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12 🥩 Lembranças

Estou caminhando em um campo repleto de girassóis, o lugar é imensamente lindo e mágico. Sinto os raios solares tocarem meu rosto como se fossem palpáveis, queimando minha pele e trazendo-me uma sensação deliciosa de vida. Estou acometida por uma deliciosa sensação nostálgica, sentindo um sentimento e felicidade invadir meu peito. E então, eu vejo dois jovens, os mesmos com os quais eu venho sonhando há tanto tempo. Mas antes, eu não conseguia vê-los tão de perto como agora. Eles estão deitados sobre o campo de flores metros à frente, escuto suas risadas ecoarem no ar, realmente parecem felizes. Aproximo-me e percebo que eles estão se beijando e que o clima entre os dois começa a ficar cada vez mais intenso. Um sentimento de fervor intenso percorre meu corpo ao observar aqueles dois jovens amando-se, uma sensação a qual eu nunca pude usufruir. Chego mais perto e consigo visualizar o rosto da garota completamente, assim como do rapaz. Ela é a mesma autora a qual Jones possui diversas cópias do mesmo livro. A mesma do quadro na parede. Ela é Meddelin. Essa é a garota a qual tem estado em meus sonhos, desde sempre. Mas por quê?

Seu corpo parcialmente despido aconchega-se ao do rapaz, que nesse momento, mantém apenas a parte de baixo de sua vestimenta. E, em meio a carícias e beijos, eles intensificam ainda mais o toque. Fecho os olhos para evitar presenciar toda aquela cena, então escuto a garota gritar, de repente.

— Meu deus do céu, Sarah! O que diabos está fazendo aqui? — Grita Meddelin, os olhos arregalados e surpresos. Começa a erguer as alças do vestido rapidamente, o garoto ao seu lado faz o mesmo, desconcertado.

E então minha cabeça começa a latejar, confusa. O que Sarah está fazendo aqui? Quem é Meddelin, afinal?

— Eu vou contar tudo pra mamãe e para o papai também! — A garota diz, os olhos arregalados e saltados para fora, olhando da jovem para o rapaz, continuamente. — O papai vai ficar uma fera!

— Não, por favor, Sarah! — Suplicou a garota, que passei a entender, é sua irmã. — Eu faço qualquer coisa, mas não conta nada pra eles, por favor!

A menina mantém-se calada, parece pensar na proposta, a irmã a encara com um olhar ainda assustado e claramente, envergonhado.

— Qualquer coisa, Sarah.
— Eu quero ir até a casa dele. — Sarah aponta para o garoto ao lado da irmã, fixando seus olhos no rapaz. — Eu sei que ele tem uma casa enorme e com piscina, aliás, todo mundo da sua escola sabe.
— O quê? Como assim? Você anda investigando minha vida, Sarah?
A garota revira os olhos, bufando.

Sarah joga os cabelos para traz de forma engraçada.
— Nem preciso investigar, você deixa tudo na cara né. Mas então… — volta ao assunto. — Eu fico de bico fechado se vocês me levarem para casa do seu namoradinho aí e me deixarem tomar banho de piscina e comer bolo de chocolate. Sem isso, não tem trato. Vou ser obrigada a dizer a coisa feia que eu acabei de ver aqui.

Os dois se encaram por longos minutos, suas feições revelam o desespero.
— Eu não sei se seria uma boa ideia, sabe? Meu pai não é uma pessoa legal — fala o rapaz, com uma cara de desespero.
— Podemos ir quando ele não estiver, então. — Sugere a jovem, desesperada. — Por favor, o papai não pode saber disso!

Ele encara a jovem, seu olhar está fixo em seus olhos esverdeados e intensos.
— Tudo bem, mas preciso certificar de que ele não estará em casa. — Ressalta.
— Ah, que bobeira! Seu pai não deve ser tão chato assim. Eu sei que gente rica é chata, mas não é pra tanto! — Sarah solta, envolvendo uma mecha encaracolada do cabelo sob os dedos. — Agora vamos pra casa, mocinha! — Ela diz e Meddelin se levanta, bufando.
— Eu que dou as ordens, eu sou a irmã mais velha, sua pirralha. — Ela diz, mas sua ofensa soa em tom brincalhão.

Meddelin acena para o rapaz a sua frente, despedindo-se e volta a caminhar com a irmã, em meio ao jardim de girassóis. Eu sigo-as.
— Você é muito novinha para estar a me seguir por aí! Como me encontrou aqui?

A garotinha dá de ombros, lançando-lhe um olhar de superioridade.
— Eu só te segui, oras. — Ela ri. — Nunca pensei que você fosse namorar um dos garotos mais ricos da cidade! Talvez até a mamãe gostasse disso, já o papai...
— Nós já temos um trato! — Profere a jovem, rapidamente.
— Pra começar, você me paga um sorvete? — A menina ri, brincalhona.
— Vou te matar, Sarah! Você é terrível! — Solta Meddelin, mas logo envolve a irmã num meio abraço, segurando-a no ar. — Se bem que, graças a você, eu poderei finalmente conhecer a casa dele.
— Ele nunca te levou lá? — Sarah pergunta, curiosa.
— Não, ele diz que o pai dele não é tão amigável. Na verdade a maioria das pessoas ricas não são. — Ela ri, então encara a irmã. — Você deveria parar de ser tão intrometida e viver sua infância, senhorita Sarah. — Brinca.
— Eu tenho oficialmente, dez anos, quase onze. Não sou mais uma criança!
— Ah, claro! — A irmã brinca em deboche. — Super adulta!
— Pelo menos eu sei ser uma boa detetive. — A garotinha afirma, com uma cara de convencida e eu apresso meus passos, para continuar ouvindo a conversa das duas. — John é o nome dele, não é? — Pergunta, deixando Medelyn de olhos arregalados.
— Não vai me dizer que investigou isso também?
— Ah, isso eu nem precisei. Já estava estampado na primeira página do seu diário.

E então, eu desperto.


Espero que tenham gostado do capítulo dessa sexta, que as emoções comecem!🧡

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