𝗳𝗼𝘂𝗿𝘁𝗲𝗲𝗻 ➳ 𝘪𝘴 𝘪𝘵 𝘱𝘢𝘳𝘵𝘺 𝘰𝘳 𝘸𝘩𝘢𝘵?
Minutos depois, eu e Peter chegamos em sua casa, descemos a escada escondida e então eu abri a porta da base. Quando coloquei o pé para entrar, uma chuva de confetes caiu em mim, gargalhei e então os meninos e a Sara me deram um abraço juntos.
— Parabéns, Alyssa! — Gritaram em uníssono.
Eles se afastaram pulando e gritando animados, parecia que foram eles que se formaram na escola e não eu.
— Muito obrigada, pessoal! — Falei emocionada pela recepção.
Peter que estava atrás de mim, colocou suas mãos no meu ombro me abraçando.
— Adivinhem quem foi eleita a princesa do baile? — Ele perguntou.
— Eu não acredito! — Sara deu um gritinho. — Alyssa, você ganhou!
— Pois é, nem eu acreditei! — Falei rindo.
— Vem, Alyssa! — Luke falou pegando minha mão e me puxando, deixando o Peter para trás. — Olhe o que nós preparamos.
Ele me levou até a mesa no centro da base e olhei espantada para a quantidade de comida. Tem vários salgadinhos, doces, um bolo, e o melhor, barrinhas do meu chocolate preferido.
— Vocês fizeram tudo isso? — Perguntei emocionada.
— Sim! — Disseram em uníssono.
— Eles ficaram bem empolgados, digamos. — Peter falou piscando para mim e eu sorri.
Começamos a atacar a mesa e cortar o bolo que era de chocolate com recheio de morango, conversamos e rimos. Depois de um tempo, a Sara me puxou para um canto na base, mais afastado dos meninos.
— Obrigada Alyssa. — Falou sorrindo.
— Pelo o quê? — Eu perguntei confusa, franzindo o cenho.
— Por ter aparecido, sem você toda essa alegria não estaria aqui nesse momento. — Respondeu divertida.
— Engraçadinha. — Falei sorrindo. — Por que nos afastamos dos meninos?
Ele olhou para eles que estavam conversando, sentados em volta da mesa.
— Só queria conversar com você sobre o Peter.
— Por que? O que houve?
— Calma. — Falou rindo. — Não é nada demais, é só que você faz bem para ele, em todos esses anos eu nunca vi ele desse jeito, mais feliz, mesmo que seja um pouco.
— Por que? Ele não era assim? — Eu perguntei relutante.
— Nem tanto, ele era assim, mas muitas feridas não cicatrizaram dentro dele. Ele finge que está bem enquanto não está, mas parece que ele melhorou um pouco agora, ou ele está fingindo melhor do que já estava.
— O que aconteceu com ele para ele ficar assim?
— Não sabemos. — Ela deu de ombros chateada. — Ele nunca contou.
Assenti e dei uma olhada para o Peter sentando com os meninos, ele deu uma risada e me olhou em seguida, quando percebeu que eu já estava observando-o, ele deu aquele típico sorrisinho de lado e voltou a prestar atenção a conversa dos meninos. Sara continuava falando e eu só prestei atenção quando ela falou um nome desconhecido para mim.
— Nem a Abby conseguiu fazer ele se esquecer dessas feridas como você faz. — Ela falou.
— Mas quem é Abby? — Perguntei juntando as sobrancelhas.
Ela me olhou assustada, acho que ela falou demais.
— Ah. — Ela murmurou nervosa e desviou os olhos. — Acho que eu não deveria falar sobre isso, é um assunto do Peter.
— Ah não, me fala. — Falei apreensiva. — Vai me deixar mesmo curiosa? Quem é ela?
— Bom... — Ela sussurrou desviando seus olhos do meu de novo. — Abby é uma antiga, digamos, namorada do Peter.
Meu coração parou e congelei no lugar. Então ele teve uma namorada, por que ele nunca me disse?
— Mas eu nunca gostei dessa garota. — Sara disse fazendo careta.
— Por quê?
— Ela ficava flertando tipo... com todo mundo! Mesmo namorando o Peter! — Ela falou irritada. — E ela se achava a poderosa também! Dizia que eu nunca conseguiria ficar tão boa quanto ela.
— De onde ela é?
— É uma história um pouco longa, mas ela viveu aqui por um tempo com a gente, depois quando ela e Peter terminaram, ela foi embora e nunca mais voltou. — Ela disse revirando os olhos.
Eu ia fazer outra pergunta, mas o Noah nos chamou.
— O que as donzelas estão fazendo ai? — Ele perguntou levantando uma sobrancelha.
— Conversando, ué. — Sara falou.
— Sobre o quê? — Luke perguntou.
— Coisas nossas, vocês não entenderiam. — Sara deu de ombros e andamos até eles e nos sentamos.
— Está tudo bem? — Peter perguntou, se inclinando para mim.
Olhei para ele que estava com uma cara interrogativa, tenho vontade de perguntar sobre a tal Abby, mas me calei.
— Sim, tudo bem.
— Quer andar lá fora um pouco? — Ele sussurrou, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.
— Pode ser.
Imediatamente, ele pegou minha mão entrelaçando nossos dedos e nos levantamos, os outros nos olharam interrogativos.
— Já voltamos. — Peter falou.
Os meninos acenaram com a cabeça enquanto a Sara fez uma cara maliciosa, cerrei meus olhos para ela como um aviso e ela rendeu as mãos.
Saímos da base e da casa, a floresta estava toda escura e quase não enxergava nada, apenas fui ao lado do Peter que conhecia cada canto dessa floresta enorme de olhos fechados. Caminhamos em silêncio por alguns minutos, quando vi o lago onde treinamos, soltei um sorriso, paramos em frente ao lago que brilhava com o brilho da lua, aqui estava mais claro.
— É tão lindo. — Falei observando o lago.
— É sim. — Ele murmurou.
Me virei para olhá-lo e ele já estava me observando, nos seus olhos conseguia ver o reflexo do brilho do lago e da lua, sinto meu rosto quente. Ele andou até uma árvore próxima e se sentou encostando no tronco, olhei para ele confusa e então ele bateu na grama com a sua mão no meio de suas pernas.
— Vem aqui. — Ele sussurrou.
Engoli em seco e pensei se devia ir ou não, mas quando olhei para aquele garoto com um rosto tranquilo, eu andei devagar até ele e me abaixei, ele pegou minha cintura me fazendo sentar no meio das suas pernas, encostei minhas costas em seu peito e ele passou seus braços ao meu redor me abraçando, senti ele pousar seu queixo na minha cabeça e eu sorri. Estava um vento gelado, mas o corpo de Peter me aquecia.
Ele soltou um suspiro baixo e beijou meus cabelos, eu passei meus dedos em seu braço forte.
— Por que me trouxe aqui? — Eu sussurrei.
— Eu só queria ficar um pouco sozinho com você. — Ele respondeu baixo. — Não dá pra ter você só pra mim com os outros em cima de você o tempo todo.
Soltei uma risada, ignorando o meu coração idiota batendo rápido, ele me apertou mais e ficamos olhando o lago e escutando o barulho dos grilos.
— Tenho uma coisa pra você. — Ele sussurrou entre meus cabelos.
Me desencostei um pouco dele para olhá-lo melhor e me virei em sua direção.
— O que é? — Perguntei curiosa.
Ele sorriu e enfiou sua mão no bolso de seu traje, depois ergueu sua mão e vi o anel que eu vi hoje na vitrine, que era muito caro.
— Peter! — Eu falei espantada. — Isso é muito caro!
Ele riu pegando minha mão.
— Não importa, você queria ele, não é?
— Sim, mas... — Eu disse indignada. — Eu não posso aceitar.
— Claro que pode! — Ele insistiu. — Alyssa, eu não me importo.
Continuei olhando-o, como ele conseguiu comprar? Ele é rico e eu não sabia? Ele percebeu minha cara e soltou um suspiro cansado.
— Alyssa, não tem problema. — Ele falou calmo. — Eu posso pagar por esse anel, eu já paguei, na verdade.
— Mas, como?
— Eu não roubei se você quer saber. — Ele falou sorrindo divertido.
— Então, como conseguiu pagar tudo isso?
— Eu herdei todo o dinheiro dos meus pais, meu pai era neto de um homem com muito dinheiro.
Abri a boca espantada com essa informação.
— Aceita, por favor. — Ele sussurrou encostando nossas testas.
— Está bem, eu vou aceitar. — Falei por fim.
Peter se afastou com um lindo sorriso e pegou minha mão, ele colocou o anel em meu dedo e ficamos o admirando.
— Ficou incrível. — Eu murmurei sorrindo. — Obrigada Peter, é o melhor presente que eu ganhei.
Ele me olhou todo orgulhoso, dei-lhe um beijo na bochecha e ele devolveu na minha testa.
— Então, sorriso número vinte e dois, faltam setenta e oito agora. — Ele murmurou com os lábios encostando na minha testa.
Neguei com a cabeça ainda com um sorriso e ele se afastou com satisfação nos olhos, eu me virei encostando minhas costas em seu peito de novo e fiquei olhando minha mão com o anel. Minutos depois, a conversa com a Sara me veio na cabeça, a Abby pra ser mais exata.
— Peter. — Eu chamei baixinho.
— Hum?
— Posso te fazer uma pergunta? — Eu perguntei mordendo a boca.
— Quantas quiser. — Ele murmurou no meu cabelo.
— Promete que não vai ficar bravo? — Perguntei avaliativa.
Ele me fez virar em sua direção me olhando nos olhos.
— Por quê? — Ele perguntou desconfiado.
Fiquei calada pensando em como vou formular essa pergunta.
— Alyssa, tá me deixando nervoso, o que foi?
Olhei no fundo dos seus olhos e respirei fundo tomando coragem.
— Qual é a história da Abby? — Perguntei devagar.
Seus olhos passaram de confuso para descrente.
— Como você sabe dela?
— A Sara me contou. — Eu falei relutante e ele bufou.
— Claro que contou. — Ele falou irritado.
— Mas ela falou sem intenção, apenas escapou. — Falei a defendendo. — E eu que insisti para ela dizer.
Ele me olhou por uns segundos e respirou fundo tentando se controlar.
— O que ela disse? — Ele perguntou com os dentes cerrados.
— Ela disse que vocês namoravam.
— É, por um tempo. — Ele desviou os olhos.
— Como vocês se conheceram? — Eu perguntei curiosa, ele suspirou e me olhou de volta.
— Achamos ela há quatro anos atrás em uma cabana velha, ela estava sozinha e disse que umas pessoas com máscaras tinham levado os pais dela.
— Os Cefurs?
Ele concordou com a cabeça.
— Depois nós a levamos para a base, ela já sabia a lutar e atirar então ela ficou nos ajudando, ai eu me envolvi com ela. — Ele disse me observando. — Namoramos por quatro meses, depois terminamos e ela foi embora, depois disso eu nunca mais a encontrei.
Balancei a cabeça o escutando.
— Você gostava dela? — Perguntei olhando o lago.
— Hoje não sinto nada por ela. — Ele falou. — Eu apenas fiquei com ela para me divertir, e tenho certeza que ela pensava o mesmo, já que ficava flertando com outros.
— É, a Sara comentou isso. — Falei juntando as sobrancelhas. — Você não se incomodava? Não ficava com ciúmes de ver ela flertando com outros?
— Não. — Ele disse dando de ombros. — Como eu disse, era uma diversão pra ela.
Assenti e ele enrolou uma mecha do meu cabelo no seu dedo.
— Isso é apenas passado, também faz um tempo que eu não tiro uma certa pessoa da minha cabeça.
— Ele falou me olhando intensamente.
Eu sorri e rapidamente afundei meu rosto no seu pescoço, mas mesmo assim ele viu e riu me abraçando apertado.
— Está tentando esconder? — Ele sussurrou. — Sorriso número vinte e três. Você não vai escapar dessa.
— O que você vai querer de mim? — Eu perguntei levantando o rosto.
— É segredo.
— Por favor, me fala! — Eu insisti.
— Não posso te falar.
— Por que não?
— Porque eu também não sei o que quero. — Ele confessou e eu ri.
— Como assim não sabe? Então, por que aceitou o desafio?
— Porque até lá, vou saber o que quero.
— Só não vai pedir algo impossível. — Eu murmurei.
— Prometo que não vai ser nada impossível, mas só se você também me prometer que vai cumprir o que eu pedir.
— Tudo bem, eu prometo que vou cumprir. — Eu falei.
— Promessa é promessa, Alyssa. — Ele sorriu e eu revirei os olhos.
Deitei minha cabeça em seu ombro novamente e olhei para o lago.
— Queria que o tempo parasse, exatamente aqui. — Eu sussurrei.
— Eu também. — Ele suspirou.
Depois de um tempo aproveitando a presença um do outro, senti alguma coisa vibrar, levantei meu rosto de seu pescoço e ele enfiou a mão em seu bolso, pegando seu celular que não parava de vibrar. Ele olhou a tela por uns segundos e depois o guardou rapidamente parecendo nervoso.
— Vamos, temos que ir! — Ele falou apressado. — Depressa!
— O que tá acontecendo? — Perguntei me levantando junto com ele.
Ele pegou minha mão começando a andar com passos rápidos e eu o acompanhei.
— O Luke achou alguma coisa.
Andamos rápido deixando o lago para trás, de repente um som estrondoso começou a soar. Olhei para o Peter e ele me olhou de volta preocupado. É alarme.
— Corre! — Ele gritou por cima do som.
Começamos a correr pela floresta escura, Peter segurava minha mão fortemente para não me perder entre as árvores. Eu corria como nunca corri antes, fiquei cansada e sem fôlego, mas continuei. Meu ouvido começou a doer pelo som estrondoso e me perguntei como nunca ouvi esse som tão alto da minha casa.
Minhas pernas ficaram mole de cansaço e Peter me olhou desesperado.
— Alyssa não pode parar, temos que ir!
Continuamos a correr, Peter olhou para trás e ficou aterrorizado, eu também olhei e vi o gás amarelado chegando perto de nós, Peter apertou mais minha mão me puxando para frente para que eu pegasse mais impulso. Meu coração estava a mil pensando na possibilidade daquele gás pegar a gente.
Olhei para frente e vi a casa logo ali, Peter abriu a porta e entramos apressados, foi direto para o buraco no chão e o abriu, ele pegou minha mão e me empurrou para descer a escada e ele desceu logo atrás e fechou a porta fazendo o som desaparecer.
Tudo que ouvi foram as nossas respirações pesadas, ele se virou cansado e me abraçou fortemente.
— Conseguimos. — Ele falou, passando sua mão na minha costas.
Concordei com a cabeça, depois ele me soltou e me observou dos pés a cabeça se certificando que eu estava bem, então ele abriu a porta da base e entramos encontrando três rostos preocupados.
— Vocês são loucos! — Sara falou irritada.
— Achei que não iriam chegar a tempo! — Luke disse colocando a mão em seu peito.
— Ainda bem que estão salvos! — Noah falou aliviado.
— O que você encontrou, Luke?! — Peter perguntou, indo para a frente das telas e eu o segui.
— Ah! — Ele sorriu. — Está preparado?
— Diz logo! — Peter falou apressado.
Todos sorriram enquanto eu e Peter ficamos confusos e então o Luke disse:
— Achei o covil dos Cefurs!
A partir de agora as coisas vão começar a esquentar, revelações estão por vir hehe
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