51_ Cheiro de ciúmes.
Eu sabia que Noah tinha razão. Tudo que eu precisava era encarar aquilo com positividade.
Nós nos veríamos de novo.
Eu e ele acabamos ficando ali sem eu precisar enrolar o mesmo.
Noah se deitou sobre sua toalha e eu me deitei sobre seu peito. O mesmo me abraçou e ali ficamos, apenas apreciando a companha um do outro.
Não precisávamos dizer nada, apenas estar nos braços um do outro era a melhor sensação.
Algum tempo depois, estava quase escurecendo e o meu celular começou a apitar. Era a Judy.
Judy- Espero não estar interrompendo nada. Mas já podem vir, casalzinho!
Ri de sua mensagem e apaguei a tela do celular.
- O que foi? - Noah perguntou assim que notou que eu havia me levantado.
- Eu to com fome. - Resmunguei e ele sorriu.
- Não to surpreso. - Ele se levantou. - Na verdade, acho que demorou pra reclamar disso.
- Para. - Empurrei seu ombro rindo. - Fala como se eu fosse uma esfomeada. - Cruzei meus braços e Noah me olhou com uma sobrancelha arqueada.
Nós dois começamos a rir, mas logo juntamos nossas coisas e saímos dali.
- Suas pegadinhas com seu pai deram uma pausa? - Perguntei enquanto caminhávamos de volta para a casa.
- Sim. - Ele respondeu. - Disse a ele que havia começado uma guerra com você e ele sentiu pena. Disse que eu não aguentaria pegadinhas de vocês dois ao mesmo tempo. - Ele falou me fazendo rir.
- Ah que pena. Eu ia amar ter a ajuda do tio. - Sorri convencida.
- Ta doido! Se vocês se jutarem, algum dia eu acordo careca e com o colchão boiando no meio do mar. - Gargalhei assim que o ouvi.
- Não é má ideia. - Ri. - Tirando a parte do careca. - Estiquei minha mão e baguncei o seu cabelo. - Eu gosto do seu cabelo.
Noah sorriu sem mostrar os dentes enquanto eu mexia em seu cabelo.
Nós não demoramos muito a chegar. Porém, acho que o Noah já começou a suspeitar de algo quando notamos a casa completamente escura.
Como eu disse, as janelas eram enormes, davam para ver tudo lá dentro. E estava tudo completamente escuro.
- O que ta rolando lá dentro? Foram dormir já? - Ele perguntou enquanto íamos na direção da porta.
- Sabe que eu não sei? - Fingi demência e Noah abriu a porta.
Assim que ele abriu, até eu me assustei. As luzes se ascenderam de repente e Mike estorou um lança confete que fez um barulho enorme na hora.
Eles gritaram e logo notei que Holly gravava.
- FELIZ ANIVERSÁRIO CHATICE! - Judy gritou.
- Ai a cara do Noah ficou ótima! - Holly começou a gargalhar olhando para a tela do celular.
- Não acredito. - Noah murmurou. - Como que eu não imaginei?
- Você não suspeitou nem um pouco? - Perguntei olhando pra ele.
- Eu não! - Noah deu de ombros. - Você não sabia do meu aniversário, suas amigas também não. A Judy nunca lembra e o meu pai, que sempre me dá parabéns logo de manhã, não me deu hoje. Pensei que nem tivesse se lembrado. - Noah falou rindo. - Do Mike eu até suspeitei, mas achei que ele tivesse vindo por causa da Tamara.
- Por minha causa? - Tamara perguntou.
- Por quem mais seria? - Judy riu.
- Pelo Noah? - Tamara falou num tom óbvio.
- Ta me estranhando? - Mike perguntou encarando Tamara e nós rimos.
- Ei! Foco! O aniversariante é o Noah! - Judy chamou a atenção de todo mundo.
Sem o consentimento de ninguém, Holly começou a cantar parabéns para Noah. O mesmo começou a rir, quando todos acompanharam. Agora Tamara gravava.
Depois de cantar e todos o cumprimentarem, fomos na direção da sala, onde o tal bolo branco, que Tamara havia comprado, estava.
Eu, sinceramente, estava muito preocupada com relação ao sabor do bolo.
E se fosse peixe?
E se fosse Tomate?
E se fosse maionese?
Não sabíamos. Mas se tivesse, ameixa, eu mataria a Tamara engasgada com o próprio bolo.
- Vocês não precisavam fazer isso, gente. - Noah coçou sua cabeça.
- Mas quisemos. - Dei de ombros. - Você gostou?
- Claro. - Ele sorriu. - Mas realmente não precisava. - Ele riu. - Mas obrigado.
Depois da Judy partir o bolo, Tamara colocou umas músicas num tom não tão alto e não tão baixo e nós começamos a comer.
No final, o bolo era branco por fora, mas vermelho por dentro. Era o famoso bolo Red Velvet.
Não era ruim, mas eu ainda teria escolhido um melhor. Talvez com algo a mais.
Nós todos estávamos comendo e conversando sobre coisas aleatórias. Era um daqueles momentos que você olha, sorri e pede em mente para que aconteça mais vezes, sabe?
O ambiente estava calmo e a única coisa que se ouvia era a música e as risadas.
- Sim, mas eu ainda me lembro perfeitamente do dia em que estávamos na escola. Era intervalo e nós havíamos ido no banheiro antes de voltar pra sala. Eu e a Jennie saímos do banheiro antes da Holly e ficamos esperando ela no corredor. Daqui a pouco me saí a Holly do banheiro com um papel higiênico pendurado na calça. - Tamara falou e eu comecei a gargalhar.
Nós já havíamos passado tanta vergonha naquela escola... misericórdia. Gosto nem de lembrar.
- Sério? - Judy perguntou rindo enquanto segurava seu copo de refrigerante.
- Nossa, nem me lembra disso. - Holly passou a mão na testa. - E quem estava bem naquele corredor?
- Celine. - Eu e Tamara falamos juntas.
- Quem é essa? - Judy perguntou.
- Uma garota que eu era afim naquela época. Aquilo tinha que acontecer bem na frente dela, né? - Holly resmungou.
- Hm. - Judy respondeu de forma estranha.
- Que cheiro é esse? - Tamara começou a fungar de repente.
- Bolo? - Mike perguntou.
- Não. - Tamara negou.
- Sorvete? - Noah perguntou e Tamara negou novamente.
- Não, é cheiro de ciúmes! - Falei com um sorriso e Tamara assentiu.
- É isso aí! - Tamara riu.
- Ciúmes? - Holly perguntou e nós olhamos para Judy que permanecia sem sorrir.
- Que? - Judy nos encarou e acabou rindo. - Eu to mesmo ué. Não gosto de imaginar a minha Holly afim de uma outra. - Ela deu de ombros.
- Oh meu Deus. - Todos sorriram com aquilo.
- Relaxa, nem. Isso foi a uns dois ou três anos. - Holly apertou a bochecha de Judy.
Durante o resto da noite, nós continuamos conversando e contando coisas que passamos na época da escola. Até que ficou tarde e nós resolvemos ir para os quartos.
- Posso tomar banho primeiro? - Noah perguntou assim que entramos no quarto.
- Claro. - Assenti me sentando na cama.
Noah deixou seu celular ali na cama, me deu um selinho e foi na direção do banheiro.
Eu me deitei na cama encarando o teto e deixei um sorriso escapar. Aquele verão estava sendo o melhor da minha vida... eu não queria que acabasse.
Não se passaram nem dois minutos e o celular do Noah começou a apitar de novo.
Eu não apertei nele e nem tinha a intenção de ler. Mas como ele estava ao meu lado e se ascendeu, foi inevitável olhar.
As mensagens na tela de bloqueio eram de um número não salvo.
Meu sorriso foi sumindo aos poucos quando as mensagens foram aparecendo.
Número desconhecido- Vai demorar muito a me responder gato?
Eu sinto tanto a sua falta.
Quero muito te ver de novo.
Seus beijos são os melhores que já tive o prazer de provar.
To com muitas saudades, coisa linda.
●●●
Continua...
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