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Capítulo 6

Aviso de gatilho
Crises de ansiedade



Abri meus olhos ao escutar meu celular vibrando. Minha cabeça doía e rodava, tive que fechar e abri os olhos de forma consecutiva para que minha mente voltasse para o presente. Meu corpo encontrava-se dolorido de forma deliciosa e um movimento ao meu lado fez com que todos os acontecimentos da noite anterior voltassem com força total. 

Me sentei na cama enorme do quarto que Rodrigo alugou por algumas noites e o vi deitado de lado. Uma enorme tatuagem enfeitava suas costas e ela era a única em seu corpo perfeito. Lembrar daquele homem enorme dentro de mim, se movendo com desenvoltura e me deixando acordada durante toda a noite fez com que minha vontade de o acordar e repetir tudo de novo se intensificasse.

Passei a mão em meu rosto para despertar daquela loucura, eu não estava em meu juízo perfeito por estar pensando em continuar ali com ele. Mesmo que Rodrigo tenha sido uma companhia agradável e um companheiro de foda perfeito eu não podia me dispor de repetir tudo de novo, não era do meu feitio. Como que para enfatizar que eu tinha que ir embora, meu celular começou a vibrar novamente. Tirei a coberta do meu corpo nu e comecei a procurar o objeto logo descobrindo que o mesmo estava no chão largado perto de minhas roupas todas emboladas como um grande bola da cor preta. As roupas de Rodrigo estavam junto com as minhas e foi um sacrifício desembolar toda aquela bagunça.

Quando terminei de me vestir, calcei minhas sandálias para descobrir que meus pés estavam bem doloridos também, não era apenas meu corpo que estava assim. Definitivamente não aguentaria chegar lá fora de salto quinze, o jeito seria fazer a caminhada da vergonha até em casa descalça. 

Dei uma última olhada para Rodrigo, que se mexeu, mas não acordou, e abri a porta soltando um beijo no ar para o gostoso adormecido. Sim, aquela tinha sido a melhor foda da minha vida e com certeza ela não seria esquecida com facilidade. Teria um belo arsenal pra meu imaginário por um bom tempo, meus prazeres noturnos teriam nome e rosto.



                            🏅🎀



Quando cheguei em casa Mari só faltou me matar. Nunca havia visto tanta raiva reunida na moça de fala mansa, e tudo aquilo se dava por eu ter sumido e não atendido o telefone. Ela me abraçou dizendo que envelheceu uns dez anos por estar preocupada comigo e depois me encheu de tapas que provavelmente deixariam marcas em meus braços. Mas o pior dos castigos foi quando ela esqueceu que estava fritando ovo e quase torrou o coitado na frigideira. Por azar de ter chegado na hora ruim eu tive que ser a cobaia e comer aquela gororoba, foi uma espécie de tortura que ela me impôs e como realmente eu pisei na bola a respeito de não ter ao menos feito uma ligação para ela, recebi meu martírio da comida queimada com um sorriso no rosto. Ficou óbvio que depois da primeira garfada eu fiquei pensando se realmente minha transgressão era tão grande assim para ter que passar por aquilo, mas apenas um olhar enviesado de Mari me deixou sem opção e comi a comida intragável sem dizer mais uma palavra.

— Tá de castigo, Nat? — Emanuel chegou balançando as chaves em sua mão e na outra um saco de pão. Ele apontou com o queixo para o resto de comida queimada que havia ali para mostrar que se referia ao ovo torrado como castigo.

— Ela está puta comigo porque passei a noite fora e não avisei. — Ele fez uma careta e se sentou ao meu lado. Olhou para trás, se certificando que Mari ainda estava absorta na tarefa de lavar pratos, e começou  conversar comigo.

— Ela estava preocupada mesmo. Cheguei aqui quase duas da manhã e Mari se encontrava sentada naquela poltrona que ela adora com uma expressão abatida em seu rosto. — Um sentimento de culpa me abateu por ter deixado minha amiga preocupada, não gostava de fazer aquilo com ela.

— Não sei por que ela fica insistindo em agir assim Emanuel. Ela não é minha mãe. 

— Mas ela te trata como se fosse irmã dela. — Ele deu de ombros. — Foi ela que fez a proposta para você vir com a gente Nat, então meio que ela se sente responsável por você. 

— Não quero que ela se preocupe comigo, afinal ninguém se preocupava antes disso. 

— Para de agir como uma criança Natasha. — Ele disse me repreendendo e me senti como se tivesse cinco anos de novo.

— Eu estava bem com seu amigo. Não havia motivos para preocupações.

— Sim, só que ela não conhece Rodrigo então para ela era como se ele fosse te sequestrar ou algo parecido. — Revirei os olhos exasperada.

No mesmo instante em que o nome de Rodrigo foi citado, a imagem daquele homem maravilhoso retornou à minha mente. Sim, definitivamente cada poro dele emanava sexo, estava entrenhado naquele corpo lindo com o uma tatuagem e me amaldicoei mentalmente pela regra que eu mesma impus, a de não repetir caras.
Poderia ser algo bobo, mas estava funcionando para mim. Após a traição do meu ex namorado eu sabia que até o mais devoto dos homens não prestava e até o momento nenhum cara veio para mudar meu pensamento. Também, não havia chance de acontecer visto que eu não dava nenhuma oportunidade e muito menos abertura.

— Quer parar de pensar nas coisas sujas que vocês fizeram, está me dando vontade de vomitar. — Dei um tapa em seu braço.

— O único nojento aqui é você. Foi maravilhoso, ele sabe trepar Emanuel. — Falei de propósito para perturbar meu amigo.

— Informação demais Nat. Não sei como ele não descobriu suas mentiras, visto que conversaram bastante. Ele consegue ler bem as pessoas quando mentem.

— Talvez eu seja uma ótima atriz ou ele esteja perdendo o jeito. — Apoiei minha cabeça em uma de minhas mãos para o observar melhor.

— Ele ficaria puto se soubesse que transou com uma menor de idade e iria sobrar pra mim, então fique quieta.

— Eu nunca mais vou ver esse cara de novo Emanuel, então fica suave. Além disso, eu já vou completar dezoito logo, logo duvido muito que se eu fosse considerada criança faria coisas que faço.

— Às vezes você age como uma, como por exemplo, neste momento em que está aí contando para Emanuel sobre suas peripécias sexuais ao invés de estar indo trabalhar. — Engoli em seco pelo comentário de Mari e mordi meu lábio inferior nervosa.

Seria engraçado se não fosse trágico ver minha amiga na soleira da porta que dava para a cozinha, com as suas mãos na cintura, uma delas com uma colher de pau, seus cabelos pretos por trás das orelhas evidenciando não só o quão curtos eles estavam como também seu rosto em forma de coração com traços, naquele momento, raivosos e uma franjinha adorável que ela sempre insistia em cortar.

Ela e eu éramos completos opostos. A imagem de Mari era doce e gentil que refletia tudo em sua aparência, em contrapartida o meu era completamente diferente. Vai ver que por isso nossa amizade dava tão certo, Mari conseguia controlar muitas vezes o furacão que eu tinha dentro de mim, evitava que muitos momentos eu me destruísse por fora, só que o que ela não conseguia evitar era o estrago por dentro. Havia também o fato de que eu não sabia como contar que havia perdido o emprego e estava naquele momento na lista dos vários desempregados espalhados por São Paulo, espalhados por todo o Brasil.

— Na verdade, nem trabalho tenho mais. — Tentei não deixar que meu nervosismo refletisse como eu estava por fora, mas foi impossível, Mari me conhecia muito bem. Comecei a roer as unhas quando ela se sentou na cadeira ao meu lado, pois sabia que viria sermão.

— Tudo bem, aquele trabalho não era lá essas coisas mesmo, mas você já tem ideia do que fazer não é Nat? — Ela perguntou docemente. 

— Na verdade, não. — Dei de ombros fingindo não me importar com nada, como sempre fazia.

— Alguém quer tomar um café decente? Posso fazer um. — Emanuel disse, quase havia esquecido de que ele estava ali e com um saco de pão em punho. 

— Faça o que quiser Emanuel, estou conversando com a Ana. — Mari cortou a tentativa de dispensar o assunto.

Que inferno, eu estava encrencada, quando Mari me chamava pelo nome verdadeiro sabia que lá vinha bronca. Não queria escutar seus sermões, mas ela tinha sua razão, pois se preocupava tanto comigo quanto as contas para pagar. Alguém tinha que ser o responsável no meio de dois loucos.
Com certeza ela deveria achar que a culpa por ter pedido o emprego era minha e ela estaria certa por aquele fato, mas tinha algo mais, o filho da puta do meu pai também tinha aquela parcela de culpa por estar tão entranhado na minha cabeça e me controlar mesmo a um estado de distância.

— Eu poderia te arrumar um trabalho como garçonete em um restaurante de um amigo meu só que teria que usar sua documentação verdadeira Ana, esquecer sua vida falsa e se tornar alguém responsável. — Suas palavras eram medidas e eu sabia que ela dizia aquilo não com o intuito de me ferir e sim para me fazer ver a razão que por vezes me faltava.

— Não estou pronta ainda para me despedir de Natasha e nem sei se vou estar por muito tempo. Estou muito bem assim Mari. — Acrescentei para encerrar o assunto. Minha voz era controlada, mas trêmula, mostrando que o controle medido estava se esvaindo aos poucos dando lugar ao medo insano de que aquele assunto continuasse.

— Acha mesmo que está bem assim Ana? Caramba, cadê a garota doce e inteligente que conheci naquele maldito centro social? — Ela explodiu e senti a ferida já aberta sangrando ao ponto de dor.

Não era o primeiro embate que tínhamos, na verdade ocorria um toda a vez que eu perdia meus bicos temporários o que acontecia de dois em dois meses. Aquele já era meu terceiro trabalho em tão pouco tempo, não tinha uma relação do que queria para o futuro e minhas respostas para minhas questões eram encontrados no fundo de uma garrafa de tequila barata.

— Mari acho que tá bom, ela já entendeu. — Emanuel tentou intervir, mas era em vão. 

— Eu só quero o que é melhor pra você, não foi para isso que Natasha foi criada. Te demos a oportunidade para que você fugisse do seu pai, ser livre por um tempo e decidir o que você quer para sua vida como Ana Paula. — Ela respirou fundo e colocou dois dedos na ponte do nariz. — Natasha não é seu futuro e ela não vai te levar a nada. 

— Acha que não sei Mari? Mas você não sabe de nada do que vivi, não sabe o porquê da minha fuga e não estou pronta para contar. Eu não quero mais ninguém controlando minha vida então por favor não comece também. — Me Levantei com as pernas bambas e as mãos tremendo. Meu corpo suava e minha mente gritava para eu me acalmar e não ter uma crise naquele momento. Não iria aguentar os olhares piedosos de meus amigos. — Eu não posso ser Ana Paula por aqui Mari. Não faz ideia do que meu pai pode fazer se me encontrar. 

Citar meu pai na frente dos meus amigos era como uma brecha para lembranças ruins sobre o que ele era capaz de fazer e isso me deixava em pânico apenas de pensar. Meu coração estava acelerado, meu peito cada vez mais apertado, como se o órgão não coubesse dentro dele. Respirei fundo contando até dez mentalmente, sentindo o controle de mim mesma  diminuindo, só que ficava cada vez mais difícil de conseguir manter o comando do meu corpo, da minha mente, de mim mesma. Só conseguia pensar no meu pai me encontrando, algo me dizendo que aquilo não era normal, que toda a minha liberdade iria pelo ralo assim que ele me encontrasse. 

— Tá tudo bem Nat, ele nunca mais vai fazer nada com você. Agora respira comigo assim um, dois, três... — Emanuel com as mãos nos meus ombros conseguia fazer com que minha mente se fixasse na realidade uma vez mais e eu me odiava por sentir tudo aquilo e ser tão fraca.

Na verdade odiava meu pai por ter me tornado assim, por não ter me dado opção a não ser tentar viver uma vida que eu sabia que era temporária, por não ter saída, mas eu odiava muito mais a mim mesma.

— Desculpe Nat, eu não quis te perturbar, só tentei... — Ela se levantou e me abraçou, suas palavras se perdendo em meio a lágrimas.

— Para Mari, eu te entendo, mas agora eu não posso seguir seus conselhos. — Meu tom de voz ainda não eatava normal e trazer ar para meus pulmões continuava sendo uma tarefa difícil.

— Poderia sim, vamos te proteger. — Ela pressionou gentilmente. — Queria ver você estudando, a garota que concluiu o ensino médio com recém dezessete anos com as notas mais altas pondo em prática tudo o que sabe.

Dei uma risada triste por lembrar de tudo que eu gostava de fazer há não muito tempo. Meu sonho de me formar em artes visuais por causa do meu puta talento com desenhos. Nem me permitindo desenhar eu estava mais, meio que me perdi na minha segunda identidade e via dia após dia minha antiga vida sumindo diante dos meus olhos. Não era aquilo que eu queria, não queria perder a minha antiga essência como estudar e desenhar, mas não conseguia mais, pois aquilo era atrelado com tudo de ruim que vivi, ao qual eu fazia questão de esquecer.

— Por favor, pense com carinho no que eu disse.

— Eu vou conseguir outro trampo Mari, fica tranquila. Só preciso descansar para pensar com clareza. — Me desvencilhei de seus braços, fui para o quarto fechando a porta e me jogando na cama. Pensei em um banho, pois se fazia necessário, mas eu estava tão cansada que quando deitei na cama acabei fechando os olhos e me permitindo dormir como estava.

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