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4. "NÃO ULTRAPASSE"

Em Riacho Verde, uma cidade pouco habitada na região do Cariri, por um tempo foi o lar da estimada família Farias. Uma família grande, composta por Geovani, sua esposa Clara, e seus três filhos: Ruan, Paula e Jackson.

Além de deter posse de uma grande fortuna vinda dos seus antecessores, Geovani era bastante influente quando se tratava de administrar os negócios da família - a grande produção de soja e café, que cobria boa parte dos terrenos em seu nome. Era através de tanta fortuna, que tornava a fama de seu sobrenome tão grandiosa aos redores onde passasse.

Em certo momento, Geovani em torno do que conquistava, precisou deixar pra trás Riacho Verde e partiu junto de sua família em busca de novas oportunidades. Foi uma decisão inesperada, no entando, alguém deveria ficar pra trás para seguir com seu trabalho de cuidar das terras que amava, e foi aí que seu filho mais novo, Jackson, foi escalado para exercer tal papel.

Ele era o único dos filhos que ainda não havia terminado o ensino médio, e além de apreciar o apego do garoto pela região, aquela escolha serviu como uma luva para Geovani. Não era um trabalho difícil, e o garoto ainda tinha uma equipe de empregados, e a supervisão de um conhecido da família para lidar com problemas que surgisse.

Seu pai certamente estava certo sobre Jackson, não no sentindo da responsabilidade em que deixaria pra ele prezar, mas pelo o amor que o filho tinha pela região. Para o mesmo, a liberdade de poder fazer o que queria com os amigos, sobre as diversas festas que iam e adoravam dar, era a razão do apego que tinha por Riacho Verde. Ele era tão popular no meio da curtição, que a maioria dos seus amigos o batizaram de "Rei das Festas".

E naquela noite, mais uma delas já estava prestes a acontecer. Com o casarão vazio de adultos, luzes fortes e uma música alta, Jackson estava empolgado. Em seu quarto, terminava-se de se arrumar para receber seus convidados. Seu melhor amigo estava com ele.

- Eaí? Curtiu o estilo? - perguntou Jackson em frente ao closet, esperando a aprovação do amigo.

- Vampiro? Sério? Isso não tá ultrapassado?

Jackson revirou os olhos e voltou a se admirar no espelho, arrumando a dobra da gola de sua fantasia.

- Se não parar com essa mania sua de disfarçar quem é, nunca se dará bem com uma certa pessoa. - comentou Paulo, o fitando por trás. Ele estava sentado na cama.

Jackson o encarou pelo reflexo do espelho e baixou a cabeça. Ele era um péssimo ator, não conseguia disfarçar a pressão com que aquelas palavras mexiam com ele. Logo, respirou fundo e o encarou.

- Será que é tarde demais? Digo, pra fazer a coisa certa.

Paulo aproximou-se do amigo, apoiou sua mão sobre seu ombro, e disse:

- Não. Nunca é tarde demais pra fazer a coisa certa.

- Mas e se...

- Chega de "mas"! - Paulo o puxou para um abraço e continuou: - Quando perceber que fez a coisa certa, você vai sorrir e sorrir. E após isso, você tem que me contar como foi.

Ele desfez o abraço e percebeu que Jackson estava chorando.

- Você é a melhor pessoa que conheci, sabe disso.

Paulo riu e olhou a hora em seu relógio digital, nele marcava 18:00h.

- Meu Deus! Olha a hora! - disse ele se afastando.

- O que foi?

- Já tá na hora, e você ainda tá aqui!

- Calma, cara. Parece que quem tá dando a festa é você. Relaxa. O pessoal da Tatiane tá todo lá em baixo de boas, e cê sabe que é o suficiente pra essa festa começar.

- Você é um idiota mesmo. O que seria de você sem mim? - ele conferiu a lista pronta que preparou.

- Você tá assim por quê? - Jackson arquiou uma das sombrasselhas.

- A-Assim como?

- Energético, ansioso... - Jackson se aproximava aos poucos, enquanto o amigo o assistia tenso.

- Para com isso. Eu sei o que você quer dizer com isso.

- Parar? Acho que não. - ele já estava por trás de Paulo. - Agora me diz, tem uma garota no rolê, né? - ele sussurrou no ouvido dele.

- E se tiver? O que vai fazer? - perguntou Paulo em um tom afrontoso.

- Depende, se essa garota for uma loirinha emo que adora botar quem for pra correr...

- Droga. - confirmou Paulo, revirando os olhos.

- Eu sabia!

Jackson começou a fazer cócegas no amigo, que se contorcia de tanto rir no chão. Depois de uns minutos rindo, ele resolveu deixá-lo em paz. Ele adorava pegar no pé de Paulo, especialmente em relação ao tipo de garota que ele se interessava.

Assim como Jackson, Paulo estudava na escola João Batista. Ele também era do time de futebol da escola, e apesar de conviver muito com o amigo popular, Paulo era muito introvertido. Jackson nos últimos meses tentava trabalhar isso com o amigo, enquanto Paulo, que era mais aberto a experiências, seu problema de autodescoberta. No decorrer disso, a amizade entre ambos foi se intensificando bastante, ao ponto de se verem como irmãos.

- Aí, onde você pediu para deixarem o estoque da noite? - perguntou Paulo, em frente a porta. - Preciso dá uma conferida. Sabe como é que fica o fluxo pra mais tarde.

Jackson coçou a orelha tentando lembrar, e logo respondeu:

- Ah, foi na garagem. Você passa pela cozinha, dobra a direita e segue mais à frente, fica próximo daquele chiqueiro que você estranhou naquele dia. Não tem erro.

- Tá, sei onde é. Cara, desce logo porque o pessoal tá ansioso pelo "Rei" deles.

Jackson riu e concordou, e antes que o amigo seguisse pra longe de sua vista, o chamou.

- Se liga, tem uma porta preta no fundão. Ela é trancada, mas quero que você não passe por lá. Okay?

Paulo ficou pensativo por um instante, sem entender o alerta do amigo.

- O capataz do meu pai me pediu pra não ir até lá. Ele é bastante chato quando se trata do que é dele, estranho, naverdade. Enfim, só não entra lá. Quero evitar reclamações chatas quando tô de ressaca, falow?

Paulo assentiu com a cabeça e seguiu até onde o amigo havia indicado. Ao passar pela sala de estar, onde a festa acontecia, Tatiana o parou e questionou sobre a demora de Jackson. Ele a tratou da melhor forma que pôde, indicando que Jackson já estava descendo.

Paulo não gostava de Tatiana, e muito menos do jeito que ela se jogava pra cima do amigo. Afinal, para Paulo, o amigo merecia muito mais do que aquela patricinha oferecia, sorte que Jackson estava de olho em outra pessoa. Podia ser besteira pensar daquela forma, pois não era ele quem decidiria quem o amigo iria ficar ou não, mas como considerava Jackson como um irmão, era parte de sua obrigação intervir quando fosse necessário. Irmão era uma palavra nova pra ele, ainda buscava encontrar a melhor forma de lidar com seu significado.

O interessante sobre isso, é que Jackson também não entendia bem o que seu significado. Desde criança ele nunca teve a atenção desejada de seus pais, pois apesar de ser o caçula dos três filhos, o pai sempre teve olhos para os mais velhos, especialmente para seu irmão, Ruan. Talvez era porque o pai era tão ambicioso que enchergava seus próprios filhos como marionetes, onde buscava moldar à suas vontades. E com tais princípios ignorantes, Jackson mal conseguia conviver com seus irmãos de maneira saudável.

Reformular a pessoa perfeita que o pai o havia transformado, era o maior desafio que Jackson almejava. E com a inesperada amizade que ele achou em Paulo, foi o primeiro passo  para finalmente a conquistar.

Em sua busca pela garagem que Jackson havia mencionado, Paulo acabou esbarrando em alguém. A tal pessoa era tão musculosa e alta, que fez o garoto cair no chão pelo impacto.

Paulo levantou-se, limpou sua roupa devido a queda no chão lameado, e pediu desculpas para a tal pessoa, naqual, o fitava com um olhar de poucos amigos.

- O que um pirralho, feito você, está fazendo aqui? - questionou o homem em tom autoritário.

Pelo jeito que ele falava e trejeitos, Paulo deduziu que quem estava em sua frente era o tal capataz em que Jackson havia mencionado. Ele engoliu em seco e respondeu:

- Desculpa o incômodo, senhor. Vim pra checar a garagem, pois tem uma mercadoria lá que iremos utilizar durante a nossa festa.

O homem cruzou os braços, aparentemente desconfiado da alegação do garoto. Já Paulo, que era facilmente susceptível à pressão, suava bastante - não era de se estranhar, já que o tal capataz tinha um corpo grande e olhos desconfiados que o assistia por trás de um par de olheiras fundas. Aquela era a primeira vez que Paulo se sentia tão ameaçado.

- Tudo bem. - disse o homem, dando um fim ao silêncio desconfortável. - Só não meta seu nariz no que não é da sua conta.

Paulo relaxou ao ouvir aquilo, já não estava conseguindo lidar com jeito que o homem o olhava. Ele assentiu, o agradeceu, e então continuou seu caminho deixando o sujeito para trás.

O armazém estava um pouco afastado da casa que acontecia a festa. Paulo quase não ouvia as mesmas vozes do caminho que fez até alí, o som alto das caixas de som cumpria bem esse papel. Debaixo de uma luz amarelada e falha, ele tentava entrar no local pela única porta visível da frente. Estava destrancada, e por ser de ferro, dificultou bastante para que pudesse abri-la. Após algumas tentativas falhas, e um grande escorão, finalmente conseguiu adentrar.

Por dentro era mais agradável do que por fora, pensava ele. Havia luminárias com um tons fracos por toda a parede do ambiente, naqual, o deixava visualmente atraente e ocasionalmente assustador. Por ser um espaço grande, havia muita coisa largada por lá, desde eletrônicos, peças de mobília e uma infinidade de caixas lacradas. Levou um tempo até que Paulo encontrasse o que estava procurando, que no caso, era um freezer grande bem ao centro, encostado na parede.

Em cada passo que dava pelos corredores apertados daquele local, não deixava de imaginar cenas assustadoras de filmes de terror que se passavam em locais como aquele. A quietude, a tensão envolvente que fazia sentir arrepios inesperados... Tudo estava seguindo como um roteiro fajuto daqueles mesmos filmes. E com isso, uma dúvida surgia: ele sairia vivo ou não?

Tenso e instintivamente apressado, ele abriu a porta do freezer, conferiu rapidamente o estoque e decidiu levar uma grade de cerveja, pois achou que seria o bastante por hora. Por ter um corpo um tanto atlético, ele não sentiu dificuldade em levar o engradado, e logo apressou o passo pra sair daquele lugar.

No entanto, ao olhar para o final do corredor que seguia, viu algo que o fez congelar. Seus olhos arregalaram, seu coração disparou, pois o que via era surreal. Era algo semelhante a um espantalho, os trapos que vestia estavam manchados de sangue, em uma das mãos empunhava uma faca. Por sorte ele ainda não tinha o visto, pois seu rosto estava virado para outro lado. Paulo aproveitou-se desse detalhe e rapidamente se escondeu por trás de uma coluna de caixas que dividia o corredor.

Respirando com difuldade, ele tentava imaginar como sairia daquela situação. E entre alguns desses pensamentos confusos, ele não conseguia aceitar que aquilo estava acontecendo, que ele estava cara-a-cara com uma ameaça que minutos antes só imaginava existir em filmes.

Duvidando diversas vezes do que via, ele procurava, através de rápidas conferidas, se poderia haver algum indício de que aquilo podia ser só uma pegadia pra cima dele vinda de seus colegas, talvez de Jackson, mas o terror que aquilo exercia sobre ele era tremendo, já não estava sã de suas próximas atitudes.

E com a pouca coragem que ainda lhe restara, decidiu se distanciar mais um pouco dalí. Acreditava que se conseguisse se esconder por um tempo, provavelmente sentiriam sua falta e viriam checar aquele local. Com isso em mente, ele começou a esgueirar cuidadosamente para o lado oposto do corredor. Repleto de objetos espalhados pelo chão, tentava fazer o mínimo de barulho pra não chamar a atenção da criatura. Afastava o tornozelo diversas vezes, pois haviam muitas caixas de garrafas de leite pelo o chão. Esforçava-se ao máximo para não fazer um ruído sequer.

Toda atenção dele naquele instante, estava dividida entre o evitar o barulho, enquanto observava ao longe qualquer movimentação distinta do espantalho. Realmente aquele plano extremo parecia estar dando certo, o alvo que ele se afastava não parecia olhar em sua direção. Após perceber que já estava longe o suficiente do campo minado que evitou andando de costas, ele decidiu acelerar os passos para ir mais longe que pudesse. Porém, um de seus pés acabou chutando algo que não tinha percebido antes, uma lata amassada de cerveja.

Pelo silêncio que preenchia o lugar, o barulho irritante foi extremamente alto e perceptível. Automaticamente, Paulo direcionou sua atenção para o fim do corredor, esperava que talvez o espantalho não tinha ouvido o que fez, mas, para sua falta de sorte, a coisa não só tinha percebido o barulho, como também já vinha disparada para seu encontro. Ele não pensou duas vezes, começou a correr até onde aquele corredor apertado iria chegar.

Depois da longa corrida, Paulo notou que não tinha mais saída, na sua frente só havia uma parede branca. "Aquele era seu fim?", sua nente não parava por segundo de imaginar as atrocidades que aquele ser poderia fazer com a faca que possuía. Aproveitando que o espantalho assassino estava tentando ultrapassar os obstáculos que ele mesmo pôs ao decorrer de sua corrida desesperada, Paulo tentava encontrar uma saída para aquela situação. Foi então que notou uma estranha porta preta ao seu lado, escondida por trás de uma das pilhas de sacos pesados de cimento.

Depois que forçou seu corpo para passar entre o espaço quase inexistente da coluna de massa, ele conseguiu alcançar seu objetivo. Antes de destrancar a massaneta, percebeu a placa de aviso sobre a mesma, onde realçava bem o recado em que ele havia recebido do amigo: "NÃO ULTRAPASSE".

Naquele momento, ele já não ligava para o que tinha sido aconselhado. As broncas chatas que o amigo iria passar não se media ao peso de perder a sua própria vida. Decidido, ele destravou a porta e entrou às pressas, em seguida, trancou-se. Ao adentrar no local dito pelo amigo como inexplorado, entendeu com o que viu que foi a pior decisão tomada.

Diferente do que havia explorado a pouco, no lado de fora do armazém, aquele espaço era a definição de "cômodo dos horrores". O cheiro forte de carne podre, a pouca iluminação apartir de poucas velas ao fundo, e o chão manchado de sangue... Tudo era demais para Paulo processar.

Ainda perdido no que faria apartir do que via, deu passos curtos para trás. Ele já sabia no que tinha se metido, e em torno disso, desconfiava que tudo o que presenciou a pouco era só mais uma peça do grande quebra-cabeças central. O espantalho, a família de Jackson, a fazenda e, principalmente, o capataz estranho que cuidava dela, todos estavam ligados. Mas o que acabara de encontar era o carro chefe para que sua descoberta fazer sentido.

Tinha algo demoníaco rolando alí, e ele sentia que precisava avisar os outros, principalmente Jackson, que mal desconfiava, distraído com a festa que dava.

Encorajado, ele deu meia-volta pra sair dalí, não ligava se teria que enfrentar o eminente perigo que passou a poucos instantes. Porém, aquelas emoções inracionais foram substituídas por cargas inesperadas de surpresa, pois o alguém que antes havia desmascarado, surgiu abruptamente em sua frente bloqueando a porta.

- Vejam só! Eu avisei, não avisei? - foi o que ele disse, encarando o garoto com um sorriso torto no rosto.

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