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𝘀𝗲𝘃𝗲𝗻 ➳ 𝘤𝘢𝘵𝘤𝘩 𝘢𝘵 𝘯𝘪𝘨𝘩𝘵

Hoje na escola, eu, as meninas e o Matthew finalizamos o nosso trabalho e depois tivemos outra prova, mais duas semanas de aula e depois nunca mais escola para mim, não vejo a hora disso tudo acabar. Depois da escola, eu passei na pracinha para ir na senhora Lee comprar umas besteiras. Coloquei as coisas no caixa e ela me deu um olhar reprovador.

— O que foi? — Eu perguntei confusa.

— Você vai levar tudo isso, menina? — Ela perguntou.

Olhei para as coisas que peguei e depois para ela novamente.

— Sim, senhora Lee. — Falei sorrindo. — Nem é tanto assim.

Ela cerrou os olhos debaixo de seus óculos escorregando sob seu nariz.

— Mas é tudo besteira, Alyssa! — Falou me repreendendo. — Vai passar mal desse jeito!

Dei risada de sua preocupação e olhei para as coisas que eu peguei no balcão.

— Senhora Lee, são apenas: um salgadinho, dois pacotes de biscoitos, dois chocolates e cinco chicletes!

— Isso não é muito?! — Perguntou pasma.

— Bom, eu vou comer durante todo o fim de semana e não tudo de uma vez! — Expliquei dando de ombros.

— Tudo bem, então. — Ela disse guardando as coisas na sacola. — Só não vai vir depois morrendo de diabete, ai vou te falar na sua cara: eu te avisei!

Dei risada pegando a sacola cheia de doces.

— Você é demais, senhora Lee!

— E seus pais resolveram aquilo para mim?

A senhora Lee pediu para os meus pais fazerem uma nova chave para a sua loja, já que ela não tinha cabeça para ficar fazendo essas coisas.

— Ah, sim! Eles disseram que estão terminando, vai ficar bem legal, senhora Lee! — Falei animada. — A senhora não vai mais precisar de chave, é só você apertar o botãozinho que vai destrancar a porta, é igual alarme de carro.

— Ah, que bom! Eu vivo perdendo aquela chave! — Ela falou indignada e eu sorri entregando o dinheiro da compra.

— É melhor eu ir, eu te vejo na segunda! — Falei me virando para a saída.

— Até, menina! E vê se pega leve com os doces!

Acenei com a cabeça sorrindo, abri a porta de madeira saindo da loja e caminhei para casa comendo um pacote de biscoito de limão. Minutos depois, eu já estava no meu quarto abrindo um chocolate para me deliciar assistindo um filme novo no catálogo da Creitus. Chegou em uma parte do filme onde os personagens principais se beijam e me lembrei da cena de ontem no meu quarto, me arrepiei com a lembrança do nosso quase beijo. Minutos depois, os dois personagens fugiram de uma gangue que queriam pegá-los por ter roubado um chip valioso.

Pensei nos Cefurs e no que eles pretendem fazer. Onde eles se escondem e por que tanto interesse em minha pessoa? Tantas perguntas e nenhuma resposta. Se o Peter não fosse teimoso, eu poderia ajudá-los e eles poderiam me ensinar a lutar. Espantei os meus pensamentos e voltei a atenção para o filme parando de pensar nele.

Quando o filme acabou, decidi colocar no jornal, uma cidade longe daqui está com um novo vírus chamado de Faulie contaminando várias pessoas, alguns estão até morrendo, espero que não venha para essa cidade. 

°•°•°•°

Horas depois os meus pais chegaram em casa esgotados, meu pai foi para o escritório dele e eu para a cozinha ajudar minha mãe no jantar, eu estava descascando uma batata no balcão quando ouvi minha mãe:

— Você viu o novo vírus que chegou na cidade vizinha?

— Ah, eu vi! — Respondi pegando outra batata. — Se chama Faulie.

— Coitados dos moradores, tanta aflição! — Ela disse negando com a cabeça.

— Espero que encontrem uma solução logo. — Falei suspirando. — E espero que não chegue até aqui!

— Bom, vamos torcer para que isso não aconteça... droga! Acabou o molho! — Ela murmurou olhando os armários.

— Quer que eu vá comprar? — Perguntei parando ao seu lado. 

— Não precisa, querida! 

— Eu posso ir! — Eu insisti.

— Mas já está escuro lá fora, Alyssa. — Falou mexendo na panela.

— Eu vou em um pé e volto no outro! 

— Já que você insiste, então vai. — Ela riu.

— É caso de vida ou morte, mãe! — Eu disse exasperada. — Essa receita não funciona sem o molho!

— Tem razão, vou pegar o dinheiro. — Falou sorrindo e saiu da cozinha.

Minutos depois, eu saí de casa com o dinheiro e um moletom por causa do frio da noite. O mercado ficava perto da lojinha da senhora Lee na pracinha. Caminhei pelas calçadas escutando os grilos e o vento passando pelas folhas das árvores, escutei um barulho e por reflexo olhei para trás pensando ser o Peter, mas não tem ninguém e dei de ombros continuando a andar, será que o Peter vai na minha casa hoje de novo? Meu coração acelerou com o pensamento, tenho que falar com ele e tentar convencê-lo a me treinar.

Chegando na pracinha, vi o mercado de longe faltando três quadras para chegar até lá, é o único lugar aberto a essa hora da noite, continuei andando já cansada da caminhada e então escutei outro barulho atrás de mim. Me virei e só o que consegui enxergar foi os postes e árvores. Decidi me virar de volta para continuar o caminho até o mercado, mas travei quando vi um braço coberto por uma blusa branca atrás de um poste, meu coração acelerou, eu já vi essa roupa antes, é um Cefur.

Me virei caminhando depressa até o mercado, ele não pode fazer nada comigo lá dentro com várias pessoas à nossa volta, não é? Cheguei no mercado e entrei com os olhos arregalados, um segurança veio até eu me observando.

— Tudo bem, mocinha? — Ele perguntou desconfiado.

— Sim, tudo bem. — Falei dando-lhe um sorriso amarelo.

Como falar para uma pessoa que estou sendo seguida por alguém de uma organização que para todos nessa cidade não existe?

Ele acenou com a cabeça e se afastou, olhei para fora com os olhos cerrados tentando ver o Cefur, mas não o encontrei. Balancei a cabeça e fui procurar o molho, depois fui até o caixa e observei a porta, como vou voltar para casa?

Dei o dinheiro para a mulher no caixa e ela me deu o troco, sorri agradecida e fui para a porta olhando para a rua. Coloquei a mão no bolso do moletom procurando o meu celular, mas não o encontro, esqueci de pegar ele no sofá da sala, que ótimo. Engoli em seco com medo, sai do mercado apreensiva e olhei ao redor, acho que está limpo. Respirei tentando me acalmar e comecei a andar, olhei para a rua e não tinha ninguém passando.

Atravessei uma rua e olhei para trás, só andei uma quadra e ainda nem cheguei na pracinha, me virei de volta para frente e quase caí para trás ao ver um Cefur parado na minha frente. Antes que eu pudesse gritar ou fazer alguma coisa, ele tampou a minha boca com sua mão e me arrastou para um beco escuro, meu coração acelerou e minha garganta se fechou e então,  ele me jogou bruscamente na parede.

— O que você quer?! — Eu gritei. — Socorro! 

Rapidamente ele se aproximou e tampou a minha boca novamente. Tentei falar, mas é inútil, ele soltou uma risada debochada ao me ver apavorada.

— Agora não tem ninguém para te defender! — Ele disse parecendo se divertir.

Com a outra mão, ele tirou sua máscara e olhei bem para ele reconhecendo-o, é o mesmo Cefur que me pegou na floresta. Me mexi tentado sair, mas ele me apertou mais na parede.

— E agora? O que vai fazer? — Ele perguntou. — Vai fazer o que, garotinha?!

Tentei bater nele, mas rapidamente ele pegou o meu braço e o apertou me fazendo gemer de dor.

— Tenho ordens para não matá-la, ainda. — Ele falou e me arrepiei de pavor. — Mas isso não me impede de me divertir um pouco, que tal um corte bem na testa? Ou talvez na cintura?

Ele gargalhou e senti os meus olhos se encherem de água e uma lágrima escorreu pela minha bochecha. Um nó se formou em minha garganta e quase não estava respirando direito.

— Não chore, querida. — Falou e senti o seu hálito de cerveja. — Você vai se divertir também, a dor pode ser prazerosa! 

Fechei meus olhos, por que isso está acontecendo? O que eu fiz de errado para eles me querer morta?

— Eu queria ver a cara do Blake quando ficar sabendo que toquei na garota dele! — Ele riu. — Vai ser hilário!

— Na verdade, não. — Ouvi outra voz, uma voz raivosa.

Peter! Abri os meus olhos e de repente o Cefur não estava mais na minha frente e me segurando, olhei para o lado e vi Peter com olhos completamente escuros de raiva atacando aquele Cefur e escutei os socos e chutes no escuro. Peter jogou o Cefur no chão, mas ele achou um pedaço de ferro e ficou de pé começando a bater no Peter, fiquei apreensiva querendo ajudar, quando pensei em ir para lá, o Peter conseguiu pegar o ferro da mão dele e deu-lhe um soco em seu nariz que levou o homem a dar uns passos para trás caindo logo em seguida. Peter se aproximou dele novamente, mas antes que conseguisse fazer algo,  o Cefur se levantou e saiu correndo disparado pelo beco, ele atravessou a rua e entrou na floresta. 

Minha respiração estava ofegante e eu coloquei a mão na boca sufocando um soluço. Olhei para o Peter que soltou o ferro no chão e se aproximou com passos largos todo preocupado, ele pegou meu rosto entre as suas mãos e levou para perto do seu, passou seus olhos em mim me examinando ofegante pela luta, então ele passou seus dedos nas minhas bochechas secando as lágrimas e depois beijou minha testa demoradamente.

— Você está bem? Ele te fez alguma coisa? Te machucou? 

Eu não respondi, encostei o meu rosto em seu peito e quando menos esperei, ele passou os seus braços fortes ao meu redor fazendo um casulo à minha volta. Eu passei os meus braços pela sua cintura e ele suspirou, ouvi o seu coração acelerado pelo o esforço da briga e ele passou uma mão pelo meu cabelo.

— Estou bem. — Eu sussurrei. — Só quero ir pra casa.

Ele balançou a cabeça e se afastou para me olhar.

— Eu vou com você. — Ele murmurou tirando seus braços de mim.

Quando ele se afastou completamente, eu senti a falta do seu corpo colado ao meu. Quase segurei o seu braço e o puxei de volta querendo contato de novo. Me abaixei pegando a sacola com o molho caído no chão, Peter passou o braço pelo meu ombro me guiando para fora do beco escuro e começamos a caminhar pela calçada.

— Eu levo pra você. — Ele disse pegando a sacola da minha mão e com a outra mão ele continuou no meu ombro.

— Como sabia que eu estava aqui?

— Eu fui na sua casa e te vi saindo, então fui atrás de você. — Falou dando de ombros.

— E por que não atirou uma flecha nele? — Perguntei em um sussurro e engoli em seco.

Ele me olhou erguendo uma sobrancelha.

— Se eu tivesse acabado com ele, como eu ia esconder o corpo? — Ele falou soando óbvio.

Assenti, ele tem razão. Mas uma coisa não parava de martelar em minha cabeça.

— Então, se você tivesse a oportunidade, você teria atirado nele? — Eu perguntei com a voz baixa.

— Alyssa. — Ele murmurou apertando o meu ombro de leve. — Eu não sou essa pessoa que você acha que sou.

— Eu sei.

— Não, você não sabe. — Ele sussurrou. — Se soubesse, não ficaria desconfiada e me perguntando coisas.

Eu suspirei e engoli em seco, Peter tirou a mão do meu ombro e parou de andar segurando o meu pulso.

— Eu não mato toda vez que vejo um deles na minha frente. — Ele murmurou. — Eu só faço isso, quando tenho que fazer essa defesa, quando eles atacam primeiro.

— E quando atacam pessoas inocentes? — Eu perguntei baixinho. — Igual na floresta? 

— Igual na floresta. — Ele sussurrou e ergueu uma mão para tirar uma mecha de cabelo dos meus olhos.

Ele voltou com o braço no meu ombro e voltamos a andar.

— Por que você estava andando sozinha uma hora dessa? — Ele perguntou me repreendendo.

— Eu tinha que ir ao mercado. 

— Não poderia ter ido mais cedo ou amanhã?

— Eu precisava vir agora. 

Ele assentiu me observando, em seguida aproximou sua boca na minha orelha.

— Da próxima vez... — Ele sussurrou me causando arrepios com a sua boca raspando na minha orelha. — Não saia.

— Então, vou ter que ficar trancada em casa pra sempre? — Eu perguntei sarcástica, tentando fingir que ele não me afetou.

— Não, isso quer dizer que não pode sair de noite. — Ele falou voltando a ficar reto e prestando atenção na sua frente. — De noite é quando os Cefurs têm mais liberdade para fazer o que quiserem.

Suspirei chateada.

— Tudo bem. — Falei cansada. — Obrigada, Peter.

— Pelo o quê?

— Por ter aparecido na hora certa. 

— Sempre vou estar aqui. — Ele sussurrou e apertou o meu ombro.

Ficamos quietos, ele andava observando as ruas e ao redor, atento a cada detalhe. Eu estava presa em meus pensamentos e pensando no que aquele Cefur me disse.

— Sabe, o que aconteceu é um bom motivo para você me treinar. — Eu falei quebrando o silêncio e escutei o seu suspiro irritado.

— Eu sabia que uma hora ou outra você falaria isso. — Ele murmurou.

— Peter, isso está ficando mais sério do que você imagina. — Falei andando devagar, já estávamos chegando na minha casa. — Aquele Cefur disse que não poderia me matar ainda.

Ele fechou os olhos passando a mão furiosamente pelo cabelo.

— Você não vai mais sair sozinha por aí! — Ele falou exasperado.

— O que?! — Perguntei pasma. — Não vou ficar trancada dentro de casa, Peter.

— Não estou pedindo, é uma ordem! Você está correndo perigo, Alyssa!

— Você pode me treinar ao invés de ficar apenas me dando ordens! — Falei irritada.

— Não, isso é apenas uma desculpa para ser treinada.

— Uma desculpa?! A minha vida está em jogo aqui!

— Exato! E é por isso que você não vai mais sair sozinha.

— Mas eu tenho minha escola! — Falei indignada. — Mais uma semana e eu vou me formar.

— Ótimo! Até lá eu te levo! — Ele falou convicto.

— Vai virar o meu guarda-costas agora? — Eu perguntei sarcástica. — Não, muito obrigada.

Ele olhou bem para mim e riu sarcástico.

— Você vai nem perceber que estou na sua cola, Alyssa. 

— Peter, por favor. Se um dia você não estiver por perto, eu posso tentar me virar se você me treinar. 

Ele continuou me olhando, senti a sua respiração quente contra o meu rosto, não desviei o olhar nem por um segundo.

— O que você me diz? — Eu perguntei.

— Eu digo que: é melhor você entrar. 

Olhei ao redor e vi que estávamos parados em frente a minha casa, eu bufei e dei as costas para ele sem a mínima vontade de me despedir. Quando subi a varanda e cheguei na porta, ouvi a sua voz atrás de mim:

— É melhor assim, confie em mim. 

Eu toquei a maçaneta da porta, mas fiquei onde estava e fechei os meus olhos ouvindo as sua próximas palavras:

— Não quero tirar de você o que você já é, não quero que se torne alguém que possa odiar. — Ele sussurrou. — Não quero que fique igual a mim.

Engoli em seco, se passou uns segundos e me virei observando ele entrar na escura e fria floresta e então abri a porta. Quando entrei na sala, meus olhos foram direto para o meu celular no sofá, peguei ele colocando no bolso, senti o cheiro de comida e entrei na cozinha onde minha mãe ainda mexia nas panelas, ela percebeu a minha presença e virou o rosto para mim.

— Você demorou. — Ela disse franzindo o cenho.

Fui até o balcão e tirei o molho da sacola.

— Pois é, o mercado estava cheio.

— A essa hora da noite? — Ela perguntou desconfiada pegando o molho da minha mão.

— É mãe, hoje é quinta-feira, o pessoal gosta de comprar besteiras para comer na sexta e no fim de semana. — Falei dando de ombros.

— Hum, tem razão! — Falou despejando o molho na panela e logo depois mexendo. — Vai chamar o seu pai para o jantar. 

Balancei a cabeça, sai da cozinha indo até o último cômodo da casa e abri a porta do escritório do meu pai. Ele tomou um susto e depois sorriu se recuperando.

— Que susto, filha. Da próxima vez bate antes de entrar! — Ele falou recuperando o fôlego.

— Desculpa, pai. — Falei rindo e segurando a maçaneta da porta. — O jantar está pronto.

— Que maravilha, estou morrendo de fome!

Saímos do escritório e ele fechou a porta.

— O que o senhor estava fazendo? — Perguntei curiosa.

— Nada demais, apenas uma nova idéia do senhor Davis. — Ele falou dando de ombros. — Estamos tentando criar uma vacina contra o Faulie.

— Hum, senhor Davis. — Murmurei. — Sabia que um colega de classe é filho dele?

— Ah, é mesmo? Quem? — Ele perguntou interessado.

— Matthew.

— Ah, aquele rapaz que você deixou o olho dele roxo. 

— Esse mesmo. — Falei rindo.

Depois que jantamos, subi para o meu quarto, tomei um banho quente, coloquei um pijama e me deitei na cama louca para fechar os olhos, quando estava quase caindo no sono o meu celular apitou com uma mensagem, com preguiça eu o peguei e vi que era um número desconhecido.

"Pense bem no que eu disse, durma bem." - PB

Suspirei com a mensagem, Luke deve ter achado o meu número em algum lugar e passou para o Peter, afinal, ele é um hacker. 

°•°•°•°

No dia seguinte, a professora avaliou os trabalhos e o nosso grupo conseguiu nota oito, está muito bom, mas o Matthew não gostou nada da nota e jogou a culpa em cima de mim, alegando que a parte que eu fiz ficou ruim e sem sentido e por isso não ganhamos um dez. Fiquei possessa, joguei a minha mochila no chão e quase foi para cima dele se não fosse as minhas amigas para me segurar, fiquei jogando umas  verdades na cara dele enquanto cada uma me segurava de um lado e o infeliz ficou lá me observando de braços cruzados e sorrindo debochado.

No restante da manhã, fiquei pensando no que o Peter me disse e por causa disso, o professor ficou chamando a minha atenção a cada minuto da aula. Por fim eu estava decidida, eu quero ser treinada. Quando as aulas terminaram, me despedi das minhas amigas que ficaram desconfiadas da minha fuga repentina e corri para fora da escola. Durante o caminho inteiro, eu senti ele me seguindo e por causa disso, me senti segura para andar tranquila pelas ruas. 

Quando cheguei na frente da minha casa, me virei olhando ao redor e esperei que ele aparecesse. Fiquei cinco minutos esperando e nada, então com um suspiro, abri a porta e joguei a mochila lá dentro e em seguida, atravessei a rua e entrei na floresta. Esse é o único jeito de fazer ele aparecer. Entrei mais na floresta até ficar a uma boa distância longe da rua, as árvores me cercaram e eu cruzei os braços e esperei contando os segundos.

Um, dois, três, quatro, cinco…

— Você é muito teimosa, não é? 

Oito segundos. Eu me virei sorrindo, me deparando com ele bem atrás de mim com uma cara de poucos amigos, de braços cruzados fazendo seus músculos saltarem e suas veias ficarem mais visíveis. Ele deu uma passo em minha direção, deixando apenas um espaço de sessenta centímetros no nosso meio, então eu dei um pequeno passo deixando cinquenta centímetros.

— Você não apareceu, então eu resolvi entrar. — Falei confiante. — Pelo que parece, é o único jeito de falar com você.

— Pelo o que parece, você não aprende nunca. 

— Eu pensei no que você disse. 

— Pensou, é? — Ele murmurou.

— Sim, bastante. — Eu falei calma. — E cheguei a uma conclusão.

— Qual conclusão? — Ele perguntou e seus olhos passaram pelo meu rosto inteiro, parando um segundo a mais na minha boca.

— Eu ainda quero ser treinada. 

Ele olhou para os meus olhos de volta rapidamente, piscou e então balançou a cabeça não acreditando no que eu disse.

— Você escutou o que eu disse ontem? 

— Claro que escutei. — Falei franzindo cenho.

— E pelo jeito não entendeu nada. — Ele murmurou passando a mão pelo cabelo bagunçado e desviou os olhos.

— Entendi, sim. — Eu falei convicta. — Você não quer que eu me torne outra pessoa, uma pessoa ruim.

Ele me olhou de novo, parecendo perdido em seus próprios pensamentos.

— Mas, Peter. Isso não vai acontecer. — Falei e dei mais um passo, trinta centímetros. — Vou continuar a mesma pessoa, a mesma essência. Eu só quero saber me defender caso algo aconteça, e também quero ajudar vocês a desvendar tudo isso!

Ele suspirou.

— Olha, eu prometo que se não der certo, eu paro de treinar e nunca mais vou insistir nisso! — Continuei. — Peter, eu…

— Shh. — Ele murmurou olhando ao redor.

— Não vou ficar quieta, tenho que colocar pra fora! 

— Alyssa.

— Peter, estou falando sério…

Ele me olhou e colocou um dedo em seus lábios, indicando silêncio. Então, eu arregalei os olhos entendendo o que está acontecendo. Engoli em seco e também olhei ao redor, mas não vejo nada e escuto nada. Já o Peter está em total alerta olhando para um ponto específico, então eu apenas pisquei e ele pegou uma flecha e o arco e atirou em uma árvore.

No segundo seguinte, uma risada grossa é ouvida e então um Cefur saiu de trás da árvore que o Peter atirou com as mãos rendidas. Não conseguimos ver o seu sorriso por causa da máscara de hóquei, mas conseguimos ouvir a risada alta de divertimento. Peter travou a mandíbula e apertou o arco em uma mão fazendo os seus dedos ficarem vermelhos pela força.

— Olha, só! — O Cefur falou ainda com as mãos rendidas. — Então, quer dizer que a garotinha quer ser treinada e quer entrar para o seu grupinho patético de mosqueteiros.

Engoli em seco e encostei na árvore atrás de mim, Peter deu um passo para frente fazendo uma barreira entre o Cefur e eu. 

— Me diga, garotinha, por que tanto apelo para ser treinada? O líder aqui não quer te treinar?

— É melhor você dar meia volta e sair daqui. — Peter falou com os dentes cerrados.

— Oh, vai fazer o que? Me matar igual fez com o meu parceiro? — O Cefur perguntou fingindo indignação.

— Talvez. Por que? Quer saber qual é a sensação? — Peter perguntou sorrindo irônico. — Se quiser saber, eu posso fazer esse favor pra você, não vai ser nenhum esforço.

— Huh, é mesmo? Mas, você não vai querer mostrar a sua verdadeira face para a garotinha ali, não vai, Blake? — Ele perguntou provocativo. — Ou ela já viu quem você realmente é? 

A respiração de Peter ficou acelerada e seus dedos tremeram fazendo ele fechar a sua mão em punho.

— Ela já viu o que você se torna quando está enfiando uma flecha em alguém? Ela já viu o seu rosto de satisfação quando está socando uma pessoa até o desmaio?

— E você, já viu? — Peter perguntou dando um passo para frente. — Se quiser posso te mostrar de camarote bem aqui e agora.

O Cefur deu mais uma risada e baixou as mãos rendidas, pelos buracos da máscara, percebi ele desviar os olhos do Peter para me olhar.

— Se eu fosse você, Alyssa. — Ele falou. — Cairia fora desse grupo, porque o final vai ser nada feliz.

Então, ele riu de novo e nos deu as costas. Mas, ele paralisa o seu corpo e se virou de volta para mim.

— Ah, é melhor você se cuidar. — O Cefur falou me olhando. — Nunca se sabe o que pode acontecer, em um segundo você está de pé e no outro pode estar no chão sem nem perceber de onde veio o ataque.

Quando ele terminou de falar, aconteceu muito rápido: ele ergueu a mão esquerda e jogou algo na minha direção, eu não tive tempo de respirar e o Peter se jogou na minha direção e caímos no chão com ele em cima de mim, olhamos para o Cefur que já estava muito longe de nós. Ofeguei baixinho e ele me olhou preocupado.

— Você está bem? — Ele murmurou colocando uma mão no meu rosto.

Balancei a cabeça com os olhos arregalados, Peter suspirou e saiu de cima de mim e me ajudou a ficar de pé. Ele colocou a mão na minha cabeça se certificando se não me machuquei quando cai. Olhamos para a árvore ao nosso lado, uma faca pequena e afiada estava fincada nela. Engoli em seco olhando para a faca, se o Peter não tivesse se jogado em cima de mim, essa faca estaria enfiada na minha cabeça agora.

— Ok, chega dessa merda. — Peter falou e me olhou. — A partir de segunda-feira, você vai ser treinada.

Peter vai treinar a Alyssa, no que será que isso vai dar?  👀

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