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Capítulo III - Falta de Poeira e Cortesias




No dia seguinte acordei tarde.

Minha cama era tão macia que parecia que eu estava nas nuvens. Me espreguiçei como um felino achando que estava em  um sonho bom, e se era sonho eu não queria acordar.

Ouvi um barulho vindo de onde era a cozinha e uma pontada de preocupação surgiu na minha cabeça.

Eu ainda não havia esquecido a pessoa com capuz que me observava ontem a noite. Por mais que eu tentasse me convencer de que fora uma alucinação causada pelo cansaço, eu não conseguia.

Meus olhos tinham sim o visto.

Então levantei da cama em completo silêncio, meus pés descalços caminhavam pelo chão impecável de limpo do apartamento sem fazer ruído algum. O barulho continuava e aumentava a medida que eu ia me aproximando.

Com o coração já na boca e lembrando da vez em que eu e meus pais fomos assaltados eu passei a mão em um dos pesados vasos decorativos da sala e prossegui.

Quando estava virando o batente da porta respirei fundo três vezes antes de saltar pra dentro da cozinha gritando: 

- Parado aí!!

No mesmo instante Dandara gritou estridentemente de susto largando as vasilhas no chão e seu grito me assustou mais ainda me fazendo gritar junto com ela. Paramos de berrar e acabamos rindo enquanto eu me escorava na porta e ela colocava a mão sobre o peito.

- Você está louca? - perguntou entre risadas - quase que eu cuspo meu coração pra fora de susto mulher!

- Desculpe eu  achei que fosse um ladrão - ri. - o que você tanto procura aí nos  armários? - perguntei me aproximando.

- Ah nada não, só estava atrás de arranjar algo pra comer - ajeitou uma mecha de cabelo atrás da orelha.

- Acho que poderia ter olhado o armário de cima - ri - Acho que era mais provável - terminei abrindo as portas do armário que estava inclusive bem cheio.

- Eu sou muito lerda - colocou a mão na testa - bem já que estou aqui acho que não me custa fazer o café da manhã.

- Nada disso a gente faz juntas - amarrei o cabelo em um coque desajeitado - torradas com suco natural?

- Torradas com suco natural! - sorriu de volta enquanto pegava as laranjas. Eu peguei o abaxi e nos colocamos a descascar.

Diferente de mim que estava de camisão de dormir e completamente descabelada, Dandara já estava produzida com direito a maquiagem. Pelo visto tinha acordado cedo.

Depois que preparamos e tomamos nosso café e eu me arrumar como um ser humano decente, resolvemos dar uma volta pelos arredores. Bray é uma cidade linda e bem mais calma que a capital apesar de ficar a meia hora de distância. Visitamos o aquário e o parque, e passamos uma longa tarde na praia.

Não pense que é como o Rio de Janeiro ou qualquer outra praia do Brasil. Na Irlanda é simplesmente frio demais pra você querer encarar as águas do mar. As famílias fazem piqueniques ou apenas ficam ao sol obsevando o mar e sentindo a brisa e foi o que nós fizemos.

Por último estávamos passando em um mercado bem variado antes de irmos pra casa. Tinha de tudo la dentro desde roupas á plantas o que Dandara e eu não conseguimos resistir.

Parecíamos duas crianças longe dos pais correndo de loja em loja empolgadas com toda e qualquer mercadoria o que nos rendeu uma galeria de fotos lotada.

- Dandara vem cá! Corre olha essas máscaras de leprauncheus! - A chamei já colocando uma no rosto.

- Saque sua arma minha cara mais um tiro de selfie está vindo. - Ela colocou uma máscara de um cavalo aquático onde dizia que o nome era Kelpie, seja lá o que isso for e mais conteúdo agora invadia meu cartão de memória.

- Rebecca se eu não sair daqui vou acabar falida! - ergueu seus dois braços cheios de sacolas.

- Que bom que você ainda vai por que eu já estou falida! - ri também erguendo minhas sacolas - Vamos embora que hoje a noite ainda temos uma boate pra ir.

- Você não disse que faliu? - cruzou os braços e ergueu a sobrancelha.

- Nunca se está falido demais pra tomar uma dose. Sou mineira preciso de cachaça de vez em quando. - rimos ambas.

Com muito custo saímos daquele mercado - ou feira seja lá como o chamam - cheias de penduricalhos e bugigangas que talvez nem precisássemos, mas que queríamos r podíamos comprar, então quem se importa não é. Pelo menos eu não havia sido uma compradora compulsiva sozinha.

Já era meio de tarde e pegamos o caminho de casa. De início a vizinhança era muito fechada, as pessoas não costumam ser tão receptivas com estrangeiros aqui na Europa quanto nós do Brasil somos e isso foi uma das primeiras coisas das quais eu senti falta. Mas eu acreditava  que a medida que os dias fossem passando eles nem sequer lembrariam que Dandara e eu éramos de fora. 

Estava perdida em devaneios desse gênero quando uma construção me chamou atenção.

- Rebecca? Oooi? Volta pra terra astronauta! - estalou os dedos em frente ao meu rosto. Pisquei e dirigi minha atenção a ela - Você é bem dispersiva não é?

- É que aquela... - parei pra olhar os letreiros - aquela livraria me chamou a atenção.

- Caramba tem tanto tempo que não piso em uma livraria, o que acha de darmos uma passada lá antes de voltarmos pra casa? Só pra conhecer?

- Topo! - Saí na frente me precipitando pra dentro do estabelecimento e Dandara veio atrás.

Passei pela sineta da porta que tilintou alegre ao receber visitas, e meu queixo quase caiu com a beleza do lugar. Toda a decoração era em modelo rústico, desde as mesas redondas às estantes lustrosas que brilhavam de tão polidas, e tinham entalhes que eu não sabia reconhecer, era diferente do estilo barroco com o qual eu era acostumada em Minas, sem possuir nenhum vestígio do estilo rococó e por mais que eu procurasse nos meus arquivos mentais, nada do que já havia estudado se encaixava naqueles traços tão próprios.

Eram várias estantes além de prateleiras, bancos aleatórios que surgiam no meio das peças recostados solenes nas paredes, que por sua vez ostentavam abajures em forma de castiçais cujas lâmpadas imitavam as chamas de velas e lançavam uma luz avermelhada que por alguma tecnologia chegavam piscar como se bruxuleassem.

Não havia um resquício de pó em qualquer que fosse o móvel ou livro, mas apesar disso o ambiente tinha um ar estranho, não pesado, mas...misterioso. Ao mesmo passo que ela se mantinha impecavelmente limpa e bem cuidada, aparentava não receber ninguém a muito, muito tempo. Era como se tudo ali exalasse uma dormência pacífica, serena, e não dava sinais de que acordaria.

- Esse lugar é esplêndido - sussurrou Dandara - Nunca vi um igual na vida. É tão bonito e... mágico. - Ela passava os dedos por entre os títulos e girava o corpo tentando admirar cada detalhe.

- Parece até um cômodo de um Castelo antigo - não sabia a razão de sussurrarmos, mas parecia necessário falar naquele tom. Como se tivéssemos receio de os despertar da dormência - será que ninguém trabalha aqui?

- Posso ajudar? - Eu queria poder gritar, mas o local me impedia e sendo assim tudo que fiz foi quase ter um ataque cardíaco de susto quando uma mão pousou em meu ombro e alguém atrás proferia a pergunta. - Desculpe se te assustei meu bem.

- Não, não tem problema - respondi recuperando o fôlego - Meu nome é Rebecca, estava passando na rua e a livraria me chamou atenção. Acabei entrando pra dar uma olhada junto com minha amiga.

Dandara apenas sorriu e deu um " oi" com aceno.

- Ah tudo bem, fiquem a vontade. Eu vou voltar a meus afazeres no fundo da loja - Apontou pra uma porta atrás do balcão do caixa - se precisar basta tocar a sineta.

Era uma mulher que aparentava seus cinquenta anos, vestida casualmente com um vestido marrom e os cabelos castanhos presos em um coque bem trabalhado. Tinha um porte elegante e mesmo com a voz gentil eu sentia que ela era o tipo de pessoa que sabe impor sua presença quando quer.

- Obrigada... - lancei um olhar inquisitivo em uma pergunta silenciosa enquanto estendia a mão.

- Lorelei. E não há de que Eteea. - Devolveu o aperto.

Virei de costas um instante até virar outra vez.

- É Rebec... - Ia explicar a confusão que fez com meu nome, mas ela já tinha sumido entre as estantes. - Ah deixe pra lá.

Se fosse no Brasil ficariam no mínimo três cães de guarda no seu cangote pra ter certeza de que você não roubaria nada. Ali a mulher simplesmente nos deixou a sós.

- Ela te chamou do que? - Dandara se aproximou.

- Eteea, se confundiu com meu sotaque.

- Na verdade você não tem sotaque. - ergueu uma sobrancelha.

- É porque sou de BH. A região metropolitana não tem mesmo um que seja marcante como no Centro Oeste ou Norte de Minas.

- Seu estado mais parece um país que loucura.

- Falou a paulista! -  me indignei.

Cessamos a conversa e fomos olhar os livros por curiosidade. Eu fiquei encantada com todas as minhas obras preferidas ali que eu já tinha em casa e várias outras que estavam na minha lista de espera.

Eu estava quase chamando Dandara pra irmos embora quando meus olhos capturaram uma escada em espiral em um canto mais distante da livraria. Ela parecia esquecida ali, de uma forma que apesar de ser uma estrutura obviamente bem visível, se camuflasse em meio as paredes.

Me aproximei dela e olhei pra baixo que era a direção para onde ela levava. Era completamente escuro sem extamente nenhum tipo de iluminação. Vi um pequeno lampião pendurado ao lado da escada e curiosamente o acendi. Segurei o corrimão de madeira igualmente impecável de lustroso e fui deslizando os dedos enquanto descia a escada.

Eu me sentia em um filme de fantasia qualquer. O lampião lançava longas sombras a medida que descíamos e por causa das curvas a luz não chegava a mais que alguns metros a frente onde se quebrava em outra volta. Por fim cheguei ao final dela e me deparei com mais um cômodo cheio de livros que agora a luz do lampião era capaz de alcançar.

Diferente da dormência acima, aquela ala parecia esquecida, mas de forma alguma morta. Não era morbidez que exalava das coisas, era algo que eu associaria a poder, e se fosse poder era um muito antigo. Muito imponente.

Não era muito grande e rapidamente cruzei os corredores, estava prestes a ir embora quando uma corrente de ar atravessou por mim me causando um arrepio. Segundos após um ruído abafado soou perto e quando fui olhar um livro havia caído da estante.

A letra estava em um dourado desgastado que a tornava ilegível e a capa dura era em couro com lindos entalhes espirais. O livro tinha uma fechadura em forma de folha e um cadeado. Era imenso de tão grande e pesado da mesma forma.

- Rebecca?! - Dandara me chamava do andar de cima - onde você está? 

- Estou aqui em baixo, já subo! -  respondi aninhando a peça em meus braços. Peguei o lampião e subi os degraus voltando ao primeiro piso.

- Ah aí está você. Eu não tinha notado esse escada juro por Deus!

- Eu também quase não a vi - falei olhando pro andar de baixo - foi pura sorte, achei esse livro lindo lá também.

- Nossa, ele é magnífico - deslizou os dedos pelo relevo da capa - É um livro de que?

- Não sei o título está apagado.

- E vai levá-lo mesmo assim? - Assenti com a cabeça.

- Deixe eu apenas pagar por ele.

Bati a campainha que havia no balcão do caixa e rapidamente Lorelei apareceu.

- Vai levar algo? - sorriu gentil.

- Este grandão aqui. Sabe do que ele fala? - Perguntei empurrando o livro sobre a tábua.

- Infelizmente não. Estava no arquivo de baixo justamente por isso. São livros muito antigos, alguns datam de antes do Império Romano invadir a Britânia. Existem obras que nem estão em nossa língua. Ninguém procura por eles então os deixamos lá embaixo.

- E quanto está este aqui?

- Nenhum deles custa nada, são todos gratuitos. Qualquer um que queria levar essas peças raras está isento de pagamento, seria muito abuso vender algo que poderia esfarelar em suas mãos. - Lorelei falava e ajeitava os fios do cabelo displicentemente no rosto.

- Então está certo. Vocês tem a chave dele? - perguntei.

- Você não vai precisar Eteea.

- É Rebecca. - Corrigi. Lorelei apenas sorriu e agradeceu a visita eu e Dandara fizemos o mesmo, e fomos pra casa.

Como estávamos querendo aproveitar tudo que podíamos em duas horas estávamos prontas pra noitada na boate e quarenta minutos depois estávamos em uma das várias que existiam espalhadas em Dublin.

Bray tinha baladas, mas queríamos algo no Centro mesmo.

O lugar era fantástico e badalado, tocava uma música eletrônica qualquer e o bar era todo decorado em neon e luzes especiais.

Estávamos pra pedir uma bebida quando nos foram entregues dois drinks como cortesia.

- Quem os mandou? - perguntou Dandara ao garçom.

- Nós. - uma dupla surgiu antes que o garçom abrisse a boca.

- E quem seriam o " Nós "? - indaguei.

Eram dois homens muito bem vestidos que haviam se aproximado de nós duas. Ambos eram altos e de tez clara, só que um era ruivo com os fios em um corte mais moderno e o outro era moreno do cabelo mais longo em um estilo bagunçado.

- Eu sou o Jhony e ele Dave - o moreno tomou a dianteira - e vocês belas damas?

- Me poupe desse "belas damas" - revirei os olhos e Dandara riu - agradecemos a bebida, meu nome é Rebecca.

- E eu Dandara - minha amiga entrou na brecha dada.

- Agradecemos rapazes, mas estamos sozinhas - completei e virei de costas no banco.

- Que isso, só queríamos saber se vocês querem dançar? - Dave retomou.

- Vamos lá, vocês estão sozinhas e nós também, só pensamos que poderíamos ficarmos sozinhos juntos na pista o que acham? - Jhony completou.

Dandara e eu trocamos olhares subentendidos e sorrimos uma pra outra. Certo eles eram bem bonitos e estávamos a fim de dançar mesmo então..

- Ok aceitamos - respondemos em uníssono.

Eu fui com Jhony e Dandara com Dave. Na pista as luzes piscavam e a música estava alta e vibrante. Tanto eu quanto minha amiga dançávamos provocantes junto dos garotos. Eles também aproveitavam e dançavam colados a nós duas.

O vestido vermelho de Dandara a impedia de alguns movimentos, já o meu preto chegava mais ao meio da coxa e me permitia abusar mais da sensualidade dos passos.

Quando a música ficou mais quente passamos a dançar mais em dupla e nessa hora eu e Jhony parecíamos ferver. A mesma energia era percebida em Dandara e Dave.

Nós bebemos, dançamos, rimos e aproveitamos tudo que podíamos. Quando nem eu nem minha amiga aguentávamos mais os saltos, nos despedimos dos meninos e pegamos o  número de seus celulares.

Rebecca! - Jhony me chamou.

- Oi? - quando me virei pra ver o que ele queria o pilantra me puxou pela cintura e me roubou um beijo.

Que não foi tão roubado por que eu devolvi a altura. 

Rindo me separei do moreno e entrei no Taxi. Dandara se demorava um pouco mais pra se afastar de Dave, mas antes que eu decidisse deixar os dois a sós ela entrou e se sentou ao meu lado. Dando tchau com as mãos pelo vidro fechado, nos afastamos da boate e rumamos pra casa.

Olá pessoal, passando pra agradecer a leitura, cada view e estrelinha de vocês me deixa mais feliz.
Obrigada por ler ^^

Grande abraço,
Raven Blake.

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