𝘁𝘄𝗲𝗻𝘁𝘆 𝗳𝗼𝘂𝗿 ➳ 𝘴𝘺𝘴𝘵𝘦𝘮 𝘪𝘯𝘵𝘳𝘶𝘴𝘪𝘰𝘯
Eu estava sem fôlego de tanto correr e os outros com certeza estavam também. Sem nenhuma escolha, o Peter disse que a nossa melhor opção é correr para tentar salvar as nossas vidas antes que o alarme soltasse o gás. Eu nunca corri tanto na minha vida como agora, Peter me ajudava a ser mais rápida segurando minha mão e me levando com ele, a floresta estava escura e não dava para ver quase nada, mas o Peter sabia muito bem por qual caminho seguir, eu e os outros apenas o seguia.
Em um momento, o alarme parou de tocar dando um alívio para os nossos ouvidos, Peter deu uma espiada pelo ombro atrás de nós e arregalou os olhos, virei meu rosto para ver o que era: o gás amarelado estava vindo até nós. Começamos a correr mais rápido, não vamos conseguir sair dessa.
— Ali! — Luke gritou.
Segui meus olhos para onde ele estava apontando, é uma caverna! Mudamos de direção correndo até lá e entramos apressados, aqui dentro estava muito úmido.
— Como vamos tampar a entrada?! — Eu perguntei sem fôlego e preocupada.
— Já sei! — Peter falou.
Ele saiu da caverna e pegou um pedaço de madeira do tamanho da entrada da caverna, ele entrou de novo e colocou a madeira em pé na entrada. Luke ligou uma lanterna, fazendo tudo clarear ao nosso redor pela caverna ser pequena, todos respiramos rápido com o peito subindo e descendo freneticamente. Nos sentamos encostados na parede da caverna e Peter se sentou do meu lado.
— Não acredito que achamos essa caverna a tempo. — Sara falou com a mão no coração.
— Eu achei, né. — Luke falou se dando o crédito.
— Que seja! — Ela murmurou. — Pelo menos, não vamos morrer.
— Mais um pouco correndo e eu morreria! — Noah falou e deitou no chão na minha frente.
— Por um pouco, eu achei que estava tudo perdido! — Sara falou.
— Mas não está. — Peter falou. — Conseguimos as informações e nos protegemos do gás, então está tudo certo!
— Bom, valeu a pena termos vindo. — Falei abraçando minhas pernas.
— Tirando o quase ataque do coração do Peter por você ter vindo, está tudo de boa. — Luke falou piscando para mim.
Dei risada e o Peter revirou os olhos, ficamos em silêncio esperando o tempo passar, encostei minha cabeça no ombro do Peter enquanto ele fazia círculos com seu dedo na palma da minha mão, fechei os olhos e quando eu estava a um segundo de cair em um sono, escutei a voz do Noah.
— Pessoal... — Noah falou sem fôlego.
Abri os olhos e olhei para ele sem entender.
— Temos um pequeno problema.—- Ele continuou.
— O que foi? — Sara perguntou juntando as sobrancelhas.
Noah não disse nada e apontou para a entrada da caverna, olhamos para lá e eu arfei, o gás estava entrando por uma brecha da madeira.
— Droga! — Peter praguejou se levantando de supetão.
Ele e os garotos foram até a madeira tentando tapar com as mãos enquanto eu e a Sara trocamos olhares, mas era inútil.
— Eu não quero morrer! — Sara falou em desespero.
— Não tem nada aqui pra tampar?! — Peter perguntou.
Luke colocou a luz da lanterna ao nosso redor, olhamos à nossa volta e não tinha nada que nos ajudasse.
— O que vamos fazer? — Luke perguntou depressa.
— Nós vamos morrer! — Falei exasperada.
— Cubram o nariz e a boca! — Peter falou e ficamos parados. — Agora!
Ao mesmo tempo nós nos mexemos, desesperada eu peguei a gola do meu traje e tampei minha boca e nariz, os outros fizeram o mesmo sentados, Peter sentou do meu lado já com o rosto tampado, ele me puxa fazendo com que meu rosto ficasse em seu peito e me apertou contra ele.
— Vai ficar tudo bem. — Ele falou.
— Seja realista, Peter! — Noah murmurou com os olhos brilhando.
Peter respirou fundo e encostou seu queixo na minha cabeça me apertando contra ele. Eu segurei o seu traje, puxando-o para mim. O gás amarelo estava ficando à nossa volta.
— Eu não quero morrer, Peter. — Eu murmurei fechando os olhos.
— E não vai, ninguém vai! — Ele falou determinado. — Não vou permitir isso!
Ele me apertou mais em seu peito e eu senti o seu coração tão acelerado quanto o meu sobre meu rosto. Quanto mais o gás entrava pela brecha da madeira, mais o ar foi ficando ruim e mais quente ao nosso redor.
— Até o gás ir embora, vai demorar! — Noah falou com receio.
— Quanto tempo leva para o gás ir embora, Luke? — Peter perguntou.
— Uns dez ou quinze minutos, talvez. — Ele respondeu. — Se tivermos sorte.
— Sorte… — Noah murmurou parecendo fraco.
Eu respirei fundo tentando me acalmar, tudo que eu queria agora é ir embora desse lugar. Alguns minutos passaram, minha cabeça começou a ficar pesada e a respiração mais forte tentando buscar um bom ar.
— Peter. — Eu murmurei contra seu peito.
Ele se afastou um pouco e me olhou preocupado, meus olhos cansados queriam se fechar.
— O que foi?! — Ele perguntou — Alyssa?!
— Eu não me sinto bem. — Falei lentamente, tombando minha cabeça para o lado.
— Calma, fique calma, Alyssa! — Ele disse me segurando. — Não fecha os olhos! Me ouviu? Fica acordada.
Assenti lentamente me encostando nele, olhei para o outro lado vendo Luke mexer na Sara para ela também ficar acordada, isso deve ser um dos efeitos do gás. O Noah do meu outro lado, estava com a respiração pesada e também lutava para se manter acordado.
— Aguentem firme. — Peter falou para todos nós. — Já vai acabar.
Olhei para ele que também lutava para manter seus olhos abertos, mas não tanto quanto eu e os outros, me concentrei nele para esquecer o gás e me manter desperta. Minutos se passaram e o gás foi desaparecendo aos poucos até que sumiu de vez.
— Acho que acabou. — Luke murmurou.
Noah ficou de pé e foi até a entrada, afastando um pouco a madeira para ver lá fora.
— É, acabou. — Ele disse, tirando toda a madeira dessa vez.
Aliviada, eu me levantei do chão com os outros tirando a gola do traje do meu rosto, saímos para fora e quase fechei os olhos de prazer ao respirar o ar puro.
— Conseguimos! — Sara gritou com os braços pra cima.
Damos risada aliviados, nos aproximamos todos juntos e damos um abraço em grupo comemorando.
— Mais uma missão cumprida, meus amigos. — Noah falou.
— Amigos não. — Peter falou, olhando cada um de nós. — Família!
Todos nós rimos e gritamos de felicidade, olhei para cada um deles feliz por ter eles em minha vida, isso que é amizade verdadeira.
°•°•°•°
Tempo depois, nós chegamos na base ansiosos para ver todas as informações no pendrive que o Luke transferiu. Antes de tudo, nós bebemos água como se estivéssemos em um deserto e comemos para nos reabastecer, quando descemos para a base, fiquei surpresa por ser três da madrugada, nos sentamos ao redor da mesa de frente para o computador para ver as informações.
— Vamos logo, Luke! — Noah falou balançando sua perna freneticamente.
— Já vai, já vai! — Luke murmurou digitando no teclado.
— Finalmente vamos saber onde está o baú! — Sara falou animada.
— Ai vamos atrás dele antes que os Cefurs peguem primeiro! — Falei eufórica.
— E ai vamos acabar com eles de uma vez por todas! - Peter falou. — Depois de anos e duas gerações.
— Exato! — Luke disse sorrindo.
Esperamos o Luke arrumar as coisas para colocar o pendrive no computador, depois de poucos minutos, tudo ficou pronto.
— Ok, senhoras e senhores! — Ele falou fazendo graça. — Todos prontos para saber onde está o tão precioso baú?
— Sim! — Dissemos em uníssono.
— Vamos lá! — Ele apertou um botão.
A partir daí, aparecem várias palavras e pdf's na tela um atrás do outro sem parar, eu abri a boca sem palavras.
— Como vamos conseguir achar o local com tantas coisas aí? — Noah perguntou.
— Calma, meu amigo. — Luke murmurou.
Ele começou a digitar de novo e a tela começou a ficar vazia aos poucos.
— Que complicação! — Sara reclamou.
— Deixa o mestre fazer seu trabalho. — Ele murmurou concentrado.
Sara revirou os olhos se encostando na cadeira com os braços cruzados, ela me olhou e eu indiquei com a cabeça para o Luke, ela negou com a cabeça e eu cerrei os olhos fazendo ela bufar e eu rir.
— O que foi? — Peter perguntou para nós duas.
— Nada! — Falamos rapidamente.
Ele cerrou os olhos desconfiado.
— Você sabe, são garotas. — Noah falou rindo.
— Achei! — Luke gritou.
Olhamos para a tela do computador ansiosos, tem um mapa com uma localização.
— E então?! — Sara perguntou.
— Onde está o baú?! — Eu perguntei.
— Meu Deus! — Luke balbuciou.
— O que? — Peter perguntou impaciente.
— Cara, o baú está no antigo castelo. — Luke falou surpreso.
Castelo?! Franzi meu cenho confusa.
— Não pode ser! — Noah falou. — Naquele castelo pequeno que parece uma casa?!
— Castelo que parece uma casa?! — Eu perguntei. — Isso não faz nenhum sentido.
— Existe uma casa na floresta que se chama castelo. — Peter explicou para mim. — É muito antiga, está lá há mais de cem anos, nós já fomos lá uma vez com nossos pais.
— Ela é toda feita de pedras enormes. — Sara comentou.
— E onde fica esse castelo? — Eu perguntei franzindo o cenho.
— Esse é o problema. — Luke falou coçando a cabeça.
— O castelo fica no final dessa floresta. — Peter disse.
— O que?! — Eu perguntei surpresa. — É longe, tipo... muito longe.
— Pois é. — Noah murmurou. — Leva ao menos uns dez dias para chegar lá!
— Então... — Sara perguntou. — Vamos ir até lá?
— Claro que vamos! — Peter falou determinado. — Precisamos ir, a vida de nós e de todos dessa cidade esta em risco, temos que pegar aquele maldito pendrive.
— E vamos! — Noah falou.
— E quando nós partimos? — Luke perguntou.
— Eu não sei. — Peter suspirou. — Mas quanto antes melhor, não podemos demorar.
— E devemos todos levar uma mochila com água e comida! — Sara disse. — Vão ser dez dias bem longos, uma boa caminhada pela floresta.
— Ah, canseira. — Luke falou soltando um riso nasal.
Ficamos conversando e trocando idéias para a longa jornada até o castelo, eu não perguntei ainda se eu vou poder ir, mas se depender de mim eu vou, o Peter querendo ou não. Estavamos todos distraídos na conversa até que a tela do computador ficou toda cinza e começou a fazer um barulho esquisito, olhamos confusos um para o outro.
— O que é isso, Luke? — Eu perguntei.
— Hum, sei lá. — Ele franziu o cenho. — Deixa eu ver.
Antes mesmo dele alcançar o teclado, apareceu a sombra de uma pessoa na tela todo vestido de preto.
— Mas o quê?! — Sara falou se levantando de supetão.
— O que é isso?! — Noah perguntou saindo de seu lugar.
Todos nos levantamos para ver a tela melhor, até que a pessoa começou a falar, eu conheço essa voz! É o senhor Davis, dono da Fycherfluar, líder dos Cefurs.
— Olá, meus jovens. — Ele falou.
— É o Marcos Davis! — Falei alto para todos ouvir.
— Exato, querida Alyssa. — Ele falou pela tela.
Arregalei os olhos, como ele pode nos ouvir?! Peter do meu lado fechou suas mãos em punho.
— Luke faz alguma coisa! — Noah disse agitado.
— Não vão conseguir! — Davis disse. — Eu invadi seu sistema.
— Droga! — Luke falou revoltado e começou a digitar depressa.
— O que você quer?! — Peter perguntou irado.
O senhor Davis riu.
— O que eu quero, está com vocês! — Ele respondeu. — Mais precisamente, com a Alyssa.
— Não vou te entregar o colar! — Falei firme.
— É uma péssima escolha. — Ele falou. — Vou te dar uma chance Alyssa, se você não entregar o colar até amanhã de noite, os seus pais e suas amiguinhas vão sofrer as consequências.
— O que? — Eu sussurrei.
— Se eu fosse você, pensava melhor. — Davis falou. —Espero que faça uma boa escolha.
Ele falou as últimas palavras e sumiu fazendo a tela voltar ao normal, Luke correu para o teclado digitando freneticamente.
— Vou bloquear aquele infeliz do sistema! — Luke esbravejando de raiva.
Coloquei as mãos no meu rosto, Peter passou um braço pelo meu ombro e outro na minhas costas.
— O que eu vou fazer?! — Eu perguntei com a voz abafada.
— Você não vai entregar, não é? — Sara perguntou atrás de mim.
— Não, claro que não! — Falei me afastando do Peter e Sara suspirou aliviada. — Mas, o que eu vou fazer com os meus pais e as minhas amigas?!
— Isso tá muito estranho. — Peter murmurando a boca.
— Por quê? — Noah perguntou.
— Bom, os pais da Alyssa não trabalham com... os Cefurs? — Peter falou. — Então, por que o Davis está ameaçando a Alyssa com eles, se eles fazem parte disso também?
— É, não faz sentido. — Sara falou pensativa.
— Talvez o Davis esteja blefando. — Luke murmurou concentrado no computador.
— Talvez sim, talvez não. — Noah falou.
— Eu preciso ir pra casa! — Falei de supetão.
— O que? — Sara perguntou levantando uma sobrancelha.
— Eu preciso ver meus pais e falar com eles sobre tudo isso!
— O que?! Não! — Peter falou e segurou meu pulso.
— Por que não?
— Eles podem fazer alguma coisa! — Respondeu me olhando.
— Peter, são os meus pais apesar de tudo. — Falei calma. — Só deixa eu pelo menos ver se estão bem.
Ele suspirou.
— Tá bom, eu te levo.
Nos arrumamos e nos despedimos do resto do grupo, tudo que eu quero agora é que eles estejam bem.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro