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Capítulo 1


A neve que caia do lado de fora atrapalhava a visão do mar que normalmente se tinha durante o verão. Ao menos o frio de inverno da Califórnia não faria nenhuma falta a Morgana quando ela chegasse em sua amada cidade com as mais belas praias de todo o nordeste brasileiro.

Garapoti. Da última vez que a jovem mulher esteve lá, era natal do ano anterior. Seus pais tinham organizado mais um de seus jantares beneficentes anuais. Políticos e a elite da cidade e região se juntaram para fazer doações que nem faziam cócegas em seus bolsos.

Não que Morgana se importasse com isso. Afinal, ela também fazia parte daquilo e queria subir até o topo, ela acreditava que que cada um só estava onde gostaria de estar. Logo mais, pela primeira vez, o império Escarlate teria uma imperatriz. Eram esses os objetivos que guiavam Morgana enquanto ela fazia suas malas para voltar ao Brasil, desta vez para ficar. Estava decidida a lutar pelo que lhe pertencia por direito.

Quando criança, ela viveu cercada pelo luxo, o poder e o ouro ofuscaram todo o sangue derramado pela sua família direta ou indiretamente. A princesinha de Garapoti se achava a mais inteligente do mundo, só não percebia o quanto era cega. Será que um dia ela enxergaria a realidade por trás da cortina dourada?

Seu voo sairia apenas no dia seguinte, assim ela teria tempo para a despedida organizada por Michele, a nova CEO de sua empresa. Morgana iniciou sua empresa de artigos de luxo no final da adolescência, deixá-la para trás era como perder um pedaço de si, no entanto era um mal necessário. Quando estivesse em sua cidade conquistaria a sua maior ambição.

Era noite na Califórnia quando Morgana entrou no restaurante, trajada em sua compra mais recente, um vestido prada na altura dos joelhos e preto. Do jeito que a dama ama, próximo ao corpo destacando seus atributos, sem ser vulgar.

Ao dar seu nome ao metre, Morgana foi levada até a mesa reservada onde estavam Michele, Danna, Rebeca e Linda. Todos se levantaram para receber sua antiga chefe. Ali estavam apenas os mais importantes membros da Liberté, Diretora, Vice-diretora e gerente.

Michele puxou uma cadeira para Morgana e o garçom se aproximou da mesa para servir a nova integrante à mesa. Com todos com suas taças cheias, a atual CEO ergueu a sua bebida para um brinde.

— Eu quero agradecer a Morgana pela confiança que depositou em mim para seguir com seu legado e espero que o caminho por onde passa continue produzindo prosperidade e sucesso.

Os outros acompanharam o brinde e em seguida beberam vinho.

— Eu jurava que vocês fosse ficar por aqui e casar algum dia, seu ultimo relacionamento parecia sério.

— Até parece que não conhece a Morgana, Linda, ela já está casada com o trabalho.

— Eu ainda acho que tem alguém que vai derrubar essa muralha e conquistar essa mulher. — Danna realmente acreditava em suas palavras.

— Aproveitem que sonhar é de graça, meninas! — Morgana sorri e toma mais um gole do vinho. — Nós ainda vamos nos ver, todos esses anos trabalhando juntos significaram muito para mim.

— Então é um até logo! — Michele completou.

Todos ergueram suas taças em um brinde e conversaram pelo resto da noite até que o jantar acabasse e então Morgana voltou a sua casa. Ela observou as caixas e malas espalhadas pela sala e prontas para a mudança e então ela desviou da bagunça, enquanto tirava a roupa, entrou no quarto e se jogou na cama para descansar um pouco antes do voo.

"Senhores passageiros com destino ao Brasil, dirijam-se ao portão de embarque..."

Foram dois longos dias de escalas, espera e voos, Morgana chegou primeiro em São Paulo e apenas numa terça à tarde, ela voltou a pisar em sua terra natal. O vapor quente do clima a fez rapidamente retirar o blazer bege, que logo foi pendurado em seu braço, juntamente com a bolsa Gucci. Revelando uma blusa preta de alças finas que combinava com a calça de alfaiataria da mesma cor do casaco e o salto, ela estava preparada para a temperatura familiar do nordeste brasileiro.

Antes mesmo de sair do aeroporto, Morgana confirmou o encontro com sua amiga mais antiga através do WhatsApp. Ao sair, foi até o estacionamento onde avistou o carro vermelho, destacando-se entre os demais.

Lara desceu do Audi e foi abraçar a amiga que não via pessoalmente desde o último natal. Morgana nunca gostou tanto de abraços quanto a mais alta, mas deixou ela ter seu momento de afeto.

— Estou tão feliz que veio para ficar!

Lara se afastou da amiga e abriu o porta malas para que pudessem guardar a bagagem, o resto das coisas seriam entregues por uma transportadora, sua antiga secretária cuidaria disso pessoalmente.

— O que fez com seu conversível? — Morgana perguntou enquanto entravam dentro do carro e Lara se preparava para dar a partida.

— Preferi trocar, enjoei da cor. Como foi a despedida na empresa de San Diego?

— Nada demais. Tive que discursar, Michele comprou a maior parte das ações e cá estou eu, prestes a mudar de emprego.

— Nem acredito nisso. Você estava tão bem, e largou tudo porque seu pai lhe pediu para voltar?

Com a decisão firme em mente, Morgana sorriu ao expressar suas ambições:

— Chegou a hora Lara. Já provei do que sou capaz agora posso assumir o meu lugar de herdeira — Morgana sorriu, pensando nos seus próximos passos. — Aliás, me deixe no hotel, vou ter que passar alguns dias lá e tenho que conversar com o meu pai.

As duas continuaram conversando sobre os últimos eventos, artistas polêmicos e notícias.

— Sua mãe divulgou no perfil dela que você está se mudando para cá.

— Desde que ela descobriu o instagram pensa que está de volta a sua carreira de modelo.

— Ela é muito bem assessorada. Devia aprender com ela.

— Não tenho essa paciência, Lara. Minha equipe de marketing fazia todo o trabalho da empresa muito bem.

— Não seja por isso. Conheço ótimos social media.

Lara diminuiu a velocidade do carro conforme se aproximava de um prédio alto e largo com vidros espelhados e na entrada um homem com uniforme vermelho, ninguém reparava, mas em sua nuca escorria gotas de suor.

— Bem, chegamos! Nos vemos em breve? — Lara perguntou.

— Me liga à noite! — Morgana respondeu e desceu do carro.

Usando seus óculos escuros, ela passou direto pelo porteiro e foi andando em direção ao elevador.

O som dos saltos finos ecoava pelo ambiente, cada batida em contato com o assoalho ressoava em uma cadência marcante. Os passos firmes e ritmados de Morgana eram reconhecíveis para muitos, mesmo antes de a verem. Alguns até brincavam que o valor daqueles saltos seria suficiente para cobrir seus próprios salários e ninguém se atrevia a incomodá-la.

A herdeira dos Lacerda apesar das aparições esporádicas até então, era muito bem reconhecida por todos.

Ali estava ela, pisando novamente no Hotel Lacerda depois de meses. Onde seu pai mantinha um escritório e passava a maior parte do tempo quando não estava em sua boate. Morgana fez check in e pegou as chaves de seu quarto antes de subir o elevador. O concierge levaria suas malas.

Chegando a cobertura, Morgana parou diante da porta de madeira, retirou os óculos escuros com um gesto da mão direita e os guardou na bolsa que pendia do outro braço. Desde os 12 anos, ela estudou fora do país até completar a faculdade, permanecendo lá e agora se mudaria novamente para seu verdadeiro lar.

A mulher de cabelos negros deu três batidas na porta e ouviu um "entre" de dentro. Ao entrar, ela percebeu o cheiro de perfume amadeirado tomando conta do ambiente assim deduziu que seu pai não estava sozinho e confirmou a segunda presença com o olhar. Os olhos castanhos médio não são estranhos a Morgana, não tinha como ela não reconhecer Rafael Montenegro, o homem que foi criado por Mariano após a morte do pai biológico, um caso arquivado pela polícia há um bom tempo. Morgana nunca quis amizade com ele, Rafael foi "adotado" por Mariano quando ela já tinha quinze anos e nenhum dos dois nunca fizeram muita questão de se aproximarem a insistência de seus pais e o burburinho dos adultos de que seriam uma casal, dava náuseas a Morgana. Quando o pai de Rafael morreu, ela já morava fora do país e decidiu ignorar a existência do homem, o que era um verdadeiro desafio quando ele morava na casa dos Lacerda. No fundo ela sentia como se seu pai estivesse a trocando por ele, o primeiro passo foi mandá-la para longe e adotá-lo. Mariano o treinava pessoalmente e ensinava tudo o que sabia.

Rafael teve de Mariano tudo o que Morgana queria: o reconhecimento dos seus talentos para se tornar uma líder.

— Estou interrompendo? — Por fora a mulher mantinha-se impassível, com sua melhor cara de paisagem, mas por dentro sentia um arrepio sinistro de mau presságio subir pela espinha.

— De maneira alguma. Rafael está aqui porque ele também faz parte dessa conversa.

O Senhor Lacerda, de cabelos grisalhos, ansiava por avançar em seus projetos pessoais. No entanto, para que pudesse perseguir suas ambições, precisava passar seu legado adiante. Morgana, embora já tivesse uma noção dos desejos de seu pai - ou pelo menos acreditava tê-la -, estava convicta de que herdaria o império inteiro. Afinal, sua hiperatividade não a impediu de conquistar tudo o que desejou até aquele momento.

No auge de seus 30 anos, Morgana, tinha uma empresa de cosméticos de sucesso nos Estados Unidos, a Liberté. Ela vendeu sua fonte milionária porque se sentia pronta para voltar para casa. Era questão de honra.

A mulher sentou-se na poltrona, acomodou a bolsa shopper aos seus pés e cruzou as pernas, mantendo sua expressão neutra e a postura impecável. Rafael imaginou se ela seria capaz de manter a cara de paisagem quando descobrisse o que estava por vir. Ao contrário dela, ele já estava a par dos planos de Mariano a muito tempo. Era uma história que já vinha sendo planejada desde seus nascimentos.

— Não vou enrolar vocês, estão aqui porque como sabem pretendo me dedicar a outras atividades, e necessito passar meu cargo adiante — Morg não conteve o sorriso já imaginando que ganharia sua "promoção". — Chegou o momento de cumprir uma promessa antiga. Treinei Rafael pessoalmente para me suceder e vocês finalmente poderão se casar.

O sorriso de Morgana foi se desfazendo aos poucos e o brilho dos seus olhos sumiu até que ela soltou a respiração e sentiu as labaredas da raiva incendiando seu corpo. Ela controlou o tom de voz o máximo que pôde . Entretanto os seus olhos não negaram o ódio iminente e os nós dos seus dedos já estavam brancos por estarem apertando o braço da poltrona.

— Pai, eu sou perfeitamente qualificada para te suceder. Não preciso de um impostor no meu lugar. Ele nem ao menos tem o sangue da família.

— Justamente, minha filha. Não deixaria você se casar com um de seus primos, além disso, o Império Escarlate e os barões se tornarão um só. E juntos temos domínio de quase todo o Estado.

O homem mais novo permaneceu calado, observando a cena e mantinha um leve sorriso estampado na face. Ele conhecia a fama da Morgana, era genial e extremamente mimada, não sabia como iria a suportar, mas pelo seu próprio objetivo, ele enfrentaria qualquer megera indomável. Agora ela não teria mais como ignorá-lo como fez todos esses anos.

Quando o pai de Rafael morreu, ele teve que assumir o seu lugar, no entanto, por ser jovem demais. Mariano esteve ao seu lado como uma espécie de guia do mal, ensinando-o a como ser seu poderoso fantoche, sem nem imaginar o momento em que Rafael cortou as cordas que o controlavam.

— E você, não diz nada? Eres tonto, idiota? — Sempre que a Morgana estava com raiva, ela acabava por falar outra língua, era comum ela misturar espanhol e francês. E isso, fez Rafael sorrir ainda mais.

Mariano, irritado, bateu na mesa, chamando atenção da filha e a olhou nos olhos.

— Não dê vexame, você não tem mais 5 anos. Com esse comportamento ainda se acha apta a herdar o meu lugar? Já está decidido! Vai casar sim e Rafael, será o novo chefe da família, assim que eu sair do cargo daqui a seis meses. E torça para você ter um filho homem para continuar o legado.

Morgana engoliu o próprio ódio e acabou por descontar sua frustração na pobre poltrona, cravando suas unhas caras no estofado. Em seguida, ela cessou a troca de olhares irritados com seu progenitor, se levantou e girou tão rápido para ir em direção a saída que seus cabelos acima dos ombros esvoaçavam. Dessa vez, o barulho dos saltos a fizeram imaginar enfiá-los garganta adentro do maldito Rafael Montenegro.

Chegando ao seu quarto reservado no hotel, Morgana avistou um jarro de vidro com flores e, consumida por uma onda de raiva, tacou-o na parede enquanto gritava. Como aquele palerma tinha ousado tirar o que era dela por direito? Era o que pensava, uma mistura de indignação e frustração ecoando em sua mente.

Enquanto os cacos de vidro ainda estavam se acomodando no chão, Morgana caminhou de um lado para o outro, os pensamentos fervilhando em sua cabeça.

— É hora do plano B! — disse a si mesma em voz alta, — eu nunca vou perder para aquele palerma — Suas palavras ecoaram no quarto, uma declaração de determinação que reverberava em suas ações futuras.

Sua respiração ainda estava pesada, ela precisava esfriar a mente para pensar melhor.

Nada como um relaxante banho de banheira para acalmar os ânimos e trazer ideias claras. Ela abriu o armário, sabia que tinham sais de banho ali entre as muitas exigências que ela faz ao reservar quartos em hotéis, ainda mais sendo seu.

Com cuidado, Morgana mergulhou na água quente, permitindo que a tensão deixasse seus músculos. Ela seguiu o conselho de sua amiga Jéssica e aplicou uma máscara facial antienvelhecimento, deixando-se mimar um pouco. A música do The Weeknd preenchia o ambiente, embora as batidas na porta tentassem interromper sua tranquilidade.

A mulher ficou em dúvida se seria capaz de sair da banheira apenas para atender uma porta. Seria alguma funcionária com sua comida que pediu há alguns minutos? Seguindo o ronco do seu estômago, Morgana decidiu levantar-se e por seu roupão para atender a porta.

Tal foi a surpresa da jovem quando se deparou com o seu, nada forçado, futuro noivo. Por outro lado, Rafael teve que conter a risada ao se deparar com a mulher de face branca.

— Nossa, não sabia que ia me casar com a versão feminina e adulta do gasparzinho.

Morgana revirou os olhos e levou uma mão à cintura.

— O que você quer?

— Bem, vim trazer a bolsa que esqueceu — ele estendeu a bolsa que ela nem tinha se dado conta que havia esquecido. Morgana tomou a bolsa das mãos dele, sabendo que era apenas uma desculpa, visto que poderiam ter mandado um funcionário entregar a bolsa. — Tive que trazer, afinal, não parava de tocar. Se for algum namorado, é melhor mandar logo a real — ele a provocou.

A mulher simplesmente revirou os olhos e bateu à porta na cara de Rafael. Namorado? Nem se lembrava da última vez que se envolveu com alguém, certamente o trabalho era dono do seu hiperfoco.

No entanto, os pensamentos sobre relacionamentos logo foram interrompidos quando seu celular começou a tocar. Ela rapidamente pegou o celular, colocou a ligação com Lara na viva voz e apoiou o iphone na pia para que pudesse lavar o rosto.

— Garota, já estava quase ligando para a polícia!

— Não seja dramática, Lara. Eu esqueci minha bolsa com o telefone no escritório do papai. Aliás, preciso sair hoje, nos vemos as nove na boate?

— Claro, vou chamar a Jess.

A ligação foi desligada e Morgana analisou seu reflexo no espelho o cabelo negro estava preso em um coque baixo com alguns fios soltos e tinha uma leve olheira em baixo dos seus olhos, denunciando que logo teria que ir numa clínica de estetica. Ela passou alguns minutos tratando de questões burocráticas em seu iPad. Assim que finalizou, ela foi se arrumar para ir à boate. Daquela vez, escolheu um vestido num tom verde militar, acinturado e jóias complementavam o visual. Mesmo sendo quarta-feira e o movimento sendo mais tranquilo, ela tinha que ver os negócios da família com os próprios olhos.




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Resolvi tirar esse livro da gaveta ainda que tenha apenas escrito a metade dele e quero saber se devo continuar. Digam o que acham e me ajude a terminar o livro (ou não).

Essa é uma história bem diferente das que já escrevi, a minha inspiração foram os filmes e series da Marvel e DC, especialmente sobre vigilantes.

No inicio queria algo mais realista, mas os temas que escolhi são pesados demais e para conseguir continuar busquei dar uma amenizada no roteiro sem passar pano e sem romantizar o crime. Se parecer qualquer coisa assim, não deixem de me avisar. 

Tenho em mente muitas reviravoltas e espero que essa história brilhe muito!!!

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