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Capítulo 40

T h o m á z
1 ano e 3 meses depois
(maio)

Sinto minha respiração falhando cada vez que eu aumento a velocidade enquanto corro. Olho para trás, mais especificamente para o grande e peludo cachorro marrom. Luck corre desesperado atrás de mim, com a língua para fora. Paro de correr e me volto para ele, indo na sua direção. Dessa vez é ele quem corre de mim. Rindo, eu me jogo na grama do meu quintal e abro a garrafinha de água dele. Ele não perde tempo em beber igual um desesperado.

- Bom garoto. – Acaricio sua cabeça que antes era minúscula, há exatos um ano e três meses, e que agora parece uma bola de futebol.

Sinto meu telefone vibrar no bolso da calça de moletom, e estico a mão para pegá-lo. Ainda cansado e com a respiração falha, atendo sem ver quem é.

- Alô?

- Thomáz, eu espero que você já esteja em um avião vindo para cá.

Minha mãe. Claro. Puta que pariu. Como eu pude esquecer? Me levanto apressado, ignorando o cansaço, e corro para dentro de casa.

- É... Claro, eu... Eu estou chegando no aeroporto.

- Eu espero que sim. Não se faz cinquenta e três anos sempre.

Solto uma risada enquanto caço as primeiras roupas que eu vejo pela frente e jogo na cama.

- Como também não se faz 54, 55, 56, várias vezes na vida.

- Desde quando você ficou tão insolente?

- Que nada, mãe, eu sempre fui assim. Bom, eu preciso desligar. Sabe, preciso fazer o check-in. – Minto.

- Eu te conheço, Thomáz. Você não deve nem ter saído de casa ainda.

Fecho os olhos e coloco a mão na cintura.

- Tudo bem, você venceu. Eu nunca consegui mentir para a senhora.

- Senhora?

- ...com você.

- Não é só porque é meu aniversário amanhã que eu já precise ser chamada de senhora.

- Tudo bem, tudo bem, eu preciso ir, se quiser que eu chegue a tempo da comida.

Nos despedimos, e eu corro para jogar tudo na mala, tomar um banho, e levar Luck até a casa de Caleb que combinamos há algumas semanas, que ele tomaria conta do meu cachorro.

Já no avião, com destino para Woodland, meu coração começa a palpitar. Eu não sabia o que iria encontrar lá, e muito menos se iria encontrar algo lá. Encosto a cabeça no assento, e fecho os olhos. Eu já tinha me imaginado nessa mesma posição várias vezes, voltando para a minha cidade. Só que com uma intenção diferente da de hoje. Aperto mais os olhos, bloqueando os pensamentos que eu tinha conseguido com o tempo, diminuir a frequência. Como um tolo que eu me tornei, me pergunto se tudo está como antes. Eu só sei que eu ainda sou o mesmo de dois anos atrás, só que com tudo ao meu redor com pequenas diferenças. Não consegui me envolver com ninguém, e nem tinha tempo para isso. O galpão virou um verdadeiro sucesso, desde a inauguração. Nós éramos uma equipe grande, trabalhando a todo vapor, e não demorou muito para que ficássemos famosos pelas peças renovadas que fazíamos. O Besouros se tornou o maior ponto de oficina, compra e venda, de motos e peças de carro, de Los Angeles. Eu me mudei da casa que tinha comprado, comprando uma maior, e mais espaçosa para Luck correr e brincar, depois de todo o retorno que recebi da oficina.

A única coisa que não tinha mudado, era o meu coração, que continuava batendo para apenas uma pessoa, que eu nem sabia como estava. Se tinha encontrado alguém ou não. Se tinha se casado, ou tinha se tornado o que sempre quis, o que eu torcia que sim. Olhando pela janela, começo a voltar para o mesmo Thomáz de dois anos atrás, aquele que tinha esperanças, aquele que sonhava. Na noite passada eu tive o mesmo sonho com ela. Só que esse sonho não aparecia desde que eu tinha escrito a carta para ela. Aquele em que ela aparecia em um vestido branco, com o farol no fundo, sorrindo para mim. Eu acordei suado, não acreditando que isso tinha voltado, e cada vez mais nítido. Eu não sabia se era algo que poderia acontecer, ou se era fruto da minha imaginação, de tanto pensar no que poderíamos ter sido. Fechando os olhos novamente, adormeço, deixando para quando estiver em terra firme, para pensar no que pode ou não acontecer.

...

Assim que ponho o pé na casa da minha mãe, já que a porta já estava aberta, noto o silêncio sepulcral. Olho para todos os cantos daquela casa que fazia tanto tempo que eu não entrava.

- Mãe? – silêncio. – Nicholas?

Ninguém. Ando mais um pouco, olho para a escada, para o segundo andar. Nem uma pessoa. Coloco a mala no chão e caminho até o quintal. Assim que abro a porta de vidro, uma explosão de gritos e assovios ressoa pelo quintal amplo. Há pelo menos duas dúzias de pessoas que estavam escondidas nos arbustos, com balões e um cartaz escrito ‘’BEM VINDO DE VOLTA, THOMÁZ’’, segurado pelo meu irmão. Ele larga o cartaz e corre até mim. No mesmo instante eu o seguro e o aperto, sorrindo.

- Irmão! – Coloco a mão na sua nuca, o observando. Puxo sua cabeça para o meu peito novamente. – Você cresceu muito, porra! E tá mais bonito.

- Você sabe, eu sou seu irmão. Não tem como eu ser feio. – Ele diz as mesmas palavras que eu disse para ele há dois anos, quando eu fui embora, e eu rio por isso.

- Como você está? Namorando? Pegando alguém? – Pergunto, dizendo essas palavras para constranger ele.

Ele cora antes de responder.

- Eu conheci alguém. Mas eu não sei...

- Para com isso. Deixa que eu te dou as dicas. – Pisco para ele e me viro para a minha mãe que se aproxima com lágrimas nos olhos.

- Filho, que saudade. – Ela me abraça forte. Um verdadeiro abraço de mãe urso. Retribuo, e sinto o mesmo cheiro de flores que ela tinha quando eu era criança, o que me faz estar mais ainda em casa.

- Eu também sinto, mãe.

Depois disso, cumprimento todos os convidados, reconhecendo que todos os estagiários antigos também tinham sido convidados. Minha mãe sempre gostou de misturar trabalho e família, então não fico surpreso. Olho para cada rosto, mas não vejo um em específico. Vejo até mesmo a amiga dela, Liv. Meu coração começa a acelerar, na expectativa. Um aperto no peito, aquele que eu senti quando eu fui embora. Começo a andar no meio das pessoas, parando em cada mulher com cabelos castanhos. Eu não sabia se ela estaria com o cabelo diferente, mas eu me agarrei na imagem que eu tinha dela na minha memória. De repente, sinto uma mão no meu ombro, fazendo eu me virar rapidamente.

Minha mãe está me olhando com um sorriso doce nos lábios, como se conseguisse me ler.

- Procurando por alguém? – Pergunta, como se já soubesse a resposta.

Engulo em seco, desviando o olhar dela.

- Ela veio?

Minha mãe toma um gole do champanhe em sua mão, e em seguida fala com a voz calma:

- Não. E também não virá.

Assinto com a cabeça. Como eu fui idiota, pensando que ela poderia estar aqui, como se nada tivesse acontecido.

- Mas ela tem um motivo para isso. Mesmo eu não contando sobre ser uma festa de boas vindas para você, ela me disse que não poderia vir, mesmo querendo estar presente.

- E qual foi o motivo? – Perguntei, antes que eu pensasse na pergunta, guiado pela porra da minha curiosidade.

Ela sorri, como uma mãe orgulhosa, e foca os olhos em mim.

- O motivo, meu filho, é que Giennah está nesse momento, no Tribunal, julgando o maior caso de corrupção da capital visto até agora.

Engulo em seco. Eu esperava qualquer resposta da minha mãe, menos essa. Sorrio, sem perceber, olhando para o nada, pensando no que eu acabei de ouvir. Eu começo a imaginar Giennah em um Tribunal, com aquele olhar feroz que eu tinha visto tantas vezes antes, sendo chamada de Excelência, encarando um bando de abutres.

- E saiba que ela está trabalhando nesse caso há um bom tempo, junto com a polícia federal. Eu acompanhei de perto, já que com os meus contatos, e as notas altíssimas que ela obteve na especialização, como concursada, ela conseguiu entrar para uma jurisdição local, e escolheu atuar aqui. Lembro que nos primeiros julgamentos que ela pegou, ela julgou de uma forma tão justa, com argumentos tão válidos e articulados, que isso espantou nosso Ministério, visto que ela não tinha nem um ano completo sendo juíza. Com isso, ela foi escalada para ser a juíza que julgaria o caso de corrupção. Ela estudou muito, Thomáz. Aquela menina não é a mesma que eu conheci quando deixou o escritório, pronta para se formar e começar um magistrado. Giennah tem fome nos olhos. Por justiça. E isso é lindo de se ver.

Absorvo tudo o que minha mãe disse, sendo impossível não sentir orgulho da mulher que eu nunca deixei de amar. Ela fez o que tinha que fazer, afinal. Ela seguiu o sonho dela, achou a luz que eu disse e sabia que ela tinha, e não poderia ter resultado em algo melhor.

- E como ela está? – Pergunto, intimidado, sem saber o que minha mãe pode responder.

- Você quer dizer se ela está com alguém?

Foco rapidamente os olhos nos dela, instantaneamente nervoso pela resposta que mais tinha martelado na minha cabeça.

- Sim – confesso.

- Bom, eu deveria deixar você descobrir por si só, mas...

- Mãe... – falo, impaciente.

- Não. Eu tenho falado com ela, e ela está muito focada no trabalho. Creio que não tenha sobrado tempo para encontros. Ou, porque o coração dela ainda não superou certo alguém...

Vejo a insinuação nos olhos da minha mãe, e estreito os meus.

- O que a senhora sabe sobre isso?

- Vou fingir que você não me chamou de senhora, e responder a sua pergunta como se nada tivesse acontecido. Ela veio aqui em casa algumas vezes, porque você sabe que chega um momento que eu prefiro trabalhar em casa. Nós íamos no meu escritório lá em cima, e eu via alguns olhares que ela lançava para as suas fotos nos porta-retratos.

- E o que isso significa?

- Bom, teve uma vez que eu fui buscar um café para mim, já que ela não quis, e quando voltei para o escritório, ela não me ouviu, e a flagrei com uma foto sua na mão, que estava em uma estante, e passou o dedo gentilmente pelo seu rosto na fotografia. Acho que isso significa alguma coisa, não?

Analiso minha mãe, desconfiado. Ignoro a palpitação no peito por essa informação.

- Você por um acaso está tentando me dizer alguma coisa? – Pergunto.

- Não quero que me entenda a mal, filho. – Ela levanta as palmas das mãos, em redenção. – Mas você sabe que eu gosto dela. É como uma nor... Quer dizer, uma filha para mim.

Cerro os olhos para ela, mas ignoro sua troca de palavras.

- Foi bom falar com você, mãe, e eu... Eu preciso de um tempo para assimilar tudo. Eu estou morto. Vou para a cama, mas obrigado por isso, não precisava.

- É isso o que fazemos quando amamos um filho. Colocamos sua felicidade na frente da nossa. Por mim, meu aniversário poderia ser esse mesmo.

- Eu não permitiria. Afinal, só se faz 53 anos uma vez na vida, não é?

Ela ri e me abraça, antes de dizer que está feliz por eu estar aqui, e em seguida se mistura com os convidados. Bebo mais um pouco, converso com mais algumas pessoas, e então subo para o meu antigo quarto. Quando passo pela porta, não dou tempo de olhar muito ao meu redor, e me jogo na cama, apagando em seguida, com a cabeça cheia de informações.

...

Ainda estou grogue de sono quando meu celular toca no meu bolso. De novo não... Pela segunda vez em menos de vinte e quatro horas, ignoro o cansaço, que dessa vez está bem menor pelo tempo que eu não faço ideia que passei dormindo, e atendo o celular sem ver quem é.

- Alô?

- Serpente! Você chega e nem fala com os amigos?

Ouço a voz de Bryan, e me levanto. Fazia tempo que não nos falávamos e a última vez foi no último Natal.

- Oi, cara. Como você sabe que eu estou aqui? – Pergunto enquanto esfrego o olho.

- Liguei para a sua oficina, e um funcionário disse que você estava em Woodland. Já que você não atendeu o celular, eu tive que ligar para lá.

- Eu provavelmente estava no avião quando você ligou.

- Bom, o importante é que a gente precisa se encontrar. Retomar os velhos tempos.

Paraliso um pouco, lembrando da adrenalina de lutar, quebrar maxilares, coisa essa que eu não praticava há um bom tempo. Bryan com certeza ainda está envolvido nessas coisas, mas eu preferia ficar longe disso.

- Só se for para bebermos juntos. Mas eu não posso, é aniversário da minha mãe amanhã.

- Só uma, irmão, como forma de boas-vindas.

- Eu não vou ficar muito tempo, no máximo um mês, por causa da minha mãe e do meu irmão. Eu fiquei muito tempo longe deles, e também tem a oficina que eu não posso ficar longe por muito tempo. Não é nada de mais para se comemorar.

- Pois é, agora você é um homem de negócios. Tem responsabilidades.

Reviro os olhos enquanto busco na minha mala alguma camisa.

- Não começa com os seus dramas, Bryan. Eu vou te encontrar. Onde você está?

- No lugar de sempre.

E eu sabia o que aquilo significava, mesmo que não fosse o meu lugar preferido do mundo nem de longe.

...

Depois de pagar o táxi, saio do carro e olho para o lugar que foi o centro de tanta raiva para mim. Onde eu extravasei, fui machucado, mas também machuquei outras pessoas. O lugar que me levava de volta para a cena do meu pai jogado no chão do seu escritório, morto. Aperto o punho, uma centelha da raiva passada inflamando o meu sangue. Caminho até o portão de ferro, com os últimos raios de sol atravessando o céu. A jaqueta de couro que eu estou vestindo começa a me esquentar, por algum motivo. Isso me incomoda um pouco, mas continuo andando.

- Veja se não é o Serpente da noite. Quanto tempo.

Paraliso no lugar. A pequena centelha de raiva inflamada no meu sangue agora era uma combustão no meu corpo. Me viro para a voz, e vejo a última pessoa que eu gostaria de ver. Rato está parado, com os braços cruzados na frente do peito, imponente. Ele masca alguma coisa na boca, e seu ar é de diversão.

- O que você quer? – Pergunto, sem rodeios.

Ele ergue as sobrancelhas. Ele está a uns bons metros de distância de mim, o que é bom para ele, se não eu dava um soco na sua cara sem ele nem esperar.

- Por que eu iria querer algo? Eu vim na paz. Estou esperando um cliente. Sabe, mais velho, que quer desestressar... Isso te lembra alguma coisa?

Trinco o meu maxilar, enquanto me aproximo devagar do filho da puta à minha frente.

- Não brinque com quem não quer brincar, Rato. Isso nunca acaba bem.

- Bom, eu não disse nada demais. Só que o engraçado, é que anos depois, aqui estamos nós, você se roendo de raiva, pelo mesmo motivo. Você nunca superou que o seu pai se matou sozinho, não é? Você só não quer enxergar. Mas saiba que isso não vai te levar a lugar nenhum. Ele está morto. Não tem como reverter isso.

Ele mal tinha acabado de falar, e eu já estava na sua frente, acertando em cheio o seu maxilar. Como se já esperasse por isso, ele parte para cima de mim, errando a mira. Soco a sua cara, e depois o abdome. Pelo visto eu não estava tão enferrujado assim.

- Seu filho da puta desgraçado! – Grito, chamando a atenção de alguém, já que eu ouço o portão de ferro do galpão sendo arrastado, e alguns passos não muito longe de nós.

- É isso o que você aprendeu esse tempo todo? A socar a primeira pessoa que disser a verdade pra você? – Ele fala, antes do meu punho mirar no seu queixo, errando.

Eu não digo nada, apenas avanço para cima dele. No segundo seguinte, ele me empurra para o chão, fazendo a minha cabeça bater no chão de pedras. Ele não perde tempo e avança sobre mim, lançando o punho fechado no meu maxilar. Como única alternativa, aperto o seu pescoço, tentando fazer com que seus movimentos diminuam. Ele continua acertando as minhas costelas e o meu rosto, mas eu continuo apertando as mãos envolta do seu pescoço. Ele ergue as mãos para as minhas, tentando afrouxar o aperto, mas eu não solto. Eu não penso com clareza, até ouvir a sirene de polícia se aproximando. Isso é a única coisa que faz com que eu solte o pescoço de Rato, fazendo seu corpo rolar de cima de mim em seguida. Olho para os lados, vendo uma multidão assistindo a briga entre nós dois. O pânico sobe pelo meu pescoço, me fazendo ficar sem palavras. Merda. Mil vezes merda. Não há tempo suficiente para que todos entrem no galpão antes da polícia chegar e ver a cena. Alguém que muito provavelmente não estava no galpão, se assustou com os gritos e ligou para eles.

E eu só sei disso, porque o galpão de lutas clandestinas é algo ilegal. E o pior, está localizado em uma propriedade não fiscalizada, da qual era invisível até agora, pela polícia. Fecho os olhos assim que o policial me levanta e me algema. Com dores pelo corpo, o homem fardado me joga dentro da viatura. Pela janela, eu vejo outros policiais entrando no galpão e com seus aparelhos pedindo reforços. Encostando a cabeça no banco, só consigo pensar em apenas uma coisa.

Eu estou fodido.






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