Capítulo 11
Capítulo 11
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" Adeline, de nós você é a mais inteligente. Tente enxergar de maneira mais racional, precisamos testar as hipóteses. "
Era o que Reed Richards havia dito a ela no momento em que Addy estava sentada ao lado da cama de Johnny Storm, ela o encarava preocupada. Ele havia perdido a consciência depois de tê-la abraçado.
Sue estava ao lado de Reed com uma expressão de preocupação no rosto, mas não era só com Johnny. Ela se preocupava com Addy e a estaria abraçando se pudesse.
— Eu prometo que vou ter o maior cuidado possível. — Reed murmurou ao lado dela. — Ninguém vai se machucar.
Adeline encarou as paredes do quarto de Johnny, observou os posters de banda de rock, as imagens de constelações que ele pendurava em seu mural e a revista da playboy que provavelmente não deveria estar à vista no chão perto da cômoda.
Esse idiota. Ela pensou de uma maneira estranhamente carinhosa.
— Está bem. — Ela concordou por fim.
Johnny havia desmaiado, mas estava bem. Precisaria apenas de algumas horas de repouso. Adeline havia o colocado no carro e dirigido em alta velocidade até chegar no Edifício Baxter, ela havia telefonado para Reed no caminho e ele a esperou na entrada do prédio. Eles subiram Johnny até o andar e mediram seus sinais vitais.
Tudo indicava que quanto mais tempo tocassem em Adeline, maior o perigo seria. A questão era, poderia ela levar alguém à morte só tocando a pessoa?
Estava aí a hipótese que ela não queria chegar ao resultado. Mas era necessário se aproximar da questão. Era necessário que ela conhecesse seus limites para não ferir os outros.
Ela se levantou seguindo Reed e Susan e fechou a porta do quarto de Johnny. Addy seguiu pelo corredor até parar no centro onde Sue e Reed preparavam os equipamentos. Sue ligou o computador para registrar os dados enquanto Reed preparava os elétrodos que ela iria colocar.
Adeline tirou as luvas, o casaco e ficou de regata. Ela mesmo colocou os elétrodos em suas têmporas, coração e pulso. Se colocou no centro da sala de frente ao computador de Sue e relembrou de todos os exames que sempre fazia antes de alguma missão com a Nasa. A preparação e os testes eram sempre o período que a deixava mais apreensiva, qualquer dado fora do inesperado seria desclassificatório. Agora com todos os efeitos colaterais de sua última missão a faziam pensar que nunca mais tocaria em alguém novamente, nunca mais tocaria as estrelas. E estar condenada a viver para sempre com os pés sem deixar aquele planeta, deixava a angústia presa na garganta de Adeline.
Reed ligou a câmera sobre o tripé ao lado da mesa de Sue e então se aproximou de Adeline com a mão estendida.
Ela olhou nos olhos de Reed e viu neles a confiança, o olhar de um tutor, de um professor e de um mestre que a acolheu durante toda sua jornada acadêmica e acabou se tornando a figura paterna que Adeline sempre sentiu falta. Mas não era hora de confiar em Reed, era hora de confiar em si mesma.
Addy estendeu a mão e tocou em Reed.
Por um instante nada aconteceu e até Sue olhava para os dois sem entender. Foi então que Reed abriu um sorriso.
— Me sinto ótimo! — Ele exclamou. Adeline tentou soltar a mão, mas ele a apertou carinhosamente.
— Ótimo como? — Sue perguntou olhando dele para o monitor. — Seus níveis de dopamina e adrenalina estão aumentando, Reed!
— Me sinto cheio de energia. Como se eu tivesse acabado de tomar café com energético e pronto para correr uma maratona! — Ele sorriu tanto que as extremidades de seus lábios pareciam ultrapassar os limites do seu rosto.
Adeline notou que o rosto de Reed começou a esticar como borracha derretida e imediatamente soltou sua mão. Ele se virou para Susan que soltou um grito surpreso e olhou para a tela do computador.
— Reed, você parece ter recebido a energia de uma bomba! — Ela exclamou.
— Você está bem? — Rudolph perguntou mantendo suas mãos longe de Reed, mas ele continuava sorrindo sem conseguir controlar os músculos faciais que eram completamente elásticos.
— Estou sim! Acho que você funciona como catalisa.... — Reed não conseguiu terminar a frase de forma coerente, a área motora de sua capacidade verbal estava temporariamente afetada com seu rosto elástico.
Mas Adeline conseguia acompanhar o raciocínio.
— Também pensei nas propreidades de um catalisador. Mas Reed, essa nem sempre é a reação. Eu notei que em alguns momentos era como se eu estivesse sugando a energia de alguém. — Addy se virou para Susan notando que ela estava registrando as observações que ela estava fazendo. — Johnny disse que a enfermeira que me tocou desmaiou, logo em seguida quando ele me tocou explodiu em chamas.
— E como foi hoje? — Perguntou Reed alongando a boca enquanto seubrosto voltava ao normal.
— Hoje Johnny ficou nervoso e você sabe, entrou em combustão! Mas quando eu toquei, eu pude sentir que a energia dele passoupara mim. Como se estivesse me alimentando, eu pude sentir as chamas em minhas veias... — Ela murmurou.
— E agora com Reed é como se você tivesse passado parte dessa energia que guardou em você. — Observou Susan se aproximando dos dois e mordendo a tampa da caneta enquanto pensava. — De alguma forma você absorve energia e em seguida a exterioriza, como um espectro do poder inicial que te alimentou.
Os três balançaram a cabeça em conjunto, todos pensativos.
— Então, doutora... — Adeline murmurou para Susan com um leve sorriso. — É grave? Tem cura?
Susan e Reed riram enquanto ela tirava os elétrodos do corpo. Sue respirou fundo e tocou o ombro de Addy por cima da regata e sentiu ela estremecer sobre o seu toque, temerosa e ao mesmo tempo grata.
— Descanse, Addy. — Sue disse de maneira acolhedora. — Amanhã testaremos essa hipótese melhor, mas você precisa estar bem.
— Obrigada. — Ela murmurou e olhou para Reed como se estivesse se certificando de que ele estava realmente bem. — Vejo vocês amanhã.
Ela saiu pelo corredor e Reed se sentou de frente para o computador observando os dados e os comparando com os de Johnny.
— Não acha estranho? — Reed perguntou pensativo.
— Sim! Adeline quebrou a regra com Johnny e ainda deixou que ele a tocasse. — Sue murmurou empilhando algumas folhas sobre a mesa. — Eu tenho achado o Johnny meio estranho. Ele gosta dela! Não acha?
— O quê? — Ele perguntou confuso tirando os olhos do monitor para olhar para Susan. — Eu estava falando dos níveis de neurotransmissores e a configuração de energia cinética nas amostras!
Sue suspirou balançando a cabeça de forma negativa.
— Há mais para ver além dos dados científicos, Reed! — Ela murmurou mais cansada do que irritada.
— Eu nunca fui bom nisso de compreender sentimentos. — Ele disse se levantando devagar e caminhando até ela. — Você sabe disso melhor do que ninguém. Mas até alguém como eu é capaz de notar algumas coisas. Sue, Victor falou com você desde o incidente?
Ela respirou fundo antes de responder e então balançou a cabeça de forma negativa.
— Tudo o que eu recebi foi um e-mail. Os representantes da empresa virão aqui amanhã para checar nossos resultados. — Ela sussurrou, a decepção era evidente no seu olhar. — Acho que como Victor não pode ainda descontar o fracasso da missão na minha carreira, ele escolheu descontar no nosso relacionamento.
Reed afastou o olhar tentando esconder a súbita raiva que havia tomado conta de sua mente.
— Victor tem se portado de maneira tão... — Reed não conseguia nem mesmo finalizar a frase. — Estou com raiva dele, mas acho que pior sou eu por ter confiado algo assim nas mãos dele.
Sue passou as mãos pelas costas de Reed para o confortar, ele instintivamente fechou os olhos e suspirou. Fazia tanto tempo que ele não sentia mais ela por perto que pensou ter esquecido qual era a sensação, mas ali naquele momento ele percebeu que nunca seria capaz de esquecer Susan Storm.
— Não fique se culpando, Reed. Todos nós fizemos o que podíamos. — Ela disse e depositou um beijo de boa noite em seu rosto.
**
Adeline Rudolph convivia tempo demais com a ansiedade, o bastante para saber que por mais que estivesse cansada não conseguiria dormir naquela madrugada. Conhecendo bem o calendário astronômico, ela sabia que era provável que conseguisse ver a chuva de meteoros da estação. Perseidas e Leônidas eram as mais comuns e intensas, seria mais fácil vê-las na cobertura do Edifício Baxter ao nascer do sol.
Reed sempre deixava um telescópio simples na cobertura, então ela só precisou pegar um cobertor em seu quarto e subir até a área da cobertura que felizmente era uma das propriedades de Reed. Ela estendeu o cobertor e se sentou para ajustar o telescópio.
Era um modelo equatorial com lente convexa menisco frontal para corrigir distorções esféricas, e o suporte em tripé ajudava a movimentá-lo na direção desejada. Adeline ajustou as lentes e foi quando ouviu passos se aproximando pela sacada. Ela tirou os olhos do telescópio e se virou vendo Johnny se aproximar.
Seu cabelo loiro estava bagunçado como sle ele tivesse acabado de acordar, debaixo dos braços ele carregava dois travesseiros e nas mãos trazia consigo duas canecas.
Adeline se levantou imediatamente o observando.
— Parece que viu um fantasma. — Ele deu um meio sorriso deixando os travesseiros sobre o cobertor que ela havia estendido e então entregou a ela uma das canecas.
Ela teve o cuidado de segurar o objeto sem encostar em Johnny.
— Como não terminamos nosso café como esperavámos, eu vi você passando pelo corredor e tive essa ideia. — Ele tomou um gole do líquido que havia na xícara e olhou por um instante no horizonte.
Bem distante havia um risco rosado no céu indicando que o sol logo iria nascer. Adeline tomou um gole do chocolate quente enquanto obaervava o reflexo do horizonte nos olhos de Johnny.
— O que você está observando? — Ele perguntou a tirando de seu turpor e então ela percebeu que ele estava se referindo ao telescópio.
— Chuva de meteoros. — Ela disse o observando tirar os sapatos e se sentar sobre o cobertor colocando os olhos no telescópio.
Ela se sentou na extremidade do cobertor tentando manter uma distância segura tanto pra ele quanto para ela.
— Qual chuva é mais provável de ser visível nesta época do ano? — Ele perguntou ainda distraído com os olhos ansiosos no telescópio.
— Perseidas. — Ela respondeu surpresa por ele saber um pouco. — Agora no nascer do sol, deve aparecer.
— Ah! — Johnny exclamou. — Acabei de ver o primeiro!
Ele se afastou para que Adeline pudesse se aproximar. No instante em que ela se inclinou e olhou o céu através do telescópio, toda tensão em seu corpo se dissolveu. Ela abriu um sorriso enquanto observava os primeiros meteoros atravessarem a atmosfera daquele pequeno planeta onde habitavam.
Adeline se virou para ele sorrindo sem se preocupar no quanto estavam fisicamente e emocionalmente próximos agora. Johnny quase não foi capaz de desviar o olhar do sorriso dela para observar os meteoros riscando a atmosfera, foram vários seguidos caindo como uma chuva de estrelas cadentes. Um fenômeno lindo de se ver, arrepiava a nuca de Johnny e quando ele desviou os olhos para ver a garota mais linda do mundo ao seu lado, não ficou decepcionado. O nascer do sol e a chuva de estrelas cadentes refletidas nos olhos e no sorriso de Addy, faziam a garota ser um fenômeno astronômico que invadiu a atsmofera de Johnny Storm rasgando sua proteção, adentrando seu planeta e fazendo isso da maneira mais bela possível.
— Johnny! — Adeline sussurrou ainda sorrindo observando o rosto dele. — Você está quente como uma lareira!
— Deve ser porque estou feliz. — Ele sussurrou franzindo a testa como se tivesse acabado de se dar conta de uma coisa.
Adeline riu, uma risada deliciosa que parexia ecoar dentro dos dois. Ele se virou para ela.
Pequenos meteoros colidindo na pupila dos dois, sorrisos iluminados pelo sol que se preparava para acordar a cidade e ele sabia que se não a beijasse sob a chuva de meteoros iria se arrepender da mesma forma quando perdeu a chance quando estavam no espaço.
Ele se aproximou mais gentil que um meteoro, mas tão certo quanto a luz do sol pela manhã.
Adeline não recuou, mas sussurrou:
— Eu não quero te machucar.
— Iria doer se eu não te beijasse agora. — Ele murmurou e os lábios se encontraram.
O hálito era quente e doce com os resquícios do sabor de chocolate, o toque era suave, carinhoso e quase grato pelo momento. Até que língua dele encontrou a dele e foi ali que ele percebeu não era possível matar a vontade, eles sempre iriam querer mais. A mão de Johnny puxou Adeline pela cintura colando seu corpo ao dela, porque era como se eles finalmente fossem duas peças que se encaixavam. As mãos dela passearam pela nuca de Johnny e ele nunca havia se sentido tão quente antes.
Ela passou as mãos pelos músculos dos ombros dele, pelos braços, prendeu os dedos em seu cabelo enquanto as bocas se afastavam para buscar ar e então colidiam de novo. Um universo inteiro surgindo em um beijo, a respiração de Johnny em uníssono com a sua e o sorriso que ela podia sentir ele dando enquanto seus dentes roçavam pelos lábios dela a faziam perceber que Johnny era mais fantástico do que a Terra quando observada de longe. Agora olhando os olhos azuis dele tão de perto, percebia que a nebulosa nuvem de sentimentos se dissipavam e ela podia enxergar a constelação que Johnny era em sua vida.
— Você está bem? — Ela perguntou sentindo o próprio coração acelerado.
Ele passou os dedos pelo cabelo dela.
— Melhor impossível! — Ele disse voltando a beijá-la.
E a sensação era impossível de controlar. Johnny Storm deixou de ser uma nebulosa para se tornar uma supernova em combustão. Com Adeline em seus braços ele a beijou até seus corpos levitarem até o céu sobre o Edifício Baxter, se tornando mais raro e belo que qualquer outro fenômeno astronômico.
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notas: aaaaaaaa estou surtando. Espero que tenha ficado bom, porque eu simplesmente saí despejando sentimentos nesse capítulo. Um agradecimento especial à mischievousqween que me inspirou essa semana todinha. Adeline e Johnny pra mim é cannon, kkkk. Ai me digam o que acharam! Estou ansiosa pra saber as reações. Amo vocês demais.
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