Capítulo 4
G i e n n a h
Acordo com o sol no rosto e a vontade de levantar é a mesma de ir à academia. Zero. Hoje é segunda feira e tenho que ir para o estágio de qualquer forma. O escritório é incrível e muito acolhedor. Adoro as pessoas de lá e tenho vários amigos e que de vez em quando saímos às sextas para descontraírmos no bar que sempre vamos com karaokê. Quando o pessoal passa dos limites com a bebida, o karaokê vira o inferno personificado para as demais pessoas que ficam no bar. Eu adoro as sextas. Definitivamente.
Relutantemente, levanto da cama e vou direto para o banheiro do meu quarto e escovo os dentes. Amarro o cabelo em um coque mal feito e me encaro no espelho antes de lavar o rosto. Nada mal para uma segunda. Logo eu tiro a roupa e tomo um banho quente. A água escorrendo pelas minhas costas me faz lembrar do meu vizinho. Desde o sábado em que o vi na luta, não o encontrei, nem ele me atormentou no domingo com aquela guitarra idiota. Eu era grata por isso. Me enrolo em uma toalha assim que saio do banheiro e paro de frente para o armário. Pego uma calça jeans de lavagem escura e uma blusa branca. Em seguida, calço os tênis e penteio o cabelo. Pego o meu celular e confirmo que se eu não correr irei me atrasar. Acordar 7 horas da manhã era para os fortes. Assim que passo um rímel apenas, saio do quarto e vou para a cozinha, mas não encontro nem Aby nem Josh. Olhando novamente no relógio, vejo que não vai dar tempo de preparar um café nem comer nada então anoto mentalmente que antes de chegar no escritório, preciso passar no Starbucks. Pego o elevador e logo saio apressada do prédio. A minha sorte é que o escritório fica apenas 5 minutos de distância da casa de Aby. Segurando a bolsa ao lado do corpo e andando em passos apressados, chego no Starbucks e compro um latte. Quando chego no escritório, consto que estou 10 minutos atrasa. Nada mal.
-Liv! Bom dia! - digo para minha colega de cabine assim que coloco minha bolsa na minha mesa e o copo de café.
Ela me olha sorridente e seus cachos ruivos balançam quando se vira para mim.
- Bom dia, Giennah! Como foi o fim de semana?
Sento na minha mesa e ligo o meu computador e olho a pequena pilha de papéis em cima da minha mesa, prontos para serem iniciados.
- Foi ótimo, me mudei para a casa da minha melhor amiga temporariamente, mas tudo ok. E o seu?
- Que bom que conseguiu! Fico feliz por você. E bom, o meu foi normal, nada de novo.
- Já falou com o pessoal se nessa sexta vão combinar algo?
- Sim, essa sexta vamos no barzinho de karaokê.
- Que bom, estou precisando.
Liv ri da minha cara exagerada, mas logo fica séria quando olha para acima da minha cabine.
- A senhora Stanfield chegou. Melhor iniciarmos logo o trabalho.
Imediatamente foco minha atenção no computador e nos processos à minha frente. A senhora Stanfield é a dona do escritório. Não sei muito da vida dela, mas sei que foi uma advogada muito renomada e que tinha tanto dinheiro, que poderia limpar a bunda todo dia e ainda sobraria grana pro resto da vida. Mas ela resolveu abrir um escritório para receber estagiários e amplificar os seus negócios, o que foi bom para mim, que estou no início do último período da faculdade, finalmente.
Assim que termino de digitar a inicial, ouço uma voz já conhecida ao meu lado direito. Nem preciso olhar para saber que é George. George é um dos estagiários e também o cara mais insistente do escritório no quesito sair comigo. Ele não desiste. Desde que soube que eu e Kieran terminamos, ele tentou sair comigo. Ele já gostava de mim quando eu era comprometida, mas ele não tentava nada. Agora ele não desiste mesmo.
- Oi, George, como vai? — apoio os braços na mesa e olho para cima, encarando seus olhos verdes.
- Bem. E você? — ele diz tentando ser sedutor. Várias mulheres do departamento dele eram loucas pela sua atenção, mas ela era totalmente dirigida para mim. Infelizmente.
- Ótima, mas não sei... Senti uma náusea assim que você chegou.
Ele ri, já sabendo do meu sarcasmo. Não nego, George é um cara bonito. Cabelos loiros curtos, olhos verdes, aparentemente forte, e se veste bem. Mas no quesito impressionar, ele é nota zero para mim, pelo simples fato de não aceitar um não como resposta.
- Engraçadinha. Bem, será que posso te deixar em casa na sexta? Daí a gente poderia ir na sua casa, tomar um vinho como um after do Karaokê... Poderíamos nos conhecer melhor... O que acha?
Olhando nos seus olhos e com um sorrisinho, digo simplesmente:
- Acho uma merda. Tenha um bom dia, George.
E com isso, volto minha atenção para o próximo processo. Ouço seu risinho, e logo ele se afastando da minha mesa. Idiota.
A hora passa voando e eu nem percebo que já deu a hora de ir embora. Logo depois do estágio, eu vou direto para a faculdade e de lá vou para casa. A minha rotina não muda e não vejo a hora de me formar e fazer o que eu realmente quero fazer. Ser juíza. É um sonho um tanto ambicioso, mas passei muito tempo da minha vida estudando para isso, e finalmente está próximo.
As aulas na faculdade se passam normalmente e logo já são 20h quando chego em casa. Assim que saio do elevador, já ouço de longe o som da guitarra. Puta. Que. Me. Pariu. Com todo o respeito com a minha mãe. Em passos duros, paro na frente da porta do meu vizinho imbecil e bato fortemente. O som logo para e ouço passos se aproximando da porta. Logo ela é aberta e ele aparece na minha frente.
Com um sorriso aberto, ele diz:
- Demorou para vir dessa vez.
Balanço a cabeça incrédula.
- Dá pra você parar com isso? Agora? Pra sempre? Eu acabei de chegar e estou cansada demais para ter que ouvir essa merda a noite toda.
Ele ergue uma sobrancelha.
- Você parece estressada. Precisa relaxar...
Sua postura despreocupada e seu tom malicioso me faz entender o que ele quer dizer.
- Olha aqui, seu ogro...
- Thomáz, já disse.
- E foda-se o seu nome, eu já disse. Olha aqui, Thomáz...
- Stanfield — ele completa.
- Dane-se, ok? Pare por favor com esse som.
- E por que eu faria isso? — ele cruza os braços na frente do corpo e se apoia na batente da porta. A manga da sua camisa preta aperta seus bíceps fortes e perco o foco rapidamente. Volto meus olhos na direção dos seus.
- Porque eu só quero descansar. E você poderia ser um pouco menos egoísta e pensar no próximo. Eu acabei de chegar da faculdade e só preciso da minha cama. Então, você poderia parar com isso?
Ele continua me encarando, e percebo que ele olha todos os cantos do meu rosto, como se quisesse memoriza-los. Um arrepio sobe pela minha nuca com esse olhar azul penetrante. Merda. Agora não.
- E o que você faria se eu não parasse?
Cerro os olhos na sua direção e cruzou os braços na frente do corpo, como ele. Pondero antes de responder, e com um sorriso de lado, digo simplesmente:
- Eu sempre fui boa com isso.
Ele franze o cenho rapidamente e não deixo de notar que é um gesto sexy para uma postura como a dele.
- Isso o que?
- Desafios.
Thomáz ergue as duas sobrancelhas rapidamente e então abre um sorriso de lado.
- Que bom, porque eu também.
- Então saiba que você não vai gostar nada de me desafiar.
- Prefiro pagar pra ver.
Me afasto da porta e me inclino na direção da minha porta.
- Então faça sua aposta. Eu não gosto de perder, e não sei lidar bem com derrotas. Então antes de acender o fogo, tome cuidado. Porque eu costumo ser explosiva.
E com isso entro em casa e bato a porta. Intenso. É a única palavra que descreve o momento que acabei de ter com Thomáz. Eu sempre reajo assim quando fico perto dele? Como se estivesse em um jogo de quem venceria? Bom, se sim, então eu queria ver até onde isso iria.
Eu ouvi um amém? É pra glorificar de pé, igreja! CAPÍTULO NOVO! Sorry pela demora, mas bloqueio criativo é péssimo e foi a primeira vez que eu tive. Espero que tenha gostado!
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