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Capítulo 42

G i e n n a h

É normal sentir o chão sumir, como se você estivesse flutuando? Ou sentir que de repente, você começa a se dar conta de que tem tudo a perder? Provavelmente sim, já que eu já conhecia essas sensações. Já sabia no que aquilo poderia me levar. Mas sentir o chão desaparecer era o mínimo que eu poderia esperar. Eu enxuguei a gota que descia pelo meu rosto antes mesmo de me dar conta de que ela não era a primeira. Eu vi quando ele se ergueu na cadeira, como se estivesse tão em choque quanto eu. Naquele instante, eu também me perguntei se era normal sentir que o meu coração estava parado até agora, e que tinha começado a bater novamente depois de muito tempo adormecido. Ler aquele nome e vê-lo no mesmo momento era como se eu tivesse levado um tapa forte, daqueles que te despertam. Eu perco totalmente a noção do tempo, hipnotizada demais com o azul intenso dos seus olhos focados em mim. Eu não pensava que ele poderia ficar mais... lindo do que já era. Sua barba estava aparente com os fios loiros por toda a parte, o cabelo parecia mais dourado do que nunca, um pouco cheio, muito diferente do homem que eu tinha deixado há dois anos. Seus lábios estavam entreabertos, com o meu nome ainda fresco na língua.

Sentia minhas pernas tremerem levemente. Eu só precisava de ar, me acalmar. Eu não fazia ideia de como eu o julgaria. Não sabia como dar uma sentença para o meu maior ponto fraco. Eu tinha lido muito rapidamente o caso, sendo que eu tinha acabado de participar do maior julgamento da minha carreira até agora, e não sabia ainda no que Thomáz tinha se metido. Eu vi Rato ali também, e a única coisa que me veio na cabeça foi que primeiro: ele tinha voltado para cá, e segundo que se Rato também estava envolvido, era porque talvez o motivo fosse alguma intriga entre os dois. Somei dois mais dois junto com a denúncia do galpão clandestino.

Eu realmente não fazia ideia de como eu conseguia pensar nisso tudo com a minha cabeça entorpecida do jeito que estava, ainda em choque. Me virei para o policial que estava atrás de mim e o informei que precisava de dois minutos antes de começar a audiência. Deixei que o Promotor desse o recado, enquanto eu atravessava a porta para a parte de trás do Tribunal. Inspirei o ar fresco, mas como se isso pudesse me trazer uma dose de realidade, apertei os olhos, tendo diversas cenas que eu me forçara a esquecer para focar na minha vida sem ele, atravessando os meus pensamentos. Como poderia? Como eu poderia estar tão desestruturada depois de tanto tempo, quando o vi? Mas bastou uma lembrança do seu envolvimento com outra pessoa que eu soube com os meus próprios olhos, para sentir meu coração doer novamente. Já era hora de agir de outra forma. Mesmo que fosse mais difícil do que eu poderia suportar. Ouvi a porta sendo aberta atrás de mim, mas não me virei. Eu sabia que se eu me mexesse naquele momento, poderia cair.

- Você está bem, Giennah?

Olhei para trás por cima do ombro, vendo Damon se aproximando lentamente de mim. Me virei para frente novamente, cerrando os punhos na frente do corpo enquanto encarava pela fresta da janela o céu azul.

- Eu vou ficar. Só precisava de um pouco de ar.

Damon e eu nos envolvemos algumas vezes nesses últimos anos, mas nada que fosse além de uns momentos. Eu tinha deixado claro que ainda não estava pronta para algo sério, e ele se contentou com isso, mesmo eu sabendo que ele não pensava o mesmo que eu. Ele era o advogado de Rato hoje, e o mundo não poderia conspirar mais ainda contra mim, hoje.

- Leve o tempo que precisar.

Me virei para ele, que a essa altura já estava do meu lado.

- Eu sei o tempo que eu posso ficar aqui, Damon, não preciso que me instrua.

Eu sabia que tinha soado ríspida demais, mas isso era o que me irritava em Damon: o espírito arrogante. Ele era uma boa pessoa, mas tinha momentos em que a sua posição falou mais alto. Ele se achava o dono do mundo, pensava que poderia mandar em quem quisesse. Mas ele sabia que comigo não era bem assim, mesmo que ele ainda tentasse fazer o mesmo comigo às vezes.

- Eu não sei o que aconteceu com você, mas espero que se resolva e que você faça o que tem que fazer naquele Tribunal.

Dessa vez eu me virei para ele, ficando cara a cara. Eu era alta, e ficava mais ainda em saltos altos como eu estava agora, então ficávamos na mesma altura.

- Eu sei o que eu tenho que fazer. Tanto sei que eu sou a juíza, Damon. Pare de querer comandar tudo ao seu redor. Se você se dá tão bem coordenando tudo e todos, porque não se tornou um professor, por exemplo? Isso seria muito mais bem usado. E eu espero que essa seja a última vez que você tente tirar vantagem do nosso envolvimento passado para se sobressair no processo. Eu não jogo sujo. Eu nunca entro em um Tribunal para brincar de casinha, Damon. Eu entro para fazer justiça, então pare de tentar fazer o contrário.

Com um último olhar para ele, caminho, agora com muito mais confiança dentro de mim, de volta para o Tribunal. Quando me aproximo do meu lugar, lembro de quem está bem na minha frente, e sem conseguir me controlar, volto a olhar na direção dele.

O que você fez, Thomáz?

Eu sabia que se tivesse que fazer algo que eu não queria, eu teria de fazer mesmo assim, mas me contorcia por dentro só de imaginar. Fecho os olhos por um segundo e respiro fundo, mantendo a calma. Quando volto a abri-los, sorrio fraco na direção da pequena plateia e então dou início ao julgamento. Primeiro a advogada de Thomáz, a senhora Julia, relata os acontecimentos. Ela explica detalhe por detalhe. Eu já sabia o que vinha a seguir, e apenas sentia meu coração acelerado. Eu precisava ignorar isso e focar no meu trabalho, mas eu já sabia que em coração não se mandava, nem se eu quisesse. Me aproximei do pequeno microfone, e olhando para ele, anunciei:

- Thomáz Stanfield, você poderia testemunhar em sua defesa?

Ignorei a sensação de dizer o seu nome em voz alta e de sentir novamente como era falar com ele diretamente.

Ele assentiu e se levantou, mais alto do que nunca. Engoli em seco enquanto ele fazia o juramento de dizer a verdade perante o Tribunal. Observei de relance ele se aproximar para o assento no meu lado esquerdo e se sentar. Com o foco no papel em minhas mãos, fiz a primeira pergunta:

- O que você estava fazendo nas exatas dez e quarenta e três da noite, em um beco?

Eu já sabia a resposta, o que me fez sentir como se eu não fosse tão profissional, mesmo que tenha sido estupidez pensar isso. E isso não se dava pela argumentação da advogada dele.

Ele olhava para mim, e eu via os pequenos movimentos dos seus olhos pelo meu rosto, enquanto respondia:

- Eu estava indo me encontrar com o meu amigo, Bryan.

Ouvir a sua voz de perto depois de tanto tempo, me arrepiou por inteira. Eu não podia deixar que o meu lado pessoal afetasse nesse momento, então tentei não transparecer.

- E onde o Bryan estava?

- No galpão de lutas.

Meus olhos não se desviavam dos dele.

- O que vocês pretendiam fazer?

- Sair para tomar uma cerveja em um bar para comemorar a minha... volta.

Olhei para o papel em minhas mãos, mesmo sabendo o tempo exato de dias que ele tinha ficado fora de Woodland.

- Aqui consta que você teve seu nome registrado na folha de pagamento do galpão pela última vez há dois anos. Onde esteve nesse tempo?

- Na Califórnia, Los Angeles. Fui, porque ...

Engoli em seco. Nós dois sabíamos bem o porquê, mas aquilo era um Tribunal, e eu estava o julgando. Eu riria, se o pensamento de estar julgando alguém que você amou, não fosse algo desesperador.

Ele engoliu em seco, desviando o olhar do meu.

- Porque eu tinha planos de abrir um negócio na Califórnia, e eu o montei durante esses dois anos.

Eu me perguntava se tinha dado certo, mas eu não tinha espaço para bater um papo com ele como se fossemos amigos, e não estivéssemos tendo uma conversa como réu e juíza. Eu sentia no fundo que estava tentando justificar qualquer coisa com o motivo de estarmos em um ambiente tão sério e que era o meu maior sonho. Mas eu não podia agir como se isso não estivesse me afetando.

- E do que se trata o seu negócio? – Perguntei.

Ele rapidamente voltou o olhar para o meu.

- Uma oficina de motos e carros.

- E qual o nome do estabelecimento? – Perguntei, séria.

Algo brilhou nos seus olhos, mas eu não sabia o que era. O canto esquerdo da sua boca se ergueu, fazendo eu pigarrear, tanto para mim quanto para ele. Eu estava tensa ainda com aquilo tudo.

- Você não leu a carta... – Ele sussurrou.

- Como? – Mas eu tinha escutado perfeitamente. E nós dois sabíamos o que aquilo significava.

- Besouros. – Ele respondeu.

Abri a boca levemente. Voltei instantaneamente no momento em que éramos duas pessoas despreocupadas e que estavam se apaixonando sem perceber, e eu chamava as motos de besouros gigantes. Eu não queria pensar que o nome da oficina dele tinha algo a ver com isso, mas pelo seu olhar e pelo que ele sussurrou, eu já sabia o motivo.

- Excelência, eu tenho uma objeção. Isso é realmente necessário? O fato é que ele estava na cena do crime, o que...

- Objeção negada. – Disse, me virando para Damon, que estava em pé atrás da mesa.

Ele fechou a cara, mas se sentou novamente. Me voltei mais uma vez para Thomáz.

- E como você pode argumentar que não estava envolvido com os atos ilícitos que ocorriam a alguns metros de onde você e o senhor Jonas estavam brigando?

- Porque como consta no processo, eu não estava em Woodland. Tinha acabado de chegar e me encontrei com o Jonas no caminho. Tínhamos um desentendimento, então trocamos alguns insultos e agimos pela raiva. Qualquer um que estava na casa da minha mãe pode confirmar que eu estava lá minutos antes de acontecer o que aconteceu. Eu não tinha planos de entrar no local, e sim de encontrar com o meu amigo. Só saí à noite, sem intenção de fazer nada além de beber com um amigo em um bar. Não sei mais o que dizer além da verdade, que é esta.

O problema de tudo aquilo era que eu confiava e acreditava nele, mas não podia agir com o coração. Tinha que fazer perguntas desnecessárias na minha visão, mas ainda assim, eu já tinha a sentença pronta, apenas precisava seguir o protocolo.

Depois de mais algumas perguntas sobre o ocorrido, ele se dirigiu novamente para o lado de Julia. Em seguida, Rato ocupou o lugar ao meu lado, respondendo as minhas perguntas. Eu sabia que ele era envolvido com drogas, e muito provavelmente estava naquele beco por isso, ou por estar indo lutar no galpão. O problema era que ele omitia o motivo por estar ali naquela hora. Circundei suas respostas, até ele dizer que esperava uma pessoa específica para tratar de assuntos, o que foi suficiente para a minha sentença.

Depois da argumentação do Promotor, encerrei as discussões dos advogados e debati particularmente com ele, revelando minha sentença. Ele concordou, o que me deixou momentaneamente aliviada. Me levantei e com o olhar voltado para Rato, anunciei:

- Devido às provas contra a testemunha Jonas Burck, por ter um registro e passagem de meses na polícia, é considerado conspirador do galpão de lutas clandestinas, devido tanto aos fatos citados anteriormente como por ter o nome registrado no local, como frequentador do lugar. Sua pena será de oito meses de prisão, por hora. Caso o depoimento dos envolvidos recaia para a sua inocência, o senhor será absolvido e então deverá cumprir com a sua pena, servindo à sociedade com trabalhos públicos.

Damon se levantou rapidamente, se recusando a aceitar a minha sentença, mas o calei. Ele se sentou bruscamente, passando a mão no cabelo com gel.

Respirando fundo, me voltei para Thomáz, que olhava na minha direção com um sorriso contraído. Eu não fazia ideia do que se passava pela sua cabeça, mas eu daria tudo para saber. Tendo o vislumbre do beijo entre ele e a funcionária daquele lugar, me concentrei no que tinha que fazer, limpando a mente de qualquer sorriso, olhares e sensações, me mantendo firme para declarar sua sentença.





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