomáz riu, o que me deixou mais segura e então se sentou no chão ao meu lado,
- Tudo bem, vizinha. Acho que eu posso aguentar – ele indicou a caixa de pizza, perguntando com os olhos se podia pegar.
Neguei com a cabeça, tendo uma ideia de repente.
- Só pode comer quando responder uma pergunta, e isso vale para nós dois.
Ele franziu mais o cenho, mas assentiu, sorrindo em seguida enquanto olhava para mim.
- Esperta... – cerrou os olhos.
Me aprumei mais no meu lugar, largando a pizza para começar o ‘’jogo’’.
- Bem, posso começar?
Ele assentiu.
- Manda.
Sorri travessa, pensando no que eu mais estava curiosa para conhecer sobre Thomáz Stanfield.
Espero que vocês não me matem por esse final, masssssss, fortes emoções nos próximos capítulos rsrsrs
Fiquem com esse Gif como recompensa
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