𝘁𝘄𝗲𝗻𝘁𝘆 𝘀𝗲𝘃𝗲𝗻 ➳ 𝘳𝘦𝘢𝘥𝘺 𝘧𝘰𝘳 𝘵𝘩𝘦 𝘱𝘭𝘢𝘯
Quando chegamos na base, eu contei para a Sara e o Noah o episódio da mina com o Luke e eles claro caíram na gargalhada, Luke deu língua pra eles e tirou os walkie talkies da sacola e seu novo teclado todo feliz da vida como se fosse um prêmio conquistado, agora estávamos todos sentados no chão em círculo apenas observando o Luke, quietos e cada um com seus pensamentos.
O Noah que estava na minha frente com a cabeça apoiada em sua mão soltou um bocejo, Sara percebeu e enfiou seu dedo na boca dele, Noah empurrou ela e eu dei risada dos dois.
— Para com isso Sara, deixa de ser chata! — Noah falou emburrado.
— Ai, só quero sair do tédio. — Ela disse, apoiando seu corpo para trás com as mãos.
— Então, arranje outra maneira de sair do tédio. — Noah falou revirando os olhos.
— Que saco. — Ela murmurou.
— Que saco, digo eu! — Noah falou indignado. — Vai mexer com outra pessoa e não eu!
— Mas, só com você é engraçado. — Ela disse sorrindo.
— Eu mereço. — Noah murmurou, olhando para o teto.
— Vocês dois foram sempre assim? — Eu perguntei sorrindo.
Todos olharam pra mim levantando as sobrancelhas.
— Sim. — Luke e Peter murmuram.
— É um horror! — Noah exclamou.
— Você me ama, chatão! — Sara falou mostrando a língua.
— Só porque eu te considero uma irmã. — Noah falou bufando.
— Dá pra vocês ficarem quietos? — Luke murmurou concentrado nos walkie talkies.
— Por que? Está com ciúmes? — Sara perguntou provocativa.
Eu mordi minha boca para segurar meu sorriso que queria se abrir.
— Eu?! Claro que não! — Luke falou, parando de mexer nos aparelhos e olhando para ela.
— Se quiser, eu posso te dar atenção também. — Ela falou sorrindo para ele.
Luke revirou os olhos e voltou sua atenção para os walkie talkies em suas mão e suas ferramentas.
— Não, obrigado. — Ele murmurou.
Sara me olhou sorrindo e eu neguei com a cabeça com um sorriso.
— Está acabando? — Peter perguntou.
— Calma aí. — Luke respondeu, concentrado com o cenho franzido.
— Até o Peter está impaciente. — Sara falou rindo.
— Só quero que tudo dê certo. — Ele disse suspirando.
Peguei em sua mão no seu colo e apertei fazendo ele me olhar.
— Vai dar certo. — Falei sorrindo fraco.
Ele também apertou minha mão e voltou a olhar fixamente para o Luke fazendo o seu trabalho, eu também voltei a olhar para o Luke e o ambiente voltou a ficar silencioso.
Se o Luke conseguir fazer a sua grande mágica, nós vamos conseguir saber o que os Cefurs vão fazer, ou para onde vão, ou até algum plano deles. Isso seria perfeito! Uma ótima ferramenta para o nosso plano em busca do baú.
— Ok, acabei. — Luke falou se ajeitando.
— Então, vai em frente e testa pra ver se funciona! — Falei animada.
— E se não funcionar? — Sara perguntou arregalando os olhos.
— Para com isso! — Noah falou batendo seu ombro no dela. — Vai funcionar, sim!
— Posso? — Luke perguntou sarcástico.
— Vai. — Peter falou.
Ficamos quietos com a total atenção em Luke com um dos walkie talkie na mão, ele respirou fundo e hesitante, apertou o botão vermelho para ligar o aparelho, mordi minha boca e esperamos.
— Era pra acontecer isso? — Sara perguntou com o cenho franzido.
— Isso o que? — Noah perguntou baixinho.
— Escutar isso. — Sara respondeu de olho no walkie talkie.
— Isso o que?! — Noah perguntou irritado.
— O silêncio. — Sara sussurrou.
Noah bufou e voltou a sua atenção para o Luke.
— Por que não tá acontecendo nada? — Peter perguntou.
— Não sei. — Luke falou suspirando. — Era pra gente estar ouvindo as vozes deles.
— Não deu certo. — Sara cantarolou.
— Eu devo ter esquecido alguma coisa. — Luke falou pensativo.
— Você não precisa colocar na frequência dos Cefurs? — Eu perguntei.
Eles me olharam ao mesmo tempo.
— O que foi? — Eu perguntei.
Luke voltou a olhar para o walkie talkie em sua mão e apertou um outro botão fazendo com que várias vozes sobressaissem.
— Deu certo! — Luke falou rindo.
— Não acredito, seu menino prodígio. — Noah falou, socando o ombro do Luke..
— Eu falei que ia funcionar, vocês não me ouviram! — Sara falou.
Eu revirei os olhos rindo.
— Fiquem quietos! — Peter pediu. — Vamos ouvir o que eles estão falando.
Ficamos quietos e as vozes dos Cefurs preencheram a base silenciosa, sorrimos olhando um para o outro.
— Precisamos de mais homens aqui embaixo para carregar as caixas. — Falou um Cefur.
— Estou indo, câmbio.
— O Senhor Davis quer todas as patrulhas prontas quando ele precisar, todos os Cefurs se apresentem no grande salão.
Deu certo!
— Prontos para começar a nossa missão? — Peter perguntou sorrindo.
— Prontos!
°•°•°•°
Nós fomos dormir e já no outro dia quando amanheceu, todos fomos se arrumar, eu fui com a Sara e tomei um banho antes de colocar o traje porque vão ser dez dias andando pela floresta e não sabemos quando vamos poder achar um lago limpo para nos lavarmos. Já de banho tomado e com o meu traje, eu voltei para a base encontrando Peter e Noah fazendo os últimos preparativos para a nossa longa e cansativa viagem até o castelo.
Depois, quando Sara e Luke entraram na base já arrumados, nós pegamos as três grandes mochilas e colocamos tudo o que vamos precisar: barras de cereais, frutas, garrafas de água, facas, cordas, toalhas, lençóis, isqueiros e alguns remédios. Luke falou para ninguém levar celulares porque os Cefurs poderiam nos rastrear. Depois enchemos as nossas aljavas de flechas até não caber mais e colocamos nossos arcos fechados na cintura.
— Será que está tudo aqui? — Eu perguntei. — Não esquecemos de nada?
— Acho que não. — Sara falou dando de ombros.
— Está tudo ai, eu revistei. — Noah disse tranquilo.
Assenti e o Peter saiu do meu lado, foi até uma estante de metal e abriu uma gaveta, ele pegou vários objetos em forma de círculos da cor marrom e se aproximou de nós, dando um para cada e deixando um com ele. Abri o pequeno objeto me deparando com uma bússola.
— Cada um de vocês, cuidem da sua bússola como se fosse sua própria vida. — Peter falou olhando para cada um de nós. — O castelo fica para o norte, vamos conseguir encontrá-lo seguindo a bússola.
— Por que deu uma para cada? — Eu perguntei olhando-o.
— Caso aconteça algo ou um imprevisto e algum de nós se perca do grupo. — Ele explicou.
— Aí é só ver a bússola e seguir para o norte. — Falei lentamente.
— Isso. — Peter concordou. — Se algum de nós nos perdermos, é só ir seguindo para o norte que uma hora iremos nos encontrar de novo. Vamos nos encontrar pelo caminho ou no castelo, é só ir para o norte. Nunca mudem o caminho e sempre consultem a bússola.
— Norte hein, Aly! — Sara falou. — Não se esqueça, vai que você se perde há qualquer hora com a sorte que você tem.
— Ela não vai. — Peter falou convicto e se virou para mim. — Não saia de perto de mim, por favor, aconteça o que acontecer.
— Não vou. — Falei sorrindo fraco.
— Pelo coração do Peter. — Luke falou fazendo graça. — Se você sumir da vista dele, ele tem um treco.
— Ok. — Peter falou suspirando. — Todos estão prontos para essa jornada?
— Sim. — Falamos em uníssono.
— Está com o colar? — Peter perguntou para mim.
— Estou. — Respondi e peguei o colar escondido dentro da gola do traje e mostrei. — Está escondido e seguro.
— Ok, só mantenha ele escondido e com você. É a nossa chave, sem ele, essa jornada até o castelo vai ser em vão.
Peter, Luke e Sara pegaram cada um uma mochila e colocaram nas costas, deixando eu e o Noah sem. Nós damos as mãos nos formando em um círculo fechado e olhamos um para o outro e Peter começou a falar:
— Vamos ficar todos juntos e unidos, vamos chegar no castelo e pegar o baú com o pendrive, não podemos deixar que os Cefurs o pegue, se não, nós e todos dessa cidade vão sofrer as consequências e vamos perder a memória. Somos uma família e não há nada mais forte que isso, a nossa união. Vamos vencer essa guerra.
— Vamos vencer essa guerra! — Falamo em união.
Nos juntamos mais e nos abraçamos em grupo, Luke desligou a energia da base fazendo os computadores e as luzes se apagarem, caminhamos para a porta em fila para subir a escada, como sou a última da fila, eu me virei e olhei cada cantinho da base me despedindo, soltei um suspiro lento.
— Aly? — Peter perguntou voltando. — Vamos.
Me virei para ele que estava perto da porta, todos já subiram e saíram da base.
— Será que vai dar certo? — Eu perguntei relutante.
— Tem que dar. - Ele respondeu me abraçando.
Me aconcheguei em seus braços fechando os olhos.
— Tenho medo de não conseguirmos. — Eu sussurrei. — Não quero te esquecer.
— A única coisa que temos que fazer agora é ter esperança e acreditar em nós mesmo. — Ele falou baixinho no meu ouvido. — Só assim chegaremos no nosso destino.
— Você sempre sabe o que falar. — Falei sorrindo, me afastando para olhá-lo.
— Sorriso número cinquenta, agora falta metade. — Ele murmurou com o dedo na minha boca.
Ele não diz mais nada, apenas sorriu fraco e colou sua boca na minha, nos beijamos lentamente com ele me segurando firmemente em suas mãos. Nos afastamos e encostamos nossas testas.
— Pronta? — Ele perguntou em um sussurro.
— Pronta. — Eu afirmei.
Ele se afastou e colocou uma mão no meu rosto, passando um dedo na minha bochecha.
— Vou estar com você o tempo todo. — Falou pegando minha mão.
Apenas sorri e apertei sua mão, dei uma última olhada para a base e seguimos até a escada, subimos e o Peter fechou a pequena porta no chão, saímos juntos da casa vendo o pessoal nos esperar lá fora, Peter trancou a porta da casa e guardou a chave na mochila.
— Vamos nessa? — Luke perguntou sorrindo.
— Vamos nessa. — Peter falou suspirando.
— Vamos lá, família! — Noah falou. — Vamos parar esses desgraçados!
Sara soltou uma gargalhada e então começamos a caminhar para o norte, para longe da base, para longe de casa. Não sei o que nos espera nessa floresta, nessa longa caminhada podemos encontrar qualquer coisa, pode acontecer de tudo, o alarme pode soar, os Cefurs podem aparecer, animais podem nos assombrar, mas nada vai fazer a gente parar, isso eu sei.
— Que comece a nossa longa viagem. — Sara falou.
— E bota longe nisso! — Falei suspirando.
Caminhamos por uns vinte minutos, os passarinhos se revezavam cantando pelas árvores e voando, ainda eram oito da manhã então o sol ainda não estava forte, por enquanto. Passamos pelo lago cristalino onde o Peter me ensinou a atirar com o arco. Depois se passaram mais dez minutos.
— Tô cansada! — Sara raclamou parando de andar.
Todos nós paramos e olhamos para trás olhando para ela.
— Já?! — Luke indagou. — Não andamos nem por uma hora ainda!
— É porque tá comendo demais e tá ficando gordinha. — Noah brincou apertando suas bochechas.
— Tô nada gordinha! — Sara falou, dando um tapa na mão do Noah tirando das suas bochechas. — Isso aqui ô. — Ela apontou para seu corpo. — É tudo gostosura!
Caímos na gargalhada e ela sorriu debochada.
— E também, você não está cansado igual eu porque não é você que está carregando essa mochila enorme e pesada! — Sara falou fazendo o Noah revirar os olhos. — E me respeite que eu sou sedentária! — Disse começando a andar de novo.
Nos entreolhamos dando de ombros ainda sorrindo e voltamos a andar seguindo a Sara. Noah pegou a mochila da Sara para ela descansar e eu olhei para o Peter.
— Quer que eu carregue a mochila um pouco? — Eu perguntei.
— Não precisa. — Falou sorrindo. — Nem está tão pesada, é a Sara que está inventando coisas.
— Hum, tem certeza?
— Absoluta! — Murmurou dando um rápido beijo na minha têmpora.
Olhei para o Luke que olhou de volta para mim, ele negou com a cabeça dizendo que estava bem. Horas se passaram e deu uma da tarde, paramos para descansar um pouco e nos sentamos, bebemos água e comemos uma barra de cereal cada um e uma maçã.
— Bem que poderíamos ter um móvel voador igual dos Cefurs. — Falei suspirando.
— Verdade, seria tudo mais fácil! — Noah disse.
— Pode crer! — Luke falou deitado.
— Vocês são é um bando de preguiçosos! — Sara falou rindo. — O que custa andar por dez dias pela floresta até o castelo?
— Olha só quem fala! — Falei divertida. — Não era você que se cansou com trinta minutos de caminhada?
Ela me olhou e jogou a casca da banana em mim, eu desviei gargalhando e ela mostrou a língua.
— Ok, crianças! — Noah falou. — Parem de gracinhas.
— Vamos continuar. — Peter falou se levantando.
Dessa vez eu insisti para o Peter deixar eu levar um pouco a mochila, depois de pedir dez vezes ele, cedeu e me entregou, não estava tão pesada, mas ta. Continuamos a caminhada conversando e rindo das gracinhas do Luke até o anoitecer.
Começou a longa jornada em busca do baú! Vai acontecer muitas coisas com esses meninos ainda... Eu ia postar só amanhã mas resolvi postar hoje logo.
Até o próximo!
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