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Capítulo 4

Eu estava em um labirinto. Corredores infinitos me cercavam, me sufocando com todas aquelas luzes fortes e aquele branco aterrorizante. Parecia até que eu estava em um filme de terror, pois zumbis também perambulavam por esse labirinto.

Não, eu não estava assistindo a um filme ou lendo um livro. Eu ainda estava naquele hospital e os zumbis eram a equipe médica, que demostravam o cansaço em cada passo arrastado que davam.

Acho que eu já comentei o quanto odeio hospitais, certo?

Não há nada de errado nisso, já que nem chega a ser uma fobia. Trata-se apenas de uma enorme e gigantesca antipatia pelo lugar e o que ele representa. Aqui as pessoas morrem e deixam para trás pessoas e sonhos. E me faz sentir como a garotinha de oito anos, que chegou da escola para descobrir que sua mãe havia ido a um hospital para nunca mais voltar.

Não sou idiota para não assumir que há uma ligação entre o meu passado e essa aflição que sinto com hospitais. Por sorte, agora sou adulta e posso me anestesiar com cafeína (já que álcool estava fora dos limites nesse lugar), para suportar o tempo que terei de passar aqui. Eu só precisava achar a cafeteria ou uma daquelas máquinas milagrosas.

Depois do que pareceram horas perambulando pelo lugar eu encontrei um quiosque próximo ao jardim do hospital. E confesso que não imaginei que minha cidadezinha natal pudesse ter um equipamento de saúde tão grande assim. Definitivamente as coisas tinham mudado por aqui nos últimos anos.

– Eu quero um café irlandês, por favor. – a atendente do lugar ficou me encarando com um grande ponto de interrogação no rosto. – Sabe... aquele com creme, café e whisky...

– Ah você é uma daquelas... Desculpe senhora só temos o convencional.

– Como assim uma daquelas, minha florzinha? – eu não gosto de levar desaforo para casa, ainda mais sem um whisky em jogo.

– Sabe... aquelas que seguem os doze passos e depois que saem, puff, caem de boca no vício.

A atendente não deveria ter mais de dezoito anos, foi só por isso que eu decidi aliviar para o lado dela, e também porque a Lili ameaçou não me defender mais no tribunal.

– Eu não sou uma alcoólatra, meu bem, eu sou apenas sofisticada. Mas, já que não temos o mesmo nível, pode me trazer um expresso.

Demorou muito pouco para um copo quentinho estar na minha frente, por isso, eu observei atentamente a espuma marrom que me encarava.

– Senhora, eu não cuspi no seu copo. Tem uma câmera ali e eu não quero perder o meu emprego.

– Só pela sua honestidade, eu vou te dar um gorjeta.

Eu havia sido rude com a menina, se eu tivesse engolido sua saliva não poderia culpá-la, talvez só estapear um pouco, mas, é como dizem, ainda há pessoas boas no mundo. Pessoas como eu, claro.

Após dar um gole na bebida quente, eu me sentei em um dos bancos do jardim e cacei na minha bolsa meu telefone. Assim que a tela brilhou, eu viu chamadas perdidas da Lilian, e eu comecei a me sentir mal por abandoná-la no meio dessa confusão em que ela se meteu. Mas, esse sentimento durou pouco, pois analisando a situação toda, eu faria bem em deixá-la sozinha com o seu problema chamado Nic, pois eu era a terapeuta do casal no momento e não a amiga de um dos lados, ou dois, no caso.

Rapidamente corri pela minha lista de contatos até encontrar a cara feia do meu irmão mais novo. Demorou alguns toques para que ele respondesse como de costume.

– Bibia! No que posso te ajudar pentelha?

Foi dessa maneira que o Paulo me chamou até os seus sete anos, e depois ele aderiu ao apelido apenas para me irritar.

– Eu ainda sou mais velha, seu tampinha! – eu tentei esconder meu riso, mas eu gostava do meu irmão. Por muito tempo ele foi o meu único e melhor amigo. – Eu tenho uma coisa para te contar, mas primeiro você tem que sentar.

– Tenho até medo quando você diz uma coisa dessas. Aproveita que eu já estou sentado corrigindo provas. Nada pode ser pior que esses erros de ortografia, aviso com 'z', irmã, sem falar do 'mais' no lugar do 'mas'.

– Até onde eu sei você é professor de geografia, Paulo, e universitário. – eu respondi totalmente confusa.

– Para você ver a quantas anda a educação nesse país, Bia. Mas, me diz, ao que lhe devo a honra da sua ligação?

– Bem, eu voltei para nossa terrinha natal. Não por livre e espontânea vontade, mas porque me ligaram do hospital.

– BIANCA DE DEUS! O QUE ACONTECEU? – a típica reação exagerada do meu irmãozinho já era esperada.

– Respira meu filho! Nem te contei o que aconteceu ainda e você já está encomendando o caixão!

– Ai minha nossa! Quem morreu? Como aconteceu?

Eu queria estar ao lado do Paulo apenas para dar uns tapas na cara dele, e ver se ele acordava para a vida. Mas, como eu não estava, apenas passei a olhar o céu acima de mim e respirei fundo. Às vezes parecia que eu era o menino e o Paulo a menina.

– Paulo, para tudo! Presta atenção e se desespera depois. Nosso pai passou por uma cirurgia no coração, me ligaram e eu sou a acompanhante dele. Mas ele está bem, não é agora que a herança será liberada. – eu terminei a frase com uma piadinha, apenas para quebrar a tensão que emanava do outro lado da linha.

– Nem nessa hora você se controla, não é Bianca?

– Ai meu querido, se a gente não rir da desgraça, é ela quem vai rir da gente... Mas agora que você já ouviu a pior parte sem gritar como uma menininha, eu vou te explicar os ocorridos.

Passei os próximos trinta minutos explicando mil vezes tudo o que aconteceu no hospital. Eu amo o meu irmão, mas às vezes eu quero dar um tiro nele.

O Paulo é o tipo de pessoa visual, então, se ele não tiver uma imagem completa e detalhada dos fatos ele não entende. E eu não estou sendo implicante não, porque quando ele lê um livro, o coitado fica dez horas na mesma página. Acho que é por isso que ele se casou com a Laura, pois minha cunhada é professora de artes, não do tipo descolada e estilosa, mas daquelas que te faz dormir nas aulas. Tenho pena do Lipe, meu sobrinho, com toda essa influência tediosa.

– Bia, tem certeza que vai dar conta de ficar com o papai? Se não, eu dou um jeito, falo com o supervisor e corro para ficar com ele.

– Nossa, o que que há com todo mundo achando que eu vou envenenar o velho!? Vai ficar tudo bem, me dá um voto de confiança vai!

– Não é que eu não confie em você, mas você é meio... hum... desligada das coisas.

– E com que provas você pode me acusar de ser assim? – o convívio com a Lili tinha suas vantagens, eu estava advogando.

– A gente sabe do peixinho dourado e das vezes em que você perdeu o Lipe nos lugares. – contra isso eu não tinha o que falar, afinal, aconteceu e eu não me preocupei em realizar o crime perfeito.

– Essa é uma situação totalmente diferente. O máximo que vai acontecer é você nos encontrar no hospício.

– Não duvido muito. Mas, olha, eu vou te ligar todos os dias para saber novidades. E por favor, Bia, vê se não bota fogo na casa!

Desliguei o telefone com o riso do Paulo ainda ecoando no ar. Irmãos são incríveis, quando se está afundando na lama eles são capazes de darem um chute para ajudar no banho, mas apenas com a melhor intenção no coração.

A noite estava começando a surgir no céu e eu comecei a rezar para que quando eu retornasse ao quarto do meu pai ele estivesse no décimo sono. Lentamente, eu comecei a refazer o meu caminho pelos labirintos do hospital, e estava distraída lendo as placas informativas de campanhas médicas, quando o som de algo muito diferente dos bip bip's metódicos que eu ouvi por todo o lugar chamou minha atenção.

Hung Up de Madonna soava de uma sala com paredes de vidro, a placa ao lado da porta a identificava como sala de fisioterapia, mas lá dentro eu via idosos super animados fazendo exercícios, que me lembraram de uma academia que há muito tempo deixou de ser frequentada pela minha ilustríssima pessoa. A melodia animada da música me fez ficar assistindo os velhinhos se movimentando, isso até meus olhos se fixarem no par de glúteos mais durinhos e bem definidos que eu já vi na minha vida.

O dono dessa bundinha estava de costas para mim, o que me permitia secar sua bem definida estrutura, que aparentemente possui muitos músculos. O pacote todo de gostosura estava embrulhadinho em roupas brancas, indicando que ele era o profissional em serviço naquela sala, agraciando não somente a mim com toda a sua eficiência, pois agora eu reparava que a maioria dos idosos eram senhoras com um enorme sorriso no rosto.

Eu só precisava confirmar que esse caso não era o caso de um homo-camarão, aquele que você tira a cabeça e aproveita o resto. Bom, aparentemente o objeto em análise parecia bem autêntico, com cabelos escuros que pareciam ter acabado de sair da cama, um nariz bem desenhado, uma barba rala...

Por algum motivo eu senti meu cérebro fazer ligações, como se buscasse alguma informação no meu banco de memórias. Mas, a sensação de dèjá vu só se completou quando o homem à minha frente se virou completamente para mim, me permitindo contemplar o mais belo conjunto de olhos esverdeados que eu já vi.

No segundo em que eu fui agraciada com o sorriso matador desse homem, eu tive a mais completa certeza de que eu o conhecia de algum lugar... Não, não apenas um lugar comum, mas de uma noite mágica, que deveria ter ficado apenas na minha memória...

Porém, como a vida é uma madrasta ingrata, eu estava mais uma vez olhando para o Júlio César e dessa vez, estávamos no mundo real.

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E ele apareceu! Quem será esse J.C. hein???




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