Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 16

G i e n n a h

Bebo um gole de chocolate quente enquanto digito uma inicial. Eu tinha trazido alguns processos importantes do escritório para casa, porque precisava terminá-los para segunda feira e ainda faltavam alguns. Aby praticamente não parava em casa e eu ficava sozinha na maioria das vezes, mas na quinta feira, quando ela percebeu isso, veio se desculpar. O problema era que eu não me importava mais se ela ficaria em casa ou não. O tempo que eu estava passando com Thomáz ocupava todo o meu tempo livre, então eu não ligava se a minha melhor amiga passasse o dela com o namorado. Aproximo a xícara na frente da boca, deixando a fumaça atingir o meu rosto, embaçando levemente as lentes dos menus óculos, enquanto olho a varanda, do sofá. O tempo tinha esfriado consideravelmente, e hoje estava chovendo. Eu queria poder bater na porta do meu vizinho, mas ele não estava. Ele tinha uma luta hoje e tinha me chamado novamente, mas eu tinha que terminar os processos. A chuva tinha aumentado, ficando cada vez mais forte, e o vento balançava a cortina da porta da varanda, me atingindo. Deixei a xícara na mesa e levantei para fechar a janela. O céu estava preto, sem nuvens nublando, mas a chuva era densa, incansável.

Eu não podia deixar de pensar se Thomáz estava bem, já que nesse momento, ele estava no meio de uma luta. Olho no relógio da cozinha e vejo que já são 23h. É, ele realmente está no meio da luta nesse momento. Um trovão ruge no meio da noite, o que me faz sobressaltar e sair de perto da porta da varanda. Aby tinha dito que tinha lasanha congelada na geladeira se eu sentisse fome e ingredientes pra preparar caso eu quisesse fazer alguma coisa, mas como eu sou um desastre na cozinha, prefiro a lasanha mesmo. Deixo ela dentro do forno e volto para o sofá, continuando com o trabalho. A próxima prova da faculdade seria na outra semana, e eu já estava um pouco apreensiva, porém mais confiante que a a prova que eu tinha feito na semana passada.

Me concentro nos processos e começo a sentir o cheiro da lasanha da cozinha. 40 minutos depois ouço o timing do forno, anunciando que já está pronta. Tiro a lasanha e desligo o fogo. A minha barriga ronca só de sentir o cheiro. No mesmo instante, a luz apaga. A casa fica no escuro total. Puta que pariu, acabou a luz. Porra, logo comigo que tenho medo de escuro? Cadê a Aby nessas horas? Deixo a lasanha de lado e vou atrás de algum lugar pra me salvar. Assim que entro na sala, não enxergo a mesinha de centro e bato o dedinho do pé na quina. Eu berro, xingo, e grito. Escuto batidas na porta e eu logo entro em alerta. Penso que pode ser um ladrão e que foi ele que cortou os fios de energia do prédio só pra assaltar os apartamentos. Enquanto vou devagar até a porta, penso também que pode ser o Pennywise com um balão vermelho pronto para me devorar, mas logo jogo essa imagem para o fundo da minha mente. Mais duas batidas na porta e então olho no olho mágico. O corredor está escuro mas consigo ver a pessoa por causa da luz da lanterna que ela está segurando. Ufa.

Abro a porta dando de cara com o síndico do prédio, que aponta a lanterna na minha cara, tapando a minha visão e me cegando por um momento.

– Aqui é a casa da Aby Handson, sim? – ele pergunta assim que sobe a luz, deixando um ponto escuro bem no meio da minha visão.

– Isso mesmo, mas ela não está em casa. Sou a amiga dela.

– Ah, claro, só estou passando em todos os apartamentos para avisar que a luz foi cortada devido à forte chuva, mas que já me comuniquei com a empresa de luz e logo voltará. Qualquer necessidade, meu apartamento é o 202, me chamo Jim – o senhor de cabelos brancos e simpático sorri para mim. Sorrio de volta e assinto, agradecendo.

Ainda com um pouco de medo, volto para o sofá e termino a minha xícara de chocolate quente em um único gole, já frio. Pego meu celular e envio uma mensagem para Aby, avisando sobre a luz, mas acho muito difícil que ela veja agora.

Uma hora se passa e a luz ainda não voltou. Meu sono não chega, me deixando desperta, atenta á volta da luz. Estou deitada no sofá, quando escuto três batidas fortes na porta. Eu estava prestando atenção na chuva que caía pelo vidro da varanda, inerte, quando ouvi o som. Que susto, merda. Pego meu celular, colocando na lanterna e olho pelo olho mágico. Não tem nenhuma fonte de luz então não identifico quem seja, até ouvir a voz rouca e profunda atrás da porta.

– Giennah! Sou eu, abre por favor – ouço a voz de Thomáz, trêmula. Abro a porta e aponto a lanterna para o chão, para ele enxergar.

Assim que ele entra, fecho a porta e aponto a luz para o seu peito, para enxergar seu rosto. Ai, meu Deus. Primeiro vejo sua blusa encharcada de água, misturado com sangue. Subo mais a luz e vejo seu queixo trêmulo, pingando água que escorre do seu cabelo molhado pela chuva.

Não pergunto nada, apenas pego na sua mão e vou na direção do banheiro. Sua mão também está trêmula e sinto alguns calos. Assim que chego no banheiro, coloco o celular na pia de uma forma que ilumine todo o ambiente. E então eu vejo o seu rosto claramente. Primeiro vejo seu olho levemente roxo e então o corte na sobrancelha. A boca está cortada no canto e um hematoma roxo no maxilar está claro, por enquanto. Suspiro, tentando não entrar em pânico.

– Como aconteceu? – digo, apenas.

Sinto sua respiração trêmula também.

– Levei uns socos, mas não foi nada demais – sua voz se embola um pouco com rápidas pausas por causa do seu maxilar que não para de tremer.

Decido não discutir com ele, apenas tiro sua camisa. Ele se contorce quando faço isso e geme de dor. Vejo alguns leves hematomas na região da costela. Meu Deus, o que aconteceu pra ele estar desse jeito? Quando ele está completamente despido, falo para ele entrar no box, mas antes de ligar o chuveiro, escuto sua voz baixa:

- Entra comigo.

Hesito, parando na porta. Respiro fundo e então tiro a roupa. Solto o cabelo quando entro junto dele. A luz da lanterna do celular clareia o suficiente para eu ver seu corpo por inteiro. Ele está tão machucado que a minha vontade é de... cuidar dele, e ao mesmo tempo bater mais nele por estar assim. Ele liga o chuveiro e então a água fria cai na sua cabeça, respingando em mim. Me arrepio imediatamente. Ele não desgruda os olhos dos meus, o que me deixa um pouco apreensiva, já que nunca vi esse olhar nele antes, como se estivesse pensando demais. Ele abre os braços e me envolve, apertado. Envolvo meus braços ao seu redor e apoio a cabeça no seu peito. A água imediatamente cai na minha cabeça, molhando o meu cabelo e escorrendo pelo meu corpo. Me acostumo rapidamente com a temperatura da água.

Ele beija a minha cabeça e sinto seus braços apertarem mais os meus ombros. Eu realmente não sei o que aconteceu, e quero saber por que ele ficou assim, estranho. Como se lesse os meus pensamentos, ele fala contra o meu cabelo:

- Eu perdi a luta. E eu nunca tinha perdido antes – sua voz ainda está um pouco trêmula, mas consigo ouvi-la rouca.

- E por que você perdeu hoje? – digo, levantando a cabeça do seu peito. Nós somos da mesma altura, mas nesse momento, me sinto pequena, e não sei o motivo.

Olho nos seus olhos e vejo seu maxilar se mexer, como se ele estivesse travando uma batalha interna.

- Porque eu estava lá, mas a minha mente não. – Diz.

Franzo o cenho levemente.

- Como assim?

- Eu não consegui me concentrar na luta, porque... – ele fecha os olhos e respira fundo. Quando volta a abri-los, ele responde rapidamente:

- Porquê de alguma forma, eu não consegui tirar você da minha cabeça. A cada soco que eu levava, eu via você e eu não sei porque isso aconteceu, Giennah. Eu simplesmente não consegui controlar os meus pensamentos naquela hora. Eu... Eu... – ele para, retomando o fôlego. – Eu não sei por que. Isso nunca aconteceu. Eu só tinha uma vontade imensa de... estar aqui. Eu queria que aquela luta acabasse logo pra eu chegar em casa e te ver. E porra, eu me sinto perdido agora, porque eu não sei que merda aconteceu pra eu deixar aquele merda ganhar e me bater desse jeito.

Quando termina de falar, ele fecha os olhos, apertados. Me distancio minimamente do seu corpo e o encaro. Seu rosto está tão machucado, que a única coisa que eu faço é erguer o braço e tocar a sua bochecha levemente. Ele não se afasta, mas abre os olhos, me encarando.

- Não vai falar nada? Me chamar de maluco, masoquista? – Pergunta.

Rio da sua expressão angustiada.

- O que você quer que eu diga? Eu fiquei tão confusa quanto você.

Ele respira fundo e encosta a testa na minha.

- Eu sou um fodido.

- Nós, somos fodidos.

Ele ri.

- Essa é uma forma bem estranha de dizer que não me tira da cabeça, vizinho.

- O que eu posso fazer? Eu tenho uma vizinha gostosa, não uma senhora de oitenta anos que cheira a repolho. Sabe como é... É meio difícil de evitar não pensar.

- Bom, eu não tenho esse problema. O meu vizinho é super babaca, sabe? Não é como se fosse difícil manter distância.

- Ah, é mesmo? – O clima tinha se suavizado e eu não poderia estar mais aliviada. – Não é o que parece.

Nesse momento, a luz volta e eu fecho os olhos pela claridade forte. A água que cai entre nós fica quente. Quando abro os olhos, olho para Thomáz. Seu corpo está realmente machucado. Ele aproveita a água quente e enfia a cabeça embaixo da água, deixando cair no rosto. Depois leva as mãos ao cabelo e o coloca para trás. Como ele pode ficar mais bonito ainda com o rosto machucado e molhado?

Ele passa sabonete no corpo. O meu sabonete. Quando foi que ficamos tão íntimos? Ele passa um pouco de sabão no cabelo e enxágua.

- Terminei, mas se você quiser eu posso te dar um banho. Não é como se eu já não tivesse feito isso antes – fala, se aproximando.

Ergo as sobrancelhas e dou um passo para o lado, dando espaço para ele passar.

- Agradeço a gentileza, mas não, obrigada.

Ele se aproxima mais, e então, de repente, ele empurra o meu corpo na parede, colando o peito no meu. Ele grunhe, olhando para o machucado na costela, mas logo volta o olhar para mim.

- Eu queria ter alguma coisa pra dizer agora, mas eu não tenho. Eu sei que combinamos que seríamos uma foda casual, mas eu não sabia quem você era. Eu queria ter controle sobre os meus pensamentos, mas eu não tenho. Eu queria que você fosse uma senhora de oitenta anos que cheirasse a repolho, ou até uma mulher fútil e chata, mas você não é. E eu não posso fazer nada pra mudar nenhuma dessas coisas. Mas uma coisa eu tenho certeza – ele roça os lábios nos meus quando sussurra. – Eu não sou o cara certo pra você.

Ele fica mais alguns segundos com os lábios próximos dos meus, olhando nos meus olhos, e então se afasta. Ele sai do box e enrola uma toalha na cintura, saindo do banheiro. A água do chuveiro ainda cai, então a fecho. Escuto a porta da frente fechar alguns segundos depois e então me movo. Saio do box, me enrolando na toalha e vou para o quarto. As palavras dele rondam a minha cabeça enquanto visto o meu short de moletom e uma blusa. Eu não sou o cara certo pra você.

Quando chego na cozinha, vejo que a lasanha que eu tinha deixado na bancada tem um garfo enfiada bem no meio e um pedaço faltando na ponta. Sorrio.

Ele diz que não é o cara certo pra mim, mas o que ele não sabe, é que na verdade eu não sou a mulher certa pra ele. Com a toalha na cabeça, sento no banco e como a lasanha direto da embalagem. Está fria, mas eu não ligo, como assim mesmo.

Quando termino de comer, lavo a louça e enquanto penteio o meu cabelo, escuto o som da guitarra do outro lado da parede. Pela primeira vez, não me importo com o som e escuto ele tocar, porque de alguma maneira, eu sei que ele está tocando pra mim.

Eu me sentia uma idiota por gostar mais de um cara que eu tinha conhecido há três semanas do que do meu ex-namorado que ficou comigo por um ano e dois meses. Eu me sentia igual a Thomáz no fim das contas: perdida, sem saber o que está acontecendo, mas eu também não queria que acabasse. Se fodas casuais são tudo o que ele pode me dar, então eu não iludiria nós dois com algo a mais. Tudo seria como estava antes, como se o que aconteceu na luta nunca tivesse acontecido. Mas o meu coração não seria como antes, porque eu sentia que ele começava a se recuperar e a bater em um ritmo diferente, mas eu estava disposta a ignorá-lo.


Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro