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Capítulo 46

G i e n n a h

Assim que descemos do carro, Thomáz foi abrir o porta malas para pegar nossas bolsas, enquanto eu andava lentamente olhando para todos os cantos e parando há uns três metros da enorme casa de campo cercada por vidro à minha frente. Senti a presença de Thomáz ao meu lado, mas não me virei, fascinada com cada canto daquele lugar que mais parecia saído de uma revista de arquitetura.

- Quer entrar ou prefere ficar olhando do lado de fora?

Me virei para a voz risonha de Thomáz e revirei os olhos.

- Não é como se eu visse uma casa dessas todos os dias. Ela é fantástica!

- Porque você ainda não viu por dentro. – Ele segurou a mão livre na minha, enquanto a outra segurava com facilidade as nossas duas bolsas grades de viagem. – Vem.

Ele me guiou até a porta, a casa ficando mais próxima e maior a cada passo. Depois de encaixar a chave na fechadura e abri-la, eu perdi o fôlego. À nossa frente, duas poltronas brancas jaziam de costas para a entrada e de frente para uma parede de vidro à frente. As paredes davam lugar a placas enormes de vidro, dando vista para a mata e grandes árvores. Olhando pela sala, mais cadeiras completavam o ambiente casual de entrada, em estilo rústico. Uma mesa de centro expunha revistas e peças de vidro delicadas. Abaixo das grandes janelas, uma fogueira moderna crepitava um fogo baixo. Eu me sentia mesmo entrando em uma dessas revistas de arquitetura clássica e caras. Era com certeza um lugar que eu amaria morar. Dei mais um passo para dentro, olhando para a esquerda, dando de cara com uma cozinha toda ordenada em madeira clara, com móveis mais rústicos ainda que os da sala. Uma grande mesa com dois longos bancos em cada extremidade dava de frente para uma vista verde e arborizada.

Senti as mãos de Thomáz nos meus ombros, antes de tirar os olhos da grande mobília à minha frente e me virar para ele, em completo deslumbramento.

- É incrível, Thomáz. Eu não... Eu não imaginava que viríamos para um lugar como esse.

Ele ergueu as sobrancelhas, estampando um sorriso para mim.

- E o que você imaginava?

Dei de ombros, sentindo suas mãos descerem dos meus ombros para a minha cintura, de forma lenta e sensual que me tirou o foco rapidamente.

- Talvez mais uma daquelas exposições de moto? – Brinquei.

Ele riu, aproximando mais o corpo do meu.

- Eu não te torturaria dessa forma novamente.

Fingi tristeza, fazendo uma careta de reprovação.

- Mas eu esperava e sonhava que dessa vez você me daria um capacete de abóbora, talvez. – Aproximei a boca do seu ouvido, como se estivesse contando um segredo. – Sabe, melancias saíram de moda, mas eu não quero te chatear.

Ele deu uma risada profunda, estremecendo o meu corpo que estava colado ao seu.

- Essa seria uma ótima ideia, pena que não pensei nisso antes.

Dei de ombros novamente.

- Sim, uma pena.

Ele se afastou de mim, mas com uma mão ainda em volta da minha cintura, me guiando para uma escada à direita que dava para o segundo andar da enorme casa. Subimos pelos degraus de madeira, chegando ao topo da escadaria. O piso também em madeira levava para três portas à frente, sendo que haviam mais dois corredores, um para a esquerda e outro para a direita que provavelmente levavam para mais portas.

- Aqui – apontou para a primeira porta da esquerda para a direita à nossa frente – é o primeiro quarto de hospedes.

Ele então abriu a porta, revelando um amplo quarto com paredes também em madeira, com uma cama de casal com lençóis brancos. Em cima do colchão, jazia uma toalha perfeitamente dobrada, na mesma cor da roupa de cama. Ao lado da cama, de frente para a porta, uma enorme janela de vidro com cortinas finas abertas, revelava a paisagem do lado de fora. O mais impressionante era que do segundo andar, diferente do primeiro, claramente, era possível enxergar o topo das árvores e uma grande piscina no andar de baixo.

- Os outros quartos ao lado também são de hóspedes. Antes, quando éramos eu, meu pai e minha mãe, dividíamos esses quartos. Eu nesse, Nicholas no do lado e meus pais no último. Gostávamos de dormir a uma parede de distância de cada um.

Me virei para ele, ouvindo sua confissão. Thomáz nunca revelou algo sobre sua família, nem mesmo antes. Mas nós tivemos um curto tempo para nos conhecermos e nos apaixonarmos, o que não deu tanto espaço para nos conhecermos tão profundamente. Eu estava feliz de estar aqui, desenterrando um lado dele que eu ansiava descobrir e conhecer. Saber que um Thomáz pequeno e com curtos cabelos loiros corria por essa casa era reconfortante.

- Essa casa deve guardar muitas lembranças, já que você costumava vir aqui quando criança.

- Sim, muitas. – Um misto de tristeza e nostalgia passou pelos olhos dele, desaparecendo rapidamente antes de um brilho de felicidade substituir o que quer que tivesse anuviado seus pensamentos. – Eu lembro do cheiro da torta de limão que meu pai costumava fazer para a gente lá embaixo. O cheiro impregnava a casa. Eu posso sentir ainda. – Sorriu, olhando para o teto, como se pudesse ver a fumacinha cheirosa rodear o ambiente.

Ele olhou para mim, ainda com o sorriso de menino no rosto.

- Eu herdei um pouco desse lado dele de cozinhar. Tinham madrugadas que eu e ele descíamos, no mesmo horário, e roubávamos da geladeira a torta que ficava sempre pela metade depois que comíamos todos juntos mais cedo. Eu sempre comia duas fatias, guardando para o assalto mais tarde, e meu pai também. Já minha mãe e meu irmão comiam uma, cada. Eles não eram tão fãs assim da torta de limão do papai como eu e ele. E então, atacávamos a torta, deixando apenas uma fatia intacta na geladeira só para não lavarmos a louça. Era algo que fazíamos todas as madrugadas quando vínhamos para cá.

Me aproximei dele e limpei uma lágrima solitária que começou a rolar pelo seu rosto. Ele só percebeu que tinha começado a chorar, quando os meus dedos tocaram o seu rosto. Ele piscou, fazendo outras duas lágrimas escorrerem.

- Eu não sei o que aconteceu com o seu pai, mas eu tenho certeza que independente do que seja, ele te amava. Seria impossível alguém não amar você, Thomáz. Você tem os seus próprios demônios. Cabe a você enjaula-los e deixar que eles consumam a sua parte boa, ou simplesmente deixa-los sair, libertando o que quer que te atormenta.

Eu só dizia aquelas palavras, porque eu podia sentir que em meio a lembranças lindas com o seu pai, algo no seu tom carregava mágoa. Eu me perguntei se quando eu contei para ele sobre Kieran, ele tivesse tido a mesma vontade de arrancar toda a minha tristeza assim como eu queria arrancar as suas agora. Vendo aqui, suas lágrimas e seu semblante levemente abatido, eu conseguia sentir pela primeira vez o que era estar no lugar de Thomáz, há dois anos. Eu via nos seus olhos claros a força que ele carregava, a tal da luz que eu não acreditava existir. Ela estava ali, brilhando, enjaulada dentro do seu coração, pronta para ser liberta. Eu sentia que Thomáz guardava algo que estava preso dentro dele e que nunca havia saído. Algo que foi o estopim para suas lágrimas irromperem as barreiras do semblante forte que ele carregava.

Ele tinha me ensinado como era cuidar de mim mesma, como era ser forte por mim mesma. Ele tinha me mostrado como tirar da gaiola os meus demônios, como era ser livre por mim, sem uma dependência emocional que eu nem sabia que eu tinha. Agora cabia a mim, fazer o mesmo por ele. Dar conselhos não significa ser mais sábio e nem mais maduro. Muitas das vezes, conselhos são espontâneos, do coração. Não há ligação racional, até porque se tivesse, muitos dos conselhos que damos seriam seguidos por nós mesmos. Eu aprendi que talvez, o que você ensina, aconselha, ou faz por alguém, é reflexo do que você precisa ouvir. Algo que lá no fundo, você precisa saber, para seguir em frente. Mas essa voz sábia está tão no fundo, que o eco não chega até você. Talvez seja a perda de confiança em si mesmo e que te faz pensar que nada do que você aconselha serve para a sua própria vida. Então, quando não ouvimos a nossa própria voz, significa que perdemos, em algum momento da vida, a confiança em nós mesmos. E é aí que você deve olhar no espelho, focar os seus olhos nos olhos que te encaram no reflexo, e abrir o seu coração, aconselhar aquela pessoa que você enxerga, até conquistar a sua confiança. Até acreditar tanto em si mesma, que biscoitos da sorte ou frases motivacionais vão estar fora de moda.

Thomáz olhava para mim com os olhos marejados enquanto eu segurava os dois lados do seu rosto.

- Acho que invertemos os papéis, não? – Disse ele, começando a abrir um sorriso.

Relaxei os ombros, sorrindo de volta.

- Um grande sábio me deu algumas dicas.

Em um segundo, seus olhos não tinham mais lágrimas, e no outro, um sorriso cheio de dentes se fixava nos seus lábios enquanto minhas mãos deixavam o seu rosto e seus braços me erguiam do chão.

- Você enlouqueceu?! – Gritei.

- Ainda não.

Ele saiu do quarto comigo nos braços, enquanto eu segurava o seu pescoço com um pouco mais de força do que o normal. Ele desceu as escadas, fraquejando as pernas de propósito, fazendo eu agarrar o seu pescoço com mais força ainda.

- Eu juro por Deus, Thomáz, que se eu cair daqui eu vou fazer você pagar.

Ele riu.

- Dependendo da punição, eu deixo você cair agora mesmo.

- Você não seria capaz.

Seus braços se afrouxaram do meu corpo e me soltaram. Eu gritei até sentir um chão não duro, mas macio. Olhei para baixo de mim, encontrando uma grande cama com lençóis brancos e cercada por barras de dossel. Fechei os olhos, respirando fundo, só para abri-los em um rompante e desferindo um tapa no braço de Thomáz.

- Você enlouqueceu, não é possível. Quer me matar do coração? Como eu não vi que estávamos em um... – Olhei ao meu redor, encontrando um quarto totalmente exposto por uma porta de correr aberta na frente, dando a visão de uma enorme piscina e espreguiçadeiras. – Em um quarto?

Ele se jogou ao meu lado na cama e olhou, de lado, para a vista à nossa frente.

- Você estava tensa demais nos meus braços para sequer notar em que parte da casa estávamos. – Ele olhou para mim, ainda esparramado na cama. – Você é uma medrosa, Giennah Jones.

Cerrei os olhos na sua direção.

- Eu não repetiria isso se fosse você.

Assim que ele abriu a boca para repetir o insulto, ergui a mão até a sua boca, o impedindo. Ele riu por baixo da minha palma. Seus olhos encontraram os meus, dessa vez não mais divertidos como antes e sim, com um brilho malicioso que apareceu em questão de segundos. Senti a ponta da sua língua tocar a pele da minha palma. Estremeci levemente, enquanto a sua língua continuava o trajeto de uma linha fina, provocativa. Tirei a mão da sua boca antes que fizesse alguma besteira e me levantei da cama, ajeitando as minhas roupas e caminhando até o lado de fora do quarto, parando há alguns metros de distância da piscina. Virando para a direita, um sofá branco e longo estava encostado na parede, com uma mesinha na frente. Virando para a esquerda, um chuveiro alto jazia ao lado da piscina, na frente de mais um sofá amplo. Na diagonal direita da piscina, uma extensa bancada de madeira separava a área de lazer de uma churrasqueira e uma pequena cozinha. O resto à frente era preenchido por uma grama perfeitamente cortada e árvores altas.

- Bom, Jones, esse é o quarto principal. Você pode escolher dormir aqui ou em um dos de cima. Mas, se escolher o daqui de baixo, haverá uma condição. Um pequeno empecilho talvez, dependendo do ponto de vista.

Juntei as sobrancelhas, pronta para aceitar a condição, já que eu não seria cega de recusar usufruir desse quarto com uma vista dessas. Eu já podia sentir qual seria o pequeno empecilho assim que ele sorriu.

- A cama tem uma espécie de... bem, digamos que um acessório que já vem com ela, sabe? Algo que você terá de conviver caso escolha esse quarto.

Fingi uma expressão séria, uma das que eu usava no Tribunal quando estava prestes a ouvir um acordo do advogado de defesa.

- Ah, é mesmo? Sou toda ouvidos, Stanfield.

- Caso a senhorita escolha esse quarto, deverá aceitar que dormirá na mesma cama que eu. É algo que não vai ter como fugir.

Afundei mais ainda as sobrancelhas.

- Bom, por esse ponto, é algo importante de se considerar. Ainda mais por você se igualar a um objeto. Espero que esse objeto não ocupe muito espaço. Gosto de dormir esparramada, se é que me entende. Talvez o seu pequeno empecilho que deverá refletir se é vantajoso ou não me ter nessa cama.

Ele assentiu, sorrindo.

- Muito esperta, Jones. Acredito que isso seja um veredito para a sua escolha de cômodo.

- Claro, não recusaria uma oportunidade como essa.

- De dormir comigo?

Sorri para ele antes de voltar para o quarto e voltar para o interior da casa.

- Não, Stanfield, de acordar com uma vista dessas, sabe? – O encarei do batente da porta. – Uma vista para um céu azul e um sol bem loiro coberto por nuvens brancas. É algo que eu não vejo há muito tempo. Não seria tola de recusar. – Pisquei antes de sair do quarto, sorrindo, esperando que ele entendesse o trocadilho.

Ouvindo o seu bufar seguido de um palavrão, soube que ele tinha entendido. Ele sempre entendia.








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