Capítulo 4
Liesel Lancaster
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Abro meus olhos sabendo que ainda estou no escuro. Meus pêlos do corpo eriçaram por conta do frio. Tateio ao lado do meu corpo tentando encontrar algo para me cobrir, encontro minha capa vermelha que estava com alguns danos. Me enrrolo com ela encolhida no canto da parede. Não sei quantas vezes pude beber água ou me alimentar... Ele traz para mim quando está de bom humor.
- Bom dia flor. - Ele abre uma pequena brecha da porta e uma vasilha com comida é empurrada para mim depois um copo de água lacrado. " Obrigado " era o que eu deveria dizer? Pego a comida e a água antes de a porta ser fechada e ficar no escuro.
Sei que se passaram dois meses... Pelas vezes que contei das refeições. Mas também sei que minhas contas estão erradas e posso estar aqui por mais tempo. Meu estômago doía a medida em que me alimentava, faz algum tempo que não como algo, e ele foi bom dessa vez: batatas cozidas, arroz e feijão. Bebo a água como se fosse o último copo que tomaria. Depois de um tempo resolvo esticar as pernas e me ponho de pé e sinto os cortes arderem. A cabeça já não estava no mesmo lugar de tanta dor que senti.
Passo as mãos pelo pescoço e sinto as cavidades dos dentes dele, quatro buracos, duas de cima maiores e as de baixo menores. A pele da região se tornou a parte mais sensível do corpo. Mas não deixa de ser mais um dano e tenho certeza que...
- Oi Amorzinho... Quer conversar um pouco? - A grande figura apareceu na porta, ele passa por ela fechando em seguida. Meu corpo se arrepiou todo Encolhi no canto enquanto ele se aproximava mais de mim.
- ... - Ele Sorri irônico por não conseguir respostas.
- Talvez precisas de um pouco de amor, que tal? - Sua mão pega uma mecha dos meus cabelos os bagunçando. Ele cheira o ar e fica imóvel, se vira me deixando sozinha. O que é muito, mas muito estranho...
Todos os dias ou eram cortes ou agressões de chutes e socos ou se alimentando de mim, mas hoje... Ele estava distante... Incomodado com algo em mim.
Contínuo no mesmo lugar, ele volta e fica parado me olhando. Os olhos tem o tom vermelho que tanto temi, mas como ele me olhava erá diferente... Como se tivesse tentando ser outra pessoa.
- Porque? - Pergunto e Ele suspira, e parece cansado.
- Eu não... Porra! - Ele grita me Encolhi. - NÃO LHE DEVO SATISFAÇÕES VADIA! - Tremi com o impacto de suas palavras.
- Não tenho culpa. Porque? - Ele anda de um lado para o outro frustrado. - Só quero ir pra casa, porque? Porque você me machuca? Porque você tem o prazer de me causar mal?
Despejo toda a minha raiva sobre ele que para e fica atônito. Ri sem alguma emoção e me deixa ali sozinha. Queria saber de ele estar me tratando bem e depois volta a me machucar. De eu sentir que ele me deseja algo tão ruim e ao mesmo tempo se preocupa.
- Porque não acaba com tudo isso logo? - Minha voz saiu embargada por conta de mais um choro. Lágrimas, são as únicas coisas que derramo, lágrimas e sangue.
Minha mente está num estado péssimo, ele brinca com os sentidos, ele é uma fera incontrolável. Que ama causar dor, que aprisiona a sua alma.
Fera... Realmente existem feras?
Minha cabeça está uma bagunça, meu corpo está caótico, sem banhos, ou qualquer tipo de higienização. Ele me levava vendada para o banheiro, vigiada 24 horas, sem privacidade alguma. Isso mexe com a humanidade de qualquer um.
Como estão meus país? Eles procuram por mim? Se importam comigo? Pensei muitas vezes neles, na possibilidade de fugir daqui...
Mas estou fraca de mais.
A porta novamente se abre e ele entra furioso. Me dá um tapa no rosto.
- Porque você? - Ele grita e diz algo ilegível que não entendi. Meus olhos arderam e minha face queimava. Seus olhos estavam num vermelho vivo, uma fúria contida.
- Eu não sei... - Gaguejo e já estou em prantos. Ele Sorri amargo e vira as costas pra mim.
- Tinha que ser justo você? - Pragueja e por alguns instantes noto o quanto está afetado por minha causa.
- Me diz você! - O encaro, nem sei como tive forças, mas me mantive ali, olho no olho.
- Não devo satisfação.
- Porque arruinou minha vida? - Ele abre e fecha a boca várias vezes, levanta a mão e Fecho meus olhos.
- Ingrata! Te dei uma vida! - Torna a sair de novo me deixando no escuro.
Totalmente sem luz.
🔱🔱🔱
Eita! Mistérios por aí... E nada esclarecido ainda... 😅
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