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Capítulo 22

T h o m á z

Entrei no galpão com uma sensação diferente da que costumava entrar. Sentia como se todos os motivos de raiva pelos quais me guiavam para socar a cara de alguém, estivessem enfim, vingados. Caminhei até a parte interna do lugar, vendo alguns caras treinando, e mais no fundo, Dick no seu habitual escritório, conversando com um cara enquanto amarrava um envelope pardo com um elástico. Guardei as mãos no bolso frontal do moletom e me aproximei da sua mesa. No momento que ele notou a minha presença, sorriu, e em um gesto com a mão, dispensou o cara.

- E aí, Serpente? B.C me contou o que você vai fazer, cara. Vai embora de vez? - Perguntou, se levantando.

Suspirei.

- É o que eu pretendo.

- Você é o nosso melhor lutador, você sabe disso, né? O pessoal vai perguntar.

- Sei disso. Mas eu preciso sair daqui. Tudo tem um prazo de validade, certo? Acho que o meu acabou de vencer.

Ele aperta o meu ombro em um gesto de solidariedade, e me entrega o pacote embrulhado.

- Bom, esse é o dinheiro que eu estava te devendo das suas lutas. Se essa é a última vez que eu estou te vendo, então fica bem. Vai fazer falta aqui.

Sorrio, sem humor para ele.

- Obrigado. Vou sentir falta de vocês também. Vocês foram uma família pra mim durante todo esse tempo.

Com um abraço bruto que só Dick sabia dar, ele se afastou no momento que o cara com quem estava conversando quando eu cheguei, chama por ele.

- Valeu, irmão, por tudo - falo, caminhando até a saída.

- Espero te ver em breve, Serpente.

Eu não planejava nunca mais vê-los, mas pretendia passar um bom tempo longe dessa cidade, de uma vez por todas. Coloco o capuz na cabeça, e com o pequeno pacote na mão, caminho pela rua deserta, em direção ao apartamento. Todo o futuro que eu tanto planejei estava muito próximo. Deixaria, enfim, tudo para trás: família, casa, amigos, o escritório, apartamento, e uma vizinha que desestabilizou todo o meu mundo em apenas um mês. Rio por ter ao menos pensado que por ela, eu desistiria de ir para a Califórnia e viver a vida que eu sempre quis ter. Pensei que em fim, tinha encontrado a pessoa da minha vida, como todos sempre dizem. E eu não poderia estar mais enganado. Pelo pouco que eu tinha escutado, a pessoa da sua vida chega e fica. Mas Giennah chegou, e rapidamente foi embora. Eu não ficaria aqui e tentaria algo que já estava fadado a não dar certo. Nós demos um salto de fodas casuais, para sentimentos. Porém, os poucos momentos que tivemos foram muito especiais, pelo menos para mim, e eu acreditava que se ela quisesse tentar pular do penhasco que era todo esse sentimento que eu nunca tinha sentido antes, eu não pensaria duas vezes antes de pular junto.

Viro a esquina, mergulhado em pensamentos, no momento em que colido com alguém correndo. Instintivamente, solto o pacote no chão, e seguro quem quer que estivesse com pressa e que não estava olhando paro o caminho. Me preparo para perguntar se a pessoa estava bem, quando ela vira o rosto para mim. Minha boca se abre minimamente, em surpresa, e solto o ar que estava dentro de mim, vendo, através da fumaça esbranquiçada de frio que sai pela minha boca, o rosto que eu não via tão de perto durante a última e lenta semana. Giennah. É a única palavra que o meu cérebro consegue formar nesse momento. Se afastando rapidamente do meu aperto, ela dá um passo para trás, me encarando, tão surpresa quanto eu. Saindo do transe, olho para o pacote caído no chão, e me abaixo para pegá-lo. Olho novamente para ela, notando sua respiração ofegante, o nariz e as bochechas em um tom lindo de vermelho. Ela olha para trás, o que chama a minha atenção para o motivo de ela estar correndo por uma rua deserta, sendo quase madrugada.

Um instinto de proteção me faz forçar a voz presa na minha garganta.

- Você está bem?

Ela se vira rapidamente para mim, engolindo em seco. Parecemos dois desconhecidos nesse momento.

- S-sim. Estou bem.

- Para onde você está indo essa hora da noite?

- Eu estava naquele pub, mas... - ela trava, não conseguindo terminar.

- Está fugindo de alguém?

A pergunta parece deixa-la surpresa, pois arregala os olhos, e nega com a cabeça, mas logo balança em afirmação.

- Na verdade, eu não estava gostando da música, então precisei sair para pegar um ar.

Confirmo lentamente com a cabeça, querendo entender, mas ao mesmo tempo, sentindo o clima entre nós dois palpável demais para iniciar uma conversa no meio da rua.

Um pouco relutante, pergunto:

- Quer que eu te acompanhe até em casa? Se você for para lá agora.

Ela abre a fecha a boca, mas por fim, responde:

- Claro. Obrigada.

Começamos a andar, em silêncio. Eu tinha tantas coisas para falar para ela nesse momento, mas que eu simplesmente não conseguia. Estamos na metade do caminho, quando sou surpreendido pela sua voz.

- Você está bem? - pergunta, sem se virar para mim.

Até semana passada eu poderia ser considerado o cara mais feliz do mundo, mas fodemos tudo, penso.

- Já tive dias melhores.

Ela assente. Aproveito para tentar perguntar - de todas as perguntas que quero fazer nesse momento -, algo o mais casual possível.

- Está feliz? - Mas eu falho miseravelmente, porque a primeira pergunta sai sem que eu possa freia-la.

Ela demora alguns segundos para responder, mas logo ouço a sua voz baixa em resposta:

- Você quer a verdade ou a resposta aceitável?

- A verdade. - Respondo de imediato.

- Não. Na verdade, eu não sei como eu me sinto ultimamente. Mas isso não chega nem perto da felicidade.

Concordo, até porque eu estava exatamente assim.

Era estranho para mim, estar tão perto dela, e não poder ter os toques íntimos e ao mesmo tempo inocentes que tínhamos até pouco tempo. Parece que demos um passo para frente e dois para trás. Eu tinha que pensar também, que essa era provavelmente a última vez que conversaríamos, então eu não deixaria essa oportunidade passar, e colocaria todas as cartas na mesa. A minha passagem para ir embora estava nas minhas mãos. Ela só precisava dizer que me queria, e eu largava qualquer pensamento de ir embora para a Califórnia, para trás. Ela só precisava dizer sim. Ela só precisava dar uma chance para nós dois. Eu não amaria por dois, e ela também não. Então o que nos impedia?

Assim que chegamos no prédio, passamos pela portaria e entramos no elevador. Minha cabeça repetia essa pergunta até a porta do elevador se fechar. O que nos impedia? O que nos impedia de tentar? Por isso, eu não pensei com a razão, no momento em que avancei no seu corpo e a prensei na parede do elevador. Eu não saberia explicar o que aconteceu com o meu corpo, quando finalmente a senti mais próxima de mim. Nossa respiração se tornou mais ofegante, ela pela surpresa, e eu, pela intensidade.

- O que você está fazendo? - ela sussurrou. Só um idiota não perceberia o quanto ela estava afetada e entregue ao nosso desejo reprimido, naquele momento.

- Por favor. Por favor, pare de fingir que não sente nada por mim, Giennah. Nós dois sabemos que o que tivemos foi real. Eu avisei, mas eu não me ouvi. E muito menos você. Apenas diga que sente isso também. Sente que falta alguma coisa quando não estamos juntos. Só... diga.

Ela engoliu em seco, e apertou os olhos. Eu sentia medo pela sua resposta, mas era agora ou nunca, literalmente.

- Eu não posso. - Ela sussurrou. Seus olhos marejaram, e lágrimas silenciosas escorriam pelo seu rosto corado. - Eu não posso. Simplesmente não posso.

Sentindo o impacto das suas palavras, pressionei minha boca na dela. Ouvi o som do elevador chegando no andar, mas sem olhar, apertei o botão que bloqueava o uso do elevador, fazendo as portas fecharem novamente. Invadi sua boca com a língua, sentindo o gosto salgado das suas lágrimas. Ela correspondeu com a mesma vontade. Ela também sentiu tanto a falta do nosso beijo, quanto eu. Eu queria provar que ela podia sim. Ela podia tentar ser feliz. Ela podia tentar um nós.

Suas mãos agarraram o meu cabelo, e eu puxei suas pernas, envolvendo a minha cintura. Apertei as suas coxas, subi as mãos pelo seu corpo, sentindo que se eu não fizesse isso, corria o risco de deixa-la escapar. Levei uma mão para a sua nuca, por cima do espesso cabelo, que exalava o cheiro dela. A outra, apertava a sua coxa contra mim. Aqui é o seu lugar, eu tentava passar para ela, através dos meus lábios esmagados contra os seus. Nossas bocas se moviam rapidamente, mas ao mesmo tempo, pressionadas, tentando captar o máximo de cada um. Uma sensação ruim se alojou no meu peito. Por que eu sentia que todo aquele fogo era como uma despedida? Como uma prova do fruto proibido?

Separei nossos lábios.

- Diga, Giennah. Diga e eu serei seu. Só seu. - Sussurrei.

Ela ofegou, encostou a testa na minha, e mordendo o lábio inchado, sussurrou, me quebrando por inteiro:

- Mas eu não estou pronta para ser sua.

Ela desfez o aperto na minha cintura, apertou o botão no elevado, fazendo as portas abrirem no nosso andar, e enfim, correndo pelo corredor. Eu nunca havia sentindo um buraco tão fundo no peito, como naquele momento. Minhas forças tinham se perdido, como se ela tivesse as sugado de mim, através daquele último beijo. E eu não duvidava que era isso que tinha mesmo acontecido. Saí do elevador, caminhando até a minha porta, sem olhar para a dela. Eu tentei lutar por nós, mas era uma causa perdida. A única coisa que me restava era o sentimento bom que Giennah havia me mostrado, e um futuro sem ela, pela frente.


...

- Parabéns, pirralho. - Esfrego a cabeça do meu irmão, assim que ele assopra as velas com os números 1 e 8. Ver meu irmão crescendo, não significa apenas vê-lo atingindo a puberdade, mas sim, se tornando o dono dos negócios da família, mesmo que indiretamente. Agora que ele tem a idade necessária conforme prescrita no testamento, eu abdicaria do cargo, e ele já teria seu lugar na empresa, mesmo preferindo começar a faculdade, e então depois, ingressando no seu sonho, que sempre foi ser como o nosso pai: dono de uma empresa.

- Não sou mais pirralho, Thom. Tenho dezoito anos agora.

- Não é o que essa espinha na sua cara me diz.

Ele me dá um tapa forte no braço, mas ri.

- Você acha que por isso não vou chamar a atenção de uma garota?

Rio.

- Você é meu irmão, Nick. Não tem como você ser feio, nem com uma espinha na cara.

Nós dois rimos, mas logo somos interrompidos pela nossa mãe.

- Thomáz, posso falar com você?

- Claro, mãe.

Saio da sala e a encontro em um canto da ampla sala de estar.

- Você tem certeza disso, meu filho? Vai mesmo se aventurar por essas estradas e...

- Sim, mãe. É o que eu sempre quis. É um sonho meu, esse é o momento certo - a corto.

Ela suspira, e uma lágrima rola do seu rosto perfeitamente maquiado, junto com um sorriso nostálgico.

- Seu pai estaria orgulhoso de você. Sabe disso, não sabe?

- Sei que sim, mãe.

- Ele sempre incentivou você a seguir os seus sonhos, a ser o que te fizesse feliz, e olha só para você. Um homem maduro e gentil. Você se parece tanto com ele...

Não, eu não me parecia com ele, porque nunca abandonaria as pessoas que eu amo, por puro egoísmo, e simplesmente tiraria a minha própria vida.

- Eu preciso ir. Combinei com a banda de tocarmos como uma forma de despedida, hoje.

Ela sorri, em compreensão, e assente.

- Tudo bem.

Noto que ela tenta ser forte, mas sei o que ela está louca para fazer. Me aproximo dela e a abraço. Forte. Ela retribui com igual intensidade, chorando no meu ombro.

- Eu te amo. Muito. Vou sentir tanto a sua falta...

- Eu também te amo, mãe. Vou sentir falta de vocês dois, mas eu preciso traçar o meu futuro. E longe daqui.

- Eu sei, eu sei. Saiba que eu te apoio em tudo o que você decidir.

Sorrio para ela.

- Sei disso.

...

O burburinho de pessoas já conhecido por mim, preenche o bar que costumamos cantar. Os instrumentos já estão prontos, e o dono do bar já anunciou a nossa entrada. Eu estava nervoso. Muito. Minhas mãos suavam, o que não poderia acontecer, já que eu precisava delas para tocar o baixo, e em seguida, o violão. Eu não poderia falhar justo hoje. Assim que entramos no palco, somos recebidos com palmas, e assobios. Já somos conhecidos por cantarmos nesse bar, mas tudo o que eu vejo hoje, é diferente. Porque é a minha despedida desse palco. Uma despedida de tudo, literalmente.

Começamos cantando, como sempre, as do Arctic Monkeys, as que as pessoas mais esperam, e depois, algumas menos conhecidas. Por fim, já suados pela forte adrenalina, e a minha mente entorpecida, chegou então, a despedida final. Tiro o baixo do corpo, e pego o violão. O dono do bar coloca um banco alto no centro do palco, e então eu sento. Respiro fundo, e testo os acordes e o som do violão. Quando tudo já está pronto, respiro fundo.

- Essa música eu fiz em um momento que ela simplesmente veio na minha cabeça, e veio da forma mais pura possível. Eu a compus, pensando em uma pessoa que... que marcou para sempre, a minha vida, de alguma forma. A música se chama Neighbors.

O bar está em um silêncio sepulcral, atentos á mim. Dedilho as primeiras notas, e enfim, começo a cantar.


Eu decorei o seu rosto
Eu decorei as suas expressões
Eu decorei os seus gestos
Os seus sorrisos

A única coisa que eu consigo pensar nesse momento, é nela. Repriso na minha mente, conforme canto, os poucos momentos de felicidade que tivemos: quando nos vimos pela primeira vez na porta do apartamento, por causa da água, e seu jeito marrento e desafiador; nossa primeira conversa no chão do corredor, enquanto comíamos pizza; nosso primeiro beijo; nossa primeira vez na cama,; nossos passeios de moto; a luta.


Eu decorei os seus olhos
Eu decorei as suas intenções
Eu tracei o seu corpo com as pontas dos meus dedos

Mapeei os seus traços
Eu senti o seu coração dentro de mim
Batendo
Reverberando cada batida como se por um momento,
Pudesse ser meu
Como o meu já era seu.


Aperto mais os olhos, sentindo cada verso da letra, dentro de mim.


Eu decorei os ritmos das batidas do seu coração
Forte
Acelerado
Devagar
Eu decorei as suas curvas nos lençóis
Eu decorei você inteira

Mas então me diz
Por que me sinto tão vazio?
Por que parece que o meu coração bate fora de mim
Longe


Nós dois no parque de diversões, o farol, os olhares, os risos, os beijos, eu lembrava de tudo, bem vivo na minha memória.


Talvez seja porque você não está aqui
Talvez seja porque eu também não queira pertencer
a nenhum outro lugar em que você não esteja.

Finalizo, dedilhando as últimas notas, ouvindo a salva alta de palmas, e então a minha pequena bolha ser estourada. Olho para todos, mas um vulto na janela chama a minha atenção. Espessos cabelos castanhos se mexem rapidamente, e o brilho no rosto, se movem tão rapidamente, que não consigo ver inteiramente a pessoa.

Mas eu já sabia quem era. Enquanto eu cantava, eu senti a presença dela. Como se ela estivesse aqui, ouvindo a música que eu mesmo compus, pensando nela. Sorrio para o nada, sentindo que de alguma forma, essa foi a nossa despedida. Agora, definitivamente.


AAAAAAAAAAAAAAAAAAA surto coletivo. Essa música, fui eu mesma que escrevi, pensando neles, em um momento que ela simplesmente surgiu. Peguei o papel, o lápis, e comecei a escrever tudo o que eu sentia em relação a eles, e resultou nessa letra. Eu espero muuuito que vocês tenham gostado do capítulo, e especialmente, da letra ❤️





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