V I N T E E Q U A T R O
Ainda me sentia atordoada um dia depois de tudo que ouvi de Giovana. Deste que eu a vi no meu quarto algo no meu íntimo me disse o que fosse que ela tinha a me dizer não seria algo que eu gostaria de saber. Deste que Carl morreu eu nao me permito lembrar como foi minha vida ao seu lado, claro que isso não quer dizer que havia dias que as memórias viam em cheio, mas era só olhar para meu marido ou filhos que essas memórias se esvaiam
Nunca fui um pessoa de cultivar ódio por ninguém, mais Carl tinha o poder de me fazer rancorosa em relação a ele.
Mary ao me ver tão perdida em um passado escuro que eu fazia questão de manter guardado em mim a sete chaves, resolveu me contar o que Giovana não disse. Rachel, era sua melhor amiga, uma moça que tinha uma beleza que chamava atenção de todos e foi por esse motivo que acabou conhecendo Carl. Ambiciosa e desejando um homem de posses viu em Carl tudo que desejava. Casaram -se mesmo quando ninguém concordava com esse casamento meteórico. Uma gravidez veio logo nos primeiros meses de modo que só aumentou o despeito de Margaret por ela. A velha maligna não aceitava o fato do seu adorado primogênito ter casado com o lixo branco e foi ai que as humilhações tornaram-se constante, comentava do modo que ela se vestia ou como não era apta para sentar na mesa. Devido as muitas discussões das duas Carl que já estava dando os indícios de seu comportamento violento a levou para morar em uma cobertura, onde batia nela quase todas as noites quando voltava da casa da mãe. O único motivo que a mantinha ao lado dele era a filha, e isso logo foi tirado dela ao ser vítima de uma armação da velha junto ao seu outro filho. Mais para Margareth isso era pouco, ela contratou alguns homens para surrar Rachel quase a levando a morte. Eu acredito que Deus colocou a mão no meio a salvando assim como seu bebê
Quando Mary terminou a história de sua amiga era como eu tivesse voltado ao meu passado.
Conheci Carl quando cursava o ultimo ano de universadade, Estava servindo mesas em uma lanchonete perto da faculdade, além do emprego de garçonete eu também trabalhava como promouter, somente os dois empregos eram capazes de me ajudar manter-me na faculdade ja que não recebia ajuda alguma dos meus pais. Carl era um homem que roubava atenção da população feminina sem fazer esforço algum, seu rosto gritava jogador, ele era tudo que eu não queria em um homem, visto isso quando ele estava de saída da lanchonete e me chamou para sair a minha reposta foi não, Ele tomou minha recusa como um desafio, talvez se eu tivesse concordado no primeiro instante ele teria me deixado em paz.
Nos saímos durante dois meses em encontros, tudo que rolava eram beijos e alguns amassos. Sempre atencioso e cavalheiro, me enrolou em sua teia de sedução. No terceiro mês eu me tornei oficialmente sua namorada. No quarto mês eu estava noiva do homem que eu sonhei por toda minha vida. Ledo engano, tudo que ele se mostrava era nada mais que uma máscara.
Eu nunca cheguei a conhecer sua família uma vez que a sua mãe ao saber de onde eu vim se recusava a querer qualquer contato, no começo isso me machucava mas com o tempo eu me acostumei. Com o passar dos meses ele começou a se mostrar ciumento, primeiro foram as roupas, depois as amizades e por fim meus empregos. Sem eu perceber tinha abrido mão de tudo por ele. A primeira vez que apanhei de Carl eu nunca vou esquecer apesar de tentar arduamente. Nos estávamos casados a poucos meses e eu estava ocupada com minha tese, resolvi estudar na biblioteca da faculdade uma vez que não consegui o fazer em casa. Ele chegou completamente transtornado na faculdade e ao me ver na companhia de outro homem as coisas saíram do controle. Ele bateu no meu tutor na frente de todos e me arrastou de lá mesmo quando eu tentava explicar, o homem louco que apertava meu braço com violência nada lembrava do meu marido doce e atencioso. A coisa piorou quando chegamos em casa, ele me acusou de um monte de coisa sem procedência e quando tentei negar acabei levando um tapa no rosto. Na hora o ato me pegou desprevenida até que eu percebi o que tinha acontecido. Eu me negava a acreditar no que tinha acontecido até mesmo Carl parecia surpreso pelo que fez.
A dor da decepção foi tanta que eu comecei a chorar, não era meu rosto que doía e sim meu coração. Quando ele tentou se aproximar eu me afastei bruscamente dele. Carl me implorou meu perdão, chorou e prometeu nunca mais fazer isso e no fim eu acabei acreditando em mais uma de suas mentira, eu o desculpei e acabamos transando.
A parti desse dia nosso relacionamento virou um ciclo vicioso, ele me batia e chorava, implorava por perdão e eu uma fraca que era aceitava, todas nossas brigas terminavam com nós dois na cama transando como loucos até que eu percebi que eu estava vivendo em uma linha tênue de autodestruição. Eu só conseguir sair do torpor que vivia com ele quando descobrir a gravidez.
Nunca ninguém saberá que mesmo depois de quase duas décadas eu carrego o peso da culpa da morte do meu filho. é algo que nenhuma terapia sera capaz de tirar de mim.
.......
Desço e encontro a casa no mais completo silêncio, todos se foram, as crianças já tinha saído para escola, com exceção de Cayla que teve febre e Theo. Ontem quando o ursinho chegou em casa e me encontrou no estado de torpor que eu estava ficou louco. Quando eu disse o motivo seu desespero cresceu em raiva e decepção, segundo ele a amizade que ele mantia com a família Evans vinha deste de seus avós, apesar dele nunca ter conhecido Carl. Depois de conversamos muito eu acabei deixando escapar que iria sim fazer uma visitinha a mãe do botox, o que o fez ficar puto e me proibir até mesmo de sair de casa, com a ameaça que me encheria de seguranças no meu pe ele mais do quê ninguém sabe como eu odeio minhas "sombras " quando me emburrei ele acabou pensando que sua ameaça tinha surtido efeito.
Pobre do meu ursinho, será que ele se esquece que obediência não é meu forte? Que as ameaças que ele faz acaba por me fazer mais obstinada.
E por esse motivo que estou caminhando para cozinha com Theo em meus braços apenas para avisar a Mary que estou de saída.
- Mary, Estou de saída se o ursinho chegar ou ligar você diga que.... não diga nada o que tenho que fazer não vai levar muito tempo. - Digo enquanto ela pega Theo dos meus braços.
- Mas Judith, o senhor Turner ordenou que te impedisse de sair, nem que eu tivesse que chamar a segurança para amarra-la - Avisa - A senhora que me perdoe mas se continuar com essa idéia eu terei que fazer isso.
- Escute aqui Mary, nem o papa Francisco vestido de dançarina de Hula - Hula vai me impedir de sair, portanto nem tente. Você e o ursinho sabem que ameaça nao funciona comigo. - Esbravejo irritada. - Sua unica alternativa é me acompanhar, e assim ficar de olho no Loverboy, e por favor peça a Cayla que se arrume, irei levá-la também.
- Por favor não me diga que você pensa em ir a casa da velha Evans? Pelo amor de Deus a senhora não sabe o que aquela mulher maldosa é capaz de fazer. - Diz ajeitando Théo no carrinho.
- Eu não penso, eu vou. Não tenha medo Mary so irei falar com a velha decrépita até porque matar ainda é crime, mesmo que a pessoa em questão seja uma cobra que corre o risco de acabar com toda população do mundo com seu veneno. -Tento tranquiliaza-la que treme.- Nós apenas vamos ter uma conversa que já deveríamos ter tido a muito tempo.
Seus ombros caem em derrota e ela me acompanha enquanto empurra o carrinho do Theo, ao chegar a porta se vira e me olha com esperança que eu vá desistir.
- Tudo bem, podemos ir. - Diz se dando por vencida.
Ela sai para chamar Cayla e eu vou pegar meu carro, escolho o Mercedes, o carro que venho usando sempre e coloco a cadeirinha de Theodore no mesmo.
Cayla entra no carro estranhamente em silêncio, pego Theo do carrinho e o coloco na sua cadeirinha, ele choraminga um pouco quando prendo seu cinto, meu bebê odeia ter que andar nela, mais não abro mão de sua segurança. Vou para meu banco de motorista e Mary senta ao meu lado. Pelo retrovisor vejo um dos seguranças falando ao telefone, com certeza com o Luiz. Puxo o carro para a rua e percebo que estou sendo seguida por dois carros que estão com os seguranças que são responsáveis por fazer minha guarda. Finjo que não os vejo e faço meu caminho para a mansão da múmia.
É um bom condomínio mais não o melhor, estranho isso pois eu soube o quão ricos eles são.
- Esperava uma réplica de um Castelo francês, Não esse mausoléu que aparentemente precisa de uma manutenção. - Este é meu oi para a velha maligna que estreita os olhos ao me ver.
- Isso vindo de uma suburbana que foi criada no lixo não serve como insulto. - Tenta fazer me sentir mal em resposta lhe dou um grande sorriso. - Não lembro de tê-la convidado, aliás nem a você e nem essas crianças com cara de pobre e que fedem mal, Saia da minha casa antes que tenha que chamar a segurança por você ter roubado algo daqui. - Meu temperamento explosivo soube mais eu tento mante-lo.
- Sinta - se a vontade, aproveita e chame a polícia, eu acho que eles adorariam saber que você está por trás de um monte de coisas ruins não é mesmo senhora Evans? Ou melhor dizendo mãe do feto do capeta do Carl? - Digo alterada a fazendo arregalar os olhos. - Achou mesmo que ia conseguir manter seu plano para destruir minha família? - Grito.
- Você!! - Grita e aponta o dedo para mim. - Matou meu filho, sua vaca.
- Mataria de novo se fosse preciso. Ele me espancava, apesar das surras muitas vezes me deixassem sem nem poder sair da cama eu nunca reagi, não até que ele me dopou contra minha vontade e me levou em uma clínica clandestina e arrancou meu bebê de mim - Soluço. - Ele era só um bebê. Seu filho a quem você idólatra tanto é tao assassino quanto eu..
- Aquela aberração não poderia vir ao mundo, uma criança vindo do seu sangue sujo seria mais que uma vergonha pra nossa família, sua mestiça vagabunda. - Grita. - Carl, te disse que não queria filhos.
- Então você sabia de tudo? - Pergunto horrorizada.
- Claro. Quando o Carl colocou na cabeça que te queria eu quis mostrar a ele que você não passava de uma vagabunda e com uma boa quantia de dinheiro concordaria em ser sua puta, mais não, meu filho sempre teve um fraco pela classe operária. -Desprezo escorre de suas palavras. - Quando meu filho disse que você está grávida, Deus Eu quis mata-la com minhas próprias mãos assim como aquela criança nojenta que você carregava, então eu sugeri a ele em te levar nessa clínica , meu filho odiava a ideia que ter que te dividir com outra pessoa mesmo que essa pessoa fosse um filho. Agora que você sabe de tudo saía da minha casa sua suburbana louca e leve suas crias fedorentas. - Torce o nariz com desprezo.
- Você está dizendo que meus filhos fedem sua múmia pré histórica? Vou te mostra uma coisinha que fede pra cassete. - Digo.
Puxo o carrinho de Theo e tiro sua frauda que está cheia, meu bebê sorrir como soubesse do que estou preste a fazer. Pego a frauda suja e esfrego na cara da velha que arregala os olhos e tenta gritar o que só ajuda em enfiar dentro da boca dela a merda de Theo. Ela começa a engasgar e eu puxo fora, e vou esfregando em seus móveis do tempo que Jesus Cristo pisou na terra.
O cheiro forte de cocô se faz presente por toda sala, Mary me olha assustada enquanto Cayla rir e bate palmas dizendo "Isso ai mamãe ".
Coloco a frauda suja em cima da mesa Luiz IV da velha enquanto ela tenta se limpar e grita pelos empregados.
- Ouça bem múmia pré histórica, nunca mais ouse falar mal dos meus filhos!! Volte a se meter com minha família e vou fazer o mesmo que fiz com o feto do capeta que era seu filho. - Grito fora de mim e ao virar para ir embora do de cara com o outro filho demônio da velha e um Luiz vermelho de raiva.
Ótimo!! Estou encrencada até os últimos fios de cabelo.
- Sua puta. - Ainda estou olhando pra Luiz quando um Douglas transtornado levanta a mão para me bater
Ao ouvir o insulto de Douglas, Luiz direciona a raiva que antes era pra mim para ele. Antes que consiga tocar em mim, Luiz o acerta com um soco na boca que o faz cair. Grito em reflexo e a partir dai é como se o inferno caísse sobre a terra.
- Seu filho da puta!!, nunca ouse pensar em bater nela. -Luiz grita fora de si desferindo muitos socos os dois começam a rolar pelo chão.
Eu pensei que a briga que o ursinho teve com Devon tinha sido feia, mais nada é comparada a essa. Meu marido está fora de si, ele soca e chuta Douglas que tenta inutilmente se defender.
- Eu vou matar você seu desgraçado coisa que eu deveria ter feito com seu irmão por bater na minha mulher.
- Isso é sua culpa sua puta imunda. - A bruxa velha grita comigo, o que faz Luiz se distrair e levar um soco do porco do Douglas.
Saio do meu torpor e corro para ajudar Luiz antes de chegar onde os dois estao rolando no chão Mary vem correndo com dois seguranças, que tiram Luiz de cima do feto do capeta que fica gemendo no chão.
- Me soltem, porra eu vou mata-lo. - Tenta se soltar do agarre da morte dos seguranças.
- Luiz. -Murmuro e ele para de se mexer e virá para me olhar.
Eu preferiria que ele não tivesse feito, a forma que ele me olha é com nada além de raiva, seus olhos estão nublados com um sentimento que eu desconheço. Sua boca e supercilio sangram. Ele se solta e vem na minha direção como um leão preste a dá o bote na sua presa. Sua mão agarra forte o meu braço e eu engulo a vontade de gemer de dor.
- Vamos pra casa agora. - Me encolho com seu tom de voz e aperta meu braço mais forte.
- Você está me machucando. - Choramingo de dor então seus olhos vão para onde ele me aperta. Algo se passa em seus olhos e ele solta meu braço como se estivesse pegando fogo e se afasta de mim.
- Weslle leve ela e a Mary pra casa. -Ordena a um dos seguranças.
- Você não po..... -Tento desesperadamente falar com ele que evita me olhar.
- Voce vai com eles, pelo menos uma vez na vida faça a porra que eu lhe digo. - Diz ríspido.
Deus eu quero chorar, nunca Luiz me tratou assim, nunca ele nem sequer levantou a voz para mim, e agora tudo que eu tenho dele é seu desprezo e a única culpada por isso sou eu. Me afasto dele e olho pela sala que está uma destruição. Os seguranças estão perdidos olhando de forma estranha de Luiz para mim. O capeta de Douglas está estirado no chão gemendo de dor.
- Isso é pela Rachel. - Vejo quando Mary estapeia a velha que assustada acaba caindo no chão.
- Vamos agora!! - Luiz diz friamente . - E Evans antes do que você imaginar eu vou conseguir colocar você e esse verme do seu filho atrás das grades. - Vocifera e sai sem esperar ninguém.
Sou guiada para fora da sala pelos seguranças e Mary que me olha tristemente. Ao chegar ao lado de fora encontro meu marido com Theo nos braços e olhando para Cayla. Essa quando me ver tenta correr na minha direção mais é impedida pelo pai.
- Você vai comigo e seu irmão. Sua mãe e Mary vão no outro carro. - Algo no meu coração quebra ao perceber que ele não me quer perto dos nossos filhos.
- Mais Dad... - Cayla tenta protestar.
- Cayla, não me teste, entre no carro agora . - Abre a porta do carro para nossa filha e antes de entrar acena com tristeza.
- Nos vemos em casa Judith e espero que você saiba que teremos uma conversa definitiva. - Informa e pula no carro com nosso bebê no colo.
Não consigo parar a lágrima que desce em meu rosto ao ver o carro desaparecer, Mary me puxa pelo braço para entrar no carro. É como se estivesse fazendo tudo no automático.
......
Nunca um caminho foi tão longo assim que cheguei em casa encontrei Luiz na sala de estar, a casa reinava ainda no mais absoluto silêncio, apenas Theo bulbucionava algo. Quando meu marido me viu passou o bebê para Mary e pedi que não fôssemos interrompidos.
Antes dele dizer qualquer palavra eu sabia que o que ele tinha pra me dizer iria me destruir.
- Sinto muito, eu eu.. - Soluço e ele me olha impassível.
- Não pense que seu choro vai me comover, por que não vai. - Diz friamente. - Eu nunca te peço nada e quando faço você nunca acata, qual é a porra do seu problema?
- Eu sinto muito. - Soluço mais alto ainda. - Eu não queria te decepcionar.
Ele olha para me e da uma risada cruel. Meu Deus, onde está meu marido? Esse homem na sala não pode ser ele.
- Você acha que eu estou decepcionado? - Se aproxima de mim. - Você não sabe porra nenhuma. Eu estou com a porra do meu coração partido, mais você nunca vai entender isso. Voce judith, é mimada e irresponsável - Aponta o dedo para mim. - Voce mais do que ninguém sabe o quanto eles são perigosos e mesmo assim foi lá e não satisfeita levou nossos filhos - Grita me assustando.
- Ela não seria capaz de me machucar Luiz eu.. - Ele corta fora.
- Não seria? Ela tentou te matar, porra. - Me sacode em seus braços. - O filho da puta do Douglas quis te bater. - Um som grutal sai do seu peito. - Eles quase te mataram, e você age como se nada disso tivesse importância. Voce pode não ligar, mais eu ligo. Quando você estava naquele hospital eu pensei que fosse te perder e nunca na minha vida algo doeu tanto quanto a possibilidade de lhe perder, saber que você não poderia sobreviver quase me mata. Mais você age como se o amor que lhe dou ou o das nossas crianças seja pouco demais . - Eu não percebo que estou agarrada a ele até que seus braços estão em um agarre possessivo na minha cintura e minha cabeça e enterrada no seu peito.
Luiz chora livremente assim como eu. Os resto inteiros do meu coração quebram com sua dor. Ele tem razão eu estou sendo má e mimada. Eu os faço sofrer com minhas atitudes. Estou pronta pra implorar seu perdão quando ele me solta de vez e me dá as costas. Instantaneamente eu sinto falta dos seus braços.
- Eu não consigo mais fazer isso. -Murmura me deixando confusa e alarmada.
- O que voce está querendo dizer? -Peço baixinho com medo de sua resposta. Vejo quando ele tira a aliança do dedo e coloca sobre a mesa.
Um gesto simples, algo normal. Mais que para mim tem outro significado. Nunca tiramos nossas alianças apesar da minha ser anexada ao meu anel de noivado. Meu corpo todo treme em entendimento o que está acontecendo. Quando ele me olha tudo que eu posso ver é dor.
Eu me nego aceitar que acabou.
Eu me nego deixar ele escape entre meus dedos.
Por isso eu corro me agarro em sua gola. Estou desesperada, o mundo ao redor está desabando.
- Por favor; por favor. - Choro e ele tenta me acalmar. - Eu prometo que nunca mais eu vou te desobedecer eu prometo... - Ele pega minhas mãos suavemente e as tira de sua camisa as segurando em suas mãos enormes.
- Não faça isso. Não prometa algo que você nunca vai ser capaz de fazer. - Seus olhos estão pregados nos meus que não param de chorar. - Shiu.... amor, nos precisamos de um tempo, nossa relação não está indo a lugar algum. Tanto quanto eu te amo eu sei que se a gente não desacelerar agora, daqui alguns anos ou meses estaremos nos odiando. - Beija minha testa. - Eu sinto muito por te fazer chorar, eu te amo e vou faze-lo pra sempre, mais agora eu preciso de me afastar de você antes que nossa relação se torne mais tóxica do que já é.
Dói. Tudo dói. Meu peito dói.
Quando ele se afasta eu vou para cima dele com tudo.
Eu nunca vou permitir que ele me afaste, esse homem é meu tanto quanto eu sou dele. Não acredito em tempo, quando se ama não se precisa de um tempo para pensar ou qualquer desculpa do tipo.
- Não. Eu não quero tempo, eu sei o que eu quero; E o que quero é você. - Digo. - Eu não aceito essa porra, eu te amo, assim como você me ama. - Me agarro a ele. - Me desculpe por minha irresponsabilidade, por favor. -O beijo.
Meu beijo é correspondido até que ele tenta novamente se afastar, e eu deixo. Percebo que nada que eu vá dizer vai ajudar em nada.
- Sinto muito mais eu preciso. - Uma lágrima cai no meu rosto me envolvo nos meus braços em forma de proteção.- Não faça isso querida, não parta meu coração mais do que já está partido. - Diz com a voz quebrada.
- Você é o único que está me deixando, você é a pessoa que está quebrando o coração de alguém e não eu. -Murmuro.
- Eu não estou te deixando Jud. Eu so preciso esfriar minha cabeça, sinto muito eu preciso ficar sozinho. - Vejo ele caminhar até a porta antes de abri- la ele estaca na soleira,penso que ele vai mudar de ideia mais ele segue porta a fora e tudo que eu faço é chorar.
.....
Luiz
Saio sem olhar para trás, eu sei e sinto que se eu fizer isso toda minha obstinação vai ser posta para baixo. Mal passo da porta e seu choro se torna compulsivo e o resto do meu coração quebra.
Que merda eu fiz?
Tempo, onde diabos eu estava com a cabeça ao tirar minha aliança e pedi isso a ela?
Ando em linha reta pela casa so preciso sair desse lugar em que tudo lembra ela. Escuto alguém gritar por mim mais ignoro. Só preciso sair daqui antes que esse lugar me sufoque.
Eu amo Judith e vou amar sempre. Esta mulher possui meu coração assim como todos os sentimentos que possuo em mim. Ela foi a única capaz de me arruinar para qualquer outra e é por esse motivo que estou saindo.
Hoje mais uma vez estive a um passo de perde -la, não sei se vou ser capaz de suportar isso mais uma vez.
Pedi um tempo é minha última alternativa que ela ponha algo na cabeça. Eu sei o quanto ela me ama e tem medo de me perder. Eu sei que esse plano pode dá errado e ela pode me odiar mais é minha última alternativa.
Antes de sair deixo escapar dos meus lábios um eu te amo mesmo sabendo que ela nao vai ouvir.
.....
Judith
Já são quase uma da manhã e ele não chega, seu celular está desligado o que me impedi de rastrea-lo. Deste que Luiz saiu pela porta da frente da nossa casa eu me tranquei no meu quarto recusando a companhia de todos, o único que ainda está tendo um pouco de atenção é Theodore que precisa de mim.
Eu consegui chorar por toda a tarde deixando meu bebê agitado, ele me olhava com aqueles lindos e adoráveis e a dor parava um pouco . No meio da tarde consegui que as crianças fossem para a casa da Cristal. O que me rendeu um monte de ligações dela e de Natasa me perguntando o que aconteceu contei por cima só porque as duas ameaçaram vim aqui.
Eu sei que eu fui irresponsável , admito que errei , mais o ursinho sair de casa e se recusar a aceitar as minhas ligações ja é demais . A fase chorosa passou para a de raiva. Na verdade eu estou furiosa. Como ele ousa me pedi um tempo? A porra de um tempo, justo ele que fez de tudo para me manter perto?
E é com essa raiva toda que lembro que o relógio que ele sempre usa tem um rastreador, um presente meu. Vou ao meu celular e começo a pesquisa. Quando vejo onde meu marido está uma raiva descomunal me sobe.
Ah, ursinho vou te ensinar algumas coisas que nunca se deve fazer a uma mulher apaixonada e ciumenta.
...
Estou parada na frente daquela parede de tijolos que é o segurança do Privé, ele me olha e geme em desespero.
- Há não, última vez que você e seu marido estiveram aqui eu quase fui despedido - resmunga.
Faz alguns minutos que tento negociar com ele em entrar nessa boate, mais parece que está mais fácil em entrar no Afeganistão de topless que ele me deixe entrar nessa maldita boate.
- Ou você me deixa entrar ou você me deixa entra, não me permitir entrar ai está fora de questão. - Digo irritada. - Meu marido está ai dentro e eu o vim pegar, vou apenas entrar e sair sem causar problema algum.
Ele me olha duvidoso.
- Não. Eu conheço quando uma mulher grita encrenca e com todo respeito você tem os letreiros garrafais com a palavra Trouble.
Decido mudar minha abordagem. Arregalo meus olhos e forço as lágrimas ao perceber meu possível choro ele muda de atitude
- Não chore, cara eu sou uma manteiga derretida com mulheres que choram - resmunga. - Tudo bem entre e não diga a ninguém que fui que deixei você entrar.
- Muito obrigada, prometo não fazer nada que você perca o emprego. - Não consigo parar meu sorriso.
Ele me dá uma pulseira de acesso livre a o hall da boate onde posso assistir os shows de strippers e o bar. Sei que no andar superior tem outro tipo de diversão, ja estive uma vez aqui acompanhando o ursinho.
Estanco ao chegar perto do bar e encontrar Luiz sentado em um banco próximo onde o batender esta trabalhando em seus pedidos; mais não é isso que me emputesse e sim a cópia fiel da Naomi campell que está com suas mãos sobre ele, ela esfrega suavemente suas costas quando o ursinho se mantém de cabeça baixa. Chego neles em dois passos Largos e empurro a fulana de perto do meu homem e ela cai no chão de bunda chamando atenção de algumas pessoas.
- Tire suas garras de cima dele. -Vocifero furiosa para a fulana que me olha como se fosse louca.
Luiz levanta a cabeça ao ouvir minha Voz.
- ursinha? - Me olha visivelmente bêbedo.
- Você so pode esta louca, este homem ai quem você se enaltece como dona está mais do que feliz com minha companhia. - Esganiça.
- AH mais ele não está mesmo. - Vou para cima dela novamente e a agarro pelo cabelo o que faz ela guinchar de dor. - Não tem vergonha na cara de se aproveitar de um homem bêbedo que mal sabe o que está fazendo? Vou te dizer apenas uma vez; de o fora daqui antes que eu te jogue porta a fora pelos cabelos. - Rosno o que faz ela arregalar os olhos e se soltar do meu aperto.
Corre sem olhar para trás. Respiro fundo e volto minha atenção para meu marido que está um pouco alto na bebida, ele está me olhando confuso quando caminho em direção a ele.
- O que diabos você pensa que esta fazendo aqui? - Respiro fundo para a raiva ir embora o que não acontece.
- Vim pra ver o show de striper, dizem que aqui tem as mais belas dançarinas. - Me dá um sorriso torto e sedutor.
- Você está me dizendo que veio ver outras mulheres nuas? - Estreito meus olhos em sua direção.
- Sim. Vim ver mulheres nuas. - Me provoca.
Há ursinho vou te ensianar uma lição que jamais irá esquecer e pensará duas vezes em provocar Judith Turner Lewis.
- Tudo bem. - Sorrio grande. - Tenho uma surpresa para você. -Pisco e ele me olha confuso.
Antes que ele diga algo caminho em direção do palco das stripper onde uma mulher atraente e mascarada está fazendo seu show. A peruca loira de corte Chanel e a mascara de renda e tule da um ar de mistério. Olho por cima do ombro e vejo que Luiz me segue. Volto minha atencao ao palco e respiro fundo criando coragem. Subo na hora que a mascarada está ameaçando tirar o top. Peço ao Dj que coloque a música que quero dançar e no começo ele fica relutante mais ao me reconhecer dos vídeos muda de ideia.
A batida de - Dark in my imagination de Of Verona ganha o recinto algumas pessoas se olham assustadas na mudança da música até mesmo a mascarada para o show na hora. Vou para a frente do palco e uma gritaria começa, percebo que a striper esta me olhando como se perguntasse o que diabos estou fazendo ali, dou de ombros e aponto para Luiz que está à frente do palco ameaçando subir. Vejo ela sorrir e se afastar me dando permissão de usar seu palco.
Começo a dançar na batida da música, mexo suavemente o quadril de forma sensual e erótica no primeiro momento todos estão calados até que viro e rebolo minha bunda. Um coro de Wooo!! Se faz ouvido o que me encentiva em ir em frente. Passo as mãos por meu corpo, jogo meus cabelos sobre os ombros. Danço como estivesse dançando para meu ursinho; dou uma espiadinha e o encontro me olhando com luxúria, paixão e raiva. Ótimo tudo que queria.
Engancho os polegares no elástico da minha calça de moletom e desço lentamente exibindo a tira que é meu fio dental de renda. Os gritos aumentam e finalmente a tiro toda. As pessoas vão a euforia, Luiz corre para o lado do palco onde um cara grande e muito tatuado está falando no talk, seja quem for que ele está falando parece furioso. Resolvo acabar logo meu show e quando vou para tirar meu top Luiz ja está em cima de mim tentando me cobrir com seu terno.
Que, ursinho sortudo. Antes que eu colocasse meus seios para jogo ele chega.
- Ok, você já provou seu ponto, me desculpe a única mulher que eu quero ver nua é você. - Sobe minha calça ao som de gritos e protesto. - Porra, eu te amo.
Me puxa para um beijo que vou mais que de bom grado o sabor de uísque e cigarros se faz presente em nosso beijo . Enlaço meus braços em seu pescoço e me esfrego em sua grande ereçao, não é que o safado ficou excitado me vendo tirar a roupa para meio mundo de gente. Estamos dando nosso habitual show na frente de todos na boate até que uma mão interrompe.
O cara tatuado nos manda descer do palco, ele parece irritado. Mas ainda não terminei meu show; viro e agradeço a meu público que vai a loucura até mesmo o ursinho rir.
- Vocês mais uma vez fazendo arruaça no meu clube? - Um loiro alto e muito gostoso pergunta.
Vejo o o ursinho olhar para ele e dá um sorriso sacana.
- Eu podia dizer que sinto muito Matway mais não vou mentir. - Beija meu rosto. - Minha mulher gosta de surpreender e quem sou eu para tentar para -la?.
- Os dois fora do meu clube eu espero nunca mais ter que ver vocês aqui. - Grunhi irritado nos fazendo rir.
Somos acompanhados até a saída por dois seguranças já do lado de fora agradeço pela ajuda do meu amigo "The Rock " Ele geme e diz que não me conhece.
- Sinto muito Jud por tudo que eu fiz hoje. -Murmura Luiz ao parar do lado de fora do carro.
- Amanhã nos conversaremos sobre isso, ok. - Ele ainda está um pouco bêbado quero ter essa conversa com ele completamente lúcido.
- Eu te amo, ursinha. - Beija meu rosto.
- Também te amo, Luiz - Digo tão baixo que acho que ele nem mesmo escuta.
O caminho para casa é feito silencioso, ele mantém a sua mão em cima da minha e não solta, ao chegar em casa o ajudo tirar a roupa para se deitar, ele esta sonolento e mostrando sinais de cansaço. Dou um comprimido para que quando ele acordar manhã não sinta dor de cabeça. Antes dele cair nos braços de morfeu o escuto dizer.
"Te amo ursinha "
Vou para o quarto de Theo e encontro dormindo tranquilamente.
- O papai está bem, Loverboy. Muito obrigada por ser um bebê fofinho e não ter acordado enquanto a mamãe esteve fora. - Beijo seu rosto e ele sorrir no seu sono. - Te amo.
Volto para o quarto e finalmente durmo sabendo que o manhã seria um dia longo.
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