Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

VI - O Último Ato

Um vestido branco, um véu, uma coroa de margaridas. Tristan não conseguiu conter o pensamento de que Berna parecia uma noiva prestes a lhe ser entregue. Exceto pelas mãos atadas com uma corda, é claro, mas um golpe de espada daria conta desse detalhe.

A praça estava lotada e ele não a veria de tão longe, se já não estivesse montado no cavalo, esperando a hora certa para singrar o mar de gente numa cavalgada. Eles já estavam distraídos o suficiente pela dança frenética dos sacerdotes para não notá-lo ali atrás, mas era necessário esperar o clímax, quando a expectativa tornaria todos incapazes de reação ao elemento surpresa.

E, enquanto esperava, ouvindo a música perturbadora do ritual e observando o sol poente avermelhar as roupas brancas dos druidas e do sacrifício, Tristan permitiu-se, pela primeira vez naquele dia, alguns pensamentos sobre o futuro.

A verdade é que, dentro de poucas horas, ou poucos dias, eles poderiam mesmo estar casados. Não pelas leis e tradições da Aldeia, talvez, mas aos olhos da natureza. Acompanhando essa ideia, uma agitação peculiar percorreu todo o corpo do rapaz.

"Calma, guerreiro", ele murmurou mentalmente para si. Berna sequer sabia que ia ser raptada. Ela podia estar contando com isso como sua última esperança – especialmente agora, enquanto a amarravam ao altar e pronunciavam os ditos e ritos de praxe – mas não tinha consentido com nada, tudo fora feito à sua revelia, por questão de necessidade.

— Que o sangue de teus servos manche a castidade dessa traidora! – troou a voz do druida, que tirara o véu de Berna e o mergulhava em sangue de animais.

Casamento, então, nunca nem passara perto de ser discutido entre eles. E na verdade o próprio Tristan jamais havia considerado essa possibilidade a sério, uma vez que Berna tinha sérias restrições matrimoniais paternalmente impostas, nas quais Tristan não se encaixaria nem que o quebrassem e montassem de novo de maneira diferente.

— Que assim seja despedaçada sua pureza!

A segunda proclamação do sacerdote arrancou Tristan de seus pensamentos. Seus olhos seguiram com frieza as mãos do velhote, que arrancou a grinalda de flores de Berna e, despetalou as margaridas, uma a uma.

Enquanto ele fazia isso, uma lembrança enterrada completamente na memória de Tristan boiou para a superfície de seu cérebro, onde ele a pescou. Sobre o dia da iniciação de Berna, a margarida em sua coroa de flores, que o próprio Tristan destroçara acidentalmente com um esbarrão – destroçando, igualmente, suas chances de se casar com ela, de acordo com a superstição do clã Brandeburg. Hunf, com se essas chances alguma vez tivessem existido... até agora.

Observando as pétalas que caíam, algumas sobre a garota, outras levadas pelo vento, ele lembrou também da escolha da margarida em questão. Após um treinamento, o instrutor mandara aos jovens guerreiros que colhessem flores para a coroa da iniciação da princesa primogênita. Tristan a conhecia apenas de vista e de fama, então não tinha muita ideia do que escolher. Olhou em volta, viu um campo de margaridas. Flores simples, sem grande extravagância, mas que era agradável ter por perto, pois embelezavam o que as cercava. Teve a sensação de que elas combinavam com aquela garota. Corando pelo momento de pieguice, ele mesmo assim elegeu a margarida. E depois, quando passou a conhecer Berna, suas impressões se confirmaram.

A última pétala caiu, rodopiando lentamente, a música assumiu ritmo mais frenético, e a multidão estava completamente absorvida no ritual, que se aproximava do ápice. Era hora. Tristan incitou o cavalo, e singrou a multidão pelo caminho mais favorável. As harpas, tambores e cornetas abafaram os ruídos produzidos pela montaria, e só as pessoas em que o guerreiro esbarrava, ao passar, notavam sua presença.

— Vós nos revelastes aquela que vos ofendia com sua infidelidade. Nos livrastes dos perigos e agora retribuímos mandando-a para o mal que é seu lugar. Fazemos isso em vossa honra. Recebam o sacrifício!

A mão do sacerdote ergueu o punhal ao mesmo tempo em que o braço de Tristan erguia a espada, no sinal combinado com Jolie, Angus, e os bardos. Flechas voaram de diferentes direções e cravaram-se com precisão nas gargantas ou peitos dos religiosos mais próximos do altar. A espada de Tristan desceu com um golpe rápido e certeiro sobre o braço erguido do homem que comandava a cerimônia. Antebraço e punhal foram ao chão, e o grito de dor e surpresa do velho misturou-se à exclamação engasgada da multidão.

Tristan pulou do cavalo e empurrou o homem para o lado. Estava levemente enjoado e o coração parecia querer saltar-lhe da boca. Ele se debruçou sobre Berna, que o fitava com espanto, e obviamente sem entender muito bem o que estava acontecendo. Cortou as cordas que amarravam os pés e as mãos dela. Apesar do próprio estado de nervos, sentiu necessidade de tranquilizá-la, de fazer-se forte para apagar o susto que ela acabara de levar.

— Essa aí nunca mais ergue a mão para você – murmurou, num rasgo de humor negro, ao perceber os olhos dela baterem no sacerdote que uivava, abraçado ao coto do braço direito.

— Graças a Deus! – suspirou a garota, por sua vez, e Tristan entendeu que a exclamação procedia do alívio pelo seu pescoço livrado, e não dizia respeito às circunstâncias sinistras em que isso tivera que ocorrer.

Ele a ajudou a descer do altar e montar no cavalo, ainda sob os olhos chocados de todos, deu-lhe uma capa para cobrir as vestes sujas de sangue, e se surpreendeu com a rapidez com que a moça tinha recuperado a lucidez e praticidade, a despeito da tortura mental e incerteza que deviam ter povoado suas últimas horas. Berna parecia adivinhar instintivamente como ele esperava que ela se comportasse para o plano dar certo, e assumia as atitudes necessárias, sem que eles precisassem trocar uma palavra.

Curiosamente, o nervoso que habitara o corpo de Tristan desde a noite anterior também tinha ido embora como por mágica. Ele se sentia plenamente capaz de desempenhar os últimos atos do seu plano, e quando a voz maldita de Hati Donnerstag rompeu o encantamento da multidão, conclamando a turba a detê-los, Tristan se voltou para eles com ousadia, pronto a lutar.

Sabendo que teria o apoio, o auxílio e a cumplicidade de Berna nas batalhas que teria que travar dali para a frente, ele se sentia mais forte. Não importava muito se eles iam acabar se casando, hoje, amanhã, ou um dia. O que importava era que ela era a companheira perfeita para a jornada que ele tinha diante de si.

Eles iam enfrentar o mundo juntos, e, apesar dos muitos percalços da situação que os empurrara para aquela decisão, Tristan não conseguia lamentar o resultado.

FIM

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro